PIPOCAMODERNA
Pipoca Moderna
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc

Nenhum widget encontrado na barra lateral Alt!

  • Filme

    Estreias: Zumbis de “Extermínio” e animação da Pixar são os destaques do cinema na semana

    19 de junho de 2025 /

    "Extermínio: A Evolução" resgata a franquia de terror que fez sucesso nos anos 2000, enquanto "Elio" retoma o lançamento de personagens originais do estúdio premiado da Disney

    Leia mais
  • Filme

    Festival de Cinema Europeu Imovision traz 14 filmes inéditos ao Brasil

    25 de abril de 2025 /

    Evento exibe destaques premiados nos festivais de Berlim, Veneza e Cannes até 30 de abril nas principais capitais

    Leia mais
  • Filme

    Estreias | “Five Nights at Freddy’s” é principal filme na véspera do Halloween

    26 de outubro de 2023 /

    A lista de estreias de cinema desta quinta-feira (26/10) não reflete o calendário comemorativo da véspera do Halloween. As poucas opções de terror para a data são um filme de vampiro brasileiro cabeçudo e “Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim”, adaptação do game homônimo com classificação etária mirim: 14 anos. Ótima notícia para as plataformas de streaming e suas ofertas com mais variedade de diversão assustadora para o Dia das Bruxas. Os lançamentos da semana são bastante variadas e incluem assassinos meticulosos, hipnose intrigante e bossa nova animada. “O Assassino” oferece um olhar frio e calculista sobre a vida de um matador de aluguel, sob a direção acurada de David Fincher, “Hypnotic – Ameaça Invisível” é um thriller supernatural estrelado por Ben Affleck e Alice Braga, enquanto “Atiraram no Pianista” oferece uma viagem animada pela vida do pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior. Além destes, a programação inclui “Mavka – Aventura na Floresta”, animação baseada na mitologia ucraniana, e outras opções em circuito limitado que podem ser conferidas abaixo.   FIVE NIGHTS AT FREDDY’S – O PESADELO SEM FIM   “Five Nights at Freddy’s” é uma franquia de videogame lançada em 2014, que rapidamente conquistou uma enorme base de fãs pelo mundo, ao desafiar os jogadores a sobreviver ao ataque de personagens infantis hostis em um restaurante assombrado, chamado Freddy Fazbear’s Pizza. Na adaptação, Josh Hutcherson (“Jogos Vorazes”) arranja emprego de segurança noturno na pizzaria abandonada, com estilo de buffet infantil, que costumava atrair o público com bonecos eletrônicos. Durante a ronda noturna, ele descobre que as criações animatrônicas ganham vida e precisa lutar contra o terror para sobreviver – e salvar sua irmã caçula, que resolveu lhe fazer uma visita. A adaptação foi feita para um público bem juvenil, evitando os jorros de sangue que se espera de um filme slasher (de psicopatas com facas) – veja-se, como exemplo sanguinolento, o similar “Willy’s Wonderland – Parque Maldito” (2021). Entretanto, é bastante fiel à premissa e a estética do game. Os animatrônicos e efeitos especiais foram criados pela empresa de Jim Henson, responsável pelos Muppets. Além de Hutcherson, o elenco inclui Elizabeth Lail (“Você”), Piper Rubio (“Holly & Ivy”), Kat Conner Sterling (“A Semana da Minha Vida”), Mary Stuart Masterson (“Benny & Joon – Corações em Conflito”) e Matthew Lillard (“Scooby-Doo”). Já a direção do longa é da experiente diretora de terror Emma Tammi (“Terra Assombrada”).   O ASSASSINO   O novo thriller dirigido por David Fincher gira em torno de um assassino profissional não nomeado, interpretado por Michael Fassbender (“X-Men: Apocalipse). O filme abre com o assassino meticulosamente preparando-se para realizar um serviço em Paris. Ele se posiciona em um prédio alto, esperando pacientemente para executar sua vítima, enquanto compartilha sua filosofia de vida através de uma narração. A calma profissional do assassino é quebrada quando ele falha em completar o serviço, gerando consequências severas para ele e sua companheira, que é brutalmente atacada como retaliação pelo seu erro. Após o fracasso em Paris, o assassino retira-se para a República Dominicana, mas logo descobre que seus empregadores colocaram um contrato sobre ele. Com sua vida em perigo, ele embarca em uma missão de vingança que o leva a perseguir advogados e assassinos rivais por diversas localidades, desde Nova Orleans até Chicago. Durante sua jornada, ele se depara com uma assassina bem-falante interpretada por Tilda Swinton (“Era uma Vez um Gênio”), que oferece uma abordagem ainda mais niilista para a arte de matar, proporcionando momentos de alívio cômico e introspecção. Adaptação de uma graphic novel, a produção permite um reencontro entre Fincher e o roteirista Andrew Kevin Walker, com quem o diretor trabalhou num de seus filmes mais cultuados, “Seven – Os Sete Pecados Capitais” (1995). Executado com atenção meticulosa aos detalhes, a obra também evoca clássicos do gênero como “Os Assassinos” (1964) e “À Queima-Roupa” (1967), dois filmes estrelados por Lee Marvin, em sua busca por retratar, de forma estilizada, o submundo dos assassinos contratados. Produção original da Netflix, chega ao streaming em duas semanas (10/11).   HYPNOTIC – AMEAÇA INVISÍVEL   Já imaginaram um thriller de Christopher Nolan (“Tenet”) dirigido por Robert Rodriguez (“Pequenos Espiões”)? “Hypnotic” é um filme derivativo, em que Ben Affleck (“Liga da Justiça”) vive um detetive atormentado pelo desaparecimento de sua filha e se vê em um jogo de gato e rato com um supercriminoso, interpretado por William Fichtner (“Mom”), dotado de poderes hipnóticos extraordinários (ou nem tanto, veja-se o Homem Púrpura de “Jessica Jones”). Ao lado da personagem de Alice Braga (“O Esquadrão Suicida”), que é descrita como uma “médium de loja de conveniência”, ele desvenda um mundo onde indivíduos, chamados de “hipnóticos”, têm a capacidade de influenciar a mente de outros através de uma “largura de banda psíquica”. A aventura é acompanhada por diálogos peculiares, e momentos que desafiam a realidade e imitam a estética de “A Origem”. O enredo se estende por uma série de cenas que variam entre o surreal e o absurdo, onde os personagens se encontram em situações cada vez mais bizarras, tendo que manter a seriedade. Pode-se dizer que Rodriguez compensa a falta de originalidade e lógica com exagero, entregando uma diversão camp assumida. Em seu lançamento nos EUA, alguns dos críticos mais tradicionais aprovaram, enquanto, paradoxalmente, a turma geek odiou de paixão – fazendo o longa atingir apenas 30% de aprovação no Totten Tomatoes.   ATIRARAM NO PIANISTA   Filme de abertura do Festival do Rio deste ano, o documentário animado espanhol explora a vida e o misterioso desaparecimento do pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior, que integrava a banda de Vinicius de Moraes e Toquinho e desapareceu em Buenos Aires, em 1976, numa história que combina a leveza da bossa nova com a brutalidade das ditaduras militares. Dirigido por Fernando Trueba e Javier Mariscal (do premiado desenho “Chico e Rita”), o filme traz Jeff Goldblum como a voz do personagem fictício Jeff Harris, um jornalista musical de Nova York. Inicialmente interessado em escrever sobre a bossa nova, Harris se depara com uma gravação de Tenório e se embrenha na investigação do seu desaparecimento. A narrativa é estruturada como uma busca de Jeff Harris por respostas, percorrendo o trajeto entre Nova York, Rio de Janeiro e Buenos Aires, com a ajuda de seu amigo João, dublado por Tony Ramos. Entrevistas com 39 músicos brasileiros, amigos e familiares de Tenório formam o cerne do filme, juntamente com reminiscências sobre a vida e obra do pianista. A animação em estilo vibrante e desenhos feitos à mão de Mariscal enriquecem a narrativa e proporcionam um contraponto visual ao tema sombrio da história. Cenas recriadas de eventos e performances musicais são intercaladas com entrevistas e material documental coletado por Trueba ao longo de cerca de 15 anos. Além de abrir uma janela para a época tumultuada e para os impactos da Operação Condor, a obra também destaca a contribuição musical do pianista, revivendo uma sessão de gravação de 1964 e mostrando a influência duradoura da bossa nova, numa dualidade entre a beleza artística e a violência dos regimes autoritários de direita.   MAVKA – AVENTURA NA FLORESTA   A animação ucraniana explora a coexistência entre humanos e o mundo natural. Inspirada na peça de 1911 “The Forest Song” de Lesya Ukrainka, a trama segue Mavka, uma ninfa de cabelos verdes encarregada de proteger o “Coração da Floresta”. Ela se vê dividida entre seu dever e seu amor por Lukas, um músico humano. A história ganha complexidade quando Lukas é enviado para buscar um elixir mágico na floresta, intensificando o conflito entre os mundos humano e espiritual. A animação é notável por sua paleta de cores hipersaturada e pela atenção aos detalhes no movimento dos personagens. A trilha sonora é outro ponto alto, especialmente as canções folclóricas ucranianas que são incorporadas à trama, contribuindo para o caráter distintivo da obra. O filme também aborda temas mais amplos, como a invasão russa na Ucrania, embora de forma alegórica. Mavka, em um momento crucial, acessa uma “faísca de raiva” que lhe dá força para enfrentar os invasores, um elemento que tem sido interpretado como uma metáfora para a resiliência ucraniana. Produzido pelo estúdio de animação ucraniano Animagrad, o filme levou sete anos para ser concluído e superou “Avatar: O Caminho da Água” nas bilheterias ucranianas no começo do ano.   OS DELINQUENTES   O candidato argentino a uma vaga no Oscar 2024 é um filme nada convencional de assalto a banco. A história inicia com Morán (Daniel Elías), um gerente de banco, que, sem muita pressa, encaminha-se ao seu local de trabalho, onde junto a outro funcionário acessa o cofre do banco. Contrariando a expectativa usual de filmes de assalto, a execução do plano de Morán é exposta de maneira simples e quase trivial. Ele propõe a seu colega de trabalho, Román (Esteban Bigliardi), um acordo peculiar: Morán roubará US$ 650,000 do banco, entregará o montante para Román guardar e se entregará à polícia. Ele calcula que cumprirá três anos e meio de prisão, e ao final desse período, ambos dividirão o dinheiro. Ao se entregar à polícia, Morán confia que Román manterá sua parte no acordo, no entanto, a trama se desdobra em situações inusitadas e revela camadas insuspeitas. A chegada de uma jovem energética chamada Norma (Margarita Molfino) altera ainda mais a dinâmica entre Morán e Román, apresentando novas questões existenciais. O filme brinca com a ideia de duplicidade, como evidenciado nos nomes anagramáticos dos personagens principais e na escalação do mesmo ator, Germán De Silva, para interpretar o chefe do banco e o chefe da prisão. Além de desafiar convenções, a narrativa do diretor Rodrigo Moreno (“Mala Época”) parece brincar com a paciência da audiência com sua duração de três horas, propondo uma reflexão sobre as escolhas de vida dos personagens e as consequências de suas ações.   LEONORA, ADEUS   A primeira obra de Paolo Taviani após a morte de seu irmão e parceiro Vittorio, em 2018, possui forte simbolismo ao explorar a jornada das cinzas de Luigi Pirandello, dez anos após sua morte em 1936. O filme também é uma reflexão sobre a conexão dos irmãos Taviani com o dramaturgo, evidenciada num de seus clássicos iniciais, “Caos”, de 1984. Naquele filme, os Taviani exploraram cinco histórias curtas de Pirandello, demonstrando uma afeição duradoura pela complexidade teatral e narrativa do autor. “Leonora, Adeus” retoma essa ligação, entrelaçando a narrativa principal com aspectos meta-teatrais inspirados em Pirandello. A jornada das cinzas se torna uma tela para explorar a relação entre vida, morte e arte, temas que os Taviani também exploraram em “Caos”. No começo da narrativa, é retratada a tentativa de transportar as cinzas de Pirandello de volta à Sicília, conforme seu último desejo, enfrentando adversidades e situações cômicas, especialmente quando um conselheiro de Agrigento (Fabrizio Ferracane) se envolve nessa missão. Essa jornada é enriquecida por um retrato vibrante da vida italiana pós-2ª Guerra Mundial, destacando as interações humanas em um trem repleto de refugiados e civis em busca de consolo. A segunda parte do filme transita para a dramatização de “O Prego”, onde a história de um imigrante italiano em Nova York é contada, abordando temas de violência e redenção, sempre com uma atmosfera melancólica e reflexiva, acompanhada pela trilha sonora delicada de Nicola Piovani. O filme é uma mistura de estilos que vai desde sequências ficcionais em preto e branco até material de arquivo – de filmes neorrealistas italianos clássicos e noticiários da época – , todos engenhosamente entrelaçados para contar uma história que é tanto um tributo ao escritor quanto uma reflexão sobre a vida e a morte, servindo como um aceno afetuoso de Paolo a seu falecido irmão Vittorio.   BRADO   O drama italiano explora o universo do western no contexto contemporâneo. O protagonista Renato, interpretado pelo diretor do filme, Kim Rossi Stuart (“Tommaso”), se machuca ao cair de um cavalo recém-adquirido, chamado Trevor. Por conta de lesões, ele se vê incapaz de treinar o animal para competições de cross-country, e seu filho distante, Tommaso (Saul Nanni), é convocado para ajudar. O enredo se...

    Leia mais
  • Filme

    Filme de Claudinho e Buchecha e “Mercenários 4” chegam aos cinemas

    21 de setembro de 2023 /

    Os principais lançamentos de cinema desta quinta (21/9) se dividem entre ação truculenta de filmes B americanos e projetos musicais brasileiros. Os principais destaques são “Nosso Sonho”, cinebiografia de Claudinho e Buchecha, e o documentário “Elis e Tom, Só Tinha que Ser com Você”, sobre um dos maiores discos da MPB dos anos 1970. Já as opções de pancadaria são “Os Mercenários 4”, filme mais fraco e quase um spin-off da franquia, e o polêmico “O Som do Silêncio”, sobre um herói da extrema direita dos EUA levando justiça à bela na América do Sul, antes de ser acusado de abuso sexual por sete mulheres. Confira todas as estreias da semana.   NOSSO SONHO   O filme biográfico narra a história de Claudinho e Buchecha, interpretados pelos atores Lucas Penteado (“BBB 21”) e Juan Paiva (“Um Lugar ao Sol”). A produção conta como uma amizade de infância se tornou icônica, apresentando os desafios pessoais de Claudinho (Penteado) e Buchecha (Paiva), dos bastidores da fama às dificuldades enfrentadas rumo ao sucesso, antes do final trágico da dupla, com a morte de Claudinho num acidente de trânsito em 2001. A história é contada sob visão de Buchecha, que insistiu para que Claudinho aceitasse formar uma dupla. O destino dos artistas começa a ser traçado quando sua primeira música toca numa rádio local e eles assinam contrato nos anos 1990. A história dirigida por Eduardo Albergaria (“Happy Hour”) ainda é marcada por hits que marcaram época, como “Só Love”, “Coisa de Cinema” e a homônima “Nosso Sonho”, que embalam a trama. O elenco também conta com Tatiana Tiburcio (“Terra e Paixão”), Nando Cunha (“Os Suburbanos”), Clara Moneke (“Vai na Fé”), Antônio Pitanga (“Amor Perfeito”) e Isabela Garcia (“Anos Dourados”) entre outros. Há algumas imprecisões anacrônicas na reconstituição dos anos 1990 e simplificações narrativas, mas “Bohemian Rhapsody” cometeu os mesmos pecados. “Nosso Sonho” ainda compartilha os mesmos acertos do filme sobre Freddie Mercury, ao enfatizar a emoção de seus personagens, que de forma catártica também emociona o público.   OS MERCENÁRIOS 4   A sequência da franquia “Mercenários” chega quase 10 anos depois da última produção e vem mais violenta e sangrenta que as anteriores, o que lhe rendeu uma classificação R-Rated (para maiores) nos EUA. Desta vez, é Jason Statham (“Velozes e Furiosos 10”) quem tem mais destaque que os colegas famosos, com Sylvester Stallone (“Rambo: Até o Fim”) em claro papel de coadjuvante. Criador da franquia, ele aparece como responsável por reunir a equipe para mais uma aventura explosiva, juntando personagens veteranos e novos rostos, como se lançasse um spin-off. Quem também retorna são Dolph Lundgren (“Creed 2”) e Randy Couture (“Roubo Entre Ladrões”), que se juntam a novos mercenários interpretados pelo rapper 50 Cent (“Rota de Fuga 3”), Megan Fox (“Meia-Noite no Switchgrass”) e Tony Jaa (“Monster Hunter”). O elenco ainda conta com Andy Garcia (“O Pai da Noiva”), Iko Uwais (“22 Milhas”), Jacob Scipio (“Bad Boys 3”) e Levy Tran (“MacGyver”). Na trama, a equipe enfrenta uma ameaça que pode desencadear uma possível 3ª Guerra Mundial: terroristas que tomaram posse de mísseis nucleares. A direção é de Scott Waugh (“Need For Speed”), que troca a camaradagem bem-humorada dos personagens dos primeiros filmes por uma seriedade de thriller de ação feito para o mercado de vídeo dos anos 1990.   SOM DA LIBERDADE   O thriller sobre tráfico de crianças na América do Sul se tornou um fenômeno de bilheteria nos Estados Unidos, arrecadando mais de US$ 180 milhões. Dirigido pelo mexicano Alejandro Monteverde, é protagonizado por Jim Caviezel (o Jesus de Mel Gibson), que interpreta Tim Ballard, um ativista anti-tráfico real e devoto mórmon. A trama é vagamente baseada nas experiências de Ballard na América do Sul, embora o próprio ativista tenha admitido que a produção toma liberdades com a verdade. Mesmo sendo lançado sem o apoio de grandes estúdios, o longa conseguiu grande sucesso, em parte devido ao seu alinhamento com visões de mundo propagadas por teorias da conspiração como QAnon – o principal delírio da extrema direita dos EUA. A trama se concentra na busca implacável de Ballard para reunir uma família separada pelo tráfico de pessoas. Inicialmente, ele resgata um menino chamado Miguel na fronteira entre os EUA e o México e, posteriormente, descobre que a irmã de Miguel ainda está desaparecida. Isso o leva a Cartagena, onde ele planeja uma operação ousada para resgatar a menina. O filme inclui uma cena de epílogo com imagens em preto e branco da operação real de Ballard, embora essa cena seja seguida por uma controversa cena de créditos intermediários que tem sido criticada por seu caráter manipulativo. Como cinema propriamente dito, “Som da Liberdade” não passa de um thriller convencional, cheio de clichês de americanos sobre a América do Sul, mas sua abordagem sensacionalista extrapola as telas para ressoar questões de guerra cultural. Não por acaso, a produção recebeu apoio substancial de grupos religiosos e de direita, incluindo uma exibição organizada por Donald Trump, aumentando ainda mais sua conexão com extremistas.   IL BOEMO   A indicação da República Tcheca ao Oscar 2023 para disputar a categoria de Melhor Filme Internacional é uma cinebiografia do compositor tcheco Josef Mysliveček, apelidado de “Il Boemo”. Escrito e dirigido por Petr Vaclav, o longa é majoritariamente falado em italiano. A trama inicialmente apresenta Mysliveček em seus últimos momentos de vida, sofrendo de sífilis, para depois retroceder e explorar sua ascensão como compositor celebrado na Itália do século 18. O ator e músico tcheco Vojtěch Dyk oferece uma performance marcante como o protagonista, cujo talento é explorado em diversas cenas musicais. O filme não apenas aborda a trajetória profissional de Mysliveček, mas também sua vida pessoal, incluindo seus relacionamentos amorosos com mulheres influentes e abastadas da época. Além disso, a obra faz um contraponto interessante ao apresentar personagens femininas fortes que oferecem oportunidades ao jovem compositor. A narrativa também inclui um encontro memorável com Wolfgang Amadeus Mozart, que expressa sua admiração pelo compositor tcheco antes de elaborar uma de suas composições de forma espetacular. A atenção ao detalhe musical é refletida na trilha sonora, que conta com a participação de solistas renomados, como a soprano Simona Šaturová, que dubla a personagem Cristina Gabrieli, interpretada por Barbara Ronchi. “Il Boemo” se destaca por sua fidelidade histórica e riqueza de detalhes, tanto visuais quanto musicais. Embora o filme tenha momentos que abordam questões feministas contemporâneas e outros que mergulham em um território mais cômico, ele mantém um tom geral mais sóbrio e comprometido com a precisão histórica. A obra foi bem recebida em sua première no Festival de San Sebastian e é uma forte candidata na corrida pelo Oscar, atraindo principalmente um público amante da música clássica.   REFLEXÃO   O drama ucraniano explora o impacto da violência casual na vida cotidiana. Ambientado no contexto da guerra na região de Donbas em 2014, a trama segue Serhiy, um cirurgião que se encontra em uma missão na linha de frente quando é capturado e forçado a inspecionar cadáveres para sinais de vida, antes de ser confrontado com dilemas morais e éticos relacionados à guerra e à violência. A narrativa se desenrola principalmente em planos fixos longos, capturando momentos de tortura e interrogatório de Serhiy, bem como sua subsequente adaptação à vida civil. O filme é notável por sua abordagem estilística e é uma espécie de continuação de “Atlantis” (2019), o premiado filme anterior do diretor Valentyn Vasyanovych. Concebido tanto como um grito de protesto pela Ucrânia quanto uma declaração contida de que ainda existe esperança frente à invasão russa, atingiu 95% de aprovação no site americano Rotten Tomatoes.   OS PELUDOS – GUARDIÕES DO LAR   A animação russa segue as aventuras de Christine, de 13 anos, que faz amizade com o jovem brincalhão Finnick – um dos seres peludos e geralmente invisíveis que habitam todas as casas. Pode ser novidade para muita gente, mas segundo o filme essas criaturas estão em toda parte, convivendo de forma invisível com os humanos. Só que Finnick faz de tudo para que nenhuma família se estabeleça da sua, para ficar confortável sozinho. Entretanto, quando a família de Christine se muda, suas táticas parecem não surgir efeito. Entretanto, Finnick não é a única “assombração” da cidade, e quando eventos estranhos começam a acontecer, a dupla percebe que precisa se unir como detetives para resolver os misteriosos acontecimentos. Aviso: a animação computadorizada do filme é bem inferior às produções hollywoodianas.   A REVOLTA DOS MALÊS   O filme dirigido por Belisário Franca (“O Presidente Improvável”) e Jeferson De (“Doutor Gama”) já foi disponibilizado como minissérie na Sesc TV. A produção aborda a revolta histórica de escravos muçulmanos na Bahia em 1835 e foca na personagem Guilhermina, interpretada por Shirley Cruz, uma escrava que busca comprar sua liberdade e a de sua filha Teresa (Jamilly Mariano). Quando seu senhor, o fazendeiro Souza Velho (Roberto Pirillo) nega a alforria, Guilhermina se envolve com Licutan (André Ramiro), um líder religioso que tem papel fundamental na Revolta dos Malês. A abordagem minimalista é praticamente teatral, sem grandes cenários ou mesmo cenas externas, concentrando-se no elenco para contar a história, mas se destaca por sua capacidade de equilibrar entretenimento e didatismo, iluminando um episódio histórico importante enquanto mantém sua relevância no contexto atual.   ELIS & TOM, SÓ TINHA DE SER COM VOCÊ   O documentário narra a gravação histórica do disco da parceria entre a cantora Elis Regina com o compositor Antônio Carlos Jobim, “Elis & Tom”, em 1974. Dirigido por Roberto de Oliveira (empresário de Elis na época) e Jom Tob Azulay, traz à tona várias imagens inéditas dos ensaios, conversas e atmosfera dos bastidores da gravação do álbum. O material, guardado por anos, ressurge para contar os segredos do disco, que resultou em canções inesquecíveis, mas também muito drama de bastidores, como o fato de os dois artistas não se gostarem, impasses que quase fizeram Elis abandonar o projeto e o momento em que perceberam que tinham criado uma obra-prima com “Águas de Março” e começaram a se entusiasmar pelas gravações.   CARLOS – THE SANTANA JOURNEY GLOBAL PREMIERE   Entrevistas com o cantor e guitarrista Carlos Santana e sua família, juntamente com imagens de arquivo nunca antes vistas – incluindo gravações de vídeos caseiros feitas pelo próprio Santana, filmagens de shows e momentos de bastidores.

    Leia mais
  • Filme

    Festival de Berlim começa nesta quinta em clima político

    16 de fevereiro de 2023 /

    O Festival de Berlim começa sua 73.ª edição nesta quinta-feira (16/2) buscando um equilíbrio entre novos talentos e cineastas consagrados. Com uma relação de filmes mais próxima do mundo em que vivemos e diretamente relacionada com eventos reais, o evento que se inicia em clima político e se estende pela capital alemã até o próximo dia 26. A obra que dá início à programação é “She Came to Me”, comédia romântica da cineasta americana Rebecca Miller (“O Mundo de Jack e Rose”), que reúne um elenco de estrelas como Peter Dinklage (“Game of Thrones”), Anne Hathaway (“Convenção das Bruxas”), Marisa Tomei (“Homem-Aranha: Sem Volta Pra Casa”) e Joanna Kulig (“Guerra Fria”), e será exibido em uma sessão de gala fora de competição. A abertura do festival também contará com um discurso por vídeo do ator e presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky. A transmissão antecederá a exibição de “Superpower”, documentário que o diretor e ator Sean Penn (“Licorice Pizza”) filmou em Kiev. Sean Penn viajou para a Ucrânia há um ano para documentar a ameaça de uma invasão do país pela Rússia. Chegando no local, ele se deparou com o início da guerra, em 24 de fevereiro, e obteve muitas imagens exclusivas e fortes para “Superpower”. O longa será exibido na sexta-feira (17/2). Por sinal, a realização do festival coincide com o aniversário de um ano da guerra decorrente da invasão russa à Ucrânia. “É uma honra especial para nós poder receber digitalmente o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na abertura do nosso festival na noite de quinta-feira. A Berlinale, com todos os seus cineastas e participantes, expressa solidariedade com o povo da Ucrânia na luta pela independência e condena veementemente a agressão russa”, disseram os diretores da Berlinale, Mariëtte Rissenbeek e Carlo Chatrian. Esta será um edição dominada pelos dramas da Ucrânia e também do Irã, que enfrenta uma escalada autoritária para reprimir protestos causados pela morte de uma mulher, por não usar apropriadamente seu hijabe. Durante os próximos 10 dias de estreias e debates, o 73º Festival de Berlim exibirá 18 filmes e documentários focados nas histórias dos dois países, além da competição oficial com 19 produções candidatas ao Urso de Ouro. “A guerra na Ucrânia e o movimento de protesto no Irã são duas áreas de conflito que representam questões mais amplas, a democracia e a liberdade de expressão”, explicou Mariëtte Rissenbeek. Assim como outros festivais internacionais, a Berlinale testemunhou com indignação a prisão de cineastas iranianos nos últimos meses, alguns deles diretamente relacionados ao evento. O diretor Mohammad Rasoulof, que ganhou um Urso de Ouro por “Não Há Mal Algum” em 2020, foi preso em julho do ano passado e libertado por período provisório, coincidentemente na época do festival. Outro diretor premiado em Berlim, Jafar Panahi (“Taxi Teerã”), também foi detido e, após ameaçar greve de fome, foi posteriormente solto. O Festival de Berlim dedicará a agenda de sábado para o Irã e a Ucrânia, com um tapete vermelho especial, várias programações e uma coletiva de imprensa. O Brasil também está presente em Berlim: os longas “O Estranho” e “Propriedade” serão exibidos nas mostras paralelas do festival, assim como os curtas “Infantaria”, “As Miçangas” e “A Árvore” e uma cópia restaurada do clássico “A Rainha Diaba”, filme de Antônio Carlos Fontoura, gravado em 1974 durante a ditadura militar. O longa-metragem “O Estranho” fará sua estreia mundial na mostra Forum, que abre espaço para trabalhos ousados e que ofereçam novas linguagens cinematográficas. Escrito e dirigido por Flora Dias e Juruna Mallon, o filme é passado no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e tem sua narrativa conduzida por uma funcionária cuja história familiar se entrelaça com a construção do próprio aeroporto em terras que, no passado, pertenceram aos indígenas. O pernambucano “Propriedade”, de Daniel Bandeira, acompanha a revolta dos trabalhadores da fazenda de uma reclusa estilista, que se enclausura em seu carro blindado para se proteger do ataque de seus empregados. Estrelado pela atriz Malu Galli, o filme teve a sua estreia no Festival do Rio de 2022, onde recebeu boas avaliações da crítica, que o classificou como “incisivo e desafiador”. O curta-metragem brasiliense “As Miçangas” está na Berlin Shorts. Dirigido por Emanuel Lavor e Rafaela Camelo, o filme propõe uma reflexão sobre o aborto a partir da história de duas irmãs que viajam para que uma delas possa interromper uma gravidez não planejada. Grande vencedor do último Festival Curta Cinema, o alagoano “Infantaria”, de Laís Santos Araújo, entrou na mostra Generation 14Plus. A trama acompanha a família de Joana, uma garota que se prepara para seu aniversário de 10 anos enquanto deseja entrar na puberdade. Por último, o curta A Árvore (2023), de Ana Vaz, é uma co-produção entre Brasil e Espanha, que será exibida na mostra Forum Expanded. Definido por sua realizadora como um “filme-meditação em sequências de 30 segundos”, a obra rememora o pai da artista, ligando geografias, tempos, vivos e mortos “com uma espada de metal”. Steven Spielberg, que concorre ao Oscar por seu trabalho em “Os Fabelmans”, será o homenageado desta edição. O lendário diretor americano receberá um Urso honorário pelo conjunto da obra. Já a mostra principal terá 19 filmes disputando o Urso de Ouro, que será concedido pelo júri internacional presidido pela atriz americana Kristen Stewart (“Spencer”). Aos 32 anos, ela se torna a pessoa mais jovem da história a assumir a presidência da mostra competitiva, que vai avaliar filmes de talentos emergentes e de nomes consagrados, como os alemães Margarethe von Trotta e Christian Petzold, o chinês Zhang Lu, o francês Philippe Garrel e o diretor japonês de animes Makoto Shinkai. Confira abaixo a lista dos filmes que competem pelo Urso de Ouro. “20.000 Espécies de Abejas”, de Estibaliz Urresola – Espanha “The Shadowless Tower”, de Zhang Lu – República da China “Till the End of the Night”, de Christoph Hochhaüsler – Alemanha “BlackBerry”, de Matt Johnson – Canadá “Disco Boy”, de Giacomo Abbruzzese – França / Itália / Polônia “Le Grand Chariot”, de Philippe Garrel – França “Journey into the Desert”, de Margarethe von Trotta – Alemanha “Someday We’ll Tell Each Other Everything”, de Emily Atef – Alemanha “Limbo”, de Ivan Sen – Austrália “Mal Viver”, de João Canijo – Portugal/França “Manodrome”, de John Trengove – Reino/EUA “Music”, de Angela Schanelec – Alemanha/França/Sérvia “Past Lives”, de Celine Song – EUA “Afire”, de Christian Petzold – Alemanha “On the Adamant”, de Nicolas Philibert – França “The Aurvival of Kindness”, de Rolf de Heer – Austrália “Suzume”, de Makoto Shinkai – Japão “Tótem”, de Lila Avilés – México/Dinamarca “Art College 1994”, de Liu Jian – China

    Leia mais
  • The Day I Met Spider-Man
    Filme

    Produção de super-heroína marca volta das filmagens na Ucrânia

    27 de junho de 2022 /

    A produtora Mamas Production iniciou as filmagens de “The Day I Met Spider-Man”, o primeiro filme de ficção gravado em solo ucraniano desde a invasão russa, que teve início em 24 de fevereiro. Apesar de algumas produções estarem em andamento no país, documentando crimes e atrocidades cometidas pelos invasores russos, “The Day I Met Spider-Man” se destaca por ser um trabalho ficcional e não um documentário, com filmagens em cidades como Lviv, Kiev e Irpin, todas afetadas pela guerra. O projeto é conduzido pela Organização de Produtores Ucranianos (OUP) e pela AMO Pictures. O mais curioso é que se trata de uma história de super-herói. A trama de “The Day I Met Spider-Man” segue uma voluntária de guerra que descobre ter poderes sobrenaturais que lhe permitem salvar um menino do massacre de Bucha, subúrbio de Kiev que ficou conhecido internacionalmente pelas imagens do assassinato em massa de sua população. De acordo com evidências fotográficas, de vídeo e imagens de satélite, as forças russas teriam assassinado sistematicamente os moradores do local. “Você conhece a história de Peter Parker, que se tornou o Homem-Aranha. Você já ouviu a história de Bruce Wayne vestindo uma roupa de Batman. Contaremos a história de Katya, uma voluntária que experimentou uma superforça interior”, disse Anton Skrypets, coprodutor do filme e responsável pela ideia original, à revista The Hollywood Reporter. A direção é de Eva Strelnikova, que estreia em longa-metragem após várias minisséries ucranianas, e o elenco destaca a novata Elithaveta Zaitseva, Olesya Zhurakivska (“Donbass”) e Olexandr Rudynsky (“Rhino”). Os produtores planejam lançar “The Day I Met Superman” em todas as plataformas possíveis, incluindo festivais, salas de cinema, TV paga e streaming até o final do ano.

    Leia mais
  • Etc

    Diretor ucraniano se arma e pede boicote mundial do cinema russo

    3 de março de 2022 /

    O cineasta ucraniano Oleg Sentsov, que lançou seu filme mais recente, “Rhino”, no Festival de Veneza do ano passado, emitiu um comunicado e postou um vídeo gravado na frente de combate contra as tropas russas que invadiram a Ucrânia. Armado e em trajes militares, atrás de uma barricada em Kiev, ele demonstrou sua disposição de luta. Em seu comunicado, também conclamou aqueles que o apoiam a tomar a mesma atitude firme. Não com armas, mas com um boicote total do cinema russo. Sentsov, que passou cinco anos em uma prisão russa por acusações de terrorismo que a Anistia Internacional descreveu como fabricadas, chegando a entrar em greve de fome contra a arbitrariedade, fez um apelo por um “boicote à cinematografia russa em todas as dimensões, incluindo cooperação cinematográfica: coprodução, distribuição e festivais”. O mesmo apelo foi feito pela Academia Ucraniana de Cinema, que pediu um boicote mundial da cultura e particularmente do cinema russo, como forma de impedir a proliferação da ideologia de Vladimir Putin, interromper o pagamento de impostos para o governo russo e pressionar os artistas afetados a se envolverem em mudanças em seu próprio país. Apesar da clareza da proposta, a ideia de um boicote divide atualmente a comunidade cinematográfica internacional. Enquanto a Academia Europeia de Cinema e os festivais de Estocolmo, na Suécia, e Glasgow, na Escócia, concordaram com um veto completo ao cinema russo, os festivais de Cannes, Veneza e Toronto buscaram um meio-termo, proibindo filmes incentivados e comissões culturais do governo de Putin, ao mesmo tempo em que defendem a exibição de filmes independentes do país. Isto não atende ao pedido dos cineastas ucranianos. Veja abaixo o comunicado enviado por Sentsov, seguido pelo vídeo do diretor nas trincheiras de Kiev. “Meu nome é Oleg Sentsov. Eu sou um diretor de cinema ucraniano. Em 2014, fui preso ilegalmente na Rússia e condenado a 20 anos de prisão por lutar contra o regime de Putin e a anexação da Crimeia. Naquela época, toda a indústria cinematográfica se levantou para me apoiar. E sou imensamente grato por isso. Agora peço que apoiem o meu país. Exatamente duas semanas atrás, o filme que fiz depois que fui liberdade foi lançado na Ucrânia. Há uma semana, estou nas trincheiras como integrante da Defesa Territorial de Kiev, que faz parte das Forças Armadas da Ucrânia. A vida mudou em um instante com a queda da primeira bomba no território da Ucrânia. Tudo o que sabíamos sobre a invasão de Hitler agora se tornou real novamente. Minha pátria é impiedosamente arrasada da terra, do mar e do ar. Bombas russas estão caindo sobre crianças ucranianas. Milhões estão sentados em abrigos antiaéreos. Milhões estão sofrendo com frio e falta de comida. Meu país está sendo arruinado, mas nosso espírito é forte. Vamos lutar até a nossa vitória. Para isso, precisamos do seu apoio. O apoio de intelectuais e artistas que se opõem ao regime sangrento de Putin. Pessoas que valorizam a vida humana mais do que qualquer coisa. Solicito seu apoio ao boicote à cinematografia russa em todas as dimensões, incluindo a cooperação cinematográfica: coprodução, distribuição e festivais, conforme solicitado pela Academia Ucraniana de Cinema. Por favor, assinem a petição! Fiquem com a Ucrânia! Vamos parar Putin juntos!”

    Leia mais
  • Etc,  Filme

    Dois festivais europeus anunciam boicote ao cinema russo

    28 de fevereiro de 2022 /

    Dois festivais internacionais de cinema da Europa atenderam ao apelo da Academia Ucraniana de Cinema e baniram filmes russos de suas programações. O Festival de Glasgow anunciou a retirada de dois filmes russos que tinha sido anunciados em sua seleção, em protesto contra a invasão da Ucrânia pelas tropas de Vladimir Putin. “No Looking Back”, de Kirill Sokolov, e “The Execution”, de Lado Kvataniya, não participarão mais do evento que acontece entre os dias 2 e 13 de março, na Escócia. “(A decisão) não reflete as visões e opiniões dos realizadores dos títulos. Apenas acreditamos que seria inapropriado seguir com estas exibições nas atuais circunstâncias”, disse um comunicado oficial do evento. O Festival de Estocolmo também anunciou um boicote, afirmando que não exibirá nenhum filme que recebeu financiamento estatal da Rússia. “É uma decisão lamentável, mas um posicionamento necessário em um momento como o atual. As ações da Rússia são inaceitáveis”, destacou Beatrice Karlsson, coordenadora de programação do evento, que só vai acontecer em novembro na Suécia. Nas redes sociais, a organização sueca ainda festejou o cinema ucraniano. “Por vários anos, a Ucrânia teve grande sucesso no cinema. O vencedor do ano passado do troféu de Melhor Filme no Festival de Cinema de Estocolmo foi o diretor ucraniano Oleg Sentsov com ‘Rhino’, que descreve o submundo da Ucrânia nos anos 1990. Sentsov, que não pôde vir por motivos de covid no ano passado, está agora convidado para o festival deste ano. Atualmente, ele é um dos cineastas que largou as câmeras e pegou em armas para defender seu país”, diz o texto publicado no Instagram do Festival de Estocolmo. Já o Festival de Locarno adiantou que não pretende seguir essa tendência. Em comunicado, a mostra da Suiça, que vai acontecer entre 3 e 13 de agosto, disse defender “a liberdade de expressão e a arte cinematográfica em todas as suas formas”. No Brasil, a Mostra de São Paulo e o Festival do Rio, que têm maior alcance em suas programações internacionais, ainda não se manifestaram sobre a atual situação, mas nos próximos dias outros festivais de cinema devem tornar suas posições conhecidas. O boicote ao cinema russo foi uma um pedido feito no final de semana pela Academia de Cinema da Ucrânia, que publicou uma petição online para que produtores deixem de lançar filmes na Rússia, distribuidores não negociem com produtoras russas e que festivais internacionais não selecionem obras do país. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Stockholms filmfestival (@sthlmfilmfest)

    Leia mais
  • Etc

    Cineastas ucranianos pedem ajuda contra invasão russa: “Isto não é um filme”

    25 de fevereiro de 2022 /

    Um grupo de cineastas ucranianos divulgou uma carta aberta nesta sexta-feira (25/2), pedindo que o mundo acorde para a ameaça à democracia representada pela invasão do país pelas tropas da Rússia. Os cineastas dizem que seu país precisa, agora mais que nunca, da ajuda da comunidade internacional e de “qualquer um que entenda que amanhã a guerra pode estar à sua porta”. “Nós temos falado sobre a guerra no Leste da Ucrânia em nossos filmes há oito anos. Você os assistiu nos festivais. Mas isto não é um filme, é nossa realidade. E hoje essa realidade se espalhou por todo o nosso país sem exceção”, diz o texto, que apela para a comunidade internacional não assistir à tragédia em silêncio. Como sugestões, pedem que escutem as necessidades dos políticos ucranianos, apliquem sanções econômicas contra a Rússia e, principalmente, lutem contra a “guerra de informação”, compartilhando apenas informações verídicas sobre o que está acontecendo. A carta aberta é assinada por Oleg Sentsov (“Rhino”), diretor que passou cinco anos numa prisão russa por “acusações fabricadas”, segundo a Anistia Internacional, Valentyn Vasyanovych (“Atlantis”), Maryna Er Gorbach (“Klondike”), Natalia Vorozhbyt (“A Última Resistência”), Iryna Tsilyk (“The Earth is Blue as an Orange”), Nariman Aliev (“Evge”) e Anna Machukh, diretora executiva da Academia Ucraniana de Cinema e do Festival de Odessa. O Festival de Berlim se manifestou imediatamente à divulgação do manifesto, republicando-o em suas redes sociais e prestando solidariedade aos cineastas. O novo filme de Maryna Er Gorbach, “Klondike”, foi premiado há poucos dias no evento alemão. Em entrevista à revista americana Variety, o diretor ucraniano Stanislav Kapralov acrescentou novas palavras à sensação compartilhada com os colegas, dizendo que se sentem como se estivessem em um filme. Além disso, pretende responder aos tiros com mais filmes. “Às vezes, há a sensação de que isso não está acontecendo conosco. As mulheres estão chorando. As criancinhas perguntam por que os russos estão nos matando. Vemos arranha-céus destruídos por bombas, crianças chorando ensanguentadas”, descreveu o cineasta. “Entendemos que nunca perdoaremos a Rússia por isso. Deste dia em diante, esta será uma vingança pessoal. Eu não sou um soldado, então vou me vingar da melhor maneira possível – através da arte e do cinema.” Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por BerlinalePanorama (@berlinale.panorama)

    Leia mais
  • Filme

    Cineasta que passou cinco anos preso na Rússia ganha prêmio do Parlamento Europeu

    26 de novembro de 2019 /

    Libertado de uma prisão russa após cinco anos, o cineasta ucraniano Oleg Sentsov recebeu nesta terça (26/11) o Prêmio Sakharov para Liberdade de Pensamento, oferecido pelo Parlamento Europeu. O troféu foi criado em 1985 pela União Europeia para homenagear pessoas ou organizações que dedicaram as suas vidas ou ações à defesa dos direitos humanos e à liberdade. Oleg Sentsov venceu o prêmio do ano passado, mas só agora pôde receber pessoalmente a honraria. Ele estava preso desde 2014, após a Rússia anexar o território ucraniano da Crimeia. Diretor do filme “Gámer”, exibido na Mostra de São Paulo em 2012, Sentsov foi aprisionado após denunciar a Rússia por ataques terroristas na Crimeia, onde morava. Detido em sua casa, em maio de 2014, foi condenado a 20 anos de prisão por um tribunal militar sob a acusação de ter coordenado um grupo de ativistas filiados ao movimento paramilitar ucraniano Pravy Sektor (Setor de Direita), que planejaria atentados contra as organizações pró-russas e as infraestruturas da península. O movimento teria colocado fogo em dois prédios, um deles pertencente ao atual partido do governo da Rússia. Ele se declarou inocente à época, afirmando que seu julgamento era uma farsa com motivações políticas. Sentsov chegou a entrar em greve de fome – interrompida à força – para alertar que havia mais 64 presos políticos na sua prisão, que foram detidos sem nada terem feito além de protestar contra a invasão da Rússia na Ucrânia. Sentsov foi identificado como inimigo da Rússia por ter trabalhado como voluntário para levar comida e mantimentos aos soldados ucranianos que enfrentaram o avanço russo. Ele também ajudou a organizar protestos pacíficos. O Departamento de Defesa dos EUA e o Parlamento Europeu condenaram sua prisão, assim como artistas e cineastas europeus, inclusive russos, e principalmente a Academia Europeia de Cinema, que realizou vigílias para sua libertação. Mas o presidente Vladimir Putin afirmou repetidas vezes que não interviria em um problema da Justiça russa, reforçando que ele estava preso por acusações de terrorismo. A liberdade de Sentsov aconteceu apenas no dia 7 de setembro passado, quando os governos da Ucrânia e da Rússia concordaram em fazer uma troca de prisioneiros. 35 russos presos na Ucrânia foram libertados para que o país recebesse 35 ucranianos aprisionados na Rússia. Na ocasião, Mike Downey, vice-presidente da Academia Europeia, disse: “Finais felizes raramente acontecem, exceto nos filmes. Mas no caso de Oleg Sentsov, embora seja uma vitória amarga depois de mais de cinco anos de luta no gulag e meses em greve de fome, ele nunca desistiu de sua posição ou de seus princípios.” Nesta terça, em seu discurso de agradecimento ao prêmio do Parlamento Europeu, Sentsov voltou a se manifestar sobre a ameaça representada por Vladimir Putin à democracia da Ucrânia. “É uma honra imensa e também uma responsabilidade imensa. Eu aceito esse prêmio em nome de todos os presos políticos da Ucrânia que estiveram em prisões russas”, disse Sentsov, antes de acrescentar: “Eu não confio em Putin e eu peço que vocês também não confiem nele. A Rússia e o Sr. Putin irão traí-los. Eles querem ver a Ucrânia de joelhos”, completou.  

    Leia mais
@Pipoca Moderna 2025
Privacidade | Cookies | Facebook | X | Bluesky | Flipboard | Anuncie