Ator de “Malhação” volta a morar com a mãe após sumir das telas
Marco Antônio Gimenez, que ficou conhecido pelo personagem Urubu, enfrenta dificuldades financeiras aos 43 anos
Protagonista dos filmes do caso Richthofen revela estar desempregado desde setembro
O ator Leonardo Bittencourt, conhecido por interpretar Daniel Cravinhos nos filmes inspirados no caso Richthofen, expressou em uma publicação no Twitter a sua insatisfação com a falta de oportunidades no mercado audiovisual. Numa sequência de posts, o ator de 29 anos confessou a sua dificuldade em conseguir novos projetos desde setembro do ano passado. “Não aguento mais ficar desempregado. Todo teste que chega tento o meu melhor, e mesmo com a galera elogiando, nunca rola. Desde setembro nessa, fica difícil não se questionar o que estou fazendo de errado”, escreveu. Além disso, Bittencourt trouxe à tona a desigualdade existente no mercado artístico, onde muitos já estão inseridos desde a infância ou contam com o apoio da família. “A comparação é desleal porque geral da minha idade já está nessa profissão desde moleque ou há mais de 10 anos. Muitos com família para ajudar por perto”, argumentou. Em seguida, ele apagou os posts. Forasteiro no mercado Apesar de reconhecer seus privilégios enquanto homem branco e cisgênero, Bittencourt também apontou os desafios que enfrenta por não ser natural do Rio de Janeiro. Nascido em Manaus, ele se mudou para a capital fluminense aos 19 anos, em 2013, e tem se dedicado à carreira de ator desde então. “Mais eu vim de Manaus, estou sozinho por aqui há 10 anos. Eu fiz da minha vida o meu trabalho e queria poder esquecer, sair por aí viajando e tal. Mas minha responsabilidade em pagar as contas me faz não tirar a cabeça da próxima oportunidade”, lamentou Leonardo. Seguidores Bittencourt também mencionou a pressão para tornar a sua vida pessoal uma extensão do seu trabalho, revelando que assessores de imprensa já sugeriram que ele expusesse detalhes íntimos de sua vida para atrair mais atenção. No entanto, ele se recusou a se beneficiar dessa exposição. “Já rolou papo em outros tempos de assessoria de imprensa sugerindo eu explorar minha vida pessoal, falando de quem estava beijando… E isso é uma parada que nunca me viram fazendo por aí”, acrescentou. “Tamo mais do que nunca vivendo essa era dos números de seguidores definindo personagens melhores”, apontou. “Aí tu é obrigado a fazer da tua rede social uma extensão do teu trabalho. Expor até a último detalhe de vida pessoal pra engajar… e a parte de ator deixa quieto”. Após o relato, ele recebeu mensagens de apoio dos seus seguidores. Um deles comentou: “A gente que vê de longe tem a ilusão de achar que, com um trabalho, vocês já ficam riquíssimos”, ao que Bittencourt respondeu: “O meio é cheio de vaidades e aparências. Quem demonstra fraqueza não está no topo”. Leonardo Bittencourt estreou na televisão em 2018, interpretando Hugo em “Malhação: Vidas Brasileiras”. Em 2021, ganhou destaque por sua interpretação de Daniel Cravinhos nos filmes “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou meus Pais”. Seu último papel foi em 2022, na série “No Mundo da Luna”, da HBO Max.
Colo retrata a depressão sufocante da crise econômica
A Revolução dos Cravos de abril de 1974 e a União Europeia trouxeram novos ventos, novas esperanças e novas possibilidades reais de avanço social, econômico e político a Portugal. Mas a crise bateu e trouxe desalento e frustração ao mundo familiar da classe média lusitana. As pessoas precisam de colo, mas quem há de poder dar-lhes, em momentos de dureza e restrições, impostos por uma política de austeridade, que lá, como cá no Brasil, produz desemprego, perda de direitos, roubando sonhos dos jovens e deixando a todos exaustos? “Colo”, da realizadora portuguesa Teresa Villaverde, é um mergulho no microcosmos doméstico que se esfacela pelo desamparo e diante da perda do direito à própria felicidade. Quando o pai tem de viver um prolongado e desesperador período de desemprego, a mulher tem de multiplicar seus trabalhos para tentar suprir as necessidades da casa, enquanto a filha adolescente entra na fase de rebeldia e contestação. Tudo começa a desmoronar. Todos se distanciam, uns dos outros, e vão perdendo a capacidade de entrar em empatia com o que vive cada um. O filme mostra o desgaste da família que produz uma incapacidade de reagir ao que quer que seja. É destrutivo viver nesse desalento, nessa ausência de afeto, nesse desencanto diante da vida. Teresa Villaverde se debruça também, em paralelo, na realidade próxima da adolescente e de seus amigos e de como eles enxergam a si mesmos, a seus pais e o quanto estão perdidos, sem saber como ajudar a superar a depressão da família. O filme “Colo” é um contundente retrato do que acontece às pessoas quando a crise econômica se impõe e a felicidade parece um sonho distante. É um olhar para o desamparo do ser humano. Um olhar atento, preocupado, perplexo, não propriamente desesperançado, mas sem respostas para o momento. A obra apresenta uma fotografia com tonalidades esmaecidas de cor. Nas filmagens externas, sugere um fim de tarde algo cinzento e, nos espaços internos, utiliza luz rebaixada, com ambientes escurecidos e até luzes de palco reduzidas por filtros. Isso, associado ao ritmo lento da evolução da narrativa e às performances contidas dos atores e atrizes, dá ao espectador a sensação clara de abatimento, que permeia a vida dos personagens, independentemente de qualquer diálogo. Teresa Villaverde é uma cineasta importante de uma geração que se destaca a partir dos anos 1990, renova e dá novo vigor à produção autoral do país. Representa, também, uma leva crescente de mulheres atuando de forma intensa no cinema em todo o mundo, o que tem enriquecido e trazido novas perspectivas para a sétima arte.
Eu, Daniel Blake humaniza o desespero do trabalhador desamparado pelo estado
O cineasta britânico Ken Loach chegou aos 80 anos de idade levando mais uma Palma de Ouro em Cannes, com “Eu, Daniel Blake”. A anterior foi conquistada em 2006, com “Ventos da Liberdade”. A filmografia do diretor é extensa e brilhante, envolve títulos como “Kes” (1969), “Vida em Família” (1971), “Agenda Secreta” (1990), “Terra e Liberdade” (1995), “Meu Nome é Joe” (1998), “Pão e Rosas” (2000) e “Jimmy’s Hall” (2014), para citar só alguns de seus trabalhos. Ele tem sólida formação política e um decidido e generoso olhar voltado para a classe trabalhadora. É um dos maiores críticos, no cinema, dos desmontes das políticas públicas voltadas para o bem-estar social. Em “Eu, Daniel Blake”, Loach mostra que uma política de serviço social, aparentemente destinada a proteger os mais pobres e as decorrências a que estão sujeitos, pode ser cruel e insensível, com relação àqueles que deveria apoiar. Benefícios concedidos por lei, como auxílio em situação de doença que incapacita temporariamente ao trabalho e o seguro desemprego, esbarram numa burocracia infernal, despropositada e, consequentemente, indutora de injustiça, deixando ao desamparo justamente quem lhes cabe proteger. Perguntas distantes do problema de saúde do trabalhador e totalmente inadequadas fazem parte de formulários a serem enviados somente pela Internet e os contatos se fazem por telefone ao bel prazer de um técnico que vai ligar para o trabalhador no dia e hora em que melhor lhe aprouver. Enquanto isso, o tempo passa e nada se resolve. Ou melhor, o aluguel deixa de ser pago, a luz é cortada e os mais pobres passam fome e frio dentro de casa. Quem é uma espécie de analfabeto digital, como o personagem Daniel, com 40 anos de experiência e habilidade para consertar de tudo, menos computadores, fica perdido em meio a dificuldades para ele insolúveis, na condição de viúvo, sem filhos ou netos para ajudá-lo. Assim humilhado, ele vai perdendo a própria dignidade. Além da burocracia, Ken Loach deixa claro também o quanto o espírito britânico rígido, em relação a normas e procedimentos, se torna cruel junto aos mais fracos. A famosa pontualidade inglesa se volta contra uma jovem que, com duas crianças, se perde na cidade em que acaba de chegar, mas não é atendida, em função de alguns minutos de atraso. O trabalhador é um número, tratado como objeto, para quem o sistema não é capaz de se dignar a olhar e compreender suas necessidades. Isso num período de crise e mudanças no paradigma econômico europeu, em época de desmanche do Estado de Bem-Estar Social. A filmagem de Loach mescla esse óbvio realismo crítico, capaz de revoltar qualquer pessoa de bom senso, a uma experiência emocional, que nos conta o que vivem e sentem os personagens envolvidos nessa trama kafkiana. Pessoas reais, com pensamentos e sentimentos, sua luta diária, seus valores, qualidades e defeitos, estão lá, num cinema soberbo, que exala humanismo. “Eu, Daniel Blake” tem no comediante Dave Johns um dedicado desempenho como protagonista dramático, que mantém uma leveza interpretativa muito apropriada ao tema tratado. E à situação, que é de deixar qualquer um louco, desesperado. Mas quem teve um ataque cardíaco precisa se conter a qualquer custo. A atriz Hayley Squires, no papel de Katie, a jovem a quem Daniel ajuda a sobreviver, é muito expressiva e afetiva em sua performance. O elenco, sem estrelas, é muito bom, inclusive o menino Dylan McKiernan. O roteiro é bem construído e todos os detalhes de cotidiano que aparecem são essenciais para a empatia com os dramas da classe trabalhadora em momentos de dificuldade. Não há excessos ou gordura na trama. O final é previsível, mas verdadeiro. “Eu, Daniel Blake” é um filme que pode ajudar algumas pessoas a compreenderem a realidade de uma classe social diferente da sua, experimentando com Daniel uma dimensão do cotidiano em que o respeito pelo outro vale muito. Julgar é fácil, entender é sempre muito difícil. Em tempos de redes sociais, barbaridades são postadas diariamente como se fossem verdades, elas refletem apenas a ignorância e a desinformação de seus autores. Se eles se dignassem a ver um filme como esse, quem sabe poderiam enxergar um pouco os preconceitos que os movem. Nosso mundo está cada vez mais carente de olhares como o de Ken Loach.
Após pedir emprego no Facebook, ator de A Grande Família vai estrelar vídeos de aplicativo
Pedir emprego pelo Facebook deu certo para o ator Marcos Oliveira, o Beiçola de “A Grande Família”. Uma semana após o apelo, ele conseguiu seu primeiro trabalho: estrelar uma série de vídeos para o aplicativo GetNinjas, que permite a contratação de serviços – como aulas particulares, limpeza e técnicos de informática. “Venho hoje agradecer a todos vocês que tentaram me ajudar”, disse Oliveira em um vídeo publicado em seu perfil no Facebook (veja abaixo). “A partir de janeiro eu vou estar aqui para tentar testar algumas profissões e aí vou mostrar tudo em vídeo pra vocês. Vou tentar ser um pintor, um barman, um personal trainer, um diarista e por aí vai. Vai ser engraçado”. Sem trabalho desde agosto, quando terminou a novela “Liberdade, Liberdade”, Marcos Oliveira desabafou publicamente sobre a falta de emprego em 16 de dezembro. Na ocasião, o ator disse estar disposto a aceitar qualquer trabalho na área artística, de participação na TV a animação de festas.
Ator de A Grande Família pede emprego no Facebook
Joanna Fomm fez escola. Após pedir emprego na internet, a veterana atriz brasileira foi contratada para fazer um filme (“Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola”) e uma série (“Magnifica 70”). Agora, é a vez do comediante Marcos Oliveira, o Beiçola de “A Grande Família”. Sem trabalho desde agosto, quando terminou a novela “Liberdade, Liberdade”, o ator desabafou em seu perfil no Facebook, nesta sexta-feira (16/12), pedindo uma oportunidade. Veja abaixo: Oi gente eu sou o Marcos Oliveira e estou na batalha. Estou sem contrato e quero trabalhar. Beijos. Publicado por Marcos Oliveira em Sexta, 16 de dezembro de 2016 “Está difícil. Estou tentando sobreviver. Como não conheço a tecnologia, uma amiga me ajudou. As pessoas acham que sou contratado da Globo e eu não sou”, disse o ator ao UOL. “Não tenho dinheiro para pagar aluguel e as contas. Fiz dois empréstimos para sobreviver acreditando que acharia um trabalho logo. Estou juntando dinheiro para tentar pagar o aluguel desse mês. Se não pagar, daqui a pouco estou sendo despejado”, lamentou. O ator de 60 anos revelou que nunca teve contrato fixo da Globo, mesmo em “A Grande Família”, que durou 14 anos, e que gastou o dinheiro que recebeu da Globo tratando problemas graves de saúde. O ator está disposto a aceitar qualquer trabalho na área artística, de participação na TV a animação de festas. “Quero trabalhar, ter minha dignidade. Não quero ficar receber esmola de ninguém. Parece que meu trabalho não é suficiente ou que não tenha qualidades para ser bem-sucedido no meu trabalho, entendeu?”




