Estreias | “Coringa: Delírio a Dois” chega aos cinemas
Lançamento da continuação de "Coringa" monopoliza as telas e diminui as opções alternativas nesta semana
Estreias | Mostra de São Paulo exibe 362 filmes de 96 países
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começa nesta quinta (19/10) sua 47ª edição em clima pré-pandêmico, com a exibição de 362 filmes de 96 países, numa programação estendida a 24 salas de cinema até o dia 1º de novembro. Seleção internacional A abertura fica por conta de “Anatomia de uma Queda”, suspense vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Dirigido pela francesa Justine Triet – a terceira mulher a ganhar a Palma de Ouro – , o longa acompanha a investigação da morte de um escritor, que pode ter sido suicídio ou homicídio. A seleção internacional também contará com a exibição inédita de “Maestro”, novo longa de Bradley Cooper, e “Evil Does Not Exist”, de Ryūsuke Hamaguchi, vencedor do Oscar por “Drive My Car”. Também serão exibidos “Afire”, de Christian Petzold, que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, e “La Chimera”, com direção de Alice Rohrwacher e participação da brasileira Carol Duarte. Entre os destaques, ainda estão nada menos que 17 títulos que disputam vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2023, incluindo o ucraniano “20 Dias em Mariupol”, em que o diretor e fotojornalista Mstyslav Chernov acompanha os esforços de um grupo de jornalistas ucranianos (os únicos repórteres na cidade do título) que tentam documentar a invasão russa, o turco “Ervas Secas”, de Kuru Otlar Üstüne, que rendeu o prêmio de Melhor Atriz em Cannes para Merve Dizdar, o finlandês “Folhas de Outono”, de Kuolleet Lehdet, que recebeu o Prêmio do Júri em Cannes, e o britânico “Zona de Interesse”, de Jonathan Glazer, vencedor do Grande Prêmio do Júri e do Prêmio da Crítica em Cannes. Filmes brasileiros A programação ainda inclui cerca de 60 longas brasileiros, que integram as seções Apresentação Especial, Competição Novos Diretores e Perspectiva Internacional, e além dos troféus da Mostra também disputam um prêmio da Netflix para exibição na plataforma em mais de 190 países. A lista inclui títulos prestigiados em festivais internacionais, como “A Flor do Buriti”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, premiado na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, e “Estranho Caminho”, de Guto Parente, consagrado após vencer todos os prêmios possíveis do Festival de Tribeca – a primeira vez que houve uma unanimidade no evento nova-iorquino. Além deles, “O Estranho”, de Flora Dias e Juruna Mallon, foi exibido no Festival de Berlim, “Meu Casulo de Drywall”, de Caroline Fioratti, selecionado no SXSW, e “Sem Coração”, de Nara Normande e Tião, elogiadíssimo no Festival de Veneza. A forte programação brasileira contempla também novos filmes dirigidos por cineastas como André Novais Oliveira (“O Dia que te Conheci”), Clara Linhart (“Eu Sou Maria”), Cristiane Oliveira (“Até que a Música Pare”), Fábio Meira (“Tia Virgínia”), Helena Ignez (“A Alegria É a Prova dos Nove”), Lúcia Murat (“O Mensageiro”), Luiz Fernando Carvalho (“A Paixão Segundo G.H.”) e Petrus Cariry (“Mais Pesado É o Céu”). Homenagens Junto das estreias, a Mostra prestará uma homenagem ao cineasta italiano Michelangelo Antonioni (1912-2007), que assina a arte do pôster da edição. Serão exibidos alguns de seus principais trabalhos, como “Blow-Up – Depois Daquele Beijo”, “O Deserto Vermelho” e a Trilogia da Incomunicabilidade, composta por “A Aventura”, “A Noite” e “O Eclipse”, além de uma exposição com seus trabalhos como artista plástico. Além disso, a Mostra homenageará dois documentaristas com o prêmio Humanidades: o francês Sylvain George e o americano Errol Morris, que terão sete filmes exibidos na programação, incluindo o mais recente, “O Túnel dos Pombos”. Para completar, o Prêmio Leon Cakoff será dedicado a dois cineastas: Júlio Bressane e o sérvio Emir Kusturica. Bressane terá dois filmes recentes exibidos, o documentário “A Longa Viagem do Ônibus Amarelo”, que tem sete horas de duração, e “Leme do Destino”, história de amor de apenas 27 minutos. A programação completa da 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, com horários e locais de exibição, pode ser conferida no site oficial do evento: https://47.mostra.org/.
Netflix cria prêmio para filmes brasileiros em parceria com a Mostra de São Paulo
A Netflix anunciou neste sábado (7/10) uma parceria com a 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo para a criação do Prêmio Netflix. O objetivo é selecionar e adquirir os direitos de distribuição de um filme brasileiro de ficção que participe do evento e ainda não tenha contrato com nenhuma plataforma de streaming. O vencedor será revelado no encerramento da Mostra, em 1 de novembro. Seleção e alcance global O filme escolhido para o Prêmio Netflix será exibido pela plataforma em mais de 190 países, ampliando significativamente o alcance da produção nacional. A iniciativa surge em um momento em que o cinema brasileiro busca maior visibilidade internacional, e a parceria com a gigante do streaming pode ser um passo importante nesse sentido. “Celebramos essa nova parceria com a Netflix e o estímulo que este prêmio traz à produção brasileira de cinema. Entre nossas missões, está apoiar e promover a produção cinematográfica brasileira, exibindo filmes nacionais e proporcionando visibilidade a novos talentos, e o prêmio reforça isso”, disse Renata de Almeida, diretora da Mostra, em comunicado. “A criação desse prêmio representa um marco em nosso compromisso de mais de uma década com o audiovisual brasileiro, e, mais que nunca, com o cinema nacional autoral. É mais um passo em nossa jornada de colaboração com criadores e profissionais do cinema”, acrescentou Gabriel Gurman, diretor de filmes da Netflix no Brasil. Filmes brasileiros A programação deste ano inclui cerca de 60 longas brasileiros, que integram as seções Apresentação Especial, Competição Novos Diretores e Perspectiva Internacional. Os filmes das duas últimas são inéditos em São Paulo. No caso dos novos diretores, são títulos de cineastas que têm até dois títulos no catálogo. Todos os brasileiros da Perspectiva Internacional e da Competição Novos Diretores concorrem ao Prêmio do Público da Mostra, que também inclui o Troféu Bandeira Paulista de Melhor Filme Brasileiro. A lista inclui títulos prestigiados em festivais internacionais, como “A Flor do Buriti”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, premiado na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, e “Estranho Caminho”, de Guto Parente, consagrado após vencer todos os prêmios possíveis do Festival de Tribeca – a primeira vez que houve uma unanimidade no evento nova-iorquino. Além deles, “O Estranho”, de Flora Dias e Juruna Mallon, foi exibido no Festival de Berlim, “Meu Casulo de Drywall”, de Caroline Fioratti, selecionado no SXSW, e “Sem Coração”, de Nara Normande e Tião, elogiadíssimo no Festival de Veneza. A forte programação brasileira contempla ainda novos filmes dirigidos por cineastas como André Novais Oliveira (“O Dia que te Conheci”), Clara Linhart (“Eu Sou Maria”), Cristiane Oliveira (“Até que a Música Pare”), Fábio Meira (“Tia Virgínia”), Helena Ignez (“A Alegria É a Prova dos Nove”), Lúcia Murat (“O Mensageiro”), Luiz Fernando Carvalho (“A Paixão Segundo G.H.”) e Petrus Cariry (“Mais Pesado É o Céu”). Seleção internacional Ao todo a Mostra exibirá 360 filmes, com destaque para a seleção internacional, que contará com a exibição inédita de “Maestro”, novo longa de Bradley Cooper, e “Evil Does Not Exist”, de Ryūsuke Hamaguchi, vencedor do Oscar por “Drive My Car”. Também serão exibidos “Afire”, de Christian Petzold, que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, e “La Chimera”, com direção de Alice Rohrwacher e participação da brasileira Carol Duarte. Homenagens Junto das estreias, a Mostra prestará uma homenagem ao cineasta italiano Michelangelo Antonioni (1912-2007), que assina a arte do pôster da edição. Serão exibidos alguns de seus principais trabalhos, como “Blow-Up – Depois Daquele Beijo”, “O Deserto Vermelho” e a Trilogia da Incomunicabilidade, composta por “A Aventura”, “A Noite” e “O Eclipse”. A Mostra também homenageará dois documentaristas com o prêmio Humanidades: o francês Sylvain George e o americano Errol Morris, que terão sete filmes exibidos na mostra, incluindo o mais recente, “The Pigeon Tunnel”. Para completar, o Prêmio Leon Cakoff será dedicado a dois cineastas: Júlio Bressane e o sérvio Emir Kusturica. Bressane terá dois filmes recentes exibidos, o documentário “A Longa Viagem do Ônibus Amarelo”, que tem sete horas de duração, e “Leme do Destino”, história de amor de apenas 27 minutos. A 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo ocorrerá entre os dias 19 de outubro e 1 de novembro na capital paulista.
A Mulher do Pai: Filme mais premiado do último Festival do Rio ganha primeiro trailer
A Vitrine Filmes divulgou o primeiro trailer do drama “A Mulher do Pai”, filme mais premiado do último Festival do Rio. Passado no interior gaúcho, perto da fronteira com o Uruguai, o longa acompanha o cotidiano de uma jovem adolescente (a estreante Maria Galant), alterado radicalmente após a morte da avó, que a faz assumir o trabalho de cuidar do pai (Marat Descartes, de “Quando Eu Era Vivo”), deficiente visual, no mesmo momento em que ela começa seu despertar sexual. O estranhamento inicial dá lugar ao ciúme quando uma atraente uruguaia (Verónica Perrota, de “Una Noche sin Luna”) ganha espaço na vida de ambos. O filme foi premiado no Rio com os troféus de Melhor Direção para a gaúcha Cristiane Oliveira, em seu primeiro longa-metragem, Melhor Fotografia para Heloísa Passos (“Lixo Extraordinário”) e Melhor Atriz Coadjuvante para a uruguaia Verónica Perrota. Também ganhou prêmios da crítica no Festival do Uruguai e na Mostra de São Paulo, além de ter sido selecionado para o Festival de Berlim deste ano. A estreia está marcada para 22 de junho.
Cineastas brasileiros no Festival de Berlim se manifestam contra mudanças na política do audiovisual
Os cineastas brasileiros presentes no Festival de Berlim aproveitaram uma recepção promovida pela Embaixada do Brasil na Alemanha para divulgar uma carta conjunta, manifestando-se contra mudanças na política do audiovisual. Sem usar a palavra “golpe”, que parece ter caído em desuso, o texto parte de uma acusação contra o governo de Michel Temer, que teria atingido “duramente” direitos, para traçar um cenário de fim de mundo, em que o audiovisual brasileiro “corre o risco de acabar”. Entretanto, logo no parágrafo seguinte, o mesmo texto celebra o fato de o audiovisual brasileiro (nunca antes na história deste país) ter sido tão forte. A manifestação marca terreno, visando impedir mudanças na política nacional para o setor do audiovisual, especialmente na área de fomento – dinheiro público para a produção de filmes. Quem assina embaixo são os diretores Daniela Thomas, Laís Bodanzky, Julia Murat, Cristiane Oliveira e Felipe Bragança, todos com filmes em Berlim. Confira o texto na íntegra: “Estamos vivendo uma grave crise democrática no Brasil. Em quase um ano desse governo, os direitos de educação, saúde e trabalhistas foram duramente atingidos. Junto com todos os outros setores, o audiovisual brasileiro, especialmente o autoral, corre o risco de acabar. Nos últimos anos, a Ancine tem direcionado suas diretrizes, conservando com atenção os muitos Brasis. Ampliou o alcance dos mecanismos de fomentos, que hoje atingem segmentos e formatos dos mais diversos, entre eles o cinema autoral, aqui representado. O resultado é visível. O ano de 2017 começou com a expressiva presença de filmes brasileiros nos três dos principais festivais internacionais, totalizando 27 participações em Sundance, Roterdã e aqui em Berlim. Não chegamos a esse patamar histórico sem política pública. Tudo o que se alcançou até aqui é fruto de um grande esforço do conjunto de agentes envolvidos entre Ancine, produtores, realizadores, distribuidores, exibidores, programadores, artistas, lideranças, poder público, entre outros. Acima de tudo, queremos garantir que qualquer mudança ou aperfeiçoamento nas políticas do audiovisual brasileiro sejam amplamente debatidos com o conjunto do setor e com toda a sociedade. Assim, pedimos às instituições, produtores e realizadores de todo o mundo que apoiem a luta e a manutenção de todos os tipos de audiovisual no Brasil. Defendemos aqui a continuidade e o incremento dessa política pública.”
Novo filme de Laís Bodansky entra no Festival de Berlim, que terá recorde de brasileiros
O Festival de Berlim anunciou a inclusão de mais dois filmes brasileiros em sua programação. A nova leva, revelada nesta quarta-feira (25/1), acrescenta o longa “Como Nossos Pais”, de Laís Bodanzky, e o curta “Vênus – Filó, a Fadinha Lésbica”, de Sávio Leite. Os dois filmes se juntam a uma seleção recorde de filmes brasileiros no festival alemão, um dos mais importantes do mundo. Ao todo, oito longa-metragens farão parte do evento, incluindo o documentário “No Intenso Agora”, de João Moreira Salles, e as ficções “Vazante”, de Daniela Thomas, “Pendular”, de Júlia Murat, “Mulher do Pai”, de Cristiane Oliveira, “As Duas Irenes”, de Fábio Meira, “Rifle”, de Davi Pretto, e “Joaquim”, cinebiografia de Tiradentes dirigida pelo cineasta Marcelo Gomes, que participará da mostra competitiva. O filme de Laís Bodanzky (“As Melhores Coisas do Mundo”) entrou na mostra Panorama. “Como Nossos Pais” tem Maria Ribeiro (“Tropa de Elite”) como protagonista e conta a história de uma mulher em conflito diante da criação dos filhos, os objetivos profissionais e a relação conturbada com a mãe. Em comunicado, a diretora comemorou a oportunidade de exibir seu filme para o público internacional. “A estreia mundial é sempre muito importante para um filme, porque define o rumo que ele pode tomar. Ter a oportunidade de exibir ‘Como Nossos Pais’ em um festival da linha A como o de Berlim é realmente uma grande conquista”, afirmou Laís, que também comemorou o recorde de filmes brasileiros no festival. “Fico muito feliz de fazer parte desse momento.” Já o curta de Sávio Leite é uma animação inspirada num poema de Hilda Hilst, que leva o mesmo nome, sobre uma fada que “vestia-se como rapaz para enganar mocinhas”. O Festival de Berlim 2017 vai acontecer entre os dias 9 e 19 de fevereiro na capital alemã.
Documentário de José Moreira Salles é selecionado para o Festival de Berlim
Mais um filme brasileiro foi selecionado para o Festival de Berlim. O documentário “No Intenso Agora”, escrito e dirigido por João Moreira Salles, foi incluído na mostra Panorama, tornando-se o sexto longa-metragem nacional incluído na programação do evento alemão. Salles lançou seu último documentário, “Santiago” há dez anos. “Apesar da distância, tenho a impressão de que são filmes aparentados. Não me refiro apenas ao aspecto pessoal dos documentários, mas também ao modo como eles foram realizados”, escreveu o diretor em um comunicado divulgado à imprensa. “‘Santiago’ talvez seja sobre o pai, enquanto ‘No Intenso Agora’ é sobre a mãe”, completou. O documentário, produzido pela Videofilmes, reúne cenas históricas das rebeliões ocorridas na década de 1960 em todo o mundo. Da China, vieram imagens feita pela mãe do diretor, em filmes caseiros rodados em 1966 durante a fase inicial da Revolução Cultural. Os demais registros são de 1968, da revolta estudantil em maio em Paris, das forças soviéticas dando fim à Primavera de Praga e de protestos no Rio de Janeiro, entre outros. O documentário vai se juntar a outros dois filmes brasileiros anteriormente selecionados para a mostra Panorama: “Vazante”, de Daniela Thomas, e “Pendular”, de Júlia Murat. Além destes, o cinema brasileiro também estará representado na mostra competitiva, por meio de “Joaquim”, cinebiografia de Tiradentes dirigida pelo cineasta Marcelo Gomes (“Era uma Vez Eu, Veronica”), e também na seção Generation, dedicada a filmes com temáticas e protagonistas adolescentes, com “Mulher do Pai”, de Cristiane Oliveira, e “As Duas Irenes”, de Fábio Meira. O Festival de Berlim 2017 vai acontecer entre os dias 9 e 19 de fevereiro na capital alemã.
Filme sobre Tiradentes vai disputar o Urso de Ouro no Festival de Berlim
O filme “Joaquim”, cinebiografia de Tiradentes dirigida pelo cineasta Marcelo Gomes (“Era uma Vez Eu, Veronica”), foi selecionado para a mostra competitiva do Festival de Berlim. O longa está entre os dez títulos anunciados nesta terça-feira (10/1) pela organização do festival alemão, como complemento da lista dos concorrentes ao Urso de Ouro em 2017. A inclusão de “Joaquim” acontece dois anos após “Praia do Futuro”, de Karim Aïnouz, ter sido o último representante do país na competição. Curiosamente, Gomes e Aïnouz são parceiros, tendo trabalhado juntos em “Madame Satã” (2002), “Cinema, Aspirinas e Urubus” (2005) e “Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo” (2009). “Joaquim” surgiu inicialmente como parte de um projeto de coproduções da Televisão Espanhola (TVE), realizado em homenagem ao bicentenário das revoluções sul-americanas. Além do filme de Tiradentes, representando o Brasil, fizeram parte do plano original “José Marti: O Olho do Canário” (2010), do cubano Fernando Pérez (“Últimos Dias em Havana”), “Hidalgo – A História Jamais Contada” (2010), do mexicano Antonio Serrano (“Macho”), “Revolução: A Cruzada de San Martin” (2011), do argentino Leandro Ipiña (série “Exodo”), “Artigas – La Redota” (2011), do uruguaio César Charlone (série “3%”), e “Libertador” (2013), uma cinebiografia de Simon Bolivar feita pelo venezuelano Alberto Arvelo (“Habana, Havana”). Mas aí veio a crise financeira europeia, e “Joaquim” precisou ser feito com recursos próprios, enquanto outros projetos jamais saíram do papel – um filme chileno sobre Bernardo O’Higgins e um peruano a respeito de Tupac Amaru, por exemplo. A história de Tiradentes já rendeu vários filmes, entre eles o marcante “Os Inconfidentes” (1972), dirigido por José Pedro de Andrade e com José Wilker no papel principal. Mas o personagem foi explorado até em novelas, interpretado por Carlos Zara em “Dez Vidas” (1969) e por Thiago Lacerda na recente “Liberdade, Liberdade” (2016). O filme de Marcelo Gomes tem como diferencial forcar-se mais nas viagens de Tiradentes por Minas Gerais e Rio de Janeiro e no caldeirão de ideias que formou a consciência política do alferes Joaquim José da Silva Xavier, vivido por Julio Machado (“Trago Comigo”). O roteiro foi feito em parceria com João Dumans (“A Cidade onde Envelheço”), segundo declarou o pernambucano Gomes, para ter um “olhar mineiro”. O cinema brasileiro venceu duas vezes o Urso de Ouro com “Central do Brasil”, em 1998, e “Tropa de Elite”, em 2008. O presidente do júri deste ano será o cineasta holandês Paul Verhoeven, atualmente em cartaz nos cinemas com “Elle”, que venceu os Globos de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz (Isabelle Huppert) e foi um dos 15 melhores filmes lançados em circuito limitado no Brasil em 2016. Além de “Joaquim”, o Brasil será representado por mais quatro longas nas mostras paralelas do festival: “Vazante”, de Daniela Thomas, e “Pendular”, de Júlia Murat, na mostra Panorama, “Mulher do Pai”, de Cristiane Oliveira, e “As Duas Irenes”, de Fábio Meira, na mostra Generation, além do curta “Estás vendo Coisas”, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca. O Festival de Berlim ocorrerá entre 9 e 19 de fevereiro na capital da Alemanha.
Mais dois filmes brasileiros são selecionados para o Festival de Berlim
Depois de dois filmes selecionados na mostra Panorama, mais um par de longas brasileiros entraram em outra mostra paralela do Festival de Berlim de 2017. “Mulher do Pai”, de Cristiane Oliveira, e “As Duas Irenes”, de Fábio Meira, serão exibidos na mostra Generation, dedicada a filmes com temáticas e protagonistas adolescentes. Estreia na direção de longas de Oliveira, “Mulher do Pai” já foi exibido na última edição do Festival do Rio, de onde saiu com os prêmios de Melhor Direção, Atriz Coadjuvante (a uruguaia Verónica Perrotta) e Fotografia (Heloísa Passos). O filme é uma coprodução entre Brasil e Uruguai que conta uma história ambientada na fronteira dos dois países. “As Duas Irenes” também marca a estreia na direção de Meira, roteirista do filme “De Menor”. Rodado em Goiás, a produção acompanha uma jovem que descobre outra filha de seu pai. No elenco, estão Marco Ricca e Susana Ribeiro, além das novatas Priscila Bittencourt e Isabela Torres, vivendo as Irenes do título, escolhidas entre 200 concorrentes. Ambos terão distribuição nos cinemas brasileiros em 2017 pela Vitrine Filmes. O Festival de Berlim ocorre entre os dias 9 e 19 de fevereiro na capital alemã.
Fala Comigo vence o Festival do Rio e lança um novo diretor
O drama “Fala Comigo”, de Felipe Sholl, foi o vencedor da mostra competitiva do 18º Festival do Rio. Além de Melhor Filme, o longa também rendeu o prêmio de Melhor Atriz para Karine Teles. Primeiro longa dirigido por Sholl, “Fala Comigo” conta a história de Diogo (Tom Karabachian), um adolescente de 17 anos que desenvolve o fetiche de se masturbar enquanto telefona para as pacientes da mãe terapeuta (Denise Fraga). Uma dessas pacientes é Angela, de 43 anos, com quem Diogo passa a se relacionar. Foi o papel que deu a Karine Teles o troféu Redentor. Apesar de ser um trabalho de diretor estreante, Sholl não é exatamente um novato. Ele já exibiu curta no Festival de Berlim e tem uma filmografia interessante como roteirista. Seu roteiro de “Hoje” (2011) venceu o troféu Candango no Festival de Brasília. Ele também escreveu o filme que, para a Pipoca Moderna, foi o melhor lançamento brasileiro do ano passado, “Casa Grande” (2015), além de “Histórias que Só Existem Quando Lembradas” (2011) e “Trinta” (2014). Já o público preferiu “Era o Hotel Cambridge”, de Eliane Caffé, que o júri só premiou por sua Montagem. Ironicamente, público e crítica concordaram, já que o longa de Eliane Caffé também venceu o prêmio da FIPRESCI (Federação Internacional de Críticos de Cinema). O filme mostra a situação incomum de integrantes do movimento dos sem-tetos e refugiados que se espremem em um prédio abandonado no centro de São Paulo. Ao todo, 13 longas receberam troféus em pelo menos uma categoria da disputa. O mais premiado foi “Mulher do Pai”, com três troféus: Melhor Direção para a gaúcha Cristiane Oliveira, Atriz Coadjuvante para Verónica Perrota e Fotografia (dividindo este com “Superorquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos”). É importante destacar o processo de renovação incentivado pela premiação, já que Cristiane Oliveira também é estreante, vindo de uma carreira como diretora assistente desde “Diário de Um Novo Mundo” (2005). Maior destaque entre os prêmios de atuação, o filme “Sob Pressão” deu a Julio Andrade o Redentor de Melhor Ator (troféu dividido com Nelson Xavier, por “Comeback”) e a Stepan Nercessian o troféu de Melhor Coadjuvante. Curiosamente, Julio Andrade também foi premiado como Melhor Ator por “Redemoinho”, que ainda levou o Grande Prêmio do Júri (reconhecimento ao 2º lugar na premiação) Entre os documentários, o vencedor foi “A Luta do Século”, de Sérgio Machado, que registrou a rivalidade de mais de 20 anos entre os boxeadores Luciano Todo Duro e Reginaldo Holyfield, ídolos do esporte no Nordeste na década de 1990. Fizeram seis combates, com três vitórias para cada lado. Durante as filmagens, os dois ex-atletas, já com mais de 50 anos de idade, resolveram se enfrentar. O júri do Festival do Rio 2016 foi presidido por Charles Tesson, crítico e diretor da Semana da Crítica do Festival de Cannes, e teve participação da diretora Maria Augusta Ramos, do ator Rodrigo Santoro e da diretora Sandra Kogut. Mostra Competitiva MELHOR FILME “Fala Comigo” PRÊMIO DO PÚBLICO “Era o Hotel Cambridge” GRANDE PRÊMIO DO JÚRI “Redemoinho” MELHOR DIREÇÃO Cristiane Oliveira (“Mulher do Pai”) MELHOR ATOR Nelson Xavier (“Comeback”) e Julio Andrade (“Sob Pressão” e “Redemoinho”) MELHOR ATRIZ Karine Telles (“Fala Comigo”) MELHOR ATOR COADJUVANTE Stepan Nercessian (“Sob Pressão”) MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Verónica Perrotta (“Mulher do Pai”) MELHOR ROTEIRO “Vermelho Russo” MELHOR FOTOGRAFIA “Mulher do Pai” e Superorquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos MELHOR MONTAGEM “Era o Hotel Cambridge” MELHOR DOCUMENTÁRIO “A Luta do Século” PRÊMIO DO PÚBLICO DE DOCUMENTÁRIO “Divinas Divas” MELHOR DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO Sérgio Oliveira (“Superorquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos”) MELHOR CURTA-METRAGEM “O Estacionamento” PRÊMIO DO PÚBLICO DE CURTA-METRAGEM “Demônia – Melodrama em 3 Atos” MENÇÃO HONROSA – CURTA-METRAGEM “Demônia – Melodrama em 3 Atos” PRÊMIO FIPRESCI “Viejo Calavera” e “Era o Hotel Cambridge” Mostra Novos Rumos MELHOR FILME “Então Morri” PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI “Deixa na Régua” MELHOR CURTA-METRAGEM “Não Me Prometa Nada”









