Ariana Grande vira uma deusa em seu melhor clipe, o empoderador God Is a Woman
Ariana Grande lançou o que já é considerado por muitos fãs como o melhor clipe de sua carreira, “God Is a Woman”. No vídeo, que confronta a narrativa do patriarcado para a história da civilização, Ariana se torna divina, poderosa, uma deusa. Ela faz mais que proclamar que Deus é mulher, o título da canção. Vira essa personagem simbólica, ao oferecer uma releitura completa do mundo, sob uma perspectiva feminina. A cantora se agiganta, aparece nua, faz diversas referências vaginais e grávidas, e logo embarca numa trajetória de alta cultura pela história da civilização, na qual dá vida ao universo e ao Jardim do Éden, segundo a iconografia cristã. Como forma de ilustrar sua História pop, ela transforma seu corpo na escultura “O Pensador”, de Auguste Rodin, na escultura medieval “Lupa Capitolina”, e no afresco “A Criação de Adão”, de Michelangelo, pintado no teto da Capela Sistina. A esse resumo museológico se juntam curiosos efeitos digitais retrôs, que exploram de animação convencional a colagens de chroma key antiquadas, sem esquecer uma cena bizarra de marionetes de marmotas e a abertura sexy de aquarela viva. Não é um clipe modernoso. É um clipe atemporal. E ele ainda tem explicação embutida, ao interromper a música para materializar um monólogo de Madonna, que (dublada por Ariana) parafraseia a Bíblia (ou “Pulp Fiction”, escolha), trocando os gêneros. Esse intervalo logo emenda em outra referência high cult, quando Ariana joga um martelo gigante contra o teto do Panteão, em Roma – que funciona como uma igreja dedicada à “Santa Maria e os Mártires” – trazendo maior iluminação ao mundo videográfico, enquanto a música se transforma num gospel com coral ressoante de cada vez mais convertidas. A direção é de Dave Myers, o diretor mais relevante dos clipes atuais – que venceu tudo no ano passado, do MTV Video Music Awards ao Grammy, por seu trabalho com o rapper Kendrick Lamar. Este é o terceiro vídeo de Myers para a cantora em 2018. Ele também assinou os clipes de “No Tears Left to Cry” e “The Light Is Coming”, que completam com “God Is a Woman” todos os clipes antecipados do álbum “Sweetener”, que só será lançado em agosto.
Ariana Grande lança clipe superproduzido de música que lembra hit de Fábio Jr.
A cantora Ariana Grande divulgou um clipe com superprodução para sua nova música “No Tears Left To Cry”. Mas o que está chamando atenção entre os fãs brasileiros é como o refrão lembra “Só Você”, de Fábio Jr. Montagens das duas músicas já ganharam a internet, provocando acusações de plágio. A semelhança entre os refrões é evidente, mas o resto da música da cantora americana é bastante diferente, com uma batida mais calcada no R&B/hip-hop. O curioso é que o vídeo de clima sci-fi, repleto de efeitos visuais, também lembra um visual de outro lugar. A obra dirigida por Dave Meyers, responsável pelos impressionantes clipes de Kendrick Lamar, mostra uma cidade que desafia a gravidade, num mundo de formas quadradas, em que esquinas sobem até virar teto e descer novamente. Os efeitos são similares aos vistos no filme “Doutor Estranho” (2016), da Marvel, e também na sci-fi “Mundos Opostos” (2012). Lançado nesta sexta (20/4), “No Tears Left To Cry” é o primeiro single do próximo álbum da cantora, o quarto de sua carreira, que ainda não teve seu título revelado. Veja abaixo também uma das montagens com a música “Só Você”, de Fábio Jr. TE PEGUEI NO PLAGIO ARIANA GRANDE pic.twitter.com/rg78swGC57 — alisso (@fabuluosoa) 20 de abril de 2018
Kendrick Lamar caminha entre panteras negras no clipe da trilha do filme da Marvel
Kendrick Lamar divulgou o primeiro clipe da trilha sonora do filme “Pantera Negra”. Trata-se de “All the Stars”, que tem vocais da cantora SZA e já embalou comerciais do longa-metragem da Marvel. Dirigido por Dave Meyers (responsável pelo fantástico “Loyalty”, parceria de Lamar e Rihanna), o clipe é repleto de elementos africanos, com figurino e cenografia referenciando de rainhas do Nilo à crianças muçulmanas. Uma das cenas mais impactantes traz o rapper andando em meio a diversas panteras negras, por uma floresta devastada por uma queimada. Ele também encontra mulheres gigantes, verdadeiras deusas com poses imponentes num palácio dourado, possível referência às Dora Milaje, a guarda feminina de Wakanda – o reino africano fictício do filme. Grande vencedor do Grammy 2018, Lamar é responsável pela curadoria da trilha musical de “Pantera Negra”. O projeto marca sua primeira colaboração para um grande filme de Hollywood. “Pantera Negra” estreia na próxima quinta (15/2) no Brasil, um dia antes do lançamento nos Estados Unidos.
Justin Timberlake lança clipe que junta apocalipse e o movimento #Metoo
O cantor Justin Timberlake divulgou o clipe de “Supplies”, seu novo funk sintético, que traz um visual fantástico, surreal e futurista, mesclado com o noticiário de protestos civis atuais. O vídeo abre com Timberlake diante de um paredão de TVs, que misturam os rostos de Harvey Weinstein, Donald Trump, Kevin Spacey, cartazes contra o racismo, do movimento #Metoo, mensagens de empoderamento, além de registros de confrontos e repressão policial. A referência é a cultuada sci-fi “O Homem que Caiu na Terra” (1976), que logo cede lugar para cenas de pesadelos, com crocodilos brancos nas calçadas, colares de revólveres, céus formados por guarda-chuvas, sombras que escapam de muros opressores, destruição de torres de dinheiro e mulheres e negros protestando sem parar. Há simbolismo em toda a parte, além de participações do rapper Pharrell Williams e da atriz Eiza González (“Em Ritmo de Fuga”). Ela se alterna entre aparições como rainha, líder da resistência, dama em perigo e sobrevivente do apocalipse. A direção é do novo mago dos vídeos musicais, o diretor Dave Meyers (que fez “Havana”, de Camila Cabello, e “Humble”, de Kendrick Lamarr). Mas… a letra não tem nada a ver com o recado visual. Nela, Timberlake pinta, sim, um cenário pós-apocalíptico, referenciando até a série “The Walking Dead”. Entretanto, tudo é motivo de sexo na sua narrativa. “Eu vou ser o gerador/Me ligue quando precisar de eletricidade”, ele sugere à parceira com quem sobrevive ao holocausto zumbi. Bizarro. É possível considerar o clipe como uma tentativa de emular o estilo cifrado dos vídeos mais recentes de Taylor Swift, repletos de mensagens subliminares. Mas as referências ao #Metoo já rendem controvérsia nas redes sociais, uma vez que o cantor preferiu se calar diante das cobranças por sua participação no novo filme de Woody Allen, “Roda Gigante”. “Supplies” é uma bela luta de contexto contra intertexto.
Camila Cabello vive estrela de novela em clipe com galã da série The Fosters
Camila Cabello lançou o clipe (e o pôster!) de “Havana”, em que celebra suas raízes cubanas com elementos musicais da salsa e cultura latina das telenovelas. No clipe, ela vive três personagens, protagonizando uma telenovela e um filme romântico, além da espectadora tímida de ambos – filha de imigrantes nos Estados Unidos, que sonha com um final feliz. A cena da telenovela, que abre o clipe, é hilária por brincar com os clichês do gênero. Começa com uma traição do namorado com a melhor amiga e até a empregada, mas logo sofre reviravolta, graças à revelação de que, na verdade, se trata de um irmão gêmeo. O verdadeiro namorado permanece fiel e sai do armário, numa referência gay, para pedir a mocinha em casamento. Só que a fiação precária da casa de imigrante em que a espectadora Camila assiste ao desenrolar da história impede que a jovem veja como ela termina. Depois de se desentender com a irmã americana festeira e receber um sermão da avó por preferir novelas à própria vida, ela acaba num cinema, onde se vê na tela com um amante latino. Tudo vai bem até que o casal se desentende e ela não se conforma com o desfecho que deixa a heroína sozinha. É quando a atriz Camila quebra a quarta parede e se dirige para a Camila espectadora: “Se você não gosta da minha história, vá escrever a sua”. Pois assim que ela segue o conselho, dançando na rua, vê seu príncipe encantado de romance hollywoodiano cair a seus pés. Bem-feitinho, “Havana” destaca a venezuelana Lele Pons e o porto-riquenho LeJuan James, celebridades do Vine, respectivamente como a irmã e a avó de Camila, sem esquecer o rapper Young Thug como si mesmo e o galã Noah Centineo, da série “The Fosters”, como o jovem príncipe encantado de bicicleta. A direção é de Dave Meyers, responsável por alguns dos melhores clipes do ano, como “Swish Swish”, de Katy Perry, e “Humble”, de Kendrick Lamar. A música faz parte do primeiro álbum solo da ex-Fifth Harmony, “The Hurting. The Healing. The Loving.”, que ainda não tem previsão de lançamento.
Clipe oficial de Swish Swish, de Katy Perry, é o mais divertido do ano
A cantora Katy Perry divulgou o clipe oficial de sua música “Swish Swish”, aquela que teve o “lyric vídeo” estrelado por Gretchen. A brasileira não repete sua participação, mas não faltam convidados na superprodução musical. No lugar dela, há atores americanos como Gaten Matarazzo (da série “Stranger Things”), Terry Crews (série “Todo Mundo Odeia o Chris”), Jenna Ushkowitz (série “Glee”) e Molly Shannon (série “Wet Hot American Summer”), entre outros. Dirigido por Dave Meyers (responsável pelo clipe de “A Bela e a Fera” com Ariana Grande e John Legend), “Swish Swish” se passa durante um jogo de basquete com características de desenho animado – como a série clássica dos “Globetrotters” e o longa “Space Jam”. No vídeo, o time dos Tigres, formado por Perry, Matarazzo, Ushkowitz e outros “pernas-de-pau”, leva um baile dos rivais, o time dos Cordeiros, que só tem atletas marombados – e cujo símbolo é um lobo em pele de cordeiro. Detalhe: o gigante que encara a cantora é ninguém menos que Hafþór Júlíus Björnsson, o Montanha de “Game of Thrones”. Não faltam cenas malucas, como explosões de cabeças e jogador que literalmente come a bola. Mas quando Nicki Minaj entra no intervalo, para cantar seu rap, Perry e sua equipe se inspiram para virar o jogo. E o placar final é a vitória da diversão. “Swish Swish” é o clipe mais divertido do ano. Mas os fãs de Taylor Swift podem discordar, já que o vídeo também é mais um round na briga entre as estrelas. Para quem não lembra, Katy chamou Taylor de “Regina George em pele de cordeiro”, fazendo uma referência à vilã do filme “Meninas Malvadas”, num tuíte que já tem três anos. Perry provoca com a rima de “Swish Swish” e “bish”, que vai virar gíria, irresistível com sua base eletrônica de house e hip-hop dos anos 1980.
Clipe coloca Ariana Grande e John Legend no castelo de A Bela e a Fera
A Disney divulgou o clipe da nova versão da música tema de “A Bela e a Fera”, que coloca os intérpretes Ariana Grande e John Legend no castelo da fábula encantada. Dirigido por Dave Meyers (responsável pelo clipe “Firework”, de Katy Perry, entre outros, além do remake de “A Morte Perde Carona”), o vídeo inicia com Ariana Grande com um vestidão vermelho, no balcão do castelo, e traz John Legend como um Príncipe ao piano, no meio do salão. A produção tem direito a uma coreografia própria, em que dançarinos entram em cena para se transformar em pétalas de rosas vermelhas. Mas até Emma Watson aparece, com seu vestido amarelo de Bela, para dançar com a Fera – criada digitalmente como no filme. A forma como o clipe integra os cantores à cena clássica do baile a dois é bastante criativa, reforçando o cuidado visual dispensado à cenografia e aos efeitos da produção. A trilha será lançada na sexta (10/3), e também inclui uma gravação inédita de Céline Dion, intérprete da versão original do tema “Beauty and the Beast” na animação de 1991. Sua nova música, “How Does A Moment Last Forever”, acompanha os créditos finais do filme. Já a estreia de “A Bela e a Fera” acontece na próxima semana, no dia 16 de março no Brasil.
Janet Jackson lança novo clipe, igual aos que fazia há 27 anos
A cantora Janet Jackson lançou o clipe de “Dammn Baby”, terceiro single do seu novo álbum “Unbreakable”. No vídeo, a irmã de Michael Jackson dá seu recado, dizendo-se “original”. E o resultado é tudo menos isso, repetindo-se com uma coreografia cheia de passinhos sincronizados com dançarinos de fundo, em gravação preto e branco – “Rhythm Nation” e “Miss You Much” (ambos de 1989) revisitados. Seu revival da estética da MTV, quando vídeos com dancinhas já valiam um Astronauta Prateado, serve como antítese contrastante de outra época, a do “disco visual” de Beyoncé. O diretor Dave Meyers, por sinal, já ganhou um Astronauta da MTV por “Work It”, de Missy Elliott, em 2003. E desde então virou o cineasta responsável pelo remake do terror “A Morte Pede Carona” (2007), que ninguém viu. Outro sinal dos tempos: a música “Dammn Baby” foi composta pela veterana dupla Jimmy Jam e Terry Lewis, com quem Janet já trabalhava há 27 anos. E os velhos hitmakers continuam adorando clichês de R&B dançante, com batida e sample repetitivos de hip-hop, datados há pelo menos uma década. “Unbreakable” marca a volta da cantora depois de oito anos sem lançar álbuns. Prestes a completar 50 anos, Janet anunciou que seus planos para o resto do ano incluem “começar uma família”. A cantora estaria grávida, segundo boatos mais ou menos confirmados por ela própria. A turnê do disco ficou para 2017.







