Regina Duarte se retrata por fake news com foto de Leila Diniz
Ex-secretária da Cultura de Bolsonaro foi condenada a pagar indenização e publicar retratação após processo movido pela filha da atriz
Regina Duarte tem duas semanas para pagar R$ 74 mil por uso deturpado da imagem de Leila Diniz
Atriz tem até 13 de junho para pagar o valor por danos morais e juros após sentença judicial
Wagner Moura vai estrelar novo filme do diretor de “Bacurau”
O thriller político "O Agente Secreto" vai se passar no Recife em 1977, durante os últimos anos da ditadura militar
Regina Duarte é condenada por uso indevido da imagem de Leila Diniz
A atriz foi processada pela filha de Leila Diniz por incluir foto fora de contexto em defesa da ditadura militar
Carlos Lyra, ícone da bossa nova, morre aos 90 Anos
Carlos Lyra, um dos principais nomes da bossa nova, faleceu na madrugada deste sábado (16/12), aos 90 anos. O compositor estava internado desde quinta-feira (14/12) no Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca, devido a um quadro de febre que se agravou com uma infecção. Conhecido por clássicos atemporais, Lyra deixou um legado inestimável no cenário musical brasileiro. Nascido no Rio de Janeiro em 1933, ele começou sua jornada musical ainda na infância, desenvolvendo-se ao longo dos anos como um talentoso compositor e violonista. Foi um dos fundadores da Academia de Violão, um importante berço musical da bossa nova, e teve participações marcantes no desenvolvimento do gênero. Além de suas próprias canções, Lyra colaborou com grandes nomes como Vinicius de Moraes, João Gilberto e Tom Jobim, que o considerava o “maior melodista do Brasil”. Origens da bossa nova A Academia de Violão foi um marco na cena musical do Rio de Janeiro, localizada em um quarto-e-sala em Copacabana. Apesar do espaço modesto, cedido por um amigo de Lyra, a academia foi essencial no nascimento das primeiras canções da bossa nova e se tornou um celeiro de talentos da bossa nova, frequentado por artistas como Marcos Valle, Edu Lobo, Nara Leão e Wanda Sá. Curiosamente, a academia encerrou suas atividades após um incidente envolvendo um preservativo usado encontrado no sofá. O público começou a reconhecer o talento de Lyra com a canção “Menino”, interpretada por Sylvia Telles em 1956. Em 1957, Lyra participou do primeiro show da bossa nova na Sociedade Hebraica – que usou pela primeira vez a expressão bossa nova. Em 1959, João Gilberto incluiu canções de Lyra em seu histórico LP “Chega de Saudade”, como “Maria Ninguém”, “Lobo Bobo” e “Saudades Dez um Samba”. Lyra priorizou a composição, marcando presença significativa nos três primeiros discos de João Gilberto. Outra grande parceria do artista foi com Vinicius de Moraes, iniciada na década de 1960. Juntos, eles criaram mais de 20 canções, muitas das quais se tornaram ícones da bossa nova e da música popular brasileira. Entre essas obras, destaca-se a trilha sonora do musical “Pobre Menina Rica” (1962) e como canções como “Você e Eu”, “Coisa mais Linda” e “Minha Namorada”. Essas músicas não apenas definiram o som e o espírito da bossa nova, mas também se mantêm atuais, sendo constantemente regravadas e reinterpretadas por novos artistas. Não por acaso, Vinicius referia-se a Lyra como parte da “Santíssima Trindade” da bossa nova, ao lado de Baden Powell e Tom Jobim. Engajamento político e artístico Além de sua contribuição musical, Lyra também foi ativamente envolvido no cenário político e cultural. Em 1961, foi um dos fundadores do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde apresentou jovens compositores da Zona Sul do Rio, como Nara Leão. Ele também compôs o “Samba da Legalidade” durante a Campanha da Legalidade – para impedir um golpe e garantir a posse o Presidente João Goulart. Em 1962, musicou “Couro de Gato”, curta-metragem premiado de Joaquim Pedro de Andrade que foi incluído como segmento do filme histórico “Cinco Vezes Favela”, além de ter feito a trilha de “Gimba”, dirigido por Flávio Rangel. No mesmo ano, ainda participou do histórico Festival de Bossa Nova, realizado no Carnegie Hall, em Nova York, que colocou a bossa nova no cenário internacional. Com o golpe militar de 1964, o cenário político do Brasil sofreu uma transformação dramática, afetando profundamente artistas e intelectuais. Lyra, conhecido por suas posições políticas firmes, sentiu diretamente o impacto dessas mudanças e, diante do ambiente repressivo instaurado pelo regime militar, decidiu deixar o país. Durante seu exílio, viveu e trabalhou nos Estados Unidos e no México, continuando a produzir música e a expressar suas ideias através da arte, em contato com artistas americanos como Stan Getz. Sua volta ao Brasil ocorreu em 1971, um momento ainda marcado por intensa repressão política. A volta ao Brasil Lyra voltou casado com a modelo americana Kate Lyra, com quem desenvolveu composições em inglês como “I See Me Passing By”, “Nothing Night” e “It’s so Obvious” (versão de “Cara Bonita”). Mas Kate acabou se tornando conhecida no Brasil por outro motivo, graças a sua participação em humorísticos como “A Praça da Alegria” e “Viva o Gordo”, em que desempenhava o papel de uma americana ingênua – ela marcou época com o bordão “brasileiro é tão bonzinho”. Os dois tiveram uma filha, Kay Lyra, que também virou cantora. Em sua volta, o compositor se aproximou da TV, contribuindo para a trilha sonora da novela “O Cafona” (1971) com as canções “Tudo que Eu Sou Eu Dei” e “Gente do Morro”, esta última uma colaboração original com Vinicius de Moraes para a peça “Eles Não Usam Black-Tie”, de Gianfrancesco Guarnieri. Em 1973, Lyra assinou com a gravadora Continental e lançou o álbum homônimo “Carlos Lyra”. Mas seu disco seguinte, “Herói do Medo” (1974) foi censurado na íntegra e só liberado e lançado em 1975. Indignado, Lyra voltou a se mudar para os EUA, onde viveu por dois anos, participando da “terapia do grito primal” de Arthur Janov e estudando astrologia na Sideral School of Astrology. Ele retornou ao Brasil em 1976, lançando pela Editora Codecri, do jornal “O Pasquim”, o livro “O Seu Verdadeiro Signo”. Ele participou ativamente do Congresso da UNE realizado em Salvador em 1979, regendo um coro de cinco mil estudantes na canção “Hino da UNE”, de sua autoria e de Vinicius de Moraes. E seguiu nos anos 1980 trabalhando em diversos projetos culturais, como “Vidigal”, peça teatral de Millôr Fernandes, “As Primícias”, de Dias Gomes, e “O Dragão e a Fada”, peça infantil premiada no México, além de fazer colaborações com o cantor espanhol Julio Iglesias. Big in Japan Sua carreira internacional explodiu com shows no Japão e participações em festivais de jazz, levando-o a turnês no exterior que ocuparam boa parte de sua agenda nos anos 1980 e 1990. Ele chegou a lançar um disco exclusivo no Japão, “Bossa Lyra”, em 1993. Depois de compor a trilha do filme “Policarpo Quaresma, Herói do Brasil” (1997), voltou para o Japão para uma série de shows, vivendo uma ponte aérea internacional entre apresentações em Tóquio e no Rio. Em 2001, seu disco “Saravá” foi premiado pela revista japonesa Record Collectors como o melhor relançamento do ano. Um dos marcos dos anos 2000 foi sua colaboração com o letrista Aldir Blanc. Juntos, compuseram 19 músicas para o musical “Era no Tempo do Rei”, baseado no livro de Ruy Castro. Esse projeto, realizado entre 2009 e 2010, demonstrou a versatilidade de Lyra e sua habilidade em adaptar-se a diferentes contextos e estilos musicais. Ao longo da carreira, Lyra participou de vários shows comemorativos, dos 25 anos, dos 50 anos e dos 60 anos da bossa nova, além de ter sido entrevistado para diversos documentários sobre o tema. Mas nunca pensou em se aposentar. No ano passado, quando completou 90 anos, lançou do álbum “Afeto”, uma compilação de suas músicas interpretadas por diversos artistas, demonstrando o amplo reconhecimento e respeito que Lyra conquistou no mundo da música.
A Batalha da Rua Maria Antônia | Filme vencedor do Festival do Rio ganha trailer
A Paranoid divulgou o trailer de “A Batalha da Rua Maria Antônia”, filme vencedor do Festival do Rio, que narra um conflito de estudantes paulistas em 1968, durante a época da ditadura militar. A produção retrata os acontecimentos em torno da noite de outubro de 1968 que ficou conhecido como “Batalha da Rua Maria Antônia”, conflitos vividos por professores e estudantes no prédio da Faculdade de Filosofia da USP, que montaram uma vigília para garantir a votação no pleito do movimento estudantil em plena repressão da ditadura militar. Eles enfrentam os ataques do Comando de Caça aos Comunistas vindos do outro lado da rua, da Universidade Mackenzie. Quando o confronto explode, gritos, molotovs, pedras, paus e bombas caseiras são atiradas, e as 24 horas vividas com a paixão da juventude dos anos 1960, em defesa da democracia, se misturam com a iminência da invasão dos militares ao prédio da USP. O confronto resultou na morte do estudante secundarista José Carlos Guimarães, que estudava no Colégio Marina Cintra da Rua da Consolação, atingido na cabeça por um tiro vindo da Mackenzie, e no incêndio do prédio da USP pelos estudantes de direita. O acontecimento influenciou a transferência dos cursos da USP da rua Maria Antônia para a Cidade Universitária, no bairro do Butantã, cuja obra já estava em andamento. Primeiro longa dirigido por Vera Egito (da série “Todxs Nós”), “A Batalha da Rua Maria Antônia” foi filmado em preto e branco em 21 planos sequências, e inclui em seu elenco jovem os atores Pâmela Germano (“Dois Tempos”), Caio Horowicz (“Lov3”), Philipp Lavra (“Rotas do Ódio”), Gabriela Carneiro da Cunha (“Anna”), Isamara Castilho (“3%”), Juliana Gerais (“Dente por Dente”). Ainda sem previsão de estreia comercial, o filme terá sessões em 25, 28 e 29 de outubro na Mostra de São Paulo.
Filme sobre conflito de estudantes paulistas de 1968 vence Festival do Rio
O Festival do Rio 2023 anunciou na noite de domingo (15/10) os vencedores da mostra Première Brasil, em cerimônia realizada no Cine Odeon, no centro do Rio. “A Batalha da Rua Maria Antônia”, de Vera Egito, que narra um conflito de estudantes paulistas em 1968, durante a época da ditadura militar, foi eleito o Melhor Filme. Mas o longa com mais premiado foi “Pedágio”, de Carolina Markowicz, vencedor de quatro troféus, dos quais três foram para o elenco: Melhor Atriz para Maeve Jinkings, Melhor Ator para Kauã Alvarenga e Melhor Atriz Coadjuvante para Aline Marta Maia. Os dois filmes foram dirigidos por mulheres e uma cineasta feminina venceu o prêmio de Melhor Direção: Lillah Halla, por “Levante” – que também foi reconhecido na categoria de Melhor Edição, feita por Eva Randolph, mais uma mulher na equipe técnica de um filme. “O Dia que te Conheci”, de André Novais de Oliveira, ficou com o Prêmio Especial do Júri e dividiu o troféu Redentor de Melhor Atriz, também conferido a Grace Passô. Já o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante ficou com Carlos Francisco, por “Estranho Caminho”, que recebeu ainda o troféu de Melhor Roteiro, escrito por Guto Parente. Confira abaixo a lista completa dos premiados, incluindo os troféus da mostra Novos Rumos e o Prêmio Félix para os destaques LGBTQIAPN+ do festival. PREMIÈRE BRASIL Melhor filme de ficção: “A Batalha da Rua Maria Antônia”, de Vera Egito Prêmio especial do júri: “O Dia que te Conheci”, de André Novais de Oliveira Melhor direção de ficção: Lillah Halla, por “Levante” Melhor atriz: Maeve Jinkings, por “Pedágio”, e Grace Passô, por “O Dia que te Conheci” Melhor ator: Kauã Alvarenga, por “Pedágio” Melhor atriz coadjuvante: Aline Marta Maia, por “Pedágio” Melhor ator coadjuvante: Carlos Francisco, por “Estranho Caminho” Melhor roteiro: Guto Parente, por “Estranho Caminho” Melhor fotografia: Evgenia Alexandrova, por “Sem Coração” Melhor direção de arte: Vicente Saldanha, por “Pedágio” Melhor montagem: Eva Randolph, por “Levante” Melhor documentário: “Othelo, o Grande”, de Lucas H. Rossi dos Santos Melhor direção de documentário: Daniel Gonçalves, por “Assexybilidade” Menção honrosa de documentário: “Black Rio! Black Power!”, de Emílio Domingos Melhor curta: “Cabana”, de Adriana de Faria PREMIÈRE BRASIL – NOVOS RUMOS Melhor longa: “Saudade fez Morada Aqui Dentro”, de Haroldo Borges Melhor curta: “Dependências”, de Luisa Arraes Melhor direção: Ricardo Alves Jr., por “Tudo o que Você Podia Ser” Prêmio especial do júri: “A Alma das Coisas”, de Douglas Soares Menção honrosa: “Iracemas”, de Tuca Siqueira, e “Bizarros Peixes das Fossas Abissais”, de Marão PRÊMIO FÉLIX Melhor filme brasileiro: “Sem Coração”, de Tião e Nara Normande Melhor Filme Internacional: “20.000 Espécies de Abelhas”, de Estibaliz Urresola Solaguren Melhor documentário: “Orlando, minha Biografia Política”, de Paul B. Preciado Menção honrosa de documentário: “Assexybilidade”, de Daniel Gonçalves Prêmio especial do júri: “Tudo o que Você Podia Ser”, de Ricardo Alves Jr. Troféu Suzy Capó de personalidade do ano: Nanda Costa e Lan Lanh
Remake de “Elas por Elas” contará trama censurada em 1982
O remake da novela “Elas por Elas” não será igual ao de “Pantanal”, que seguiu muito de perto a trama original. Desta vez, a Globo vai diferenciar a novela com uma reviravolta narrativa a partir do 100º capítulo, que passará a apresentar uma história inédita para o público. Os autores Alessandro Marson e Thereza Falcão ( “Nos Tempos do Imperador”) decidiram desenvolver um enredo do autor original, Cassiano Gabus Mendes, que foi censurado pela ditadura em 1982, envolvendo os personagens Jonas (Mateus Solano) e Adriana (Thalita Carauta). O conservadorismo da ditadura era tanto que uma história de amor, hoje banal, foi considerada imprópria pelos censores. A grande ironia é que as cenas censuradas na novela original das 19h serão agora exibidas às 18h sem qualquer problema. Contexto histórico Na versão resgatada da trama censurada em 1982, Jonas, que é casado com Helena (Isabel Teixeira), irá morar com Adriana após deixar a esposa. Vale lembrar o contexto histórico da época. A começar pelo fato de o divórcio só ter virado lei no Brasil em 1977, mesmo assim sob forte pressão contrária dos defensores dos valores da família, e permitido apenas para desquitados (já separados) e somente uma vez – a situação legal do divórcio de hoje é da Constituição de 1988. Naqueles tempos, os defensores da moral e dos bons costumes achavam um escândalo um homem se separar de uma mulher e depois viver com outra. Para completar, havia ainda outro complicador na história. Jonas tinha um filho com Helena, Giovanni (Filipe Bragança), que acaba se apaixonando por Isis (Rayssa Bratillieri), filha de Adriana. As faíscas desse namoro juvenil são um dos destaques da produção. Elenco e direção “Elas por Elas” gira em torno de sete mulheres de mais de 40 anos com diferentes personalidades, num reencontro depois de mais de duas décadas afastadas. As sete protagonisas são interpretadas por Maria Clara Spinelli (“A Força do Querer”), Karine Teles (“Manhãs de Setembro”), Deborah Secco (“Salve-se Quem Puder”), Késia Estácio (“O Silêncio da Chuva”), Mariana Santos (“Cara e Coragem”) Isabel Teixeira (“Pantanal”) e Thalita Carauta (“Todas as Flores”). O elenco ainda vai contar com Lázaro Ramos (“Mister Brau”) como o detetive atrapalhado Mário Fofoca, Mateus Solano (“Amor à Vida”) como Jonas e o retorno de Cassio Gabus Mendes (“Vale Tudo”) no papel do vilão Otávio. Já a direção artística é de Amora Mautner (“Vamp”). “Elas por Elas” estreia nesta segunda (25/9) no horário das 18h na Globo.
Regina Duarte e PL são processados por filha de Leila Diniz
Janaina Diniz Guerra, filha da atriz Leila Diniz, entrou com um processo contra Regina Duarte e o Partido Liberal (PL), alegando uso indevido de imagem e “violação à honra” de sua mãe. A imagem em questão é uma fotografia de 1968 que mostra as atrizes Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengell em um protesto contra a censura imposta pela ditadura militar. A foto foi utilizada fora de seu contexto original em duas ocasiões diferentes. Em dezembro de 2022, Regina Duarte publicou em seu Instagram um vídeo de apologia à ditadura militar, reproduzindo um discurso de Jair Bolsonaro em defesa do golpe militar. No trecho em que o vídeo afirma que “64 foi uma exigência da sociedade” e que “as mulheres nas ruas pediam o restabelecimento da ordem”, a foto das seis atrizes é utilizada para ilustrar as falas. Em fevereiro de 2023, a imagem foi utilizada pelo Partido Liberal, em uma arte que comemora a conquista do voto feminino no Brasil. Na imagem, Michelle Bolsonaro aparece em primeiro plano, com a icônica fotografia ao fundo. Inversão da realidade Janaina Diniz Guerra se manifestou em nota enviada ao Splash por sua equipe de advogados: “A memória de minha mãe é de total ruptura com todo o conservadorismo defendido pelo PL e por Michelle Bolsonaro que, em sua época, foi imposto pela ditadura militar, regime ao qual ela se opôs”. E acrescentou: “O uso político, não autorizado, da imagem de minha mãe respaldando a pré-campanha de Michelle Bolsonaro é uma ofensa a tudo que minha mãe representou e representa”. Sobre Regina Duarte, Janaina ainda disse: “Quanto à Regina Duarte, respeito suas posições políticas, embora discorde por completo, mas é inadmissível que ela inverta por completo a realidade utilizando a imagem de suas colegas como se tivessem ido às ruas pedir intervenção militar, quando o protesto era justamente contra a censura imposta pela ditadura. É uma mentira publicada em suas redes como forma de incitação aos tenebrosos atos de 8 de janeiro”. Janaina Diniz Guerra pede R$ 52.800 em indenização em cada uma das ações, valor que é o limite do juizado cível.
Zé Celso Martinez Corrêa morre aos 86 anos em São Paulo
O dramaturgo José Celso Martinez Corrêa morreu nesta quinta-feira (6/7) em São Paulo. Seu estado de saúde sofreu um agravamento e o diretor teve falência dos órgãos devido às queimaduras e a inalação de fumaça tóxica. Ele estava internado na unidade de terapia intensiva (UTI) no Hospital das Clínicas desde terça-feira (4/7), quando teve 53% do corpo queimado em um incêndio causado por um aquecedor elétrico. As chamas consumiram seu apartamento, localizado no Paraíso, na zona sul paulistana. Marcelo Drummond, o marido do dramaturgo, não chegou a se queimar com o incêndio, mas segue internado após inalar monóxido de carbono. Além deles, outras duas pessoas ficaram feridas no incêndio. “Foi um horror. Acordei com as labaredas e levei um tempo para entender que era fogo de verdade”, disse o ator Ricardo Bittencourt, que também foi transferido para a UTI por inalar fumaça tóxica. Ele também revelou que o ator Victor Rosa sofreu queimaduras após enfrentar o incêndio para resgatar o dramaturgo do fogo. O apartamento de Zé Celso está interditado para a realização da perícia, que deve acontecer nas próximas horas e vai determinar a causa do incêndio. Eterno Zé Celso José Celso Martinez Corrêa nasceu em 1937, na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo. Antes de se tornar ator, estudou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco na década de 1950, onde participou do Centro Acadêmico. No período, ele não concluiu o curso e decidiu fundar o Grupo de Teatro Amador Oficina. O diretor então iniciou sua carreira com as peças autorais “Vento Forte para Papagaio Subir” e “A Incubadeira”. Ele também estendeu sua influência artística nos cinemas brasileiros, com as obras “O Rei da Vela” e “25”. Zé Celso ainda teve destaque com suas montagens de criações coletivas. Em 1961, o então Grupo Amador recebeu uma sede na Rua Jaceguai, no Centro de São Paulo. Repaginado, o grupo originou o tradicional Teatro Oficina, que é um patrimônio histórico desde 1982. A companhia é considerada uma das mais longevas em atividade no Brasil. Zé Celso Martinez se tornou um ícone das artes cênicas brasileiras por sua maneira excêntrica e ousada de elaborar peças teatrais. Ele provocou atores e público com suas obras sensoriais, guiadas pela realidade política e cultural do país. Em 1964, Zé Celso marcou sua transição do realismo para um teatro crítico com a peça “Andorra”, inspirada nas obras épicas do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. O diretor também se aprofundou nos estudos nesse período, anos antes de trazer “Galileu Galilei” para os palcos. A vida imita a arte? Dois anos depois, a sede do Teatro Oficina foi consumida por chamas de um incêndio provocado por grupos paramilitares. O grupo levantou fundos com remontagens de sucessos para reconstruir o espaço. No final da década de 1968, Zé Celso levou sua primeira peça para o Rio de Janeiro. Ele dirigiu o histórico espetáculo “Roda Viva” de Chico Buarque, que causou revolta nos simpatizantes da ditadura e teve a apresentação interrompida por pancadaria de fascistas. A obra provocadora teve remontagem em 2019. Os integrantes do Teatro Oficina foram vítimas de perseguição do regime militar. As obras desafiavam a repressão com a anarquia de Zé Celso Martinez, o que acabou rendendo um exílio de quatro anos para o artista. Em 1974, o diretor se exilou em Portugal após ficar detido por 20 dias e ser torturado. No período, ele apresentou algumas peças e dirigiu o documentário “O Parto”. Nos últimos anos, Zé Celso passou a se dedicar a pesquisas e oficinas ministradas no espaço teatral. Mas também retornou ao cinema, estrelando “Fédro” (2021), ao lado de Reynaldo Gianecchini, um dos muitos atores que ajudou a revelar no teatro. A lista de estrelas que Zé Celso legou ao Brasil é simplesmente inacreditável, incluindo Marieta Severo, Marília Pera, Zezé Motta, Raul Cortez, Roberto Borghi e até Tarcísio Meira. Em 2010, o dramaturgo foi anistiado pelo Estado brasileiro e recebeu uma indenização de R$ 570 mil. Em junho deste ano, Zé Celso se casou com o ator Marcelo Drummond após uma relação de quase 40 anos. A cerimônia foi marcada por ternos brancos no Teatro Oficina Uzyna Uzona, sede da companhia teatral do dramaturgo.
Inteligência artificial faz Maria Rita cantar com Elis Regina em comercial
Maria Rita se emocionou após participar de um novo comercial da Volkswagen. Na propaganda, a cantora aparece cantando com a mãe, a eterna Elis Regina (1945-1982). O vídeo foi lançado em celebração dos 70 anos da empresa no Brasil. Feito para celebrar os 70 anos da Vokswagen no Brasil e o lançamento da nova Kombi elétrica, o comercial reúne as artistas em uma viagem pelas estradas nacionais, cada uma numa Kombi de sua época. Nas imagens, as duas cantam “Como Nossos Pais”, música de Belchior que fez sucesso na voz de Elis na década de 1970. A empresa automobilística contou com o uso da inteligência artificial para criar novas imagens de Elis Regina, nas quais ela aparece observando a filha com orgulho. O próprio Belchior foi lembrado, ao aparecer estampado numa camiseta durante o vídeo. Maria Rita conferiu a versão final da propaganda em um palco da empresa, em primeira mão. E desabou em lágrimas ao ver o resultado. A cena foi recebida sob aplausos da plateia, que também se emocionou com as imagens. Recepção do público Logo após o lançamento, o comercial viralizou e virou um dos assuntos mais comentados do dia nas redes sociais. Mas enquanto muitos fãs de Elis Regina se emocionaram com a “genialidade absurda”, outros lembraram que a empresa ajudou a sustentar a ditadura militar no período em que a cantora era viva. Teve também quem ficasse assustado com a tecnologia, com direito à lembrança de “Black Mirror”. Confira o comercial e sua repercussão abaixo. O comercial dos 70 anos da Volkswagen acaba de entrar para a história dos melhores e mais emocionantes já feitos. Elis Regina 'ao lado' de Maria Rita com as diferentes gerações da Kombi é de uma genialidade absurda. Que coisa linda. pic.twitter.com/SZRV0zAalZ — Sérgio Santos (@ZAMENZA) July 4, 2023 A emoção da Maria Rita vendo o resultado da Inteligência Artificial a colocando ao lado de Elis Regina no comercial já histórico dos 70 anos da Volkswagen. pic.twitter.com/zQ0oZisIeB — Sérgio Santos (@ZAMENZA) July 4, 2023 nossa que coisa mais linda essa campanha da volkswagen colocaram a maria rita e a elis regina pra cantarem juntas e eu já comecei o dia chorando pic.twitter.com/7AyRAuCTPD — luscas ™️ (@luscas) July 4, 2023 simplesmente maria rita e elis regina juntas na campanha de 70 anos da volkswagen. tem que ser forte pra ver! ❤️🔥pic.twitter.com/jWSyBLR8fv — rômulo (@romulocosta) July 4, 2023 acordei com vocês emocionados com o avatar de elis regina vendendo kombi olha sinceramente pic.twitter.com/qe6FsKn6lE — moreno (@modrigororeno) July 4, 2023 Nem acabei de reclamar do Indiana Jones de videogame e já meteram uma Elis Regina de videogame, alguém precisa tomar uma providência. — Renato Thibes (@renatothibes) July 4, 2023 A gente vive num Black Mirror, né? "Como Nossos Pais" foi escrita pelo Belchior para falar sobre o conflito de gerações acentuado pela ditadura militar. Ditadura essa que teve apoio livre da Volkswagen — a empresa que hoje, com deepfake, desenterra Elis Regina para "cantar". https://t.co/q2paaURrW8 — Alice Priestly 🏳️⚧️ (@AlicePriestly) July 4, 2023 Essa parada da Elis Regina em propaganda de uma empresa que ajudou a sustentar a ditadura militar é de uma tristeza e de um desrespeito sem tamanho. Não tem absolutamente nenhum ponto interessante ou positivo nessa história. Nada ali presta. — Gamer Antifa (@GamerAntifa) July 4, 2023 Belchior, se vivo estivesse, hoje estaria em um bar e comentaria triste: "Não entenderam nada". pic.twitter.com/4n02XcnDdz — Jurandir Filho (@jurandirfilho) July 4, 2023
Fernanda Montenegro e Fernanda Torres farão filme do diretor de “Central do Brasil”
Fernanda Montenegro e Fernanda Torres vão estrelar o novo filme do diretor Walter Salles, que quase rendeu um Oscar para Fernandona no aclamado “Central do Brasil” (1998). De acordo com a colunista Patrícia Kogut, mãe e filha na vida real estão no elenco de “Ainda Estou Aqui”, adaptação do livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva e publicado em 2015. A história apresenta a comovente história da mãe do escritor, Eunice Paiva. Ao lado de seu marido, o deputado Rubens Paiva, Eunice enfrentou os desafios impostos pela ditadura militar dos anos 1960. Com a prisão e posterior morte de seu esposo, torturado por agentes do regime, Eunice precisou assumir a difícil tarefa de criar seus cinco filhos sozinha. Em meio à dor avassaladora, ela encontrou forças para se reinventar, retomando seus estudos e se tornando uma advogada dedicada à defesa dos direitos indígenas. A obra ainda aborda a batalha enfrentada por Eunice contra o Alzheimer. A última vez em que Fernanda Montenegro e Fernanda Torres contracenaram juntas foi no especial televisivo “Amor e Sorte” em 2020, na Rede Globo. Nos cinemas, a dupla de mãe e filha também estrelou o drama “Casa de Areia” (2005), dirigido por Andrucha Waddington (“Chacrinha: O Velho Guerreiro”). O novo longa marcará o primeiro trabalho de Fernanda Montenegro com Salles desde “Central do Brasil” (1998), que levou Montenegro a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz, num marco importante para o cinema brasileiro. “Ainda Estou Aqui” será lançado no Globoplay e ainda não tem previsão de estreia.







