Michael Wolf Snyder (1987 – 2021)
Michael Wolf Snyder, responsável pela captação e mixagem de som do premiado filme “Nomadland”, suicidou-se aos 35 anos. Seu pai, David Snyder, encontrou o corpo no apartamento em que ele morava sozinho em Nova York, na segunda-feira (1/3), depois que amigos e familiares ficaram sem ter notícias por vários dias. “Michael tirou sua própria vida em algum momento da semana passada e não foi descoberto até que eu fui ver como ele estava na segunda-feira, depois de ficar sem contato por vários dias”, escreveu David Snyder no Facebook. “Ele sofria de depressão grave há muitos anos. Para a maioria das pessoas, é uma doença que aumenta e diminui com o passar dos anos. Tenho certeza de que foi difícil para Michael ter passado a maior parte do ano passado sozinho em seu pequeno apartamento no Queens, sendo responsável por lidar com o coronavírus. Apesar disso, todos acreditávamos que ele estava bem e, durante a maior parte do ano passado, acho que estava. Ele parecia especialmente alegre e revigorado nos últimos meses, já que pôde voltar a trabalhar em vários projetos de filmes diferentes”. A diretora Chloé Zhao, que trabalhou com Snyder em “Nomadland” e em seu filme anterior, “Domando o Destino”, de 2017, também publicou uma mensagem. “Eu sempre olhava para Wolf após cada tomada. Eu não usava fones de ouvido no set, então confiei muito em Wolf para ser meus ouvidos. Ele acenava para mim com um sorriso feliz, ou lágrimas nos olhos, ou às vezes ele sinalizava discretamente ‘mais um’. Durante ‘Domando o Destino’, Wolf sugeriu uma ideia que mais tarde levamos para ‘Nomadland’ – gravar tons da sala por mais tempo do que o necessário como uma chance de experimentar o silêncio. Depois de nos movimentarmos em cada local, sentávamos juntos, em silêncio, sintonizados, ouvindo e honrando o mundo ao nosso redor. Eu sempre vou sentir falta dele. Ele sempre estaria comigo no set, após cada tomada, e no silêncio de cada tom da sala. Vejo você na estrada, meu amigo”, concluiu A estrela de “Nomadland”, Frances McDormand, manifestou-se em um comunicado: “Wolf gravou nossos batimentos cardíacos. Cada respiração nossa. Para mim, ele é ‘Nomadland’. ” Charlene Swankie, que interpretou a si mesma no filme, também lamentou. “É triste saber que o homem do som de Montana, M Wolf Snyder, faleceu”, ela escreveu em sua página do Facebook na manhã deste sábado (6/3). “Wolf tinha grande foco, um coração bondoso e um espírito indelével. Ele fez o som em ‘Nomadland’. Portanto, se você assistir a esse filme magnífico, pare um pouco, feche os olhos e ouça toda a beleza que ele capturou. ” Outro comunicado divulgado em nome de todo o elenco e equipe de “Nomadland” acrescentou: “Enquanto nossos corações se partem com a perda de Wolf, esperamos que seja um conforto saber que seu espírito viverá para sempre em cada risada que ele gravou, em cada brisa, e cada galope de cavalo. Ele fazia parte da nossa pequena família de filmes e sua alma bondosa tocou a todos nós. Wolf realmente trouxe vida ao nosso filme. Enviamos nossas condolências a sua família em nome de toda a equipe ‘Nomadland’. Veremos você na estrada, doce amigo.” Snyder começou sua carreira em 2011 como operador de microfone no thriller “Ocupante”. Ele também trabalhou no documentário “Pais” (2019), de Bryce Dallas Howard, na série “Belas Maldições” (Good Omens), da Amazon, e em vários curtas-metragens. O diretor Yuval David, com quem ele estava trabalhando, também acessou o Facebook para expressar suas condolências. “Michael Wolf Snyder foi o super premiado mixer de som que gravou o áudio do set para o último longa-metragem que dirigi. Sua trágica perda é dolorosamente ouvida. Não importa o barulho ou o silêncio, verifique as pessoas, para garantir que ninguém se sinta sozinho. A depressão leva as pessoas ao desespero sombrio. Seja a luz para ajudá-los – mesmo se você achar que eles já têm uma luz, dê-lhes uma luz extra de amor, bondade e esperança. ”
Gotham Awards premia Domando o Destino como Melhor Filme, além de Toni Collette e Ethan Hawke
A primeira grande premiação americana da temporada, o Gotham Awards 2018, anunciou seus vencedores na noite de segunda-feira (26/11), em Nova York. E os resultados trouxeram muitas surpresas, a começar pelo drama “Domando o Destino”, da cineasta chinesa Chloé Zhao, eleito o Melhor Filme. O troféu, dedicado aos melhores do cinema independente, tradicionalmente abre a temporada de premiações da indústria cinematográfica americana e serve para apontar os primeiros favoritos aos prêmios mais cobiçados, entre eles o Oscar. Nos últimos anos, os vencedores do Gotham foram “Birdman” (2014), “Spotlight” (2015), “Moonlight” (2016) e “Me Chame pelo Seu Nome” (2017) – três deles também venceram o Oscar de Melhor Filme. Curiosamente, “Domando o Destino” foi lançado em 2017 e disputou o Spirits Award do ano passado – a premiação rival do Gotham – , de onde saiu sem reconhecimento, mas rendeu a contratação da sua diretora pela Marvel – Chloé Zhao vai dirigir o filme dos Eternos. O drama indie acompanha um jovem cowboy que sofre um ferimento na cabeça quase fatal e é proibido de disputar rodeios, o que o leva a uma jornada em busca de uma nova identidade e o que significa ser um homem no coração da América. Elogiadíssimo pela crítica, tem 97% de aprovação no Rotten Tomatoes. Mas o público brasileiro não o verá nos cinemas. Ele -saiu direto em VOD por aqui e está disponível em várias plataformas digitais. O Gotham Awards também reservou surpresas em sua premiação de intérpretes, com a consagração de Toni Collette como Melhor Atriz pelo terror “Hereditário”. Já o Melhor Ator era o favorito, Ethan Hawke, por sua performance em “First Reformed”. “First Reformed”, inédito no Brasil, e “A Favorita”, exibido pela primeira vez no país durante a abertura da Mostra de São Paulo, eram os filmes com mais indicações. Além de premiar Hawke pelo desempenho como um padre que perdeu a fé, “First Reformed” também deu ao veterano cineasta Paul Schrader o troféu de Melhor Roteiro. Já “A Favorita” ficou um troféu especial, em reconhecimento à interpretação de suas três atrizes principais, Emma Stone, Rachel Weisz e Olivia Colman. Entre os trabalhos de estreantes, o grande destaque acabou sendo “Oitava Série”, que venceu os prêmios de Revelação do ano, nas categorias de Direção (Bo Burnham) e Atuação (Elsie Fisher). As demais categorias destacaram o documentário “Won’t You Be My Neighbor?”, sobre o célebre apresentador infantil Fred Rogers, e “Killing Eve” como a Melhor Série que estreou este ano. Confira abaixo a lista completa dos premiados. Melhor Filme “Domando o Destino” Melhor Documentário “Won’t You Be My Neighbor?” Melhor Ator Ethan Hawke, por “First Reformed” Melhor Atriz Toni Collette, por “Hereditário” Ator/Atriz Revelação Elsie Fisher, por “Oitava Série” Diretor Revelação Bo Burnham, por “Oitava Série” Melhor Roteiro “First Reformed”, de Paul Schrader Melhor Série Estreante “Killing Eve” (BBC America) Prêmio Especial de Melhor Elenco Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz, por “A Favorita”.
Gotham Awards: A Favorita e First Reformed lideram indicações ao primeiro grande prêmio de cinema do ano
A primeira grande premiação americana da temporada, o Gotham Awards 2018, anunciou seus indicados. O troféu, dedicado aos melhores do cinema independente, tradicionalmente abre a temporada de premiações da indústria cinematográfica americana e serve para apontar os primeiros favoritos aos prêmios mais cobiçados, entre eles o Oscar. Nos últimos anos, os vencedores do Gotham foram “Birdman” (2014), “Spotlight” (2015), “Moonlight” (2016) e “Me Chame pelo Seu Nome” (2017) – três deles também venceram o Oscar de Melhor Filme. A lista de indicados deste ano destaca “First Reformed”, inédito no Brasil, e “A Favorita”, exibido pela primeira vez no país na noite de quarta (17/10), durante a abertura da Mostra de São Paulo. Em “First Reformed”, do veterano Paul Schrader (roteirista de “Taxi Driver”), o ator Ethan Hawke interpreta um padre em crise com sua própria fé, enquanto “A Favorita”, do grego Yorgos Lanthimos (“O Sacrifício do Cervo Sagrado”), acompanha a luta de duas confidentes (Emma Stone e Rachel Weisz) pela atenção de uma fragilizada Rainha Ana (Olivia Colman). Por sinal, a organização do Gotham Awards resolveu premiar as três atrizes desse filme com um troféu especial, em reconhecimento ao seu desempenho. Mas isso também as tirou da competição do prêmio de Melhor Atriz. Os dois títulos também disputam o prêmio de Melhor Filme com “If Beale Street Could Talk”, de Barry Jenkins (o diretor de “Moonlight”), “Madeline’s Madeline”, de Josephine Decker (diretora de dramas indies inéditos no Brasil) e “Domando o Destino” (The Rider), da chinesa Chloé Zhao, que curiosamente foi lançado em 2017, indicado ao Spirits Award do ano passado – a premiação rival do Gotham – e saiu direto em VOD no Brasil. Quem notou a ausência do badalado “Roma”, de Alfonso Cuarón, talvez não tenha reparado que o filme da Netflix é uma produção mexicana, falada em espanhol, e, portanto, não se qualifica para premiações de melhores filmes dos Estados Unidos. Mas sua intérprete, Yalitza Aparicio, foi lembrada na categoria de Revelação. Os responsáveis pela seleção do Gotham Awards são críticos de cinema, organizadores de festivais e curadores. Por isso, supostamente, não deveria haver muita relação entre o troféu e as consagrações seguintes, feitas por profissionais da indústria. Mas, como revela a coincidência de prêmios, os vencedores do primeiro grande prêmio da temporada acabam chamando atenção para si e passam a aparecer no radar das demais premiações. A entrega do Gotham Awards acontece em 26 de novembro, dando o pontapé inicial para a enxurrada de prêmios que fecha 2018 e abre 2019. Confira abaixo a lista completa de indicados. Melhor Filme “A Favorita” “First Reformed” “If Beale Street Could Talk” “Madeline’s Madeline” “Domando o Destino” Melhor Documentário “Bisbee ’17” “Hale County This Morning, This Evening” “Minding the Gap” “Shirkers” “Won’t You Be My Neighbor?” Melhor Ator Adam Driver, por “Infiltrado na Klan” Ben Foster, por “Leave No Trace” Richard E. Grant, por “Can You Ever Forgive Me?” Ethan Hawke, por “First Reformed” Lakeith Stanfield, por “Sorry to Bother You” Melhor Atriz Glenn Close, por “The Wife” Toni Collette, por “Hereditário” Kathryn Hahn, por “Mais Uma Chance” Regina Hall, por “Support the Girls” Michelle Pfeiffer, por “Where is Kyra?” Ator/Atriz Revelação Yalitza Aparicio, por “Roma” Elsie Fisher, por “Eighth Grade” (A24) Helena Howard, por “Madeline’s Madeline” KiKi Layne, por “If Beale Street Could Talk” Thomasin Harcourt McKenzie, por “Leave No Trace” Diretor Revelação Ari Aster, por “Hereditário” Bo Burnham, por “Eighth Grade” Jennifer Fox, por “O Conto” Crystal Moselle, por “Skate Kitchen” Boots Riley, por “Sorry to Bother You” Melhor Roteiro “A Favorita”, de Deborah Davis e Tony McNamara “First Reformed”, de Paul Schrader “Mais Uma Chance”, de Tamara Jenkins “Support the Girls”, de Andrew Bujalski “Thoroughbreds”, de Cory Finley Melhor Série Estreante “Alias Grace” (Netflix) “The End of the F***ing World” (Netflix) “Killing Eve” (BBC America) “Pose” (FX) “Sharp Objects” (HBO) Prêmio Especial de Melhor Elenco Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz, por “A Favorita”.


