Primeiro trailer legendado de Maria Madalena provoca com polêmica religosa
A Universal (o estúdio, não a igreja) divulgou o primeiro trailer legendado de “Maria Madalena”, e a prévia revela uma produção bastante polêmica. Considerada uma das personagens mais controvertidas do Novo Testamento, ela é vivida por Rooney Mara como um dos apóstolos, seguindo os textos gnósticos. Não só isso, surge como a discípula predileta de Jesus, herdeira de sua palavra, responsável inclusive por batizados e por trazer as mulheres para o cristianismo, mas após sua morte é proibida de falar em nome dele por Pedro, que os católicos consideram o primeiro papa. Esse confronto é descrito no “Evangelho de Maria Madalena”, manuscrito encontrado junto com outros textos do cristianismo primitivo em escavações do Egito e só publicado em 1955. No trailer, o embate ganha matizes de luta de gênero. Pedro, por sinal, é interpretado por um ator negro, Chiwetel Ejiofor (“12 Anos de Escravidão”), o que também pode render questionamentos. O elenco ainda destaca Joaquin Phoenix (“Vício Inerente”) como Jesus e Tahar Rahim (“O Passado”) como Judas. Nos cinemas, Maria Madalena já foi interpretada por grandes atrizes como Barbara Hershey (“A Última Tentação de Cristo”), Juliette Binoche (“Maria”) e Monica Bellucci (“A Paixão de Cristo”). E todas seguiram, mais ou menos, a versão popularizada pela Igreja Católica de que Maria Madalena foi uma prostituta salva por Jesus Cristo após se arrepender de seus pecados, visão sustentada até hoje em produtos como os DVDs da “Coleção Bíblia Sagrada”. Entretanto, muitos teólogos contestam essa versão, já que nenhum apóstolo afirma isso categoricamente. O próprio Papa Francisco publicou um texto neste ano em que chama Maria Madalena de Apóstola da Esperança, dando reconhecimento a sua importância original, ainda que mantendo a história de que ela “mudou de vida” após ver Jesus ressuscitado. Mas há abordagens mais controvertidas ainda, como a apresentada na adaptação do best-seller “O Código Da Vinci” (2006), que mostrou uma descendente de Jesus e Maria Madalena, razão pela qual a produção foi rechaçada pela Igreja. Dirigido por Garth Davis, que já tinha trabalhado com Rooney Mara em “Lion” (2016), o filme tem roteiro de Helen Edmundson (telefilme “An Inspector Calls”) e Philippa Goslett (“Poucas Cinzas: Salvador Dalí”), e está sendo apresentado como “um retrato autêntico e humanista” de uma figuras mais enigmáticas e incompreendidas do Novo Testamento. A estreia está marcada para 22 de março no Brasil, uma semana antes do lançamento nos Estados Unidos.
Veja a primeira foto de Rooney Mara como Maria Madalena em superprodução religiosa
A Universal divulgou a primeira foto da atriz Rooney Mara (“Carol”) na superprodução religiosa baseada na vida de Maria Madalena. O filme tem direção de Garth Davis (“Lion”), que também aparece numa imagem dos bastidores da produção. Veja abaixo. Este é o segundo trabalho consecutivo a juntar a atriz e o diretor, após o premiado “Lion”. O elenco também inclui Joaquin Phoenix (“Vício Inerente”) como Jesus, Tahar Rahim (“O Passado”) como Judas e Chiwetel Ejiofor (“12 Anos de Escravidão”) como Pedro. Nos cinemas, Maria Madalena já foi interpretada por grandes atrizes como Barbara Hershey (“A Última Tentação de Cristo”), Juliette Binoche (“Maria”) e Monica Bellucci (“A Paixão de Cristo”). Mas talvez a escalação de um ator negro para o papel do primeiro Papa católico renda mais polêmica que a abordagem da própria Maria Madalena, uma das personagens mais controvertidas do Novo Testamento. Embora tenha se popularizado a versão de que Maria Madalena foi uma prostituta salva por Jesus Cristo após se arrepender de seus pecados, visão sustentada até hoje em produtos como os DVDs da “Coleção Bíblia Sagrada”, muitos teólogos afirmam que nenhum apóstolo afirma isso categoricamente. Há vertentes que defendem que ela também foi apóstola. Mais controvertida ainda, existe até uma teoria de que Maria Madalena teve filhos com Jesus Cristo, como visto na adaptação do best-seller “O Código Da Vinci” (2006), razão pela qual a produção foi rechaçada pela Igreja Católica. Produzido pela equipe vencedora do Oscar por “O Discurso do Rei” (2010), o filme terá roteiro de Helen Edmundson (telefilme “An Inspector Calls”) e Philippa Goslett (“Poucas Cinzas: Salvador Dalí”), e está sendo apresentado como “um retrato autêntico e humanista” de uma figuras mais enigmáticas e incompreendidas do Novo Testamento. A estreia está marcada para 22 de março no Brasil, uma semana antes do lançamento nos Estados Unidos.
Ben-Hur deu quase US$ 50 milhões de prejuízo para a MGM
Em seu relatório trimestral de finanças, a MGM assumiu um prejuízo de US$ 47,8 mihões causado pelo fracasso cinematográfico de “Ben-Hur”. O filme fez ridículos US$ 26,4 milhões nos EUA, atingindo um total de US$ 94 milhões em todo o mundo. Como custou US$ 100 milhões apenas de produção, o prejuízo é muito maior que o calculado pelo estúdio. Isto porque parte das despesas correram por conta da Paramount, que também deve sofrer com perdas. “Nossos resultados do terceiro trimestre foram negativimente impactados por uma despesa de desvalorização significativa resultante do mau desempenho substancial de Ben-Hur”, assumiu o CEO da MGM, Gary Barber, na apresentação do balanço trimestral para o mercado. A produção foi o segundo fracasso épico consecutivo do diretor cazaque Timur Bekmambetov em Hollywood. Anteriormente, ele assinou “Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros” (2012), que rendeu pouca coisa mais – US$ 37,5 milhões nos EUA e US$ 116,4 milhões em todo o mundo. “Ben-Hur” também foi o terceiro fiasco de grande orçamento a tentar explorar a fé religosa em Hollywood. Ao contrário do Brasil, em que “Os Dez Mandamentos” bateram recordes de bilheteria, as produções de “Noé” (US$ 101 milhões de bilheteria doméstica contra despesas de US$ 125 milhões de produção) e “Êxodo: Deuses e Reis” (US$ 65 milhões nos EUA, com orçamento de US$ 140 milhões) deram prejuízo aos estúdios americanos. Os próximos lançamentos da MGM incluem mais um remake, “Desejo de Matar”, o reboot de “Tomb Raider” e as continuações de “Creed”, “Anjos da Lei” e da franquia 007.
Fracasso de Ben-Hur dará prejuízo de pelo menos US$ 100 milhões
O péssimo desempenho de “Ben-Hur”, que abriu em 5º lugar nos EUA no fim de semana, pode dar um prejuízo de no mínimo US$ 100 milhões para os estúdios MGM e Paramount. A conta foi feita pela revista Variety, que acredita que o longa-metragem não vá passar dos US$ 30 milhões de arrecadação total no mercado doméstico, um fracasso de proporções épicas. A presença de Rodrigo Santoro como Jesus Cristo e o monopólio do lançamento nos cinemas fez com que a atração tivesse resultado um pouco melhor no Brasil, onde estreou em 2º lugar, mas a arrecadação mundial tem sido, no geral, até pior que o fracasso americano. Ao todo, “Ben-Hur” faturou apenas US$ 22 milhões em todo o mundo, desde seu lançamento na quinta (18/8). Nos EUA, a conta está em vexatórios US$ 12 milhões. Detalhe: o filme custou US$ 100 milhões só para ser produzido – e as despesas de marketing e divulgação adicionam mais pânico na equação. Claro que o fracasso de um remake não é nenhuma novidade para Hollywood. Nem tampouco causa estranheza os estúdios continuarem insistindo em fracassar com a mesma fórmula sem parar para refletir. Há poucos anos, Steven Spielberg fez uma previsão sombria, apontando que o atual modelo de negócios – poucos lançamentos e todos caríssimos – arrastaria os grandes estúdios de cinema para falência, e os resultados do último verão americano pareceram um grande ensaio para essa visão apocalíptica.
Nem Jesus Cristo brasileiro faz Ben-Hur superar Esquadrão Suicida no Brasil
Desta vez, de nada adiantou monopolizar os cinemas brasileiros com 1,1 mil cópias do mesmo filme. A estreia de “Ben-Hur” não conseguiu superar “Esquadrão Suicida”, que se manteve na liderança das bilheterias nacionais pela terceira semana consecutiva, com R$ 12,1 milhões. O valor é quase o dobro do arrecadado pelo longa-metragem do Jesus Cristo brasileiro (Rodrigo Santoro), que fez R$ 6,9 milhões. Mesmo assim, o resultado no Brasil foi bem melhor que o desempenho americano. “Ben-Hur” ficou apenas em 5º lugar em seu lançamento nos EUA. Outra estreia do fim de semana, o terror “Quando as Luzes se Apagam” aparece em 3º lugar no Brasil, com R$ 2,8 milhões, seguido pela comédia “Um Espião e Meio” (4º lugar com R$ 1,1 milhão) e a animação “A Era do Gelo – O Big Bang” (5º lugar com R$ 785 mil.
Refilmagem de Ben-Hur não é novo clássico, mas rende suspiros épicos
Deveria existir um manifesto que mantivesse as maiores obras cinematográficas intocáveis. A ideia de revisitar um épico como “Ben-Hur” soa tão profana quanto flertar com outros clássicos como “…E o Vento Levou” e “Lawrence da Arábia”. São obras que sobrevivem à passagem do tempo e que encantam ao serem (re)vistas hoje por olhos fascinados. Claro, antes do clássico de William Wyler houve um épico do cinema mudo. E, antes deste, um curta. Portanto, o “Ben-Hur” dirigido pelo cazaque Timur Bekmambetov (“Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros”) não é o primeiro remake e, como todas refilmagens, sustenta ser apenas a mais nova versão do livro original, de Lew Wallace, originalmente publicado em 1880. Mas se o filme de 1959 é um clássico que venceu 11 Oscars, o que chega agora aos cinemas tem um potencial enorme de cair no esquecimento assim que encerrar a sua carreira comercial, já que o imaginário popular nunca lhe permitiria uma comparação favorável. Mesmo assim, não seria correto ignorar que há virtudes no novo trabalho. A fragilidade do relacionamento entre os irmãos Judah Ben-Hur (Jack Huston) e Messala Severus (Toby Kebbell), por exemplo, é mais evidente. Na nova versão, Messala tem um complexo de inferioridade por ser o filho adotivo de uma família de judeus. Na busca por sua própria identidade, Messala se converte em um oficial do exército romano, que vem protagonizando uma guerra contra os judeus para dominar Jerusalém. Assim como o Ben-Hur personificado por Charlton Heston, o jovem herói de Jack Huston é acusado de traição em uma tentativa mal-sucedida da comunidade judaica em atentar contra a vida do governador romano. Sem julgamento, Ben-Hur e a sua família são imediatamente penalizados – somente a sua esposa Esther (Nazanin Boniadi) consegue fugir antes que todos sejam rendidos. Paralelamente, Jesus (Rodrigo Santoro) vai se tornando uma presença secundária mais recorrente, com uma trajetória que irá fazê-lo cruzar com o destino de Ben-Hur em algumas ocasiões decisivas. Quem acompanhou o trabalho de Timur Bekmambetov até aqui, sabe que o realizador não é afeito a sutilezas no desejo de promover uma experiência visual bem particular. Por isso mesmo, o ritmo alucinado é concentrado somente quando a ação se manifesta com intensidade, mas sempre com um cuidado para não corromper a seriedade de uma narrativa de cunho religioso. A contenção funciona. Não há como negar a humanidade que Rodrigo Santoro traz para a figura mais influente da cultura ocidental, bem como a sede de vingança expressa por Jack Huston, que após um período de cinco anos como escravo se renova ao ganhar a simpatia de Ilderim (Morgan Freeman, excelente), um homem rico que pretende desmoralizar o império romano ao inscrever Ben-Hur em uma disputa no coliseu. Se esses esforços podem ser insuficientes, o filme consegue se sustentar como espetáculo. Impressionam a longa sequência em que o protagonista se vê entre outros escravos remando em batalhas navais, mas principalmente a recriação da icônica corrida de bigas, ponto alto de todas as versões anteriores. São nessas cenas que esse “Ben-Hur” consegue compreender o que caracteriza um bom épico. Nem que seja por alguns suspiros.
Com estreia em mais de mil salas, Ben-Hur tentará o milagre de lotar os cinemas
Apostando contra as previsões pessimistas, a estreia de “Ben-Hur” tem a chance de provar que Jesus Cristo é brasileiro em 1.139 salas de cinema, num dos maiores lançamentos do ano. A produção será a primeira obra de temática religiosa a ocupar a maioria das telas 3D (688) e todo circuito IMAX (12 salas) do país. Isto porque também é um filme de ação, que evoca, inclusive, o sucesso “O Gladiador” (2000) – por sua vez, inspirado no “Ben-Hur” de 1959. Mas enquanto o clássico venceu 11 Oscars e conta com 88% de aprovação no site Rotten Tomatoes, a terceira versão (há ainda um filme mudo de 1925) recebeu pedradas da crítica americana, com apenas 33% de sorrisos amarelos. Vale a curiosidade de conferir a participação de Rodrigo Santoro, que é pequena, mas mais incorporada à trama que nas versões anteriores, nas quais Jesus aparecia apenas como uma silhueta silenciosa. Após fazer sucesso nos EUA e já garantir uma sequência, o terror “Quando as Luzes se Apagam” chega a 269 salas, explorando o medo do escuro. A história, que combina diversos elementos tradicionais do terror – mulher-fantasma de cabelos longos, família amaldiçoada, criatura que vive nas sombras – tem produção de James Wan (“Invocação do Mal”), que cada vez mais se consagra como principal mestre do terror do século 21. Não é fácil para o gênero agradar a crítica, e “Quando as Luzes se Apagam” emplacou 77% de aprovação no Rotten Tomatoes. Nem todo filme mal distribuído apela preferencialmente aos cinéfilos. E o lançamento da animação “Barbie: Aventura nas Estrelas” em 44 salas, exclusiva nos cinemas da rede Cinépolis, serve para demonstrar que o circuito limitado não é sinônimo de “circuito de arte”. O filme mostra Barbie como uma princesa cósmica, que voa pelo universo num skate voador. Sério. Tanto que será lançado direto em DVD em países do Primeiro Mundo. Outra apelação comercial, a comédia “O Funcionário do Mês” traz um verniz de sátira social que pode até enganar o cinéfilo desavisado, interessado em conferir um dos maiores sucessos recentes do cinema italiano. Mas seu sucesso se deve ao humor televisivo do ator Checco Zalone, que além de estrelar o besteirol também assina o roteiro, repleto de situações que, no limite da caricatura, reforçam diversos preconceitos. No filme, ele é um funcionário público que se recusa a largar o emprego estável, quando o governo, querendo diminuir a máquina estatal, o força a assumir os piores trabalhos. Em 19 salas. Três filmes franceses integram a programação. Em 11 salas, a comédia dramática “Esperando Acordada” traz Isabelle Carré (“Românticos Anônimos”) envolvendo-se na vida do homem que, por acidente, deixou em coma. Em duas telas apenas em São Paulo, “Mercuriales” acompanha o cotidiano nonsense de duas recepcionistas do prédio parisiense que dá título à produção. E “Francofonia – Louvre sob Ocupação” mistura documentário e ficção para contar a história do famoso museu durante a ocupação nazista da França. A direção é do mestre russo Aleksander Sokurov (“Fausto”) e seu circuito não foi divulgado. O documentário brasileiro “82 minutos” completa a lista, com distribuição no Rio. Dirigido por Nelson Hoineff (“Cauby: Começaria Tudo Outra Vez”), o filme desvenda os bastidores do carnaval da Portela, desde a escolha do samba-enredo até a apuração das notas dos jurados. O título se refere ao tempo do desfile da Escola de Samba, em que “nada pode dar errado”, conforme completa seu subtítulo.
Astro de 12 Anos de Escravidão negocia viver São Pedro em filme sobre Maria Madalena
O ator Chiwetel Ejiofor, indicado ao Oscar por “12 Anos de Escravidão” (2013), está em negociações para integrar o filme sobre Maria Madalena, atualmente em desenvolvimento. Segundo o site Deadline, o papel que ele negocia é o de Pedro, um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo. Considerado pela Igreja Católica como o primeiro bispo de Roma e, consequentemente, o primeiro Papa, São Pedro era um pescador e acompanhou Jesus com um dos seus primeiros apóstolos, mas não exatamente o mais fiel. Ele chegou a negar Jesus por três vezes, após a prisão do messias. A escalação de um ator negro para o papel do primeiro Papa católico tem potencial para render tanta polêmica quanto a abordagem da própria Maria Madalena, uma das personagens mais controvertidas do Novo Testamento. Embora tenha se popularizado a versão de que ela foi uma prostituta salva por Jesus Cristo após se arrepender de seus pecados, visão sustentada até hoje em produtos como os DVDs da “Coleção Bíblia Sagrada”, muitos teólogos afirmam que nenhuma passagem do livro afirma isso categoricamente. Mais controvertida ainda, a teoria de que Maria Madalena teve filhos com Jesus Cristo também já foi explorada nos cinemas, na adaptação do best-seller “O Código Da Vinci” (2006), razão pela qual a produção foi rechaçada pela Igreja Católica. Produzido pela Universal Pictures, o filme terá Rooney Mara (“Peter Pan”) como protagonista e ainda negocia com Joaquin Phoenix (“Ela”) para viver Jesus Cristo. A direção está a cargo de Garth Davis (minissérie “Top of the Lake”), que trabalhou com Rooney Mara em sua estreia no cinema, o drama “Lion”, com lançamento previsto para novembro. Já o roteiro foi escrito por Helen Edmundson (telefilme “An Inspector Calls”) e Philippa Goslett (“Poucas Cinzas: Salvador Dalí”), e a produção está sendo desenvolvida pela equipe vencedora do Oscar por “O Discurso do Rei” (2010).
Mel Gibson prepara continuação de A Paixão de Cristo
Mel Gibson planeja retomar “A Paixão de Cristo” (2004) com uma continuação, focada na história da ressurreição de Jesus. A informação foi revelada pelo roteirista Randall Wallace, com quem Gibson trabalhou em “Coração Valente” (1995) e em seu filme mais recente, o inédito “Hacksaw Ridge”, sobre o médico militar Desmond Doss (1919-2006). Wallace confirmou o projeto, dizendo que ficou difícil mantê-lo em segredo, e que a ideia surgiu durante as filmagens de “Hacksaw Ridge”. Formado pela Duke University, ele se especializou em religião, com foco na ressurreição. “A paixão é o início, mas há muito mais para contar”, disse ele, em entrevista à revista The Hollywood Reporter. “A Paixão de Cristo” é considerado o filme independente de maior sucesso de todos os tempos no cinema americano. A produção, que custou cerca de US$ 30 milhões, rendeu US$ 612 milhões em bilheteria no mundo inteiro. Procurado pela revista, um representante de Gibson não quis comentar o envolvimento do cineasta no projeto.
Produtores de Deus Não Está Morto são processados por plágio
Deus pode não estar morto, mas há muitos vivos lucrando com ele. É o que alegam Kelly Monroe Kullberg, autora do livro “Finding God at Harvard” (2007), e o produtor e roteirista Michael Landon Jr. (“O Último Espírito”). Os dois entraram com um processo contra os produtores do filme “Deus Não Está Morto” (2014) por plágio, exigindo uma indenização de US$ 100 milhões. Ajuizada num tribunal federal da Califórnia, a ação revela que o livro de Kullberg seria adaptado para o cinema como “Rise”, cuja história foi compartilhada pela escritora com o produtor David A. R. White, um dos envolvidos na produção de “Deus Não Está Morto”. “Rise” chegou a ser roteirizado por Kullberg e Landon Jr., que se surpreenderam ao ver a mesma história chegar aos cinemas com outro título. Segundo a denúncia, “Rise” contava a história “de um calouro em Harvard enfrentando um ambiente hostil à sua fé cristã”, que entra em debates com seu professor sobre a existência de Deus. A ação alega também que “o tema, a situação, os pontos de virada, complicações, clímax e conclusão de ‘Rise’ e de ‘Deus Não Está Morto’ são iguais”. O filme “Deus Não Está Morto” foi produzido por apenas US$ 2 milhões pela companhia Pure Flix Entertainment, voltada para temas religiosos, e arrecadou US$ 62 milhões nas bilheterias mundiais. Seu sucesso motivou uma sequência, lançada no começo deste ano, porém “Deus Não Está Morto 2” acabou faturando apenas US$ 20 milhões em todo o mundo.
Joaquin Phoenix negocia viver Jesus em filme sobre Maria Madalena
O ator Joaquin Phoenix (“Vício Inerente”) pode interpretar Jesus na vindoura produção sobre a vida de Maria Madalena. Segundo o site Deadline, ele está em negociações com os produtores em torno não apenas do cachê, mas do cronograma das filmagens, para evitar conflitos com sua agenda. O nome de Phoenix também é uma indicação de que o filme, realizado pela equipe vencedora do Oscar por “O Discurso do Rei” (2010), não pretende ser uma produção religiosa convencional. Indicado três vezes ao Oscar (por “Gladiador”, “Johnny e June” e “O Mestre”), o ator tem fama de meticuloso, por costumar se entregar a seus papeis. Além disso, o filme terá outra estrela conhecida por interpretações corajosas no papel-título, a atriz Rooney Mara (“Carol”). A direção é de Garth Davis (minissérie “Top of the Lake”), que atualmente trabalha com Rooney Mara em sua estreia no cinema, o drama “Lion”. O roteiro é de Helen Edmundson (telefilme “An Inspector Calls”) e Philippa Goslett (“Poucas Cinzas: Salvador Dalí”), e está sendo anunciado como “um retrato autêntico e humanista” de uma figuras mais enigmáticas e incompreendidas do Novo Testamento. Apesar do filão religioso ter se mostrado lucrativo nos últimos anos, a história de Maria Madalena inspira interpretações diversas, inclusive algumas de potencial polêmico. Embora tenha se popularizado a versão de que ela era uma prostituta salva por Jesus Cristo após se arrepender dos pecados – ainda sustentada nos DVDs da “Coleção Bíblia Sagrada” – , muitos teólogos afirmam que nenhuma passagem dos apóstolos afirma isso categoricamente. Mais controvertida ainda, a teoria de que Maria Madalena teve filhos com Jesus Cristo também já foi explorada nos cinemas, na adaptação do best-seller “O Código Da Vinci” (2006), razão pela qual a produção foi rechaçada pela Igreja Católica. Nos cinemas, Maria Madalena já foi interpretada por grandes atrizes como Barbara Hershey (“A Última Tentação de Cristo”), Juliette Binoche (“Maria”) e Monica Bellucci (“A Paixão de Cristo”). Por sua vez, Jesus Cristo teve mais de uma centena de encarnações cinematográficas desde o Cinema Mudo, e ainda será vivido, no vindouro “Ben-Hur”, pelo brasileiro Rodrigo Santoro.
Nos Passos do Mestre revisa os evangelhos segundo o Espiritismo
A recente onda de filmes espíritas, que começou até muito bem com obras como “Chico Xavier” (2010) e “Nosso Lar” (2010), com o tempo foi perdendo a força e cineastas sem muita inspiração assumiram sua continuidade, vista apenas com bons olhos como material didático para reforçar ensinamentos da religião kardecista. É o caso dos filmes de André Marouço, que codirigiu “O Filme dos Espíritos” (2011) e dirigiu “Causa & Efeito” (2014), possivelmente os dois piores exemplares dessa safra. Mas até que Marouço não se saiu tão mal no gênero documentário com “Nos Passos do Mestre” (2016), que possui apenas alguns momentos de dramaturgia, visando ilustrar a mensagem de Jesus à luz da doutrina espírita. Em determinado momento, essa dramaturgia é interrompida para propiciar uma reavaliação do famoso Sermão da Montanha, que não deixa de ser interessante. Aliás, o que há de relevante em “Nos Passos do Mestre” são justamente as passagens polêmicas, ou seja, como o Espiritismo interpreta de forma própria passagens da Bíblia, em especial do Novo Testamento, que divergem das visões expressas pelo Catolicismo e pelas crenças evangélicas. Discutir a questão da paternidade de José, como uma imposição para que Jesus seja considerado descendente de Davi, é mais do que interessante, e nisso também entra a questão da impureza, com que o sexo costuma ser tratado pelas religiões. Apesar de as imagens em Israel com câmera na mão serem mal-filmadas e da presença um incômodo banner permanente do título do filme durante os depoimentos, é por seu teor curioso que o documentário ganha força. No começo, percebe-se um pouco de atropelamento nas partes que tratam do Antigo Testamento, dando a impressão de que faltou uma edição e roteiro melhores desenvolvidos, mas aos poucos o filme vai se formando, em especial quando chega nos evangelhos. Como bons estudiosos que são, os espíritas não renegam os evangelhos apócrifos, como os de Tomé ou de Pedro, e também citam trechos do Alcorão, o que conta pontos a favor. O que talvez conte pontos contra seja o desejo de confundir sua análise com ciência, buscando explicar, diminuir ou negar certos milagres de Jesus, como a transformação da água em vinho (a água teria modificado o sabor a partir do contato com os vasos) ou o da ressurreição de Lázaro (teria sido um caso de catalepsia). Também parece faltar um melhor elo de ligação quando o filme salta para o momento em que introduz as experiências de Alan Kardec na França do século 19. Parece – e é, convenhamos – forçado. Por outro lado, o filme revela que ainda há muito para se estudar na história da religião, que não é abordado nas salas de aula que ministram esta disciplina, como a ascensão do Islamismo, as Cruzadas, a primeira cisão da Igreja Católica etc. No fim da contas, “Nos Passos do Mestre” funciona como um convite ao debate e à reflexão, embora não necessariamente vá trazer respostas e convicções definitivas para os espectadores não-espíritas.









