Farofeiros invadem os cinemas nas estreias da semana
A programação desta quinta (8/3) está sortida, com besteirol, ação e até lançamentos para celebrar o Dia Internacional da Mulher. São 13 longas e uma dica: reflita bem antes de encarar as filas, porque muitos dessas produções vão logo logo enjoar de tanto reprisar na TV. Clique nos títulos abaixo para assistir aos trailers de todas as estreias. “Os Farofeiros” tem a maior distribuição, levando a mais de 500 telas a décima parceria entre o diretor Roberto Santucci e o roteirista Paulo Cursino – no curto espaço de oito anos. Fábrica de hits, a dupla é responsável pelos blockbusters “De Pernas pro Ar” e “Até que a Sorte nos Separe”, e mantém algumas características “autorais”, como elenco de humoristas da TV, personagens caricatos e interpretações histéricas. As piadas do novo trabalho giram em torno do velho tema das “férias frustradas”, mas em vez de acompanhar uma família, reúne “colegas da firma” numa viagem para o litoral, onde tudo dá errado. Com direito a todos os clichês esperados, a história é melhor resolvida – e engraçada – que outras da dupla, ainda que seja inevitável pensar que funcionaria melhor com personagens e praia paulistas ou como lançamento de verão – ou, melhor ainda, como série do Multishow. Em outros anos, “Encantados” também flertaria com o grande público. Mas o filme já era datado quando foi feito, em 2014, tendo “desencantado” nos cinemas apenas agora – e trazendo consigo o “assediador” José Mayer, justamente no Dia da Mulher… A trama é uma versão tupiniquim dos romances adolescentes sobrenaturais que foram tendência em Hollywood há meia década atrás. Gira em torno da filha de um influente político paraense, que tem visões de um índio bonitão nas águas da Ilha de Marajó. Se o samba-enredo parece conhecido é porque a combinação de folclore, rios místicos e “realismo fantástico” tem sido a base de sucessos noveleiros como “Pantanal” (1990) e “Velho Chico” (2016) – sem esquecer que já há uma versão adulta similar, “Ele, o Boto” (1987). A direção é de Tizuka Yamasaki, que chegou a ser apontada como diretora promissora nos anos 1980, antes de se especializar em filmes da Xuxa. Os filmes B dos EUA Os três filmes americanos da semana foram rodados com baixo orçamento e chegam com atraso no Brasil. Caso mais extremo, “Medo Profundo” foi lançado há oito meses nos Estados Unidos, ocasião em que virou uma das maiores surpresas do ano passado. Custou US$ 5,5 milhões e faturou US$ 44,3 milhões só no mercado doméstico, apesar da trama limitada, que mostra as atrizes Mandy Moore (série “This Is Us”) e Claire Holt (série “The Originals”) presas no fundo do mar, cercadas por tubarões e contando os minutos de oxigênio que lhes restam. Sem maiores pretensões, o suspense aquático sobreviveu à cotação medíocre, de 55% de aprovação no Rotten Tomatoes, para sair direto em DVD em vários países. O Brasil é o último lugar do mundo em que será projetado. Apesar de mais verba para efeitos visuais, “O Passageiro” segue a fórmula de filme B das parcerias anteriores entre o ator Liam Neeson e o diretor Jaume Collet-Serra. Como sempre, o protagonista vive o homem errado, que vira alvo de alguém que irá se arrepender até o fim da exibição. O diretor, que já tentara matar o astro num acidente de carro, de avião e a pé nas ruas, desta vez o coloca numa trem em seu trajeto cotidiano para casa. Ao ser abordado no vagão por uma mulher misteriosa (Vera Farmiga), ele acaba envolvido numa conspiração criminal que ameaça não apenas a sua vida, como a de todos ao seu redor. Um pouco acima da linha da mediocridade, atingiu 58% no Rotten Tomatoes e faturou US$ 36,2 milhões em três meses em cartaz na América do Norte. No “ajuste final”, foi salvo pelo público internacional, que pagou quase o dobro para ver o que Tony Scott filmaria em 2017 se ainda fosse vivo. Outra história de ação ferroviária, “15h17 – Trem para Paris” acabou virando um docudrama com direção do veterano Clint Eastwood. A trama acompanha três americanos de férias na Europa, que usam seu treinamento militar para impedir o ataque de um terrorista armado em um trem que viaja de Amsterdã para Paris. A premissa de filme de Steven Seagal dos anos 1990 aconteceu de verdade em 2015 e foi abordada por Eastwood com um tratamento quase documental, ao optar por dirigir os próprios três amigos, interpretando a si mesmos na recriação da viagem em que viraram heróis. Para ter assunto, o filme também mostra como eles se conheceram desde a infância e seu treinamento militar, e ainda serve como propaganda para o alistamento militar nos Estados Unidos. O resultado não convenceu, com 15% de aprovação. Orçado em US$ 30 milhões, dará prejuízo com apenas US$ 35,2 milhões em dois meses. O empoderamento do circuito limitado As melhores opções em cartaz começam com a produção britânica “Daphne”. Trata-se de uma anti-comédia romântica sobre a personagem-título, que transita pela noite de Londres entre bebedeiras e sexo casual, enquanto navega uma crise existencial a espera de um atrasado amadurecimento. A atriz Emily Beecham, mais conhecida como A Viúva da série “Into the Badlands”, foi premiada no Festival de Torino e indicada ao BIFA (premiação indie britânica) pelo papel. Já o filme tem só 100% de aprovação no Rotten Tomatoes. “A Número Um” é um suspense feminista passado no mundo das grandes corporações. Bastante atual, o longa francês acompanha sua protagonista numa campanha para ser promovida à CEO de sua empresa, defrontando-se com um rival sexista pelo cargo, que faz tudo para lembrá-la de “seu lugar”, inclusive jogar sujo para vê-la chorar como “mulherzinha”. Escrito, dirigido e estrelado por mulheres, destaca a interpretação de Emmanuelle Devos, indicada ao César (o Oscar francês) pelo desempenho. Outra história feminina francesa, “O Filho Uruguaio” acompanha a busca de uma mãe pelo filho pequeno, sequestrado pelo próprio pai. Após quatro anos do divórcio, sem que a polícia o tenha localizado, a mãe resolve procurar o filho por conta própria, planejando um reencontro no Uruguai. A realidade, porém, não acontece como em seus sonhos. O que não é exatamente inesperado. A maternidade também é o tema de “Uma Espécie de Família”, novo suspense do argentino Diego Lerman (“Refugiado”), que venceu o troféu de Melhor Filme do Festival de Chicago, Melhor Roteiro do Festival de San Sebastian e tem oito indicações ao “Oscar argentino”. A trama acompanha uma médica que viaja ao interior, num local distante, para o parto de uma jovem pobre. Pretendendo adotar o bebê, ela é surpreendida por um esquema de extorsão e, quando percebe a verdade sobre a situação em que se meteu, entra em desespero. No papel principal, a espanhola Bárbara Lennie foi coberta de elogios pela imprensa platina. Ela já tem o Goya (o Oscar espanhol) de Melhor Atriz por “A Garota de Fogo” (2014). E os documentários A programação se completa com quatro documentários brasileiros. O melhor é “Torquato Neto – Todas as Horas do Fim”, que resgata um dos expoentes menos lembrados da Tropicália. Culpa dele próprio, que se matou jovem. Jornalista, poeta, compositor, cineasta, deixou alguns clássicos da MPB como legado. “Santoro – O Homem e Sua Música” também resgata ícone esquecido da cultura brasileira do século 20. O amazonense Cláudio Santoro (1919-1989) chegou a ser considerado um dos maiores compositores eruditos do mundo. Mas, em vez de consagração, sofreu perseguição no Brasil por ser comunista. Impedido de exercer sua arte, precisou dar aulas particulares e até criar bois para sobreviver. Por fim, “Pra Ficar na História” registra os esforços de um gaúcho que criou um museu ao ar livre sobre a imigração italiana e “A Imagem da Tolerância” aborda o culto a Nossa Senhora de Aparecida.
Vídeo explora decisão de filmar 15h17 – Trem para Paris com trio que viveu a história real
A Warner divulgou um vídeo de bastidores de “15h17 – Trem para Paris” (The 15:17 to Paris), novo filme de Clint Eastwood, que explora a curiosa decisão do diretor de filmar a trama, baseada numa história verídica, com os três jovens que viveram os fatos reais. Não se trata de um documentário. O filme é um thriller de ação, que marca a estreia de Anthony Sadler, Alek Skarlatos e Spencer Stone como atores, interpretando a si mesmos. Spencer revelou ter tido um insight durante a produção: “Uma hora eu olhei em volta, vi o Sr. Eastwood e caí em mim: ‘Meu Deus, estou aqui mesmo, me interpretando num filme de Clint Eastwood sobre a minha vida”. A trama acompanha três americanos de férias na Europa, que usam seu treinamento militar para impedir o ataque de um terrorista armado em um trem que viaja de Amsterdã para Paris. Além do incidente que os tornou famosos, o filme vai mostrar como eles se conheceram desde a infância, em Carmichael, na Califórnia, e o treinamento militar de Alek e Spencer, respectivamente como Guarda Nacional do Oregon e aviador da Força Aérea dos Estados Unidos. A história foi adaptada para a tela pela roteirista Dorothy Blyskal, assistente de produção de “Sully: O Herói do Rio Hudson” (2016), que também estreia na nova função. Além do trio de protagonistas, fazem parte do elenco os atores Tony Hale (série “Veep”), Jenna Fischer (“O Estado das Coisas”), Judy Greer (“Homem-Formiga”), PJ Byrne (série “Big Little Lies”), Thomas Lennon (“Uma Noite no Museu”) e os meninos Paul-Mikel Williams (série “Westworld”), Bryce Gheisar (“Quatro Vidas de um Cachorro”) e William Jennings (“Wheels”), que interpretam as versões mais jovens de Anthony, Alek e Spencer. A estreia está marcada para fevereiro.
Novo filme de Clint Eastwood ganha primeiro trailer com heróis da vida real
A Warner divulgou o primeiro trailer de “15h17 – Trem para Paris” (The 15:17 to Paris), novo filme de Clint Eastwood. Depois de contar a história do herói do Rio Hudson em seu drama de acidente aéreo “Sully”, aclamado pela crítica, o veterano cineasta recria outro evento heroico da vida real, mas levando a adaptação a um novo nível de precisão. Para contar a história, Eastwood dirigiu os personagens que a viveram de verdade: Anthony Sadler, Alek Skarlatos e Spencer Stone, que estreiam como atores interpretando a si mesmos. A trama acompanha três americanos de férias na Europa, que usam seu treinamento militar para impedir o ataque de um terrorista armado em um trem que viaja de Amsterdã para Paris. Além do incidente que os tornou famosos, o filme vai mostrar como eles se conheceram desde a infância, em Carmichael, na Califórnia, e o treinamento militar de Alek e Spencer, respectivamente como Guarda Nacional do Oregon e aviador da Força Aérea dos Estados Unidos. A história foi adaptada para a tela pela roteirista Dorothy Blyskal, assistente de produção de “Sully: O Herói do Rio Hudson” (2016), que também estreia na nova função. Além do trio de protagonistas, fazem parte do elenco os atores Tony Hale (série “Veep”), Jenna Fischer (“O Estado das Coisas”), Judy Greer (“Homem-Formiga”), PJ Byrne (série “Big Little Lies”), Thomas Lennon (“Uma Noite no Museu”) e os meninos Paul-Mikel Williams (série “Westworld”), Bryce Gheisar (“Quatro Vidas de um Cachorro”) e William Jennings (“Wheels”), que interpretam as versões mais jovens de Anthony, Alek e Spencer. A estreia está marcada para fevereiro.
Sofia Coppola subverte O Estranho que Nós Amamos com feminismo e beleza
Embora “O Estranho que Nós Amamos”, de Sofia Coppola (“Bling Ring”), seja uma nova releitura do romance de Thomas Cullinan, é muito difícil dissociá-lo da primeira adaptação cinematográfica da obra, o filme homônimo de Don Siegel de 1971, até pelo impacto, como thriller, que o clássico mantém até hoje. Os dois longas travam uma espécie de diálogo, mudando a perspectiva da trama, de acordo com a época em que foram produzidos. A intenção da diretora parece ser provocar, ao deliberadamente alterar o ponto de vista da narrativa. Não vemos mais a história pelos olhos do soldado ianque ferido que é desejado por mulheres de todas as idades de um internato de garotas na Virginia, na época da Guerra Civil Americana. No filme de Siegel, Clint Eastwood conseguia tirar proveito dessa situação, como se estivesse numa loja de doces. Ao mesmo tempo, o que acontece a seguir com ele é um pesadelo terrível. O trailer da nova versão, que rendeu à diretora o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes, nem fez questão de esconder a parte trágica do que acontece com o soldado, agora vivido por Colin Farrell (“Animais Fantásticos e Onde Habitam”), quando ele adentra aquele território de mulheres, que se veem mudadas e excitadas com sua presença. Em entrevista, Sofia Coppola disse que fez seu filme para as mulheres e para seus amigos gays. Faz sentido, principalmente na cena em que Nicole Kidman, a dona do internato, banha o corpo nu e inconsciente do soldado e sente o calor do desejo. Três gerações de atrizes – Nicole Kidman (“Lion”), Kirsten Dunst (“Melancolia”) e Elle Fanning (“Demônio de Neon”) – se comportam de maneira diferente diante daquele homem. Mas todas elas se sentem bastante atraídas por ele. A mais velha parece ter uma reputação a zelar, mas tenta se aproveitar do fato de mandar naquele lugar; a do meio vê naquele homem uma passagem para a felicidade do amor romântico; já a mais jovem é impulsiva o suficiente para jogar o seu charme e avançar o sinal sem a menor culpa. Mas enquanto trata do desejo de diferentes mulheres por um homem, “O Estranho que Nós Amamos” é também um filme sobre a objetificação masculina e como a aparente fragilidade feminina na verdade esconde força – e até uma maldade. Trata-se de uma obra feminista, como já era o primeiro trabalho da diretora, “As Virgens Suicidas” (1999). Como todos os filmes da diretora, também é um trabalho repleto de beleza. Nas imagens captadas à luz de velas e claridade natural pelo cinematógrafo Philippe Le Sourd (“O Grande Mestre”), nos figurinos sóbrios das moças do internato (de Stacey Battat, em seu terceiro trabalho com a diretora), e em sua direção de arte absolutamente “feminina” (de Anne Ross, no quarto filme com Coppola), que sabe lidar muito bem com o vermelho vivo. O que é natural. Afinal, a mulher sangra todo mês.
Sofia Coppola conquista Cannes com western gótico sobre empoderamento feminino
O novo filme de Sofia Coppola, “O Estranho que Nós Amamos” (The Beguiled), foi o primeiro a entusiasmar crítica e público no Festival de Cannes. Remake de um western dirigido por Don Siegel e estrelado por Clint Eastwood em 1971, com mais suspense e até terror que o original, o longa subverte as expectativas por mudar o ponto de vista, contando a história pela perspectiva das mulheres da trama. Na entrevista coletiva do festival, a diretora disse que descobriu o filme por indicação da amiga e designer de produção Anne Ross. “O filme ficou na minha cabeça. O original é sob o ponto de vista do homem. Achei que podia contar a história sob o ponto de vista das mulheres”, explicou. Sofia nunca tinha feito um remake, por isso foi buscar mais informações na fonte original, o livro de 1966, escrito por Thomas Cullinan. Ela tampouco tinha realizado um thriller com clima gótico, filmado à luz de velas – a fotografia de Philippe Le Sourd é deslumbrante. Mas o que chama mais atenção é o elenco estelar da produção, liderado por Nicole Kidman (“Lion”), como a diretora de um internato para moças no Sul rural dos Estados Unidos durante a Guerra Civil do século 19. Neste local, Kirsten Dunst (“As Duas Faces de Janeiro”) vive uma professora, enquanto Elle Fanning (“Demônio de Neon”) e Angourie Rice (“Dois Caras Legais”) são estudantes. Este universo feminino é invadido pela chegada de um soldado do exército da União ferido, interpretado por Colin Farrell (“O Lagosta”), que as mulheres decidem abrigar e tratar. Mas, cercado de beleza, ele logo começa a abusar da hospitalidade daqueles mulheres, que estão sozinhas, mas não desamparadas. “Toda vez que um grupo de mulheres é isolado do mundo exterior, uma nova dinâmica se estabelece entre elas. O que fiz foi me afastar da memória do filme de Don Siegel e pensar em como eu poderia contar aquela história de novo, sob um ponto de vista diferente”, contou a cineasta. Há um cuidado em evitar transformar o homem em vítima de mulheres vingativas. Ele é claramente um predador, invadindo um ninho. “Para mim, ele chega e arruína tudo. Nós estávamos bem só nós mesmas, apenas não podíamos ter filhos”, apontou Nicole Kidman. Vale lembrar que as mulheres do filme estão numa escola não para aprenderem uma profissão, mas sendo educadas para atrair bons maridos. Entretanto, a guerra levou os homens embora. O único que aparece faz parte do exército inimigo. O instinto feminino natural é ajudá-lo. Mas se ele mostrar sua verdadeira face, as mulheres ainda serão maioria. As mulheres já são maioria em muitas áreas, mas curiosamente não no cinema. Kidman aproveitou a discussão sobre empoderamento feminino para reclamar da pouca quantidade de diretoras contratadas pela indústria ou selecionadas para festivais. Neste ano, entre as duas dezenas de filmes na mostra competitiva de Cannes, apenas três são assinados por mulheres. “Temos de apoiar as cineastas. Muita gente diz que as coisas estão diferentes, mas não é o que mostram as estatísticas”, disse ela. “Apenas 2% dos filmes lançados no ano passado foram dirigido por mulheres. É uma estatística que diz tudo, e acho que é importante que continuemos repetindo”, acrescentou. “Para nossa sorte, temos Sofia e Jane aqui neste ano”, referindo-se também à australiana Jane Campion, que dirige Kidman na continuação da minissérie “Top of the Lake”, exibida fora de competição em Cannes. “Nós, mulheres, precisamos dar apoio a outras realizadoras mulheres”, concluiu. Esta não foi a única discussão levantada durante a entrevista coletiva de “O Estranho que Nós Amamos”. Sofia também defendeu que filmes devem ser vistos em salas de cinema, entrando na polêmica da participação de produções da Netflix no festival. “Fiquei feliz por filmar em película de 35mm, pensando em enquadramentos e fotografia para uma tela grande. Espero que as pessoas assistam ao filme em uma sala de cinema. É uma atmosfera totalmente diferente, uma experiência única em nossas vidas modernas”, ela declarou. Colin Farrell, único homem do elenco, não conseguiu se conter, emendando: “Já viram o vídeo na internet no qual David Lynch fala sobre assistir a filmes em celulares? É um lindo poema de 45 segundos. E diz: ‘Você acha que está vendo um filme de verdade numa p…a de telefone?’. Chequem no YouTube. É realmente lindo!”, provocou o ator. Nunca é demais lembrar a Farrell e aos leitores que David Lynch também está no Festival de Cannes. Ele foi acompanhar a projeção de seu novo trabalho, o revival da série “Twin Peaks”, que não será lançado nos cinemas, mas já está disponível no Brasil pela Netflix, para ser visto “numa p… de telefone”.
Clint Eastwood vai dirigir filme sobre atentado terrorista em Paris
O cineasta Clint Eastwood definiu seu próximo filme. De acordo com o site Deadline, ele vai dirigir “The 15:17 To Paris”, adaptação do livro de mesmo nome, sobre um atentado terrorista em Paris. A trama acompanha três soldados americanos que impedem um ataque em um trem que viaja para Paris. Diante dos atentados cometidos na capital francesa, o tema é bastante atual, mas volátil. Devido a um ataque acontecido no feriado do Dia da Bastilha, em julho de 2016, o filme “Bastille Day” teve seu lançamento cancelado na França e ainda sofreu mudança de título para “The Take” no mercado internacional, sem chegar ao Brasil. Por sinal, o filme já tinha sido adiado anteriormente por causa dos ataques de Paris em novembro de 2015. A adaptação de “The 15:17 To Paris” está a cargo de Dorothy Blyskal, que estreia como roteirista de cinema, após trabalhar como produtora assistente em filmes como “A Lei da Noite” e “Logan”, lançados recentemente. A expectativa é que Eastwood comece a definir elenco em breve, já que a Warner planeja começar a produção ainda em 2017. Não há previsão para a estreia nos cinemas.
Trailer do remake de O Estranho que Nós Amamos com Nicole Kidman e Colin Farrell é terror à luz de velas
A Focus Features divulgou o segundo trailer do remake de “O Estranho que Nós Amamos” (The Beguiled). Como a maioria dos trailers recentes, a prévia entrega demais, inclusive a reviravolta e os detalhes mórbidos da trama, que sob a direção de Sofia Coppola (“Bling Ring”) assume clima de terror de época. Uma história gótica, passada numa antiga mansão rural, à luz de velas. A prévia traz o ator Colin Farrell (“Animais Fantásticos e Onde Vivem”) no papel interpretado por Clint Eastwood em 1971, como um soldado ianque ferido, que é socorrido e tratado numa escola sulista para meninas. Sua presença desperta interesse tanto no corpo docente quanto no discente, e não demora a render relações indecentes. Mas a tensão sexual gera ciúmes e marca uma guinada trágica. O remake é a segunda parceria da diretora com a atriz Elle Fanning (as duas trabalharam juntas em “Um Lugar Qualquer”) e a terceira com Kirsten Dunst (após “As Virgens Suicidas” e “Maria Antonieta”). Além delas, as atrizes Nicole Kidman (“Olhos da Justiça”) e Angourie Rice (“Dois Caras Legais”) também fazem parte da seleção de loiras da produção. Selecionado para o Festival de Cannes, o novo “O Estranho que Nós Amamos” estreia em 30 de junho nos EUA e apenas dois meses depois, em 24 de agosto, no Brasil.
Trailer de western de Sofia Coppola vira terror com Elle Fanning, Kirsten Dunst e Nicole Kidman
A Focus Features divulgou o primeiro trailer e fotos de “The Beguiled”, remake do western “O Estranho que Nós Amamos”, com direção de Sofia Coppola (“Bling Ring”). A prévia traz o ator Colin Farrell (“Animais Fantásticos e Onde Vivem”) no papel interpretado por Clint Eastwood em 1971, como um soldado ianque ferido, que é socorrido e tratado numa escola sulista para meninas. Sua presença desperta interesse tanto no corpo docente quanto no discente, e não demora a render relações indecentes. Mas a tensão sexual gera ciúmes e dá uma guinada na trama, com o final do trailer marcado por gritos desesperados de filme de terror. O remake registra a segunda parceria de Coppola com a atriz Elle Fanning (as duas trabalharam juntas em “Um Lugar Qualquer”) e a terceira com Kirsten Dunst (após “As Virgens Suicidas” e “Maria Antonieta”). Além delas, as atrizes Nicole Kidman (“Olhos da Justiça”) e Angourie Rice (“Dois Caras Legais”) também fazem parte da seleção de loiras da produção. O novo “O Estranho que Nós Amamos” estreia em 30 de junho nos EUA e apenas dois meses depois, em 24 de agosto, no Brasil.
Sully demonstra a efetividade e a frieza do cinema de Clint Eastwood
É importante saber que “Sully – O Herói do Rio Hudson” é dirigido por Clint Eastwood, um cineasta econômico, preciso, direto ao ponto – não mostra nem mais, nem menos, apenas o necessário –, um exímio contador de histórias, como se ainda respirasse os ares da Hollywood dos anos 1970, com foco total na humanidade de seus personagens. Para Clint, tudo que um diretor necessita é um bom roteiro, uma boa montagem e um bom elenco. Tudo isso está aplicado na condução da história sobre como o Capitão Chester “Sully” Sullenberger III (Tom Hanks), e seu co-piloto Jeff Skiles (Aaron Eckhart), salvaram a si mesmos e outras 153 pessoas a bordo do Airbus A320, graças a uma manobra ousada de pouso no Rio Hudson, em Nova York, após a aeronave ser atingida por pássaros e perder os dois motores. Isso aconteceu de verdade no inverno de 2009 e a responsabilidade foi toda de Sully, embora sua decisão de descer na água estivesse longe de garantir a sobrevivência de todos a bordo, afinal nem mesmo o Capitão poderia prever que o avião boiaria em um rio castigado por um frio de rachar. Deu certo, mas a companhia aérea e a agência de aviação contestaram a ação do piloto, acreditando que bastava retornar e pousar no aeroporto de LaGuardia. Entre pesadelos que atormentam Sully (dormindo ou acordado) e cenas de interrogatórios que antecipam o inevitável julgamento, Clint primeiro expõe o problema. Com o espectador ciente do drama, ele finalmente intercala a trama, com a reconstituição da queda do avião no melhor uso que se pode fazer de flashbacks no cinema. É a hora em que podemos comprovar quem está falando a verdade: os acusadores de Sully ou o próprio. E Clint picota seu filme entre idas e vindas no tempo com a segurança e a competência de sempre. Em seus trabalhos mais recentes, o diretor vem se dedicando em focar o homem comum alçado à condição de herói ou ídolo americano, ainda que sempre questionado – por alguns ou por ele mesmo. Com “Sully”, ele atinge um momento grandioso ao valorizar a condição humana, num mundo que treina a todos para uma vida profissional em que se age como máquinas. Tom Hanks, Aaron Eckhart e Laura Linney, como a esposa de Sully, entregam o que se espera deles. Mas, assim como Clint, não vão além, porque o diretor se contenta apenas com a exposição dos fatos (do ponto de vista do protagonistas, mas são fatos). E isso não apenas em “Sully”, mas também em “Sniper Americano” (2014), “Jersey Boys” (2014), etc. Embora o diretor mereça elogios pelo absoluto controle de seu ofício, a frieza profissional ressente-se da falta de emoção, que havia de sobra em “Gran Torino” (2008) e “Invictus” (2009), que são da década passada e os últimos grandes filmes de Clint Eastwood. Portanto, por mais que seja bem feito e com muito talento envolvido, não é de causar espanto que o público saia do cinema questionando: “Era só isso?”.
Conheça as listas de melhores filmes e séries de 2016 do American Film Institute
Culminando uma tradição de todo o final de ano, o American Film Institute (AFI), uma das mais respeitadas instituições de arte dos EUA, responsável pela restauração de clássicos do cinema, divulgou sua lista com os melhores filmes e séries lançados em 2016. As listas não guardam posição, apenas citam 10 filmes e 10 séries que se destacaram mais, na opinião dos responsáveis pelo instituto – cineastas como Steven Spielberg, Edward Zwick e Jay Roach, atores como Halle Berry, Eva Longoria e Edward James Olmos, e produtores/power players como Shonda Rhimes, Kathleen Kennedy, Les Monvees e Ted Sarandos, entre outros. Na seleção cinematográfica, destacam-se “La La Land”, “Moonlight” e “Manchester à Beira-Mar”, que já vem conquistando diversos prêmios, além da sci-fi “A Chegada”, o drama “Fences”, de Denzel Washington, “Até o Último Homem”, de Mel Gibson, “Silêncio”, de Martin Scorsese e “Sully – O Herói do Rio Hudson”, de Clint Eastwood. Há apenas uma animação na lista: “Zootopia”, da Disney. Na lista de melhores séries, figuram duas das mais premiadas do ano, “Game of Thrones” e “The People v O.J. Simpson: American Crime Story”. Mas também houve espaço para cinco produções estreantes: os dramas “The Night Of”, “This Is Us”, “The Crown”, a comédia “Atlanta” e o hype de outro mundo “Stranger Things”. Uma das produções de maior destaque do ano acabou ganhando uma menção especial, até pela dificuldade de caracterizá-la. Vencedor de diversos prêmios, o documentário “O.J.: Made in America” foi exibido como filme em festivais de cinema importantes e até estreou em circuito limitado, mas chegou ao grande público americano como uma minissérie de cinco partes na rede ABC. Melhores de 2016 do American Film Institute Filmes do Ano “A Chegada” “A Qualquer Custo” “Até o Último Homem” “Fences” “La La Land – Cantando Estações” “Manchester à Beira-Mar” “Moonlight” “Silêncio” “Sully – O Herói do Rio Hudson” “Zootopia” Séries do Ano “The Americans” “Atlanta” “Better Call Saul” “The Crown” “Game of Thrones” “The Night Of” “The People v O.J. Simpson: American Crime Story” “Stranger Things” “This Is Us” “Veep” Menção Especial “O.J.: Made in America”
Sully ganha nova data de estreia no Brasil
Com o lançamento adiado após a queda do voo que levava o time da Chapecoense, o longa “Sully – O Herói do Rio Hudson” ganhou uma nova data de estreia no Brasil: 15 de dezembro. Inicialmente programado para 1º de dezembro, o longa foi retirado da programação pela Warner para evitar uma possível alusão à tragédia que deixou 71 mortos na Colômbia, causando comoção mundial. Dirigido por Clint Eastwood, “Sully – O Herói do Rio Hudson” é baseado na história real do piloto americano Chelsey Sullenberger, o “Sully”, que em 2009 conseguiu evitar um acidente de grandes proporções em Nova York, ao constatar falhas nos motores e pousar seu avião em pleno Rio Hudson, salvando as vidas de todos a bordo. O feito heroico fez o piloto ganhar os noticiários e se transformar em um herói nacional, mas, ao mesmo tempo, suas decisões foram contestadas pela perícia. O longa liderou as bilheterias dos EUA por duas semanas consecutivas em setembro passado. No filme, Hanks aparece com cabelos brancos e aparência envelhecida para viver o protagonista, e o elenco também inclui Anna Gunn (série “Breaking Bad”), Laura Linney (série “The Big C”), Aaron Eckhart (“Batman – O Cavaleiro das Trevas”), Sam Huntington (série “Being Human”) e Autumn Reeser (série “Hawaii Five-0”).
Tragédia com o time da Chapecoense adia estreia do filme Sully no Brasil
O filme “Sully – O Herói do Rio Hudson”, que gira em torna da queda de um avião, teve sua estreia adiada no Brasil. Segundo a Warner, que faria a estreia do longa na próxima quinta (1/12), uma nova data de estreia deve ser divulgada em breve. O adiamento tem como objetivo evitar qualquer tipo de constrangimento relacionado ao conteúdo do longa-metragem, que chegaria às telas dois dias após a queda do avião que transportava o time da Chapecoense. Uma das maiores tragédias da história dos esportes, o voo que levava o time catarinense à Colômbia, onde disputaria a primeira partida da final da copa Sul-Americana, caiu na madrugada desta terça (29/11) em uma região próxima à Medellín. O acidente deixou pelo menos 75 mortos, entre jogadores, comissão técnica, jornalistas e tripulação, causando comoção mundial. Dirigido por Clint Eastwood, “Sully – O Herói do Rio Hudson” é baseado na história real do piloto americano Chelsey Sullenberger, o “Sully”, que em 2009 conseguiu evitar um acidente de grandes proporções em Nova York, ao constatar falhas nos motores e pousar seu avião em pleno Rio Hudson, salvando as vidas de todos a bordo. O feito heroico fez o piloto ganhar os noticiários e se transformar em um herói nacional, mas, ao mesmo tempo, suas decisões foram contestadas pela perícia. O longa liderou as bilheterias dos EUA por duas semanas consecutivas em setembro passado. No filme, Hanks aparece com cabelos brancos e aparência envelhecida para viver o protagonista, e o elenco também inclui Anna Gunn (série “Breaking Bad”), Laura Linney (série “The Big C”), Aaron Eckhart (“Batman – O Cavaleiro das Trevas”), Sam Huntington (série “Being Human”) e Autumn Reeser (série “Hawaii Five-0”).










