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    Estreias: O Homem nas Trevas domina o escuro dos cinemas brasileiros

    8 de setembro de 2016 /

    O terror “O Homem nas Trevas” chega ao circuito com a ambição de repetir no Brasil seu sucesso americano. Há duas semanas na liderança das bilheterias dos EUA, o filme dirigido pelo uruguaio Fede Alvarez (“A Morte do Demônio”) tem o maior lançamento da semana, com distribuição em 460 telas. E após uma leva de decepções do gênero, seu clima tenso deve agradar quem gosta de levar sustos no escuro do cinema. Com 86% de aprovação no Rotten Tomatoes, gira em torno de três jovens ladrões que invadem a casa de um cego, sem saber que, em vez de roubar uma vítima indefesa, entraram no covil de um psicopata mortal. A segunda estreia mais ampla é uma produção nacional. A comédia “O Roubo da Taça” se revela uma boa surpresa, ao evitar os lugares comuns do besteirol televisivo para enveredar pela crítica social num humor bastante ácido. O filme relata o roubo verídico da Taça Jules Rimet, símbolo do tricampeonato da seleção brasileira de futebol de 1970, mas inventa boa parte da história. Venceu o prêmio do público no festival americano SXSW e quatro troféus em Gramado, incluindo os de Ator para Paulo Tiefenthaler (“O Lobo Atrás da Porta”) e Roteiro para Lusa Silvestre (“Mundo Cão”) e o diretor Caíto Ortiz (“Estação Liberdade”). Estreia em 180 salas. “Herança de Sangue” marca a volta triunfal de Mel Gibson aos filmes de ação, pelas mãos de um cineasta francês, Jean-François Richet (“Inimigo Público nº 1”), e com aprovação da crítica americana – 86% no site Rotten Tomatoes. Na trama, o personagem de Gibson faz tudo para salvar a filha, jurada de morte por traficantes. Em 138 salas. Pior filme da semana, a comédia besteirol americana “Virei um Gato”, estrelada por Kevin Spacey (série “House of Cards”), é a versão felina de diversos filmes de homens que trabalham demais, negligenciam suas famílias e viram cães. Como a crítica prefere cachorrinhos, teve apenas 10% de aprovação no Rotten Tomatoes. Despejado em 116 telas. A outra comédia americana desta quinta (8/9) teve 61% de aprovação mesmo sem cachorrinhos, embora seu título seja “Cães de Guerra”. Baseada numa história verídica, mostra Jonah Hills (“Anjos da Lei”) e Miles Teller (“Divergente”) como dois jovens inexperientes que ficaram milionários ao conseguir, de forma inacreditável, um contrato com o Pentágono para negociar armas no Oriente Médio. A direção de Todd Philips (“Se Beber, Não Case!”) busca ultrajar, mas também rende uma classificação etária elevada (escândalo: 16 anos no Brasil e censura livre na França, logo é “perseguido” politicamente como “Aquarius”!), que limita seu circuito a 60 salas. O drama religioso “Últimos Dias no Deserto” traz o escocês Ewan McGregor (“O Impossível”) como Jesus Cristo, mas, em contraste a “Ben Hur” e lançamentos evangélicos recentes, ocupa, sem fanfarra alguma, apenas 29 salas. O tamanho é inversamente proporcional à sua qualidade, ao desafiar dogmas para mostrar um Jesus humano. Dirigido pelo colombiano Rodrigo García (filho do escritor Gabriel García Márquez), a trama se passa durante os 40 dias de jejum e oração de uma peregrinação solitária pelo deserto, na qual Jesus encontra o próprio diabo. Com 72% de aprovação, ainda conta com uma cinegrafia deslumbrante, assinada pelo mexicano Emmanuel Lubezki (“O Regresso”), que venceu os três últimos Oscars de Melhor Fotografia. Passado durante a 2ª Guerra Mundial, o drama “Viva a França!” acompanha August Diehl (“Bastardos Inglórios”) como um pai desesperado, que atravessa os campos franceses, tomados por nazistas, para encontrar o filho desaparecido durante a invasão alemã da França, contando com a ajuda de um soldado britânico desgarrado, vivido por Matthew Rhys (série “The Americans”). A direção é do francês Christian Carion, responsável pelo belo “Feliz Natal”, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2006. A exibição é restrita a nove telas. Três filmes nacionais completam a programação, ainda que de forma praticamente invisível. O romance lésbico “Nós Duas Descendo a Escada” chega a somente duas telas em São Paulo e duas em Porto Alegre. Roteiro e direção são de um homem, o gaúcho Fabiano de Souza, que antes fez o ótimo “A Última Estrada da Praia” (2010). Quem conseguir ver, vai se surpreender com um filme repleto de citações cinéfilas, que merecia poder respirar melhor no circuito. Os dois títulos finais são documentários. “Jaime Lerner – Uma História de Sonhos” não deixa de ser também propaganda política, pelos personagens que desfila. Afinal, além de ser um urbanista renomado, Lerner foi governador do Paraná por duas vezes. O lançamento, curiosamente, vai ignorar o estado, chegando a uma sala no Rio e a outra em São Paulo. Já “O Touro” não teve circuito divulgado. Primeiro longa escrito e dirigido pela brasiliense Larissa Figueiredo, acompanha uma garota portuguesa que descobre que os moradores de Lençóis, na Bahia, proclamam-se descendentes de Dom Sebastião, o lendário rei de Portugal que desapareceu no século 16.

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    Procurando Dory estreia no Brasil em mais de mil salas

    30 de junho de 2016 /

    “Procurando Dory” é o blockbuster da semana. A animação da Disney/Pixar estreia nesta quinta (30/6) em 1.106 telas, sendo 692 em 3D e 12 do circuito IMAX. Após ajudar no reencontro entre Nemo e seu pai em “Procurando Nemo” (2003), Dory decide buscar sua própria família e, em sua jornada, acaba nas perigosas mãos de humanos. No meio do caminho, já bateu recordes, tornando-se a maior estreia de uma produção animada nos EUA, com nada menos que 94% de aprovação da crítica, no levantamento do site Rotten Tomatoes. A comédia brasileira “Porta dos Fundos – Contrato Vitalício” é a segunda maior estreia da semana, chegando a 515 salas para mostrar que as distribuidoras nacionais ainda acreditam na viabilidade comercial do besteirol. Com direção de Ian SBF (“Entre Abelhas”) e roteiro de Fábio Porchat e Gabriel Esteves (série “O Grande Gonzalez”), o primeiro longa com o nome do canal do YouTube Porta dos Fundos tem premissa mais intrigante que sua realização. A trama gira em torno de um ator (Porchat) que, entusiasmado com a vitória de um amigo diretor (Gregório Duvivier) num festival internacional de cinema, assina um contrato vitalício para participar de todos os seus filmes. Mas o diretor some naquela mesma noite e, ao voltar dez anos depois dizendo que foi abduzido por “alienígenas do centro da Terra”, quer transformar a saga de seu sumiço num longa. A esta altura, o ator já é famoso e busca saídas para evitar cumprir o contrato que pode acabar com sua carreira. Com metade das salas de cinema de todo o país ocupada por esses dois lançamentos, sobraram uma dúzia telas para as demais estreias. A maior delas abrange 7 salas, espalhadas por quatro capitais, enquanto as demais lutam por salas em São Paulo e no Rio. O maior entre os pequenos é o italiano “Incompreendida”, terceiro longa dirigido pela atriz Asia Argento (“Triplo X”), filha do lendário cineasta Dario Argento (“Suspiria”), que se baseou em memórias de sua juventude para contar a história de uma adolescente que se rebela contra a família no ambiente boêmio dos anos 1980. Sua amiga Charlotte Gainsbourg (“Ninfomaníaca”) interpreta a mãe. E, além de dirigir, Asia ainda escreveu o roteiro com Barbara Alberti (“Um Sonho de Amor”) e compôs a trilha sonora (tocada por integrantes da banda Locust). Completam a programação de estreias dois documentários brasileiros, “A Morte de J.P. Cuenca”, que investiga o roubo da identidade do escritor João Paulo Cuenca, com direção do próprio, e “Futuro Junho”, que acompanha as manifestações na véspera da Copa do Mundo de 2014 em São Paulo e rendeu à cineasta Maria Augusta Ramos (“Juízo”) o troféu de Melhor Direção no Festival do Rio. Além destes filmes, dois lançamentos da semana passada ampliam seu circuito: a coprodução Brasil-Portugal “Estive em Lisboa e Lembrei de Você” chega a oito telas em sete cidades diferentes, e o francês “Nós ou Nada em Paris” alcança 15 salas no país.

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    Cinema paulista vira espaço temático inspirado em drive-in com programação clássica

    18 de junho de 2016 /

    As estreias de fim de semana não foi apenas nas telas. Uma nova sala de cinema em São Paulo, inspirada nos drive-ins das décadas de 1960 e 1970, foi inaugurada na sexta-feira (17/6), no complexo do icônico Cine Belas Artes – agora Caixa Belas Artes – com grande repercussão na mídia e nas redes sociais. A ideia não se resume aos assentos, inspirados em bancos de carros antigos – restaurados de velhos Dodge, Impala, Galaxie e Cadillac – , e inclui também uma lancheria, com cardápio de hambúrguer e cerveja. O projeto foi idealizado por Facundo Guerra, do Grupo Vegas, e reflete experiências similares em outros países. Localizado na sala 3 do Belas Artes, o Cine Drive-In terá uma programação voltada exclusivamente à exibição de clássicos, com filmes diferentes à cada sessão. Ao longo da primeira semana, estão previstos filmes como “Guerra dos Mundos” (1957), “Marca da Maldade” (1958), “O Abominável Dr. Phibes” (1971), “A Lei do Desejo” (1987), “Akira” (1988) e “Hellraiser” (1990).

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    As Tartarugas Ninja dominam os shoppings em semana com cinco estreias nacionais

    16 de junho de 2016 /

    Mais de uma dezena de filmes chega aos cinemas nesta quinta (15/6), mas apenas três estarão disponíveis num cinema perto de sua casa. Vale destacar que nenhum deles é brasileiro, apesar das estreias nacionais somarem cinco títulos na lista. Água mole em uma situação bem conhecida, já crônica, que entretanto não gera maiores discussões: o gargalo da distribuição. Estranhamente, o tema não é abordado em entrevistas, não rende debates nem motiva protestos em festivais. Enquanto artistas se unem em defesa de um status quo ineficiente e corrupto, o cinema de uma geração inteira já se tornou invisível, sem nem sequer existir em Blu-ray. Entra e sai de cartaz sem deixar maiores vestígios que registros de críticas na internet. Maior lançamento da semana, em 791 salas, o filme “As Tartarugas Ninja – Fora das Sombras” tem apelo exclusivo para crianças, já que inspirado em desenhos animados, repleto de personagens coloridos, e não nos quadrinhos originais – bem mais anárquicos. O roteiro é puro nonsense, o que desagradou aos adultos da crítica americana, obtendo apenas 35% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Mesmo assim, já é um avanço em relação ao primeiro filme (22%). “Como Eu Era Antes de Você”, novo romance de “doença” que teve pré-estreias lotadas no Dia dos Namorados, também chega longe, com 582 telas. A sinopse sugere uma versão romântica de “Intocáveis” (2011), o sucesso francês sobre a amizade entre um cadeirante e seu cuidador pouco ortodoxo. No lugar de um imigrante africano, surge a bela Emilia Clarke (série “Game of Thrones”). E em vez de um velho milionário, há um jovem milionário, vivido pelo igualmente desejável Sam Claflin (franquia “Jogos Vorazes”). A trama, porém, prefere o desfecho de “Mar Adentro” (2004). O juvenil “Tini – Depois de Violetta” é o terceiro e último a chegar nos shoppings, levando a 90 salas uma continuação da telenovela “Violetta”, do Disney Channel. O produto é uma espécie de “Hannah Montana” para o mercado latino, com direção do argentino Juan Pablo Buscarini, que anteriormente comandou animações e a coprodução infantil canadense “O Inventor de Jogos” (2014). O melhor filme internacional da semana, claro, não chega nem perto deste circuito, exibido em apenas duas salas de “cinema de arte” do Rio de Janeiro. O drama estoniano “Na Ventania” acompanha a vida de uma mãe e uma filha num campo de trabalhos forçados durante a 2ª Guerra Mundial. Baseado em fatos reais, mostra as deportações forçadas da população estoniana para a Sibéria, sob o regime comunista. Venceu vários prêmios internacionais, mas a fotografia em preto em branco é rejeitada pelo mercado. Ainda há dois filmes americanos e dois franceses com estreias limitada. A razoável comédia indie “Elvis e Nixon”, sobre o encontro do Rei do Rock com o Presidente dos EUA em 1970, chega em 14 salas. Já o suspense “Doonby”, com elenco televisivo e apelo de DVD, estreia em uma sala em São Paulo. Os franceses são “Doce Veneno”, remake da comédia “Um Momento de Loucura” (1977), e “Vida Selvagem”. Ambos trazem pais impulsivos. Enquanto o primeiro apela para o sexo com a filha do melhor amigo (em 11 salas), o segundo trilha a reclusão social com os filhos (em duas salas). Nenhum dos dois é especialmente memorável. Por fim, sobra para as cinco estreias nacionais – número impressionante, que poderia ser celebrado como tese da prosperidade do cinema brasileiro, #SQN – espremer-se entre 19 e 4 salas. O maior lançamento é “Big Jato”, o quarto longa do premiado diretor pernambucano Cláudio Assis (“A Febre do Rato”). Inspirado na obra homônima de Xico Sá, traz Matheus Nachtergaele (“Trinta”) em papel duplo: como o pai limpador de fossas e o tio radialista do jovem protagonista (Rafael Nicácio) de uma estranha fábula sobre o rito do amadurecimento. Repleto de escatologia e ternura, “Big Jato” foi o grande vencedor do último Festival de Brasília, onde conquistou os prêmios de Melhor Filme, Roteiro (do cineasta Hilton Lacerda, de “Tatuagem”, e Ana Carolina Francisco), Ator (Nachtergaele), Atriz (Marcelia Cartaxo) e Trilha (DJ Dolores). Coprodução entre Brasil e Argentina, “Paulina” leva a 15 telas um tópico dos noticiários atuais, acompanhando a história de uma professora estuprada por um grupo de alunos, numa região desolada da fronteira argentina. Polêmico, o filme tenta debater a importância da educação na chamada “cultura do estupro”. Dirigido pelo argentino Santiago Mitre (“O Estudante”), foi premiado em diversos festivais importantes, como Cannes, San Sebastian, Torino e Pequim. Em circuito mais restrito, o drama “Trago Comigo”, da cineasta Tata Amaral (“Hoje”), leva a cinco telas uma adaptação da série homônima da TV Cultura, juntando linguagens do teatro e documentário para narrar a experiência de um ex-preso político da ditadura (Carlos Alberto Riccelli, de “Amor em Sampa”). Menor de todos, em quatro salas, “Mundo Deserto de Almas Negras”, do estreante Ruy Veridiano, apresenta um universo paralelo, em que brancos moram na periferia e os negros são ricos, como no americano “A Cor da Fúria” (1995). Completa a programação a estreia paulista do trash “Vampiro 40°”, estrelado pelo cantor Fausto Fawcett, após lançamento restrito no Rio de Janeiro na semana passada.

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    Estreias: Alice Através do Espelho desencanta em grande circuito

    26 de maio de 2016 /

    Mais uma semana, mais um candidato a blockbuster. “Alice Através do Espelho” chega em 1.102 salas do país, mais que o dobro do primeiro título da franquia em 2010 (487 telas), ocupando dois terços do parque exibidor nacional. Deste total, 666 telas são 3D e 12 IMAX (ou seja, todos do país). Mas se a criatividade do primeiro filme, dirigido por Tim Burton, inaugurou a tendência das fábulas encantadas com atores reais da Disney, o novo representa o primeiro sinal de esgotamento da fórmula. A continuação de “Alice no País das Maravilhas”, com direção de James Bobin (“Os Muppets”), é um desencanto completo. O colorido excessivo se junta à falta de coerência e as interpretações exageradas para conjurar muitos fogos de artifício. Mas sob o visual deslumbrante, só há fumaça e canastrice. Tiques, afetação e vozes irritantes dão o tom dos personagens, em especial o Chapeleiro Louco de Johnny Depp, que já figura como um das piores interpretações de sua carreira. Com 28% de aprovação no site americano Rotten Tomatoes, a sequência do filme de 2010 (56%, na época) é oficialmente podre. Outro lançamento infantil ocupa 463 salas. A animação “Peppa Pig – As Botas de Ouro e Outras Histórias” é uma coletânea de curtas da porquinha Peppa Pig, sucesso da TV paga britânica, que no Brasil tem sua série exibida na TV Cultura e na Discovery Kids. Difícil é entender o apelo de assistir TV no cinema. Apenas um lançamento adulto ganha distribuição ampla: “Jogo do Dinheiro”, de Jodie Foster (“Um Novo Despertar”), que reúne os astros George Clooney e Julia Roberts (parceiros da franquia “11 Homens e um Segredo”), em 220 salas. Thriller com muitas camadas, acompanha um apresentador de programa financeiro que, enquanto está “ao vivo”, torna-se refém de um telespectador armado, que perdeu tudo seguindo suas dicas e exige saber porquê ele foi mal intencionado. 55% no Rotten Tomatoes. O circuito limitado dá destaque para “A Garota do Livro”, drama indie sobre pedofilia, em 41 salas. Emily VanCamp (“Capitão América: Guerra Civil”) interpreta uma editora literária que precisa lidar com um trauma do passado, quando um escritor best-seller reaparece em sua vida. Longa de estreia da diretora Marya Cohn, teve boa recepção da crítica americana, com 91% no Rotten Tomatoes. “Roteiro de Casamento”, de Juan Taratuto (“Um Namorado para Minha Esposa), mostra que o cinema argentino também é capaz de produzir comédias tão bobas quanto o Brasil. A história, com projeção em 35 salas, gira em torno de um ator ególatra, que para se relacionar com uma atriz iniciante passa a interpretar um roteiro criado especialmente para o namoro dar certo. Mesmo assim, a trama não vira um besteirol e até introduz citações sofisticadas. Melhor lançamento internacional da semana, o francês “O Valor de um Homem” tem obviamente a pior distribuição, chegando a apenas três salas. Dirigido por Stéphane Brizé (“Mademoiselle Chambon”), traz Vincent Lindon (“Bastardos”) como um profissional desempregado que, entrando na Terceira Idade, precisa reajustar suas expectativas durante o período de crise financeira. É uma porrada dramática, que apresenta de forma crua e dolorida a banalidade da vida. Lindon foi premiado no Festival de Cannes do ano passado pelo papel, além de ter vencido o César (o Oscar francês). A programação ainda traz quatro estreias nacionais. Dois lançamentos são documentários. Da premiada diretora Sandra Werneck (“Cazuza – O Tempo Não Para”), “Os Outros” exibe o cotidiano de três “covers” oficiais de artistas populares – Roberto Carlos, Cazuza e Ivete Sangalo – em dez salas. Já “São Sebastião do Rio de Janeiro – A Formação de uma Cidade” foca a evolução do urbanismo do Rio de Janeiro, em quatro salas. “Uma Noite em Sampa”, de Ugo Giorgetti, é um drama social disfarçado de suspense, que explora clichês da luta de classe numa situação de paranoia não muito distante da visão distópica de “Uma Noite de Crime” (2013), mas que tem mais em comum com a espera de “Festa” (1989), do próprio Giorgetti. Acompanha um grupo de privilegiados – e alguns manequins de plástico… – , que trocaram a cidade vista nos telejornais sensacionalistas de José Luiz Datena e Marcelo Rezende pela segurança dos subúrbios, mas que decidem aproveitar as delícias da capital numa excursão a bordo de um ônibus seguro. Até que, após um jantar num restaurante caríssimo, o motorista some e o medo de passar uma noite paulista se instala. Tudo, porém, acontece numa locação única e o pavor paralisante é mais um estado de espírito que uma ameaça real. O circuito não foi divulgado, mas uma rápida pesquisa aponta exibição numa sala em São Paulo. Com maior alcance, “Ponto Zero” marca a estreia de José Pedro Goulart em longa-metragem, após impressionar com curtas nos anos 1980 e ir ganhar dinheiro com a publicidade. Longe de se mostrar “novato”, o cineasta gaúcho revela excelente domínio de cena, técnica e acabamento, além de apresentar uma narrativa muito bem desenvolvida, como se tivesse burilado o roteiro ao longo de vários anos até deixá-lo brilhante. Seu filme é diferente de tudo que se tem feito no cinema brasileiro nos últimos tempos. Ambicioso, com um toque de experimentalismo, mas bastante coeso, o filme acompanha uma noite de fuga de um adolescente em busca de sexo, um ato de rebeldia numa vida de submissão, que cobra um preço caro – e não apenas por ser sexo pago. Ocupa 13 salas.

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    IndieLisboa chega aos 15 anos apontando tendências

    2 de maio de 2016 /

    Um dos maiores eventos de cinema alternativo de Portugal, o festival IndieLisboa terminou este final de semana sua 15ª edição. Entre curtas e longas-metragens, foram exibidos quase 300 filmes ao longo de 11 dias e em quatro espaços principais. O prêmio principal do júri coube ao filme chinês “The Family”, de Shumin Liu, uma obra com mais de quatro horas de duração que tem sido descrita com uma espécie de versão do clássico de Yasujiro Ozu “Era uma vez em Tóquio”. O brasileiro “Mate-me por Favor”, de Anita Rocha da Silva, também concorria à distinção. Ao longo de 15 anos, o festival deixou para trás sua origem humilde, de pequenos ciclos de cinemas de autor entre entusiastas, organizados num mítico e bolorento espaço hoje desaparecido da capital portuguesa – o Cine Estúdio 222. Hoje, segundo dados de um dos diretores e programadores, Carlos Ramos, o IndieLisboa reúne anualmente entre 30 e 40 mil espectadores, gozando de um hype único na cidade. A homenagem principal, na seção Herói Independente, coube ao holandês Paul Verhoeven, de prestígio recentemente “recuperado” pela (ainda) influente revista Cahièrs du Cinema. Já não era sem tempo: Verhoeven, cujo novo filme terá première mundial no Festival de Cannes, beneficiou-se de uma retrospetiva completa onde se puderam visualizar as ousadias temáticas de um cineasta que nunca deixou de ser “indie”, mesmo com grandes sucessos no mainstream. Mas dada a idade avançada (77 anos) e a estreia de “Elle” em Cannes, que inicia em dez dias, ele não pôde comparecer ao evento. O outro homenageado foi o ator francês Vincent Macaigne, presença assídua na produção alternativa do seu país. Já entre as obras mais “midiáticas” e fora de competição estiveram filmes como a aventura militante-feminista de Mia Hansen-Love “L’Avenir” (filme de encerramento) e uma comédia de época de um dos darlings indies, Whit Stilman, “Love & Friendship” (sessão de abertura). O cinema brasileiro teve boa presença: além do filme citado, os lisboetas lotaram a sala para ver “Boi Neon” (exibido fora de competição), mais um ponto para o espantoso currículo do filme de Gabriel Mascaro estreado em Veneza (setembro de 2015). As coproduções também apareceram, seja em bom nível – com o novo filme de Petra Costa (realizado em parceria com Lea Glob), “O Olmo e a Gaivota” – ou nem tanto, como com “Eu Estive em Lisboa e Lembrei de Você”, de José Barahona, filme com vários momentos de amadorismo. De uma maneira muito geral, as misturas de documentário e ficção (ou “ficção do real”, como chamam alguns por aqui) mostram-se uma das abordagens preferidas do festival – seguindo tendências dos eventos internacionais por onde passaram muitas das obras exibidas – caso de Veneza, Sundance e Berlim (particularmente a seção Fórum). A competição internacional do festival não faz distinção entre ficção e documentário, o que cada vez mais se justifica com a predominância dos docudramas nos últimos anos. Houve obras de não-ficção mais tradicionais: em “Flotel Europa” o bósnio Vladimir Tomic faz uma reconstituição da dramática crise de refugiados da guerra do seu país, em 1992, através das filmagens em VHS utilizadas pelos seus amigos e familiares quando foram alojados pelos dinamarqueses no navio que dá nome ao filme. Já em “Kate Plays Christine”, de Robert Greene, que venceu o Prêmio Especial do Júri, é o próprio trabalho de criação que está em questão, mostrando uma atriz preparando-se para viver a trágica figura de uma apresentadora que se suicidou em pleno ar, em 1974. O filme é feliz no retrato do trabalho da construção de uma personagem, mas falha ao dar enorme tempo a pessoas que não fazem a menor ideia de sobre o que estão falando. A mistura de formatos é mais notória em “O Olmo e a Gaivota”, filme que, curiosamente, recebeu o prêmio de Melhor Documentário no Festival do Rio – quando traz, manifestamente, várias situações e diálogos “inventados” para mostrar os desafios da maternidade da sua protagonista. O fato só demonstra o grande embaralhamento dos formatos. Este retrato agridoce da gravidez ficou na lista final como um dos prediletos do público. Em outro destaque da tendência, “In the Last Days of the City”, o egípcio Tamer el Said filmou os tempos antes, durante e depois a Primavera Árabe no Cairo, misturando memória coletiva com invenção, na trajetória de um diretor que tenta fazer um filme sobre a sua família. Por sua vez, o cineasta Roberto Minervini já anda há muito nesta fronteira – desde seu primeiro filme, o belo “Low Tide” (2012). Em “Lousiana – The Other Side” ela volta a um registo semi-documental mostrando o lado negro da América profunda com os seus junkies e chauvinistas políticos do sul. O resultado é intenso. Os ciganos, uma das minorias étnicas mais excluídas da Europa, surgem também no limite da ficção no drama austríaco “Brüder der Nacht” (os protagonistas são reais) e no registro humorístico “Balada de um Batráquio”, curta-metragem documental de “ação” (os “protagonistas” saem invadindo lojas e quebrando sapos de porcelana, símbolo do preconceito, pelas ruas de Lisboa) que rendeu o Urso de Ouro na categoria na última edição do Festival de Berlim. O prêmio da crítica, porém, foi para o norte-americano “Short Stay”, do estreante Ted Fendt, que repesca as noções do “mumblecore”, um dos patriarcas destas tendências de mesclagem de gêneros (o primeiro filme é de 2002), com pobreza de recursos total e atores não profissionais O IndieLisboa também fez um belo apanhado das novas tendências do terror. Há quem associe cinema de terror com execráveis franquias sem qualquer interesse ou qualidade. Mas os não-neófitos bem sabem que muita coisa de valor pode ser feita sob a gigantesca capa do selo “horror”. Não muito respeitosamente, Anita Rocha foi buscar elementos dos slashers mas, menos obviamente, em filmes de terror onde os signos visuais agressivos (sangue, cadáveres) são espelhos do mundo interior para o seu “Mate-me por Favor” – onde o simbolismo serve para retratar o tumultuado processo de coming-of-age da sua protagonista. Mais sutil é “Evolution”, aliás um filme tão etéreo que beira a evanescência. Aqui a francesa Lucille Hadzihalilovic recupera histórias de crianças sinistras e ilhas semi-desertas para fazer um comentário, justamente, sobre a evolução. “A Bruxa”, de Robert Eggers, há pouco tempo estreado no Brasil, investe pelo caminho da reconstituição histórica e no mergulho na mentalidade de uma época, com cuidados redobrados no trabalho de décor deste antigo diretor de arte. Deu certo: do burburinho de Sundance, a bruxa segue assombrando salas e festivais ao redor do mundo… Uma última menção ainda vale para “Sociedade Indiferente” (título que no Brasil se achou mais interessante que “Um Monstruo de Mil Cabezas”), de Rodrigo Plá: somado a outros filmes, fez parte de uma das sessões mais originais e instigantes do IndieLisboa: a Boca do Inferno! Confira abaixo a lista completa dos filmes premiados Vencedores do IndieLisboa 2016 Grande Prêmio de Longa Metragem Cidade de Lisboa Jia/The Family, de Shumin Liu (Austrália, China) Prêmio Especial do Júri Kate Plays Christine, de Robert Greene (EUA) Prêmio do Público de Longa Metragem Le Nouveau, de Rudi Rosenberg (França) Grande Prêmio de Curta Metragem Nueva Vida, de Kiro Russo (Argentina, Bolívia) Prêmio do Público – Curta Metragem Small Talk, de Even Hafnor, Lisa Brooke Hansen (Noruega) Menção Especial de Animação Velodrool, de Sander Joon (Estônia) Menção Especial de Documentário La Impresión de una Guerra, de Camilo Restrepo (Colômbia, França) Menção Especial de Ficção Another City, de Lan Pham Ngol (Vietnã) Melhor Longa Metragem Português Treblinka, de Sérgio Tréfaut (Portugal) Melhor Curta Metragem Português The Hunchback, de Gabriel Abrantes, Ben Rivers (Portugal, França) Prêmio Novo Talento Fnac – Curta Metragem Campo de Víboras, de Cristèle Alves Meira (Portugal) Menção Honrosa Viktoria, de Mónica Lima (Alemanha, Portugal) Prêmio FCSH/NOVA para Melhor Filme na secção Novíssimos Maxamba, de Suzanne Barnard, Sofia Borges (Portugal, EUA) Prêmio RTP para Longa Metragem na Secção Silvestre Eva no Duerme, de Pablo Agüero (França) Prêmio FIPRESCI (Primeiras Obras) Short Stay, Ted Fendt (EUA) Prêmio Format Court (Silvestre Curtas) World of Tomorrow, de Don Hertzfeldt (EUA) Prêmio Árvore da Vida para Filme Português Ascensão, de Pedro Peralta, Portugal Prêmio Árvore da Vida – Menção Honrosa Jean-Claude, de Jorge Vaz Gomes (Portugal) Prêmio IndieJúnior Le Nouveau, Rudi Rosenberg (France) Prêmio do Público – IndieJúnior The Short Story of a Fox and a Mouse, de Camille Chaix, Hugo Jean, Juliette Jourdan, Marie Pillier, Kevin Roger (França) Prêmio Amnistia Internacional Flotel Europa, de Vladimir Tomic (Dinamarca, Sérvia) Prêmio Amnistia Internacional – Menção Honrosa Balada de Um Batráquio, de Leonor Teles (Portugal) Prêmio Culturgest Universidades Flotel Europa, de Vladimir Tomic (Dinamarca, Sérvia) Prêmio Culturgest Escolas Le Gouffre, de Vincent Le Port (França) Prêmio IndieMusic Schweppes Sonita, de Rokhsareh G. Maghami (Alemanha, Suíça, Irã)

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    Capitão América: Guerra Civil tem um dos maiores lançamentos de todos os tempos no Brasil

    28 de abril de 2016 /

    A estreia de “Capitão América: Guerra Civil” monopoliza os cinemas brasileiros a partir desta quinta (28/4). A Disney lançou o filme em nada menos que 1,4 mil salas. Trata-se do segundo maior lançamento de todos os tempos no país, ocupando quase 50% de todo o parque exibidor nacional. O recorde pertence a “Star Wars: O Despertar da Força”, que ocupou 1.504 salas em dezembro passado. O filme dos super-heróis é ótimo, mas mesmo que fosse podre já teria vantagem para abrir em 1º lugar e até conquistar um possível recorde de bilheteria com esta exposição excessiva. Além disso, como teve lançamento monstro, todo o resto da programação precisa se espremer para o circuito alternativo. As “demais” estreias somam nada menos que oito filmes, entre eles um drama estrelado por um ex-intérprete de super-herói, Tobey Maguire, da trilogia original do “Homem-Aranha”. Enquanto “Capitão América” introduz o novo Homem-Aranha, Maguire segue a carreira com a cinebiografia do enxadrista Bobby Fischer em “O Dono do Jogo”, uma história de gênio torturado que remete ao premiado “Uma Mente Brilhante” (2001). Maior estreia limitada, chega em 55 salas. A comédia francesa “O que Eu Fiz para Merecer Isso” vem a seguir, em 22 salas, enquanto o resto tem distribuição contada nos dedos das mãos. Em dez salas, o documentário vencedor de Berlim, “Fogo no Mar”, de Gianfranco Rosi, registra o êxodo dos refugiados para a Europa em uma perigosa travessia. Já a lista dos que ocupam menos de cinco salas inclui o drama francês “Dois Rémi, Dois”, inspirado em “O Duplo”, de Fiódor Dostoievski, e, criminosamente, quatro ótimos longas brasileiros. O premiado “Exilados do Vulcão”, de Paula Gaitán, vencedor do Festival de Brasília de 2013, esperou quase três anos para chegar as cinemas. E recebeu isso do mercado: uma sala em São Paulo, uma no Rio, uma em Belo Horizonte, uma em Aracaju e outra em Vitória. A situação é ainda pior para “A Frente Fria que a Chuva Traz”, que marca a volta de Neville D’Almeida aos cinemas. O diretor de clássicos como “A Dama do Lotação” (1978) e “Os Sete Gatinhos” (1980) não filmava há duas décadas, desde “Navalha na Carne” (1997). E o esforço de seu retorno é saudado com exibição em duas salas, uma no Rio e outra em São Paulo. Absurdo!!! A marginalização sofrida é desproporcional. Não apenas pelo conteúdo, baseado na peça de um dramaturgo atual, Mário Bortolotto (“Nossa Vida Não Cabe Num Opala”), como pela embalagem, com um elenco repleto de estrelas jovens bastante populares – Chay Suede e Bruna Linzmeyer. Ou seja, há apelo comercial. O que aumenta ainda mais o questionamento a essa sabotagem explícita. Será que o cinema brasileiro é tão desprezível que o mercado não se importa em fazer isso com um cineasta do porte de Neville D’Almeida? Será que a culpa é da Disney, que ocupou as salas; do circuito exibidor, que ofereceu as salas; ou da Ancine, que só bufa diante do número de salas disponíveis para os lançamentos nacionais? Claro que, como é praxe neste país, a culpa será das vítimas, que erraram ao produzir filmes brasileiros de qualidade e voltaram a errar ao tentar lançá-los durante o período em que os blockbusters sufocam o circuito (6 dos 12 meses do ano). Humilhante. Para completar as estreias, o mercado ainda espreme o documentário futebolístico “Geraldinos”, de Pedro Asbeg e Renato Martins, vencedor do prêmio do público na última Mostra de Tiradentes, em uma sala em São Paulo, e “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira, em três salas entre Vitória, Goiânia e Aracaju. Pela ganância desmedida e falta de regulamentação, o filme dos super-heróis da Marvel será lembrado, infelizmente, como vilão. De propósito ou não, assumiu o papel de grande inimigo do cinema nacional, impossibilitando, com sua tática de dominação, que trabalhos reconhecidamente competentes pudessem alcançar maior público. O melhor filme já feito pela Marvel não merecia virar emblema do descontrole do mercado.

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    Estreias: Mogli e O Escaravelho do Diabo disputam o público infantil

    14 de abril de 2016 /

    Os lançamentos mais amplos da semana são duas produções infantis, que devem lotar os cinemas dos shoppings. Com maior distribuição, “Mogli – O Menino Lobo” estreia em 1.030 salas, das quais 70% têm projeção 3D e 12 são Imax. Mais recente versão “live action” das animações clássicas da Disney, o filme é, na verdade, estrelado por apenas um ator real, o menino Neel Sethi, de 10 anos de idade, que tem o papel-título e contracena com animais falantes criados por computação gráfica. O realismo das criaturas, entretanto, é impressionante e tem sido exaltado por toda a crítica (93% de aprovação no site Rotten Tomatoes), assim como a direção de Jon Favreau (“Homem de Ferro”), que rodou o filme inteiro num estúdio em Los Angeles, embora a experiência leve o espectador para as selvas da Índia. Outro destaque da produção é sua dublagem repleta de feras (de Scarlett Johansson a Bill Murray), que, claro, serão substituídas nos cinemas nacionais por sotaques paulistas e cariocas. Como o debate sobre a exibição de filmes dublados versus legendados geralmente releva o cinema infantil, cuja tradição já é a substituição de vozes, a estreia do brasileiro “O Escaravelho do Diabo” oferece uma alternativa que preserva o idioma original.   No best-seller da coleção Vaga-Lume dos anos 1970, o protagonista é um jovem adulto, mas o diretor Carlo Milani (filho do falecido ator Francisco Milani), que faz sua estreia no cinema, optou por transformá-lo em um pré-adolescente de 13 anos. Envolvente, o filme de mistério gira em torno de um garoto que resolve investigar um serial killer que ataca apenas ruivos, enviando antes às vítimas um escaravelho. O filme chega a 334 salas com elogios da crítica nacional e classificação para maiores de 12 anos. Os shoppings ainda recebem o thriller fantasioso “Mente Criminosa” (107 salas), em que um criminoso condenado (Kevin Costner, de “3 Dias para Matar”) recebe um implante de memórias de um agente da CIA (Ryan Reynolds, de “Deadpool”), numa trama tão mirabolante que logo perde o sentido, mas nem por isso deixa de ser previsível em cada minuto de sua projeção. Podre, teve apenas 14% de aprvação no Rotten Tomatoes. Graças às presenças dos astros George Clooney (“Gravidade”), Scarlett Johansson (“Os Vingadores”), Josh Brolin (“Homens de Preto 3”) e Channing Tatum (“Anjos da Lei”), o novo filme dos irmãos Coen vai chegar em 71 telas. Infelizmente, “Ave, César!” é um dos trabalhos mais fracos dos diretores, que já venceram o Oscar por “Fargo” (1996) e “Onde os Fracos Não Têm Vez” (2007). Trata-se de uma comédia passada nos bastidores de Hollywood durante os anos 1950, que gira em torno do sequestro de um astro de cinema (Clooney).   No circuito limitado, o maior destaque pertence a “Truman”, de Cesc Gay, grande vencedor do prêmio Goya 2016 (o Oscar espanhol), que traz o argentino Richardo Darín como um homem que, ao saber que morrerá em breve, busca encontrar quem fique com seu cão fiel, Truman. Parte drama, parte comédia, é um filmaço com simplesmente 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, cuja crítica pode ser lida aqui. O longa estreia em 39 salas no Brasil. A lista ainda inclui dois filmes sobre lesbianismo. A comédia francesa “A Três Vamos Lá” retrata, de forma leve, a forma de amor popularizada no país do “ménage à trois”, mostrando o envolvimento de um casal e uma amante compartilhada por cada um deles – com exibição apenas em São Paulo e Campinas. Já “Onde o Mar Descansa” mergulha no drama poético, usando fragmentos de poesia decadente, dança e expressão corporal para narrar o relacionamento de duas mulheres suecas no fim do século 19, bruscamente interrompido pela morte de uma delas. O filme é uma produção britânica, falada em sueco e filmada na Escandinávia, mas seus diretores são brasileiros, André Semenza e Fernanda Lippi (ambos de “Ashes of God”), bem conhecidos do teatro nacional, responsáveis por montagens do Zikzira Teatro Físico. O filme será exibido em três salas entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte.   Outros dois filmes brasileiros completam a programação. O divertido e original “Sinfonia da Necrópole”, de Juliana Rojas, premiado no Festival de Gramado, ocupa sete salas com a história de amor entre um coveiro e uma funcionária do serviço funerário, que acontece entre cemitérios paulistas, números musicais e zumbis. A crítica já está disponível aqui. Por fim, “O Signo das Tetas”, do maranhense Francisco Machado (“O Exercício do Caos”), segue um homem sem nome (Lauande Aires) que, atormentado pela figura da mãe idosa, vaga pelas cidades do interior do Maranhão, projetando seu Complexo de Édipo em situações fragmentadas. Aclamado pela crítica, a obra passa longe do cinema comercial para buscar seu nicho como “filme de festival”. Passa tão longe do cinema comercial que nem sequer há confirmação de onde está em cartaz – o circuito não foi divulgado e a pesquisa pelo Google não trouxe resultados. Estreias de cinema nos shoppings https://www.youtube.com/watch?v=K53t9lhL498 Estreias em circuito limitado

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    Pipoca Moderna atinge 25 mil curtidas no Facebook

    13 de abril de 2016 /

    Existem muitos sites sobre cinema e séries, mas 25 mil pessoas acham que vale a pena curtir a Pipoca Moderna. Chegamos nesta terça ao número mágico, que, entretanto, é apenas um passo pequeno para uma caminhada que, na internet, é de sobrevivência. Grande ou “pequeno”, o número revela que cada vez mais leitores consideram que vale apena apertar o botão “curtir”, dando reconhecimento ao nosso esforço, nem sempre recompensado. Isso, entretanto, representa apenas 50% do total de visitas que o site tem diariamente. Se todos que nos visitam num único dia resolvessem apertar o botãozinho, o número triplicaria em 24 horas. Por algum motivo, a maioria dos nossos leitores prefere não curtir nosso trabalho. Não é fácil manter um site atualizado diariamente, ainda mais com o nível de qualidade que o editor obcecado deste aqui tenta impor. Mas a energia que resulta da interação com o público, vista nas mais diversas formas, seja nas curtidas, nos comentários ou até nas discussões sobre algumas abordagens, é tão poderosa que já ajudou a atravessar um tratamento de câncer. Estamos vivos, o site continua crescendo e espero que vocês continuem curtindo isto aqui por muitos anos. Portanto, não sejam tímidos. Se ainda não levantaram o polegar, considerem colocar suas digitais na Pipoca Moderna. Sites vem e vão muito rapidamente. Muitos somem por desinteresse dos leitores em demonstrar que estão gostando do trabalho. Outros viram gigantes com a força dos leitores. Cabe a vocês decidir o que vai acontecer com a gente. Por enquanto, obrigado aos 25 mil que nos apoiam, que, além de curtir, também compartilham, indicam, cutucam e mantém a discussão acontecendo. É por vocês que estamos aqui. Rumo aos 30 mil.

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    A semana tem um bolo de estreias, mas qualidade mesmo só no circuito limitado

    31 de março de 2016 /

    Com o circuito ainda sob o impacto de “Batman vs. Superman”, a programação da semana se contenta com estreias de distribuição modesta nos shoppings. As opções incluem diferentes gêneros, num bolo de qualidade uniforme – nivelada por baixo. Quando a massa fermenta, são sempre os lançamentos limitados, de ingredientes mais refinados, que fogem da receita comum. O lançamento mais amplo chega em 362 salas. Com apelo nostálgico, a comédia “Casamento Grego 2” retoma a história da família de Toula (Nia Vardalos), 14 anos após o primeiro filme fazer história como o maior sucesso do cinema indie americano. Desta vez, o casamento do título é da filha da protagonista de 2002. Sem novidades, seu humor evoca séries de TV como “Modern Family” e não repetiu o sucesso de público e crítica do original. Abriu em 3º lugar na semana passada nos EUA, com 25% de aprovação no levantamento do site Rotten Tomatoes. Com a segunda maior distribuição aparece a pior estreia, a animação “Norm e os Invencíveis”, em 297 salas. Coprodução indiana, acompanha um urso polar que viaja a Nova York para conscientizar a humanidade a respeito dos perigos que envolvem a exploração do Ártico. Mas a mensagem se perde totalmente quando Norm começa a rebolar, as piadas ruins se acumulam e a trama começa a ficar cada vez mais parecida como uma reciclagem de “Happy Feet”, “A Era do Gelo” e “Madagascar” de baixa qualidade. Considerada podre na avaliação do Rotten Tomatoes, teve somente 9% de aprovação e fracassou com uma bilheteria total de US$ 17 milhões.   A mediocridade continua com o terror “Visões do Passado”, estrelado por Adrian Brody (“O Pianista”). Psicólogo perturbado pela morta da filha descobre ter virado o personagem de Bruce Willis em “O Sexto Sentido” (1999). O que era novidade na época, é clichê agora. Chega em 115 salas, mas sequer teve lançamento cinematográfico nos EUA, onde vai sair direto em vídeo em abril (com 21% no RT). Outro fracasso de público nos EUA, a comédia “Voando Alto” entra em 114 salas. Mas, ao contrário dos anteriores, a crítica americana gostou deste filme (76% no RT), que tem dois astros carismáticos e é baseada numa improvável história real. A trama acompanha os esforços de Eddie Edwards (Taron Egerton, de “Kingsman – Serviço Secreto”), que, apesar da falta de talento, tenta competir como esquiador nos Jogos Olímpicos, com a ajuda de um treinador pouco convencional (Hugh Jackman, de “Wolverine – Imortal”). Infelizmente, o déjà vu é inevitável após “Jamaica Abaixo de Zero” (1993). Fecha o circuito dos multiplexes a estreia de “Zoom”, coprodução brasileira e canadense, falada em inglês, com atores dos dois países (e um mexicano) e dirigida pelo brasileiro Pedro Morelli (“Entre Nós”). O longa mistura animação e atores reais (Mariana Ximenes, Gael García Bernal, Claudia Ohana, Jason Priestley e Alison Pill) para entrelaçar, com metalinguagem, a história de três artistas: uma escritora (Ximenes), um diretor de cinema (Gael) e uma autora de histórias em quadrinhos (Pill). Estiloso, tem até potencial para virar cult, mas tende a dividir opiniões, devido à ênfase conferida à forma sobre o conteúdo. Abre em 93 cinemas.   O cinema brasileiro também é representado por dois lançamentos do circuito limitado. O mais empolgante também tem maior alcance. O thriller “Para Minha Amada Morta”, de Aly Muritiba, leva para 30 salas a história de um marido que procura provas da infidelidade de sua esposa falecida, tramando uma vingança contra o suposto amante. Premiado nos festivais de Montreal e Brasília, a trama alude aos suspenses psicológicos clássicos, da escola de Hitchcock, mas entrega uma antítese, com pouca tensão. O outro filme brasileiro é uma coprodução portuguesa, que tem a menor distribuição da semana. O drama “Histórias de Alice”, de Oswaldo Caldeira (“O Bom Burguês”) estreia em duas salas no Rio e uma em São Paulo, contando a busca de um cineasta brasileiro (Leonardo Medeiros) por suas raízes portuguesas. Repleto de flashbacks e uma Portugal de cartão postal, o filme só ganha ritmo pela metade, mas seu público é mesmo limitado.   Principal destaque dos “cinemas de arte”, o aguardado “A Juventude”, do cineasta italiano Paolo Sorrentino (“A Grande Beleza”), chega em apenas 20 salas. Belíssimo, acompanha um maestro aposentado que, durante suas férias na companhia da filha e do melhor amigo, é convidado a retomar a carreira. Sorrentino, que já tinha impressionado com a plasticidade de “A Grande Beleza”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, consegue superar o elevado padrão estético daquele filme. E ainda conta com três astros veteranos (Michael Caine, Harvey Keitel e Jane Fonda), que combinam seus talentos míticos para conferir uma qualidade interpretativa insuperável à produção. Sua inexplicável ausência no último Oscar é contrastada pela vitória dos troféus de Melhor Filme, Diretor e Ator (Caine) na premiação da Academia de Cinema da Europa – o “Oscar europeu”. Completa a programação o drama espanhol “A Garota de Fogo”, de Carlos Vermut, vencedor do Festival de San Sebastian e que rendeu o Goya de Melhor Atriz à Bárbara Lennie. Trata-se de outro lançamento de ótima qualidade lançado em meia dúzia de salas numa única cidade – exclusivamente no Rio de Janeiro. A trama instigante acompanha um pai que tenta realizar o último desejo de sua filha doente: comprar o vestido da personagem de uma série japonesa que a menina cultua. Mas esta busca o leva por caminhos tortuosos e ao encontro de personagens bizarros. Estreias de cinema nos shoppings Estreias em circuito limitado

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    Zootopia é a maior e melhor estreia em semana repleta de bons lançamentos no cinema

    17 de março de 2016 /

    Numa semana repleta de bons lançamentos, o mais amplo é “Zootopia – Essa Cidade É o Bicho”, nova animação da Disney, que chega em 950 salas (600 em 3D e 12 em Imax). O estúdio de Walt Disney, que tem como símbolo um animal falante que se veste como gente, trouxe a premissa antropomórfica à sua maturidade com “Zootopia”, uma obra repleta de intertexto, capaz de lidar com preconceitos e estereótipos, e trazer uma mensagem relevante de inclusão, enquanto diverte como poucas. Não só a coelha Judy Hopps e o raposo Nick Wilde são ótimos personagens, mas o ambiente elaborado em que vivem, repletos de coadjuvantes hilários, vira do avesso a história dos desenhos antropomórficos, gênero que, no passado, serviu para perpetuar inúmeros preconceitos raciais. Ágil, esperta, vibrante e bastante engraçada, a produção é simplesmente a melhor animação de bicho falante da Disney desde que os curtas do Mickey Mouse se tornaram falados. Não há como elogiá-la mais que isso.   O épico “Ressurreição” tem a segunda maior distribuição da semana, ocupando 470 salas no vácuo do sucesso de “Os 10 Mandamentos”. Entretanto, apesar de sua narrativa estar fortemente ligada à origem do cristianismo, a produção é menos estridente em sua pregação religiosa. Na verdade, opta pela abordagem oblíqua, como “O Manto Sagrado” (1953), “Ben-Hur” (1959) e “Barrabás” (1961), clássicos do gênero sandália e espada que incluem histórias de Jesus. Na trama, Joseph Fiennes (que já foi “Lutero”) vive um centurião romano cético, que tem a missão de averiguar a ressurreição de Jesus e desmentir o boato do milagre. O resultado é uma aventura bem melhor que o esperado, com direito a um Jesus finalmente retratado como (Yeshua) um homem de pele mais escura e sem olhos azuis (o maori Cliff Curtis, da série “Fear the Walking Dead”). Em 86 salas, o suspense brasileiro “Mundo Cão” marca o reencontro do diretor Marcos Jorge com o roteirista Lusa Silvestre, que fizeram juntos o ótimo “Estômago” (2007). Mas os clichês de gênero e a dificuldade com que o clima tenso se encaixa no início mais leve e cômico deixam o filme nas mãos do elenco, que impressiona por sua capacidade de fazer o espectador embarcar na sua história de vingança setentista, sobre um homem violento, em busca de justiça pela morte de seu cachorro nas mãos de um funcionário do Departamento de Controle de Zoonoses (a popular carrocinha). Lázaro Ramos (“O Vendedor de Passados”) e Babu Santana (“Tim Maia”) estão ótimos como protagonistas, Adriana Esteves (“Real Beleza”) perfeita como a esposa evangélica, mas a surpresa fica por conta da jovem Thainá Duarte, em sua estreia no cinema, poucos meses após debutar como atriz na novela “I Love Paraisópolis” (2015).   O circuito limitado destaca mais dois filmes brasileiros, ambos documentários. “Eu Sou Carlos Imperial” resgata uma figura histórica, fomentador da Jovem Guarda e cafajeste assumido, que escreveu hits, estrelou pornochanchadas e foi jurado de calouros do Programa Sílvio Santos. Repleto de imagens de arquivo e entrevistas exclusivas com Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Eduardo Araújo, Tony Tornado, Dudu França, Mário Gomes e Paulo Silvino, o filme tem direção da dupla Renato Terra e Ricardo Calil, que já havia realizado um ótimo resgate da história musical brasileira em “Uma Noite em 67” (2010). Chega em apenas três salas do Espaço Itaú, no Rio e em São Paulo. Por sua vez, “Abaixando a Máquina 2 – No Limite da Linha” é desdobramento de um documentário anterior sobre a ética do fotojornalismo, do “uruguaio carioca” Guillermo Planel. Com imagens muito potentes (de fato, sensacionais) e tom crítico, o filme mergulha nos protestos que se seguiram à grande manifestação de junho de 2013, questionando a cobertura da mídia tradicional, ao mesmo tempo em que abre espaço para a autoproclamada “mídia ninja”, buscando refletir o jornalismo na era das mídias sociais – que, entretanto, é tão ou até mais tendencioso. Desde que o filme foi editado, por sinal, aconteceram as maiores manifestações de rua do Brasil, que, além de historicamente mais importantes, politizaram o país com um debate que escapou da reflexão filmada – e que a tal “mídia ninja” faz de tudo para menosprezar. Será exibido em apenas uma sala, no Cine Odeon no Rio.   Entre os filmes de arte que pingam nos cinemas, o que chega mais longe é “Cemitério do Esplendor”, nova obra climática do tailandês Apichatpong Weerasethakul, que venceu a Palma de Ouro em 2010 com “Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas”. Ocupa oito salas – quatro no Rio e as demais em Niterói, Maceió, Porto Alegre e São Paulo. A trama se desenvolve em torno de um hospital na Tailândia que recebe 27 soldados vítimas de uma estranha doença do sono. O drama francês “A Linguagem do Coração”, de Jean-Pierre Améris (“O Homem que Ri”) faz o público chorar em apenas seis salas (quatro em São Paulo, mais Porto Alegre e Campinas). Passada em 1885, mostra a dedicação de uma freira para ajudar uma menina nascida surda e cega a ter convívio social. A história é baseada em fatos reais. Por fim, a comédia dramática argentina “Papéis ao Vento” ocupa uma única sala, o Cine Belas Artes em Belo Horizonte. Trata-se da mais recente adaptação do escritor Eduardo Sacheri (“O Segredo dos Seus Olhos”), que a direção de Juan Taratuto (“Um Namorado para Minha Esposa”) transforma em filme sensível e envolvente, comprovando a qualidade atual do cinema argentino. A história gira em torno de três amigos que decidem recuperar o investimento do quarto integrante da turma, recém-falecido, que apostou tudo o que tinha num jogador de futebol decadente. Divertido e humanista, pena o lançamento ser invisível pra a maioria dos brasileiros, pois é questão vital aprender como o cinema de nuestros hermanos consegue ser popular e artístico simultaneamente. Estreias de cinema nos shoppings Estreias em circuito limitado

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    Os Dez Mandamentos atinge 5 milhões de ingressos vendidos em 15 dias

    14 de fevereiro de 2016 /

    O filme “Os Dez Mandamentos” atingiu a marca recorde de público de 5 milhões após 15 dias nas salas de cinema do país. Com isso, a versão condensada da novela da Record já empata com “2 Filhos de Francisco” (2005) como a terceira maior bilheteria do cinema brasileiro pós-Retomada (anos 1990), ficando atrás apenas de “E Se Eu Fosse Você” (2006) e “Tropa de Elite 2” (2010). Para superar o primeiro colocado, será preciso vender mais que o dobro do que já foi arrecadado até agora. O fenômeno “Tropa de Elite 2” foi assistido por cerca de 11 milhões de espectadores. “Os Dez Mandamentos” condensa e resume mais de 170 capítulos da novela escrita por Vivian de Oliveira e dirigida por Alexandre Avancini, que registrou a maior audiência da história da Record. O filme também registra o maior lançamento do cinema brasileiro, em 1,1 mil salas (um terço de todo o parque exibidor nacional), e, após sair de cartaz, será exibido primeiro no Telecine, canal pago do conglomerado de comunicações rival da Record, a Globo.

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    Com boa presença brasileira, começa o Festival de Berlim 2016

    11 de fevereiro de 2016 /

    O Festival de Berlim começa nesta quinta (11/2) num contexto efervescente na Alemanha, onde a crise dos refugiados repercute de forma particularmente forte. Em sua entrevista inaugural, o diretor do evento Dieter Kosslick salientou a importância de não se virar as costas para a realidade social, que estará no centro de diversas iniciativas ao longo do festival. Mas também chamam atenção as medidas de segurança, reforçadas em relação aos eventos anteriores, em decorrência dos atentados terroristas em Paris no ano passado. São esperadas cerca de 400 mil pessoas no festival, que vai se estender até 18 de fevereiro com diversas mostras paralelas e a competição pelo Urso de Ouro, cujo juri é presidido pela atriz Meryl Streep (“A Dama de Ferro”). Repetindo uma tendência dos últimos anos, a nova edição é marcada por forte presença brasileira. Em 2016, a maior expectativa da imprensa internacional recai sobre o novo projeto da paulista Anna Muylaert, “Mãe Só Há Uma”, em consequência da espantosa trajetória internacional de “Que Horas Ela Volta?” – que incluiu o Prêmio do Público na própria Berlinale do ano passado. O novo filme da cineasta retoma questões de maternidade e identidade, vistas no trabalho anterior, por meio da história de um rapaz transgênero. “Mãe Só Há Uma” faz parte da seção Panorama, mostra paralela onde também estão outros dois longas brasileiros. Há grande curiosidade, por sinal, a respeito de “Antes o Tempo não Acabava”, novo filme do amazonense Sergio Andrade após “A Floresta de Jonathas” (2013), que, indo de encontro ao notório gosto dos alemães pelo exótico, acompanha um xamã indígena confrontado pelo mundo urbano de Manaus. Igualmente promissor é “Curumim”, documentário de Marcos Prado (“Estamira”), que retrata a trágica histórica de Marco “Curumim” Archer, o brasileiro que passou 11 anos detido na Indonésia até ser condenado à morte em 2015. Prado valeu-se de filmagens escondidas feitas pelo próprio retratado – acrescentando posteriormente outros depoimentos e imagens. Além destes três filmes, duas produções alemãs na seção Fórum tem conexões com o Brasil: “Muito Romântico”, de cunho experimental, é uma obra de dois brasileiros radicados em Berlim, a gaúcha Melissa Dullius e o catarinense Gustavo Jahn, enquanto “Zona Norte” é um documentário onde a cineasta Monica Treut retorna à uma favela do Rio de Janeiro 13 anos depois de ter rodado lá “Guerreira da Luz”, onde abordava o trabalho social de Yvonne Bezerra de Menezes. Os americanos O tapete vermelho, porém, estende-se mesmo para os americanos. Hollywood domina a cena desde a abertura, inclusive no tema do filme escolhido, “Ave César!”. Cinco anos após abrirem a Berlinale com “Bravura Indômita” (2010), cabe novamente aos irmãos Coen a honra de trazer o filme de abertura – claramente uma aposta mais segura da organização, depois do ato falho do ano passado, quando “Ninguém Quer a Noite” não agradou ninguém e terminou por ficar posteriormente restrito às salas espanholas. “Ave César!” já arrancou boas reações nos Estados Unidos e, com a capacidade dos irmãos em agradar cinéfilos e o grande público, deve repetir o sucesso na Alemanha. A maioria dos outros trabalhos aterriza em Berlim vindos de Sundance, festival ocorrido em janeiro nos EUA. Um dos mais aguardados é “Maggie’s Plan”, volta de Rebecca Miller, sete anos após “A Vida Íntima de Pippa Lee” (2009), acompanhada por um elenco formado pelos queridinhos Greta Gervig (“Frances Ha”), Ethan Hawke (“Boyhood”) e Julianne Moore (“Para Sempre Alice”). Por seu lado, “Indignation” marca a estreia na direção do produtor James Schamus, um dos patrões do estúdio Focus – bastião do cinema alternativo nos Estados Unidos. Logan Lehrman (“Cruz de Ferro”) e Sarah Gadon (“Drácula: A História Nunca Contada”) estrelam. Outras promessas são “War on Everyone”, um buddy movie politicamente incorreto com Alexander Skarsgard (“True Blood”) e Michael Peña (“Homem-Formiga”) e, talvez a mais importante, “Midnight Special”, uma investida na sci-fi de Jeff Nichols (“Amor Bandido”), que volta a se reunir com seu habitual colaborador Michael Shannon (“O Homem de Aço”), desta vez acompanhado por Kirsten Dunst (“Melancolia”). O filme estreia já em março no Brasil. Com o trio Alex Gibney (“The Story of WikiLeaks: We Still Secrets”), Michael Moore (“Fahrenheit 9/11”) e Spike Lee (“Malcom X”) também estão prometidas algumas polêmicas para a Berlinale. Gibney, um dos melhores documentaristas do mundo, traz um retrato sobre a sombria rede de vigilância na internet com “Zero Days”, enquanto o sempre corrosivo Michael Moore corre o mundo à procura de ideias e comportamentos que deviam ser copiados pelo seu país. Já Spike Lee debruça-se, em “Chi-Raq”, sobre a guerra americano menos falada – a dos guetos negros de Chicago, onde as lutas de gangues são responsáveis por mais mortos que os conflitos internacionais do país. Mas a competição também terá nomes fortes de outros países, que já se tornaram habitués dos festivais internacionais, como o dinamarquês Thomas Vintenberg (“A Caça”), os franceses André Techiné (“O Homem Que Elas Amavam Demais”) e Mia Hansen-Love (“Eden”), o canadense Denis Côté (“Vic+Flo Viram um Urso”), o italiano Gianfranco Rosi (“Sacro GRA”), filipino Lav Diaz (“Norte, o Fim da História”), o bósnio Danis Tanović (“Terra de Ninguém”) e os iranianos Rafi Pitts (“Separados pelo Inverno”) e Mani Haghighi (“Modest Reception”), entre outros. Além disso, muitas surpresas podem vir de cineastas novatos, como a alemã Anne Zohra Berrached (“Two Mothers”), que em seu segundo longa aborda o dilema de uma mãe que descobre, ao final da gravidez, que seu filho terá Síndrome de Down e um defeito cardíaco potencialmente letal. A estreia mais esperada, porém, é a do diretor teatral britânico Michael Grandage, cujo primeiro filme, “Genius”, conta a história do editor dos grandes mestres da literatura Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald e Thomas Wolf. O elenco grandioso inclui Colin Firth (“Kingsman – Serviço Secreto”), Dominic West (série “The Affair”), Jude Law (“A Espiã que Sabia de Menos”), Guy Pearce (“The Rover – A Caçada”), Nicole Kidman (“Olhos da Justiça”), Laura Linney (“Sr. Sherlock Holmes”) e Vanessa Kirby (“Evereste”).

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