Advogado e vítima de Polanski chamam expulsão do diretor pela Academia de abuso
O advogado do cineasta Roman Polanski considerou um “abuso” a decisão de sua expulsão da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, anunciada na quinta-feira (3/5), junto do banimento do ator Bill Cosby, condenado na semana passada por estupro. E foi ecoado pela vítima do diretor, que chamou o ato de “cruel”. Polanski, atualmente com 84 anos, também tinha sido condenado por agressão sexual em 1977, envolvendo uma menina de 13 anos. Ele fez um acordo com promotoria pelo qual confessaria a culpa e passaria alguns dias na cadeia. Mas após cumprir esse período, percebeu nas audiências que o juiz do caso pretendia ignorar o acordo e fugiu para a França, de onde não poderia ser extraditado devido à sua nacionalidade, e lá continuou sua carreira como diretor de cinema. Mesmo no exílio, a Academia reconheceu seu trabalho, dando-lhe o Oscar de Melhor Direção por “O Pianista” (2002). “O que aconteceu tem a característica de abuso psicológico a nosso cliente, uma pessoa idosa. Colocar Bill Cosby e Roman Polanski no mesmo nível é um mal-entendido, uma perseguição”, manifestou-se o advogado do diretor, Jan Olszewski, em registro da agência France Presse. “Polanski teve apenas um incidente em sua vida, pelo qual foi considerado culpado, assumiu a responsabilidade, e pelo qual sua vítima o perdoou”, afirmou Olszewski, comparando o caso do diretor com o de Cosby, que não assumiu erro, foi acusado por mais de 40 mulheres e jamais perdoado. Segundo o advogado, o cineasta é um homem psicologicamente forte, mas está “chocado” com a decisão da Academia. “Ele já viveu coisas (ruins) em sua vida, e não está feliz. Está chocado”, ressaltou o defensor. A vítima de Polanski, Samantha Geimer, atualmente com 55 anos, também reclamou da hipocrisia da Academia ao banir Polanski após lhe dar um Oscar, descrevendo a expulsão de “um membro que há 41 anos se declarou culpado de uma única acusação e cumpriu sua sentença” como um “ato cruel que só serve às aparências”. “Isso não contribui em nada para mudar a cultura sexista em Hollywood e prova que eles comeriam uns aos outros para sobreviver”, ela escreveu em seu blog. A decisão de expulsar Polanski (e Cosby) aconteceu seis meses após a expulsão de Harvey Weinstein, cujo escândalo sexual precipitou um movimento de cunho feminista, que vem varrendo os predadores da indústria do entretenimento nos Estados Unidos, e pouco mais de um mês após o próprio presidente da Academia, John Bailey, ser inocentado de acusação de assédio sexual. Em dezembro, a Academia divulgou um código de conduta, motivado pelo caso de Weinstein, apontando que os membros da organização poderiam ser expulsos por abuso, assédio e discriminação. Polanski e Cosby foram os primeiros a ser enquadrados neste código. Assim como Polanski, Woody Allen também foi julgado por abuso de menor, a própria filha Dylan Farrow, mas o caso não resultou em condenação.
Bill Cosby e Roman Polanski são expulsos da Academia de Cinema dos EUA, responsável pelo Oscar
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, instituição responsável pelo Oscar, anunciou nesta quinta-feira (3/5) a expulsão de Bill Cosby e Roman Polanski de seu quadro de membros. O ator e o cineasta foram julgados culpados em casos de estupros distintos. Polanski nos anos 1970, situação que não o impediu de receber um Oscar em 2003 como Melhor Diretor por “O Pianista”, e Cosby na semana passada. “O Conselho continua a encorajar padrões éticos que exigem que membros mantenham os valores da Academia de respeito pela dignidade humana”, afirmou a instituição em nota. A decisão aconteceu seis meses após a expulsão de Harvey Weinstein, cujo escândalo sexual precipitou um movimento de cunho feminista, que vem varrendo os predadores da indústria do entretenimento nos Estados Unidos, e pouco mais de um mês após o próprio presidente da Academia, John Bailey, ser inocentado de acusação de assédio sexual. Em dezembro, a Academia divulgou um código de conduta, motivado pelo caso de Weinstein, apontando que os membros da organização poderiam ser expulsos por abuso, assédio e discriminação. Polanski e Cosby foram os primeiros a ser enquadrados neste código.
Ashley Judd processa Harvey Weinstein por prejudicar sua carreira
A atriz Ashley Judd entrou com uma ação na justiça da Califórnia nesta segunda-feira (30/4) por difamação e assédio sexual, entre outras acusações, contra o produtor Harvey Weinstein, alegando que ele prejudicou sua carreira depois que ela recusou o seus avanços sexuais. O processo civil, apresentado no Tribunal Superior de Los Angeles, em Santa Monica, alega que Weinstein fez com que Judd perdesse uma papel importante no filme “O Senhor dos Anéis”, ao propagar “mentiras infundadas” contra ela. Na ação, o advogado da atriz alega que Weinstein “retaliou a sra. Judd por ela rejeitar seus abusos sexuais, quando ele a encurralou em um quarto de hotel sob o pretexto de discutir negócios”. “Weinstein usou seu poder na indústria do entretenimento para prejudicar a reputação de Judd e limitar sua capacidade de encontrar trabalho”, acrescenta o processo. O texto recorda que Judd sentia que algo “invisível” estava atrasando sua carreira, mas ela não percebeu o que era até dezembro, quando ficou claro que a culpa era de Weinstein. A atriz chegou a negociar com o diretor Peter Jackson e sua equipe em 1998 para interpretar um dos dois papéis principais na trilogia de fantasia, mas Weinstein “torpedeou” a oportunidade dizendo que ela “era um ‘pesadelo’ para se trabalhar e deveria ser evitada… a todo custo”. Assim, Weinstein teria usado seu poder na indústria do entretenimento para prejudicar a reputação de Ashley Judd e limitar sua capacidade de encontrar emprego em boas produções. Segundo a atriz, ela nunca soube porque não tinha sido escalada para o filme. A verdade só surgiu após ler uma entrevista de Jackson, publicada em dezembro, na qual ele contou o que houve, afirmando que, na época, não tinha razão para questionar o que lhe foi dito, mas que agora suspeitava ter sido alimentado com informações falsas para benefício da agenda de Weinstein. Na ocasião, Jackson pediu desculpas às atrizes por ter acreditado nas mentiras de quem agora se sabe ser um predador sexual, e lamentou ter sido cúmplice na lista negra que prejudicou suas carreiras. O processo contra Weinstein também detalha as alegações feitas por outras atrizes, incluindo Salma Hayek e Uma Thurman, que dizem que o magnata ameaçou suas carreiras depois que elas o rejeitaram sexualmente. Também alega que Mira Sorvino foi igualmente preterida para um papel de “O Senhor dos Anéis” pela mesma razão que Judd. Ashley Judd foi a primeira atriz famosa a denunciar o comportamento sexualmente abusivo de Harvey Weinstein, na reportagem do jornal The New York Times publicada em outubro de 2017, inspirando uma avalanche de acusações, que deram origem ao movimento de mídia social #MeToo contra assédio e agressão sexual. Por sua coragem ao interromper o silêncio das vítimas de Weinstein, ela foi considerada uma das personalidades do ano pela revista Time. Desde sua denúncia, mais de 70 mulheres vieram à público acusar Weinstein de assédio, abuso e até mesmo estupro.
Família Getty prepara processo contra o canal FX pela minissérie Trust
Ariadne Getty, irmã de John Paul Getty III, prepara um processo contra o canal pago FX e os produtores da série “Trust” pela forma como sua família está sendo retratada na minissérie. De acordo com documentos obtidos pela revista The Hollywood Reporter, o advogado de Ariadne Getty, o já notório Martin Singer (advogado de Stallone e Brett Ratner em casos de abuso sexual), afirma que a série é “uma descrição difamatória, cruel e malvada” da família. “É irônico que você tenha intitulado sua série de televisão com o nome de Trust (confiança, em inglês)”, escreveu Singer. “Os títulos mais apropriados seriam mentira ou desconfiança, uma vez que a história difamatória que conta sobre a situação dos Getty durante o seqüestro é falsa e enganadora”. A série aborda o sequestro de John Paul Getty III, que também foi explorado no filme “Todo o Dinheiro do Mundo” sem maiores controvérsias. A diferença é que a versão da história desenvolvida por um cineasta inglês Danny Boyle e o roteirista Simon Beaufoy, ambos premiados com o Oscar por “Quem Quer Ser um Milionário?” (2008), sugere que tudo começou como um plano do próprio sequestrado para extorquir dinheiro do avô, o magnata do petróleo John Paul Getty. “Vocês estão usando uma versão falsa da tragédia da família Getty para gerar entretenimento e para seus próprios ganhos financeiros”, escreve Singer. “Isso é realmente irônico, uma vez que um dos temas de ‘Trust’ é retratar a família da minha cliente como sendo impulsionada pela ganância”. Ambientada em 1973, a trama aborda o sequestro do jovem John Paul Getty III e o pedido de resgate de milhões de dólares, já vistos no filme de Ridley Scott. Mas, na versão televisiva, o crime teria sido imaginado pela própria vítima, já que o avô, o homem mais rico dos anos 1970, não lhe liberava dinheiro. O que deveria ser um falso rapto acaba ganhando contornos inesperados quando o rapaz acaba sequestrado de verdade e o magnata se recusa a pagar. Para piorar, o pai do jovem, envolvido em drogas, não responde aos telefonemas dos raptores, deixando o problema para a mãe, quebrada financeiramente, tentar resolver. Desesperada, ela tenta fazer de tudo para salvar a vida do filho. Beaufoy escreveu e Boyle assina a direção de todos os 10 episódios da atração, que, como o filme, também conta com um elenco de cinema: Donald Sutherland (“Jogos Vorazes”), Hilary Swank (“Logan Lucky – Roubo em Família”), Brendan Fraser (“A Múmia”) e Harris Dickinson (“Ratos de Praia”) – nos papéis que em “Todo o Dinheiro do Mundo” foram vividos por Christopher Plummer (“Toda a Forma de Amor”), Michelle Williams (“Manchete à Beira-Mar”), Michael Wahlberg (“O Dia do Atentado”) e Charlie Plummer (“O Jantar”). A minissérie estreia no próximo domingo, dia 25 de março, nos Estados Unidos.
Produtor do primeiro filme sírio indicado ao Oscar consegue visto de última hora para a premiação
O produtor Kareem Abeed, do primeiro filme sírio indicado ao Oscar, conseguiu obter o visto para viajar para a cerimônia de premiação, que já acontece no domingo (4/3) em Los Angeles, nos Estados Unidos. Ele e o diretor Feras Fayyd vão representar a equipe do documentário “Últimos Homens em Aleppo”, que tinha sido toda barrada. “Meu produtor Kareem Abeed finalmente conseguiu o visto, dedos cruzados para que ele consiga entrar nos EUA agora”, escreveu o diretor do filme, Feras Fayyd, nas redes sociais. Ele agradeceu a todos que ajudaram neste processo e a solidariedade e o esforço de seus amigos americanos que “enfrentaram a proibição de Trump para nos ajudar a representar o nosso filme”. Ambos enfrentavam o decreto de Trump que baniu a entrada nos EUA de cidadãos de países de maioria muçulmana. Fayyd já está em Los Angeles e Abeed, que é sírio mas mora na Turquia, conseguiu a aprovação para viajar em cima da hora para chegar a tempo. Fayyad lamentou a ausência de Mahmoud Al-Hattar, fundador da organização civil “Capacetes Brancos”, retratada no filme e convidado pela Academia, que foi proibido de viajar. “Ele não está liberado para compartilhar a história da atual tragédia na Síria. Muito triste, porém vamos fazer o máximo para espalhar sua mensagem”, afirmou o diretor. Além dos problemas da equipe para comparecer à produção, a produção vem enfrentando uma campanha de difamação. O diretor Feras Fayyad acusou o governo russo de organizar um ataque nas redes sociais, com distribuição de fake news, para impedir a vitória do filme no Oscar, acusando-o de fazer propaganda do terrorismo. “É como se a Rússia quisesse hackear o Oscar assim como hackearam a eleição americana”, disse o diretor, em entrevista ao jornal The Guardian. Grande parte dos artigos negativos linkados nas redes sociais vem da agência de notícias Sputnik News, mantida pelo governo russo, que fornece apoio militar ao regime da Síria. Neles, o documentário de Fayyad é descrito como uma “peça de propaganda financiada por governos do ocidente” e um “filme de apologia a Al-Qaeda”. Em “Últimos Homens em Aleppo”, o diretor acompanha o trabalho dos “Capacetes Brancos”, que resgatam vítimas de bombardeios e oferecem cuidados médicos e assistência à população de Aleppo, uma das cidades mais atingidas pela guerra civil na Síria. Good news:My producer kareem abeed get his visa finally, finger cross that he mange to get in to U.S now. — Feras Fayyad (@ferasfayy) February 28, 2018 Thanks for everyone involved to helping this process and thanks for all the solidarity and the effort from the American friends for facing trump ban to help us to be with our film. — Feras Fayyad (@ferasfayy) February 28, 2018 Mahmoud white helmet's co-founder & the main subject for last men in aleppo will not able to attend, we couldn't get him passport from the Syrian regime.He is not able to share his story on the ongoing Syrian's tragedy.Very sad, but we will try our best to spread your message. — Feras Fayyad (@ferasfayy) March 1, 2018
Equipe de filme sírio indicado ao Oscar 2018 é impedida de viajar aos Estados Unidos
Indicado ao Oscar 2018 de Melhor Documentário, “Últimos Homens em Aleppo” não poderá contar com seu produtor nem com o personagem principal de sua filmagem na cerimônia de premiação. Turistas da Síria têm sua entrada proibida nos Estados Unidos desde o ano passado, devido a uma controvérsia lei de imigração do governo de Donald Trump. Para completar, o governo sírio se recusou a buscar uma solução diplomática para obter visto de viagem a tempo para o produtor Kareem Abeed e o membro fundador da organização humanitária Capacetes Brancos, Mahmoud Al-Hattar, que aparece no filme. A decisão foi considerada um golpe contra a equipe do documentário, que se tornou o primeiro filme produzido pela Síria a ser indicado ao Oscar. “Kareem, meu produtor e colega, não poderá vir para os EUA por causa da proibição de viagem do Trump”, disse o diretor de “Last Men in Aleppo”, Feras Fayyad, ao site The Hollywood Reporter. “Salvo um milagre, ele não estará no Oscar comigo. Somos artistas e só queremos compartilhar nossas histórias e nada mais. É muito triste que ele não tenha a oportunidade de compartilhar a dele”. “Últimos Homens em Aleppo” documenta as missões de busca e salvamento dos Capacetes Brancos, uma organização voluntária que atua em partes da Síria, controladas pelos rebeldes, para proporcionar auxílio médico em meio à sangrenta guerra civil que aniquila a população do país. O grupo foi selecionado para o Prêmio Nobel da Paz 2016, mas atraiu críticas do presidente sírio, Bashar al-Assad e de seus apoiadores, como o governo da Rússia, que chama os Capacetes Brancos de disfarce da Al-Qaeda. Al-Hattar também falou ao THR que está desapontado por não poder usar a plataforma Oscar para condenar “a Rússia, Assad e todos os que representam as autoridades e fornecem armas para reprimir o povo da Síria”. Ele acrescentou: “Queria estar no palco do Oscar para dizer: ‘É hora de acabar com esta guerra e parar aqueles que usam seu poder para nos destruir'”. Anteriormente, o diretor Feras Fayyad já tinha denunciado uma iniciativa de hackers e militantes do governo russo para sabotar as chances de seu filme ganhar o Oscar, por meio da proliferação de notícias falsas que afirmam que os integrantes da produção são terroristas disfarçados.
Cineasta sírio indicado ao Oscar 2018 afirma ser alvo de campanha de difamação da Rússia
O cineasta sírio Feras Fayyad, que concorre ao Oscar 2018 de Melhor Documentário por seu filme “Últimos Homens de Aleppo”, afirma estar sendo alvo de uma campanha de difamação. Ele acusa uma rede de notícias falsas da Rússia de espalhar que ele seria simpatizante do terrorismo. Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, ele afirmou que produtores de notícias falsas, adeptos de teorias da conspiração e ativistas “anti-imperialismo”, apoiados pelo governo russo, vem divulgando uma série de artigos com objetivo de depreciar seu trabalho para tirar sua chance de vencer o Oscar. “É como se a Rússia quisesse hackear o Oscar assim como hackearam a eleição americana”, disse o diretor ao jornal, fazendo referência às acusações de que o governo do Kremlin teria influenciado a eleição de Donald Trump em 2016. Em “Últimos Homens em Aleppo”, o diretor acompanha o trabalho dos “Capacetes Brancos” — organização civil e voluntária de defesa e salvamento — que atua em Aleppo, uma das cidades mais atingidas pela guerra civil na Síria. O próprio grupo humanista é alvo de uma campanha russa que os acusa de ter ligações com a Al-Qaeda, de acordo com o Guardian. Grande parte dos artigos vem da agência de notícias Sputnik News, mantida pelo governo russo, que fornece apoio militar ao regime da Síria. Neles, o documentário de Fayyad é descrito como uma “peça de propaganda financiada por governos do ocidente” e um “filme de apologia a Al-Qaeda”. A documentarista Chris Hegedus, que disputou o Oscar de Melhor Documentário em 1994, avalia que a campanha negativa pode realmente afetar as chances do cineasta sírio. “Reportagens falsas e rumores, onde a integridade de um filme é questionada, podem certamente influenciar os membros da Academia e fazê-los questionar a legitimidade da obra”, ela disse ao Guardian. Hegedus descreveu os artigos como “ultrajantes” e disse que eles “nos fazem ver como a Rússia e outros estão se intrometendo em tudo, para além das mídias sociais e das eleições políticas”.
Campanha de difamação contra Meryl Streep é ataque da direita americana
Os cartazes espalhados em Los Angeles contra Meryl Streep nesta semana foram um ataque de direita, sem nenhuma ligação com empoderamento feminino. O artista responsável pela façanha assumiu ter feito o ato em retaliação às declarações da atriz contra o presidente americano Donald Trump. “Ela nos atacou, agora nós a atacamos”, disse ele, em entrevista ao jornal The Guardian. Na última terça-feira (19/12), diversos pôsteres foram colocados em pontos estratégicos da cidade, trazendo uma foto da atriz ao lado do produtor Harvey Weinstein, envolvido num escândalo sexual gigantesco, acompanhada pela inscrição “Ela sabia” sobre seus olhos. A mensagem implícita era a de que Meryl tinha conhecimento sobre os casos de assédio sexual perpetrados pelo produtor, o que ela nega. O homem por trás da intervenção é um artista chamado Sabo, que o Guardian definiu como um “Banksy de direita”. Ele pegou carona nas alegações de Rose McGowan, uma das vítimas de Weinstein, que acusou Meryl de saber dos casos de abuso do produtor e não fazer nada. A atriz negou esta acusação na segunda (18/12). “É doloroso ter sido atacada por Rose McGowan nessa semana, mas eu gostaria que ela soubesse que eu não tinha conhecimento sobre os crimes de Weinstein, nem nos anos 1990, quando ele a atacou, nem nas décadas seguintes, quando ele atacou outras. Eu não fiquei deliberadamente em silêncio. Eu não sabia. Não aprovo o estupro em silêncio. Eu não sabia. Eu não gosto que mulheres jovens sejam estupradas. Eu não sabia que isso estava acontecendo”, escreveu Meryl enfaticamente em um comunicado. Leia a íntegra aqui. Meryl Streep tem sido alvo de campanhas de difamação desde que atacou Donald Trump em discurso, ao receber um prêmio por sua carreira no Globo de Ouro 2017. Trump retrucou que ela era “superestimada” e “lacaia de Hilary Clinton”. A atriz volta ao Globo de Ouro em 2018, indicada a novo prêmio pelo filme “The Post”.
Cartazes denunciam Meryl Streep como cúmplice de Weinstein nas ruas de Los Angeles
Diversos cartazes com uma foto de Meryl Streep ao lado do produtor Harvey Weinstein, que enfrenta dezenas de acusações de assédio e estupro, começaram a aparecer nas ruas de Los Angeles desde terça-feira (19/12). As obras retratam a atriz com uma tarja vermelha nos olhos, onde aparece a frase “ela sabia”, uma crítica direta ao relacionamento da vencedora do Oscar com Weinstein. Um dos pôsteres (foto acima) foi colocado diante da sede do Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG). Outro apareceu perto dos estúdios Fox, que distribui o novo filme da atriz. Os artistas responsáveis pelos cartazes não foram identificados, mas agiram rapidamente na carona das alegações de Rose McGowan, uma das vítimas, de que Meryl sabia dos casos de abuso cometidos por Weinstein e ainda assim não fez nada. A atriz já negou esta acusação. “Eu gostaria que ela [McGowan] soubesse que eu não tinha conhecimento sobre os crimes de Weinstein, nem nos anos 1990, quando ele a atacou, nem nas décadas seguintes, quando ele atacou outras. Eu não fiquei deliberadamente em silêncio. Eu não sabia. Não aprovo o estupro em silêncio. Eu não sabia. Eu não gosto que mulheres jovens sejam estupradas. Eu não sabia que isso estava acontecendo”, escreveu Meryl enfaticamente em um comunicado. Leia a íntegra aqui. Meryl Streep tem sido alvo de campanhas de difamação desde que atacou o presidente Donald Trump em discurso, ao receber um prêmio por sua carreira no Globo de Ouro 2017. Trump retrucou que ela era “superestimada” e “lacaia de Hilary Clinton”. A atriz volta ao Globo de Ouro em 2018, indicada a novo prêmio pelo filme “The Post”.
BBC prepara documentário sobre o escândalo sexual de Harvey Weinstein
A BBC anunciou que produzirá um documentário sobre a carreira e os escândalos sexuais de Harvey Weinstein. A direção está a cargo de Ursula MacFarlane, que comandou o documentário “Charlie Hebdo: Three Days That Shook Paris”, sobre o assassinato dos humoristas da revista francesa Charlie Hebdo. O filme retratará a ascensão e a queda de um dos produtores mais poderosos de Hollywood, além de trazer entrevistas com atrizes que foram vítimas de seus ataques, ao longo de quatro décadas. Entre as depoentes confirmadas estão Rose McGowan e Paz de la Huerta, que dizem ter sido estupradas por Weinstein. Em comunicado, os produtores executivos do documentário, Simon Chinn e Jonathan Chinn comentaram: “Ao contar a história extraordinária da ascensão e queda de Weinstein, o filme pretende chegar nas maiores questões que estão no centro do escândalo: como ele manteve o comportamento por tanto tempo, o que sua história revela sobre os homens poderosos que trabalham em Hollywood e outros lugares, e como este é um momento fundamental para discutir o tratamento das mulheres no local de trabalho”. Ainda não há previsão para o lançamento da produção. Mais de 100 mulheres acusam publicamente Harvey Weinstein de assédio, agressão ou estupro. Após Ashley Judd tomar coragem para se tornar a primeira a falar com a imprensa sobre o comportamento do magnata, em reportagem do New York Times publicada em 5 de outubro, diversas estrelas famosas foram encorajadas a compartilhar suas experiências de terror, entre elas Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Léa Seydoux e Cara Delevingne. Uma reportagem ainda mais polêmica, da revista New Yorker, apresentou as primeiras denúncias de estupro, inclusive de Mia Sorvino e Asia Argento. E logo em seguida o jornal Los Angeles Times desnudou a conexão do produtor com o mundo da moda, com relatos de modelos. Após o escândalo ser revelado, Weinstein foi demitido da própria produtora, The Weinsten Company, teve os créditos de produtor retirado de todos os projetos em andamento de que participa e foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, responsável pelo Oscar, do BAFTA (a Academia britânica), do PGA (Sindicato dos Produtores) e da Academia de Televisão, responsável pelo Emmy. Sua esposa, Georgina Chapman, estilista da grife Marchesa, pediu divórcio e ele ainda deve enfrentar um processo criminal. Desde então, outros casos foram denunciados, abrindo as portas para inúmeras acusações de assédios, abusos e estupros na indústria do entretenimento.
Charlie Sheen processa tabloide que o acusou de ter estuprado Corey Haim
O ator Charlie Sheen (das séries “Two and a Half Men” e “Anger Management”) resolveu processar o tabloide National Enquirer após a publicação de uma reportagem que o acusa de ter estuprado Corey Haim (“Os Garotos Perdidos”) nos anos 1980. O tabloide soltou a bomba em meio às denúncias de assédio que vem sacudindo Hollywood desde outubro, quando o New York Times publicou a primeira reportagem expondo Harvey Weinsten. As acusações partiram de Dominick Brascia, um ator inexpressivo que se apresentou como amigo de Haim, já falecido. Em entrevista ao tabloide, Brascia disse que Sheen, então com 19 anos, abusou sexualmente de Haim, que tinha 13 na época em que ambos trabalhavam juntos no filme “A Inocência do Primeiro Amor”, de 1986. Haim teria confidenciado detalhes do caso para o suposto amigo. Este abuso teria colocado o jovem astro na rota de autodestruição que levou à sua morte em 2010. Na ação por calúnia e difamação, o advogado de Sheen aponta que “a National Enquirer afirma ter centenas de pessoas que confirmam as acusações, mas a única pessoa citada, Dominick Brascia, foi ele próprio acusado de ter molestado sexualmente Corey Haim!”. “É igualmente ofensivo que o editor da National Enquirer, o réu Dylan Howard, esteja publicando essa história contra o Sr. Sheen com um ato de vingança pessoal, após não ter conseguido ser o primeiro a revelar a história de que o Sr. Sheen é HIV positivo”, descreve o processo. “A publicação cruel e maliciosa dessa história é particularmente ofensiva porque o Sr. Sheen é pai de cinco filhos, alguns com aproximadamente a mesma idade do Sr. Haim. Esta história não é apenas prejudicial e ofensiva para o Sr. Sheen, mas é prejudicial para a família e seus filhos pequenos também”, informa o documento. Em resposta, o grupo American Media, que publica o National Enquirer, declarou que “mal pode esperar para expor as depravações de Charlie Sheen em um tribunal de justiça”. Apesar do tom abusado da resposta, o diretor de conteúdo da American Media, Dylan Howard, é quem está sendo atualmente processado por assédio, numa história que seu tabloide não publicou. O empresário é alvo de denúncias de funcionárias de sua própria empresa, que ficaram furiosos ao descobrir, numa reportagem da revista New Yorker, que Howard estava ajudando Harvey Weinstein a tentar impedir as denúncias de assédio. Pelo menos cinco funcionárias entraram na justiça contra o patrão, que diz apenas, por meio de seu porta-voz, que as acusações “não tem fundamento”. A novela esquenta.
James Cameron diz que quase bateu em Harvey Weinstein com o Oscar de Titanic
O diretor James Cameron contou que sua vitória no Oscar de 1998 quase virou pancadaria. Ele esteve prestes a bater no produtor Harvey Weinstein com uma das estatuetas conquistadas naquela noite por “Titanic”. A situação foi revelada por Cameron em uma entrevista à revista Vanity Fair. Segundo o cineasta, a discussão entre os dois aconteceu no intervalo da premiação, pouco antes do anúncio do filme vencedor, e foi interrompida pela música que marca o retorno dos comerciais, além do apelo de alguns colegas sentados ao redor. “Eu iria acertá-lo com meu Oscar”, garante o diretor. “Mas então a música que indica que devemos retornar aos nosso assentos começou a tocar e aqueles que estavam ao nosso redor ficaram me alertando, dizendo ‘aqui não, aqui não!’. Foi como se estivesse tudo bem se brigássemos no estacionamento da festa, mas não ali no salão, porque estaríamos ao vivo”. A briga foi motivada pela forma como a Miramax – empresa na época comandada por Weinstein – tratou o cineasta Guillermo del Toro na produção de “Mutação”. Cameron é amigo de longa data do diretor mexicano. “Harvey chegou até mim todo vaidoso, falando o quanto tinha sido maravilhoso para a carreira de Toro. Eu simplesmente falei a verdade, pontuando o ‘quão maravilhoso’ ele realmente tinha sido para o diretor, baseado no que eu próprio sabia. Isso acabou iniciando uma discussão”. Weinstein costumava ser considerado o pior produtor para se trabalhar em Hollywood, mas ao mesmo tempo também era o mais premiado. Ele só não ganhou mais agradecimentos que Stephen Spielberg na história das premiações do Oscar, mas superou Deus no quesito. Ao todo, suas produções tiveram 303 indicações ao Oscar e resultaram em 75 estatuetas. Seu nome também deve ser bastante pronunciado no Oscar 2018, mas por outros motivos, após décadas de abusos sexuais do produtor virem à tona. Por sinal, Weinstein não poderá participar da cerimônia, pois foi expulso da Academia. Os organizadores do Oscar anunciaram sua exclusão da organização por meio de um comunicado, afirmando que ele “não merece respeito de seus colegas”. Saiba mais sobre o escândalo aqui.










