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Suzana Amaral (1932 – 2020)
A cineasta Suzana Amaral, diretora do clássico “A Hora da Estrela” (1985), premiado em Berlim, morreu na tarde desta quinta-feira (25/6) em São Paulo. Segundo a família, a causa da morte não foi relacionada à covid-19. “Minha mãe deixa legado em várias áreas, sobretudo no cinema. Suzana veio e trouxe para o cinema brasileiro uma nova linguagem, uma poética que era só dela — com muita influência do cinema alemão. Ela também deixa um legado na sua ética como professora, além de ter sido uma mãe maravilhosa”, disse a filha Flávia ao jornal Folha de S. Paulo. Neste momento delicado para o cinema brasileiro, continua Flávia, “que ela seja uma bandeira para que se salve o cinema nacional, bem como todas as áreas da cultura, que estão tão vilipendiadas nos nossos dias”. Há registros na imprensa do nascimento de Suzana em 1928 e 1932, mas ela dizia em entrevistas que não gostava de falar qual era sua idade. “Ela era muito danada [com relação à idade], até o último momento”, afirmou Flávia. Fica, então, assinalada sua data preferida de nascimento, 1932. Suzana Amaral nasceu em São Paulo e só decidiu virar cineasta depois de ser mãe de nove filhos. Ela entrou na Escola de Comunicação Social e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) em 1968 e fez sua estreia como diretora no último ano do curso, em 1971, com os curtas “Sua Majestade Piolim” sobre o famoso palhaço Piolim, e “Semana de 22”, um panorama da Semana de Arte Moderna. Foram mais de 35 anos de carreira, mas apenas três longas de ficção. Todos adaptações de obras literárias. O primeiro foi “A Hora da Estrela”, baseado no texto original com mesmo nome de Clarice Lispector. A obra marcou época com a performance da então desconhecida Marcelia Cartaxo, que venceu o Urso de Prata de Melhor Atriz. Suzana também recebeu dois prêmios paralelos de direção (o OCIC e o C.I.C.A.E. Award) e seguiu colecionando reconhecimentos, no Festival de Havana e de Brasília – onde conquistou tudo: Melhor Filme, Direção, Atriz, Ator (José Dumont), Fotografia, Edição… O longa seguinte só foi lançado 16 anos depois. Baseado na obra homônima de Autran Dourado, “Uma Vida em Segredo” chegou às telas em 2001 lançando outra atriz, Sabrina Greve. Que também foi premiada por sua performance, vencendo o troféu de Melhor Atriz nos festivais de Brasília e Cine Ceará. Suzana ainda levou o troféu de Melhor Filme no festival cearense E, finalmente em 2009, saiu “Hotel Atlântico”, com roteiro adaptado de um romance de João Gilberto Noll, estrelado pelo já conhecido Júlio Andrade. Venceu o prêmio de Melhor Filme do Festival de Lima, no Peru. Ela também dirigiu dezenas de documentários e programas para a TV Cultura, sem esquecer uma minissérie portuguesa, “Procura-se”, em 1993. Em uma entrevista concedida à Fundação Casper Líbero em 2016, a diretora foi questionada porque só tinha feito três longas em toda a carreira. Ela respondeu: “Porque faltou dinheiro. Faltou apoio e grana”. Vítima de um AVC há cerca de um ano, Suzana estava com a saúde fragilizada desde então.
Maria Fernanda Cândido vai estrelar adaptação de A Paixão Segundo G.H., de Clarice Lispector
A atriz Maria Fernanda Cândido vai estrelar “A Paixão Segundo G.H.”, adaptação cinematográfica do romance homônimo de Clarice Lispector (1920-1977). Trata-se de um projeto desafiador, já que a obra é estruturada como um longo monólogo. “A Paixão Segundo G.H.” mostra o fluxo de consciência de uma mulher que demite a empregada e se põe a limpar o quarto de serviço, quando se depara com uma barata. Ela supera o nojo pelo inseto para poder matá-lo e, então, comê-lo. Escrito em 1964, o romance é considerado pelos críticos literários a obra mais importante da autora. A direção está a cargo de Luiz Fernando Carvalho, que já dirigiu a atriz em vários trabalhos, desde a novela “Esperança” (2002) até a minissérie “Dois Irmãos” neste ano. Com o filme, Carvalho retornará ao cinema, após 16 anos dedicados à TV. Seu único longa é o ótimo “Lavoura Arcaica” (2001), que também é uma adaptação literária – de Raduan Nassar. Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor contou que “A Paixão Segundo G.H” era o livro que o acompanhou durante a montagem de “Lavoura Arcaica”, “para dar um ‘descanso’ de Raduan”, ele brincou. “Foi ali que surgiu a semente desse projeto, que não é uma adaptação, assim como o ‘Lavoura’ também não era”.





