Roteirista diz que homofobia de Hollywood impediu Oscar de “O Segredo de Brokeback Mountain”
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Diretor vencedor do Oscar é preso na Itália sob acusação de estupro
O diretor Paul Haggis, do filme vencedor do Oscar “Crash – No Limite” (2004), foi detido neste domingo (19/5) na cidade de Ostuni, no sul da Itália, por acusações de agressão sexual e lesão corporal agravada, de acordo com vários relatos da mídia italiana e uma declaração dos promotores públicos da cidade vizinha de Brindisi. Uma jovem identificada apenas como “estrangeira” prestou queixa criminal contra Haggis, acusando-o de forçá-la a ter relações sexuais durante dois dias em Ostuni, onde ele se encontra para realizar uma série de master classes no Allora Fest, um novo festival de cinema marcado para começar na terça-feira (21/6). A mulher foi encontrada no aeroporto Papola Casale em Brindisi, onde foi largada na manhã deste domingo, apesar de demonstrar “condições físicas e psicológicas precárias”, segundo um relatório da polícia italiana. Socorrida por funcionários do aeroporto e policiais, ela foi levada para o hospital e posteriormente apresentou acusações formais. Esta não é a primeira acusação de agressão sexual feita contra Haggis. Em 2017, a assessora de imprensa Haleigh Breest processou o cineasta, alegando que ele a estuprou violentamente em seu apartamento em Nova York após uma première em 2013. Após essa acusação se tornar pública, mais três mulheres denunciaram o diretor e roteirista por má conduta sexual contra Haggis. Ele negou todas as alegações. Cientologista que depois se voltou contra a seita, Paul Haggis foi alçado à fama com “Crash” e depois assinou roteiros de filmes de sucesso como “Menina de Ouro” (2004), “007 – Cassino Royale” (2006) e “007 – Quantum of solace” (2008). As acusações refletem uma irônica lição de moral para a velha guarda de Hollywood. “Crash” é considerado o mais fraco vencedor do Oscar deste século e só teria vencido porque contou com apoio dos conservadores para impedir o favorito “O Segredo de Brokeback Montain” de ser consagrado pela Academia. O filme que rendeu o Oscar de Melhor Direção para Ang Lee contava uma história de amor proibida entre dois homens. Representando a opinião dos eleitores do prêmio, o já falecido ator Tony Curtis chegou a declarar que não tinha visto e não tinha intenção de ver o romance gay para votar no Oscar. Assim, o filme do homem acusado de ser estuprador acabou vencendo o Oscar, com apoio dos defensores da moral e dos bons costumes.
Bruce Kirby (1925 – 2021)
O ator Bruce Kirby, que viveu policiais em muitas séries da TV dos anos 1970, morreu no domingo (24/1) em Los Angeles, aos 95 anos. A causa da morte não foi especificada, mas seu filho disse no Facebook que ele “faleceu pacificamente” no Cedars-Sinai Medical Center em Los Angeles. Nascido Bruno Giovanni em Nova York, ele teve uma longa carreira, iniciada na década de 1950 com aparições em teleteatros. Kirby se tornou uma presença familiar na TV durante os anos 1960 e 1970, aparecendo em tudo quanto é tipo de série, incluindo “The Patty Duke Show”, “Guerra, Sombra e Água Fresca”, “Jeannie É um Gênio”, “Arquivo Confidencial”, “Missão: Impossível”, “M*A*S*H”, “Mod Squad”, “Bonanza” e “Os Defensores”. Seu primeiro personagem recorrente foi um policial na série de comédia “Car 54, Where Are You?”, entre 1961 e 1963, e ele se saiu tão bem que acabou se especializando nesse tipo de papel em várias produções – viveu o sargento Al Vine em “Kojak” (de 1973 a 1976), o capitão Harry Sedford em “Holmes and Yoyo” (1976-1977), o detetive George Schmidt em “Shannon” e especialmente o sargento George Kramer em “Columbo” (de 1973 a 1995). Em “Columbo”, seu personagem marcou época como o detetive que geralmente acreditava na historinha do criminoso, apenas para vê-lo desmascarado pelo protagonista, vivido por Peter Falk, no final dos episódios. Mais recentemente, ele ainda interpretou o promotor público Bruce Rogoff em “L.A. Law”, entre 1986 e 1991. Suas aparições finais ainda incluem participações em “Família Sopranos” (The Sopranos), “Numb3rs” e “Scrubs”, na metade dos anos 2000. Embora papéis na TV tenham dominado sua carreira, Kirby fez várias aparições no cinema, sempre pequenas. Algumas, minúsculas, como o papel de um guarda em “Muppets: O Filme” (1979). Em “Conta Comigo” (1986), de Rob Reiner, ele interpretou o dono do mercadinho que diz a Gordie (Wil Wheaton) que ele se parecia com seu irmão mais velho e falecido. Ele também foi um detetive em “Jogue a Mamãe do Trem” (1987) e o pai do policial vivido por Matt Dylan em “Crash”, vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2006. Kirby interrompeu a carreira após a morte de um de seus filhos, Bruno Kirby, que também era ator (“O Poderoso Chefão 2”, “Harry e Sally: Feitos um para o Outro”, “Amigos, Sempre Amigos”). Bruno morreu de leucemia em 2006 aos 57 anos.



