Jon Whiteley (1945 – 2020)
O ator e curador de museu Jon Whiteley, que recebeu um raro Oscar honorário juvenil em 1953, morreu aos 75 anos. A causa do falecimento não foi revelada. Whiteley tinha 8 anos quando ele e Vincent Winter estrelaram o drama britânico “Os Raptores”, de Philip Leacock, como meninos que encontram um bebê abandonado e decidem criá-lo. Pela desempenho, ambos receberam o Oscar honorário, uma estátua menor que o troféu original, entregue pela primeira vez em 1934 para Shirley Temple e pela última vez em 1960, para Hayley Mills. Deanna Durbin, Mickey Rooney e Judy Garland também receberam o troféu como atores mirins. Apesar da cerimônia do Oscar ser uma noite de consagração, o menino escocês não pôde ir ao evento em Los Angeles. Seus pais não deixaram. Na verdade, a carreira de ator foi um acidente na vida de Whiteley. Filho do diretor de uma escola, ele aprendeu a ler muito cedo e acabou incentivado a fazer a leitura de uma obra infantil no rádio. A desenvoltura chamou atenção de um produtor de cinema de Londres, que em 1952 o contratou para atuar no thriller criminal “Devoção de Assassino”, em que contracenou com Dirk Bogarde. Depois do Oscar mirim, ele foi trabalhar com um mestre do cinema, Fritz Lang, na aventura “O Tesouro de Barba Rubra” (1955). Também participou do thriller “O Seu Primeiro Crime” (1956), de Val Guest, e “O Jardineiro Espanhol” (1956), novamente com Dirk Bogarde. Mas a carreira foi extremamente curta, encerrando-se após mais dois papéis em episódios de séries de TV. Ao encerrar precocemente sua vida de ator, Whiteley se dedicou a seus estudos, formando-se na faculdade Pembroke e se tornando curador de museus. Ele se aposentou há alguns anos, no Ashmolean Museum, dedicado à arte e arquitetura, na cidade de Oxford. “Ao longo dos séculos, muitos indivíduos ajudaram a forjar o Ashmolean. Entre eles, há aqueles cujos espíritos ainda pulsam nas veias dessa instituição. Jon é um deles”, disse Xa Sturgis, diretor do museu, em comunicado sobre a morte do antigo funcionário.
Elizabeth Sellars (1923 – 2019)
A atriz escocesa Elizabeth Sellars, que estrelou vários clássicos de cinema nos anos 1950, morreu na segunda-feira (30/12) em sua casa na França, aos 98 anos de idade. Sellars estudou Direito e pretendia advogar antes de ser convencida por sua amiga Jean Hardwicke (sobrinha do ator britânico Cedric Hardwicke) a participar de um teste para um papel de atriz. Isto mudou sua carreira. Ela trocou de curso, matriculando-se na Academia Real de Artes Dramáticas e, em seguida, estreou nos palcos de Londres numa montagem de “Os Irmãos Karamazov”, estrelada pelo lendário Alec Guinness (o “Ben” Kenobi de “Star Wars”). A jovem atriz logo foi escalada para filmes de grandes cineastas britânicos, como “As Cartas de Madeleine” (1950), de David Lean, “O Ódio Era Mais Forte” (1952), de Basil Dearden, e “Devoção de Assassino” (1952), de Charles Crichton. Na época, Crichton chegou a descrevê-la como “um cruzamento entre o fascínio de Ingrid Bergman e o poder de Bette Davis”. Em 1954, ela fez sua estreia em Hollywood, atuando no drama criminal “A Condessa Descalça” (1954), de Joseph L. Mankiewicz, como esposa de Humphrey Bogart, que estava mais interessado em Ava Gardner, e no romance histórico “Désirée, o Amor de Napoleão” (1954), de Henry Koster, como a irmã da personagem-título, vivida por Jean Simmons – Marlon Brando tinha o papel de Napoleão. A popularidade de seus filmes americanos lhe garantiu o protagonismo ao voltar ao cinema britânico, tornando-se a principal intérprete feminina de “Entre a Terra e o Céu” (1957), novamente dirigida por Charles Crichton, e “Carga Perigosa” (1957), de Leslie Morgan. Em seguida, ainda estrelou dois filmes de John Gillermin, “O Dia em que Roubaram o Banco da Inglaterra” e “A Fúria de um Bruto”, ambos lançados em 1960, mesmo ano em que se casou com um cirurgião chamado Frank Henley – de quem ficou viúva, em 2009. Após nova passagem por Hollywood, que rendeu “55 Dias em Pequim” (1963), uma superprodução dirigida por Nicholas Ray que voltou a reuni-la com Ava Garner, Sellars viveu a mãe de Hayley Mills em “Corações Feridos” (1964) e passou a ser considerada “velha” para os padrões da indústria cinematográfica da época. Tinha chegado aos 40 anos. Seus últimos filmes foram o terror da Hammer “O Sarcófago Maldito” (1967) e o drama “O Assalariado” (1973), filmados entre um grande hiato, que a atriz preencheu com participações em várias séries clássicas, de “Os Vingadores” a “Shadows of Fear”. Ela continuou ativa na televisão britânica até 1990.

