Richard Chamberlain, astro de “Shogun” e “Pássaros Feridos”, morre aos 90 anos
Ator foi ídolo romântico na TV dos anos 1960 e virou referência nas minisséries históricas das décadas seguintes
Gena Rowlands, estrela de “Gloria” e “Diário de uma Paixão”, morre aos 94 anos
A atriz ficou conhecida por suas colaborações com o marido John Cassavetes, que lhe renderam duas indicações ao Oscar
Lisa Loring, a Wandinha original, morre aos 64 anos
A atriz Lisa Loring, que ficou conhecida por interpretar a personagem Wandinha na série original de “A Família Adams”, exibida entre 1964 e 1966, morreu no domingo (29/1), vítima de um derrame, aos 64 anos. A notícia da morte de Loring foi divulgada por sua filha, Vanessa Foumberg, num comunicado. “Ela foi em paz com as duas filhas segurando suas mãos”, disse Foumberg. Lisa Loring nasceu em 16 de fevereiro de 1958, nas Ilhas Marshall. Seus pais serviram na marinha e ela morou no Havaí antes de se mudar para Los Angeles com a mãe. Ainda criança, começou a trabalhar como modelo e, aos seis anos de idade, foi escalada para participar de um episódio da série “Dr. Kildare”, exibido em 1964. A participação chamou atenção e, no mesmo ano, Loring foi escalada na série que a tornou mais conhecida. Sua personagem, Wandinha Addams, era doce e sombria, e tinha uma tendência para colecionar animais de estimação assustadores, como uma aranha viúva-negra e um lagarto. Ela também costumava brincar com uma boneca sem cabeça. A dança de Loring, chamada “The Drew”, ficou conhecida pelas novas gerações por conta da série “Wandinha”, da Netflix, em que Jenna Ortega faz sua própria interpretação dos bizarros passos de dança. Depois que “A Família Addams” terminou suas duas temporadas, Loring fez participações em diversas séries, como “A Garota da U.N.C.L.E.” (1966), “Ilha da Fantasia” (1978), “Barnaby Jones, O Detetive” (entre 1978 e 1979) e na novela “As the World Turns” (1980-1983). A partir do final dos anos 1980, ela se dedicou a filmes de terror como “Sede de Sangue” (1987), “Temporada de Sangue” (1989), “Way Down in Chinatown” (2014) e “Doctor Spine” (2015), seu último crédito como atriz. O ator Butch Patrick, que interpretou o menino Eddie Munster na série “Os Monstros”, da mesma época de “A Família Addams”, prestou uma homenagem a atriz no seu Facebook: “Sinto muito pela morte de minha querida amiga Lisa Loring. Éramos muito próximos e trabalhávamos juntos com frequência. Eu sei que ela estava muito fraca. Eu estava em sua companhia apenas algumas semanas atrás. Boa sorte, minha amiga”.
Tom Holland revela que vai viver Fred Astaire no cinema
O jovem ator inglês Tom Holland (“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”) revelou que interpretará o lendário astro de Hollywood Fred Astaire (1899–1987), que brilhou em musicais clássicos do cinema. “Vou interpretar Fred Astaire. O roteiro chegou uma semana atrás, mas ainda não o li. Eles não liberaram pra mim”, disse Holland à agência Associated Press, durante uma jornada de entrevistas (junket) em Londres para “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”. Considerado um dos maiores dançarinos de todos os tempos, Astaire teve uma trajetória de sete décadas no cinema e no teatro. Algumas de suas interpretações mais marcantes foram ao lado de Ginger Rogers, com quem formou uma famosa dupla no começo da carreira – em filmes como “O Picolino” (1935), “Ritmo Louco” (1936) e “Vamos Dançar?” (1937). Mas ele também brilhou com Jane Powell em “Núpcias Reais” (1951), Cyd Charisse em “A Roda da Fortuna” (1953) e “Meias de Seda” (1957), e Audrey Hepburn em “Cinderela em Paris” (1957). Seu último musical foi “O Caminho do Arco-Íris” (1968), de Francis Ford Coppola, no qual trabalhou com a cantora Petula Clark. Quando a idade não lhe permitiu mais dançar, ele seguiu em papéis dramáticos em séries como “Dr. Kildare” (1965), “O Rei dos Ladrões” (1969-1970) e “Battlestar Galactica” (1979) e filmes como “Inferno na Torre” (1974) e “Histórias de Fantasmas” (1981). Holland acrescentou que a cinebiografia do ator tem produção de Amy Pascal, responsável também pela franquia do “Homem-Aranha”. “Ela conversou comigo pelo FaceTime mais cedo. Eu estava no banho e tivemos uma conversa adorável”, ele afirmou. Tom Holland será visto a seguir em “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”, que estreia em 16 de dezembro no Brasil, e dois meses depois em “Uncharted – Fora do Mapa”, com lançamento marcado para 17 de fevereiro nos cinemas brasileiros. Veja abaixo uma seleção das 10 melhores danças de Fred Astaire no cinema.
Dean Stockwell (1936–2021)
O famoso ator Dean Stockwell, que teve carreira longuíssima e repleta de clássicos – e até filmou no Brasil – , morreu na manhã do último domingo (7/11) de causas naturais, aos 85 anos. Filho de Harry Stockwell, que dublou o Príncipe Encantado em “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937), Dean e seu irmão mais velho, Guy Stockwell (“Beau Gest”), começaram a trabalhar ainda nos anos 1940 como atores mirins. Ao estrear na Broadway com 7 anos, ele chamou atenção da MGM e se mudou para Hollywood, onde passou a filmar e estudar ao lado de colegas de classe famosos, como Roddy McDowall, Elizabeth Taylor, Jane Powell e Russ Tamblyn. A estreia no cinema foi como uma criança fugitiva no famoso musical “Marujos do Amor” (1945) ao lado de Frank Sinatra e Gene Kelly. O sucesso do filme o fez emendar várias produções no período, até começar a ser escalado como protagonista aos 12 anos, em “O Órfão do Mar” (1948), de Henry King, e “O Menino de Cabelos Verdes” (1948), de Joseph Losey, em que viveu os personagens-títulos. Em sua infância, ele foi dirigido por alguns dos maiores mestres da velha Hollywood, em obras como “A Luz é para Todos” (1947), de Elia Kazan, que lhe rendeu um Globo de Ouro juvenil, “Capitães do Mar” (1949), de Henry Hathaway, “O Jardim Encantado” (1949), de Fred M. Wilcox, “O Testamento de Deus” (1950), de Jacques Tourneur, e “Era Sempre Primavera” (1950), de William A. Wellman. Seu papel-título na aventura “Kim” (1950), na qual contracenou com Errol Flynn, chegou a inspirar o lançamento de uma revista em quadrinhos. Mas seu contrato com a MGM acabou quando ele chegou os 16 anos. No auge da popularidade, Stockwell decidiu pausar a carreira para se formar na Hamilton High School em Los Angeles e estudar na faculdade em Berkeley, antes de, inspirado por “On the Road”, viajar pelo país. Só que, após um hiato de cinco anos, encontrou dificuldades para retomar as atividades, passando a atuar na TV, onde fez vários teleteatros, e também nos palcos. Até que seu desempenho na Broadway lhe reconduziu ao cinema. Após uma década vivendo o bom menino, ele reapareceu em “Estranha Obsessão” (1959), de Richard Fleischer, como um dos psicopatas universitários que matam um colega só para provar que era possível cometer um crime perfeito. Stockwell reprisava um papel que tinha vivido nos palcos de Nova York, e que por isso sabia de cor. De fato, foi tão magistral que acabou consagrado no Festival de Cannes de 1959 com o troféu de Melhor Ator. A partir daí, emendou outros papéis dramáticos importantes. Em “Filhos e Amantes” (1960), de Jack Cardiff, foi um jovem artista que busca uma vida diferente de sua família de mineiros. Em outro clássico, “Longa Jornada Noite Adentro” (1962), de Sydney Lumet, foi o filho doente terminal de uma família doentia, inspirado na juventude do escritor Eugene O’Neill. A interpretação depressiva lhe rendeu seu segundo prêmio de Melhor Ator em Cannes, em 1962. Apesar do impacto dessas produções, seu filme seguinte, “Nasce uma Mulher”, só estreou em 1965, e para se manter Stockwell precisou ampliar as participações na TV, conseguindo um papel recorrente na popular série médica “Dr. Kildare” em 1965. Isto, porém, fechou-lhe as portas das produções de prestígio, iniciando outra fase em sua carreira. Stockwell descobriu as drogas, mudou-se para San Francisco e entrou na contracultura como um hippie sábio em “Busca Alucinada” (1968), filme psicodélico de Richard Rush que também trazia Jack Nicholson como guitarrista de uma banda de rock. E após uma rápida transformação em vilão de terror em “O Altar do Diabo” (1970), mergulhou de vez no cinema contracultural. Viveu o pistoleiro Billy the Kid no filme dentro do filme de “O Último Filme” (1971), obra maldita do eterno hippie Dennis Hopper, de quem se tornou amigo inseparável. Foi ainda um repórter-lobisomem nos bastidores do poder político em “O Lobisomem de Washington” (1973), cult marginal de Milton Moses Ginsberg. E voltou a encontrar Hopper como um hipster em “Tracks” (1974), de Henry Jaglom, sobre traumas da Guerra do Vietnã. Foram filmes cultuadíssimos, mas que pagaram bem menos que ele estava acostumado. Por isso, sua carreira televisiva como ator convidado multiplicou-se com participações em “Bonanza”, “Missão: Impossível”, “Mannix”, “Galeria do Terror”, “Columbo”, “Cannon”, “São Francisco Urgente”, “Os Novos Centuriões”, “Casal 20” e “Esquadrão Classe A”, entre muitas outras séries. Sem atenção de Hollywood, Stockwell estrelou “Alsino e o Condor” (1982), produção da Nicarágua que acabou indicada ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, e o mexicano “Matar um Estranho” (1983). Até se desiludir de vez e resolver abandonar o cinema para vender imóveis no Novo México. Entretanto, para complementar a renda, aceitou fazer um último filme de um diretor alemão. Tudo mudou com o filme do tal alemão. Em 1984, ele viveu o irmão de Harry Dean Staton em “Paris, Texas”. O drama do cineasta Wim Wenders acabou vencendo o Festival de Cannes e se tornando um dos longas mais famosos da década. Sua filmografia reviveu com uma coleção de pequenas participações inesquecíveis. Ele apareceu na primeira versão da sci-fi “Duna” (1984), sob a direção de David Lynch, no cult adolescente “A Lenda de Billie Jean” (1985) e no thriller policial “Viver e Morrer em Los Angeles” (1986), de William Friedkin, antes de atingir o ápice com sua melhor pequena participação de todas, o cafetão-traficante Ben de “Veludo Azul” (1986), novamente dirigido por Lynch e ao lado do velho amigo Dennis Hopper. A cena em que ele canta Roy Orbison para o torturado Kyle MacLachlan figura entre as mais icônicas do cinema moderno. Em seguida, ele enfrentou Eddie Murphy em “Um Tira da Pesada II” (1987) e fez uma dobradinha de filmes para Francis Ford Coppola, “Jardins de Pedra” (1987) e “Tucker: Um Homem e seu Sonho” (1988), até ter seu status de ladrão de cenas consagrado pela Academia, com uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo desempenho como um chefão da máfia na comédia “De Caso com a Máfia” (1988), de Jonathan Demme. Foi nesse período que acabou vindo filmar no Brasil, onde, sem falar português, viveu o patrão de “Jorge, um Brasileiro” (1988), drama caminhoneiro dirigida por Paulo Thiago, com Carlos Alberto Riccelli e Glória Pires no elenco. Na projeção nacional, foi dublado por Odilon Wagner. Ao voltar aos EUA, Stockwell passou a se dedicar a seu papel mais duradouro na TV, interpretando o almirante Al Calavicci em cinco temporadas da série “Quantum Leap” (1989–1993), que lhe renderam indicações ao Emmy em quatro anos consecutivos. “Ele costumava anunciar sua chegada no estúdio com um grito: ‘A diversão começa agora!’. Palavras mais verdadeiras nunca foram ditas”, lembrou Scott Bakula, seu colega de elenco na série, em depoimento à imprensa nesta terça (9/11). Stockwell ainda fez nova parceria com Dennis Hopper em “Atraída pelo Perigo” (1990), foi um agente de talentos desesperado num dos melhores longas de Robert Altman, “O Jogador” (1992), atuou no thriller de ação “Força Aérea Um” (1997), com Harrison Ford, e até retomou as colaborações com Coppola em “O Homem Que Fazia Chover” (1997), vivendo um juiz corrupto. Mas depois disso seus melhores papéis foram na TV, principalmente como John Cavill, um dos robôs humanoides vilões do reboot de “Battlestar Galactica”, entre 2006 e 2009. Em 2015, ele se aposentou da carreira de ator e passou a se dedicar às artes plásticas. Artista talentoso, Stockwell já tinha se destacado ao projetar a arte da capa de um álbum de Neil Young, “American Stars ‘n Bars”, de 1977, e exibia suas obras por várias regiões nos Estados Unidos com seu nome completo: Robert Dean Stockwell.
Cloris Leachman (1926 – 2021)
A veterana atriz Cloris Leachman, que venceu oito Emmys e um Oscar ao longo de uma carreira de sete décadas, morreu na terça-feira (26/1) de causas naturais em sua casa em Encinitas, na Califórnia, aos 94 anos. Nascida em 30 de abril de 1926, em Des Moines, Leachman começou sua carreira no showbiz ao participar do concurso de beleza Miss America de 1946, o que lhe deu projeção e a levou a aparecer em algumas das primeiras séries da televisão americana, como “The Ford Theater”, “Studio One”, “Suspense”, “Danger” e “Actor’s Studio”. Paralelamente, ela passou a chamar atenção na Broadway, onde começou no pós-guerra. Depois de alguns pequenos papéis, foi escalada como substituta da atriz principal de “South Pacific” e precisou ter que se apresentar no palco durante um imprevisto da intérprete original. Acabou roubando a cena, virando a estrela principal e protagonizando nada menos que oito outros shows da Broadway depois disso, só nos anos 1950. Este sucesso explica porque ela demorou um pouco para emplacar nas telas. Um de seus primeiros papéis recorrentes foi na série da cachorrinha “Lassie” (1957-1958), mas sua presença geralmente se restringia a um episódio por série, incluindo inúmeros trabalhos em séries clássicas dos anos 1960, como “Além da Imaginação” (The Twilight Zone), “Gunsmoke”, “Couro Cru” (Rawhide), “Os Intocáveis” (The Untouchables), “Rota 66” (Route 66), “Alfred Hitchcock Apresenta” (Alfred Hitchcock Presents), “77 Sunset Strip”, “Os Defensores”, “Têmpera de Aço”, “Lancer”, “Mannix”, “Perry Mason” e “Dr. Kildare”, onde voltou a aparecer em vários capítulos. Ao mesmo tempo, Leachman começou a investir na carreira cinematográfica. Seu primeiro papel no cinema foi uma pequena participação no clássico noir “A Morte num Beijo” (1955), de Robert Aldritch, seguido pelo drama de guerra “Deus é Meu Juiz” (1956), com Paul Newman. Seu sucesso na Broadway a manteve distante das telas grandes por mais de uma década, mas permitiu um reencontro com Newman em seu retorno, no clássico blockbuster “Butch Cassidy” (1968). No início dos anos 1970, Leachman finalmente se concentrou nos filmes. E foi reconhecida pela Academia por um de seus papéis mais marcantes, como Ruth Popper, a solitária esposa de meia-idade de um treinador de futebol americano, gay e enrustido, no cultuado drama em preto e branco “A Última Sessão de Cinema” (1971), de Peter Bogdanovich. Seu desempenho poderoso lhe rendeu um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Em seguida, co-estrelou “Dillinger” (1973), de John Milius, voltou a trabalhar com Bogdanovich em “Daisy Miller” (1974) e quase matou o público de rir numa das comédias mais engraçadas de todos os tempos, “O Jovem Frankenstein” (1974), de Mel Brooks, como Frau Blücher, cujo nome dito em voz alta fazia até cavalos relincharem com apreensão. Brooks, por sinal, voltou a escalá-la como uma enfermeira suspeita em sua segunda melhor comédia, “Alta Ansiedade” (1977). Nesta época, ela também assumiu seu papel mais famoso da TV, como Phyllis Lindstrom, a vizinha metida da série “Mary Tyler Moore” (1970–1977). Ela foi indicada ao primeiro Emmy da carreira pelo papel em 1972. E finalmente venceu como Melhor Coadjuvante em 1974 e 1975. Após o segundo Emmy, sua personagem ganhou atração própria, “Phyllis”, que durou duas temporada (até 1977), além de aparecer em crossovers com a série original e outra derivada, “Rhoda” – e lhe rendeu um Globo de Ouro de Melhor Atriz. Mesmo com a agenda lotada, Leachman ainda conseguiu viver a Rainha Hipólita na série da “Mulher-Maravilha”, em 1975. Ela continuou a acumular créditos no cinema e na TV ao longo dos anos 1970 e 1980 antes de voltar a ter um papel fixo, o que aconteceu na série “Vivendo e Aprendendo” (The Facts of Life). A atriz assumiu o protagonismo das duas últimas temporadas da atração (que durou nove anos) como substituta da estrela original, Charlotte Rae, interpretando Beverly Ann Sickle, a irmã tagarela da personagem de Rae, entre 1986 e 1988. Mais recentemente, ela ganhou dois Emmys e quatro outras indicações por seu papel na sitcom “Malcolm” (Malcolm in the Middle), como a mãe malvada de Jane Kaczmarek (de 2001 a 2006), além de ter rebido nova indicação ao Emmy por interpretar Maw Maw, a bisavó da personagem-título da sitcom “Raising Hope”, entre 2010 e 2014 na mesma rede. Leachman também foi a mãe agitada de Ellen DeGeneres na sitcom “The Ellen Show”, que foi ao ar em 2001-02, e uma paciente de terapia de Helen Hunt no revival de “Louco por Você” (Mad About You), exibido em 2019, quando já estava com 93 anos. A atriz ainda desenvolveu uma carreira robusta como dubladora, a partir da participação da versão “Disney” do anime clássico “O Castelo no Céu” (1986), de Hayao Miyazaki. Ela voltou a trabalhar em outra dublagem de Miyazaki em 2008, em “Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar”, fez parte do elenco do cultuado “O Gigante de Ferro” (1999) e teve um papel de voz breve, mas memorável no filme “Beavis e Butt-Head Detonam a América”, de 1996, como uma mulher idosa que encontra os meninos na estrada várias vezes, chamando-os de “Travis e Bob”. Entre seus últimos trabalhos, estão dublagens de personagens recorrentes das séries animadas da Disney “Phineas e Ferb” e “Elena de Avalor”. E ela ainda pode ser ouvida atualmente nos cinemas dos EUA em seu último papel, como Gran, a velha sogra do protagonista Grug (Nicolas Cage) em “Os Croods 2: Uma Nova Era”, após ser responsável pelas melhores piadas do primeiro filme, de 2013. Atrasado devido à pandemia, “Os Croods 2” só vai estrear no Brasil em março.
Bradford Dillman (1930 – 2018)
Morreu Bradford Dillman, que fez diversos filmes de prestígio e produções cultuadas, como “Fuga do Planeta dos Macacos” (1971), “Nosso Amor de Ontem” (1973) e “Piranha” (1978). Ele faleceu na terça (16/1) em Santa Monica, na California, devido a complicações de pneumonia, aos 87 anos. Dillman nasceu em 14 de abril de 1930, em São Francisco, e passou seus verões em Santa Barbara, atuando em produções teatrais locais. Após servir como oficial na Guerra da Coréia, ele entrou no lendário Actors Studio, de Lee Strasburg, junto com James Dean e Marilyn Monroe. E de lá fez sua estreia na Broadway em 1956, com a peça “Longa Jornada Noite Adentro”, pelo qual foi premiado como melhor ator do ano, o que lhe rendeu um contrato com o estúdio 20th Century Fox. Ele iniciou a carreira cinematográfica em 1958, como coadjuvante no drama “Um Certo Sorriso” (1958), de Jean Negulesco, e no filme de guerra “Três Encontros com o Destino”, de Philip Dunne, e recebeu o Globo de Ouro como o estreante mais promissor daquele ano. Sua carreira ganhou ainda mais impulso quando ele estrelou o suspense “Estranha Compulsão” (1959), ao lado de Dean Stockwell. O filme de Richard Fleischer recriava o famoso caso de Leopold e Loeb, dois estudantes de direito que mataram um colega para provar que poderiam cometer o crime perfeito. A história também tinha inspirado “Festim Diabólico” (1948), de Alfred Hitchcock. Mas a versão de Fleischer foi mais premiada, rendendo um troféu compartilhado de Melhor Ator a Dillman, Stockwell e Orson Wells no Festival de Cannes. O começo retumbante lhe encheu de trabalho. No ano seguinte, foi a Londres filmar o suspense “Círculo de Decepção” (1960), seu primeiro papel de protagonista, e se apaixonou no set por sua colega de trabalho, a modelo e atriz Suzy Parker. Os dois casaram e viveram juntos até a morte dela, em 2003. Em ascensão, também estrelou a cinebiografia de “São Francisco de Assis” (1961), do mestre Michael Curtiz. Mas, a partir daí, tomou uma decisão inusitada para a época, passando a fazer participações em atrações televisivas. Ele apareceu em mais de uma centena de séries, chegando até a ter um papel recorrente como um padre em “Dr. Kildare”, além de viver um vilão em um episódio duplo de “O Agente da UNCLE” que foi adaptado para o cinema. Onipresente na telinha, Dillman deixou sua marca em “Mulher-Maravilha”, “Mod Squad”, “São Francisco Urgente”, “James West”, “Missão Impossível”, “O Sexto Sentido”, “O Homem de Virgínia”, “Têmpera de Aço”, “A Ilha da Fantasia”, “As Panteras”, “O Incrível Hulk”, “Barnaby Jones”, “Galeria do Terror” e em muitas outras produções. Ao mesmo tempo, manteve-se presente no cinema, estrelando os suspenses “Obsessão de Amar” (1965) e “A Noite Convida ao Crime” (1968), o filme de guerra “A Ponte de Remagem” (1969), seu primeiro terror, “Balada Para Satã” (1971), e sua primeira sci-fi, “Fuga do Planeta dos Macacos” (1971). Voltou a trabalhar num filme premiado em “Nosso Amor de Ontem” (1973), no qual interpretou o melhor amigo de Robert Redford. Segundo a filha do ator, a obra foi a que melhor captou a essência de Dillman, particularmente durante a cena em um barco, quando os dois atores relembram suas vidas e os melhores momentos do passado. O filme venceu dois Oscars, por trilha e música original. Dillman também coestrelou dois longas da franquia “Dirty Harry” com Clint Eastwood, “Sem Medo da Morte” (1976) e “Impacto Fulminante” (1983). E se especializou em filmes de desastre com ataques de animais. Ele estrelou três produções do gênero: “Praga Infernal” (1975), “O Enxame” (1978) e o clássico “Piranha” (1978). O ator ainda participou de dois novelões televisivos, “Falcon Crest” (num arco entre 1982 e 1983) e “Dinastia” (em 1984), antes de embarcar em diversos filmes B que estagnaram sua carreira. Seu último trabalho foi um telefilme: “O Coração da Justiça” (1992), dirigido pelo brasileiro Bruno Barreto.






