PIPOCAMODERNA
Pipoca Moderna
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc

Nenhum widget encontrado na barra lateral Alt!

  • Etc,  Filme

    Bud Spencer (1929 – 2016)

    28 de junho de 2016 /

    Morreu Bud Spencer, ator de diversos westerns e comédias italianas de sucesso. Ele faleceu na segunda (27/6) em Roma, aos 86 anos, de causa não revelada. Segundo seu filho, sua última palavra foi “Obrigado”. Nascido em Nápoles em 1929, Carlo Pedersoli começou a carreira de ator graças a seu porte físico. Ex-nadador profissional, chegou a disputar duas Olimpíadas, em 1952 e 1956, e se tornou requisitado para envergar uniformes e até mesmo aparecer sem camisa em filmes de época. A primeira figuração veio no clássico “Quo Vadis” (1951), como um guarda romano, fase que se estendeu até “Anibal, O Conquistador” (1959). Foi durante as filmagens de “Anibal” que Pedersoli encontrou seu futuro parceiro, Mario Girotti. Os dois mudariam de nome para estrelarem seu primeiro filme como protagonistas, “Deus Perdoa… Eu Não!”, um western spaghetti escrito e dirigido por Giuseppe Colizzi em 1967. Os pseudônimos americanizados eram regra das produções comerciais da época, visando o mercado internacional, para onde os filmes eram exportados com dublagem em inglês. Com isso, criava-se a ilusão de uma produção de Hollywood, muitas vezes incrementada com a participação de atores americanos para aumentar a credibilidade do elenco. No caso dos westerns filmados no deserto espanhol, a necessidade do “disfarce” era ainda maior, uma vez que o gênero era considerado o mais americano de todos. Pedersoli e Girotti escolheram seus nomes a partir de uma lista fornecida pelos produtores de seu primeiro western. Pedersoli escolheu virar Bud Spencer para homenagear seu ator favorito, Terence Spencer, e sua cerveja favorita, Budweiser. Girotti se tornou Terence Hill porque o nome tinha as iniciais de sua mãe. “Deus Perdoa… Eu Não!” acabou virando um sucesso inesperado e rendeu duas continuações, “Os Quatro da Ave Maria” (1968) e “A Colina dos Homens Maus” (1969), tornando os nomes de Terence Hill e Bud Spencer bastante conhecidos. Apesar de participarem de projetos independentes – Spencer, por exemplo, estrelou vários westerns como o estereótipo do fortão de diferentes gangues de pistoleiros – , a dupla acabou se tornando inseparável aos olhos do público a partir de uma nova franquia, lançada em 1970. Escrito e dirigido por Enzo Barboni, “Chamam-me Trinity” (1970) aumentou a carga de humor do western spaghetti, transformando as aventuras de Trinity (Hill) e seu parceiro Bambino (Spencer) em verdadeiros pastelões com tiroteios. O apelo cômico foi ainda mais longe na continuação, “Trinity Ainda é Meu Nome” (1971), que virou fenômeno internacional e sacramentou “Trinity” como a franquia mais bem-sucedida do cinema italiano do período. A esta altura, Hill e Spencer se tornaram os atores mais bem pagos da Itália. Mas isso trouxe um efeito colateral inevitável. Mesmo que interpretassem outros personagens, seus filmes eram lançados no exterior como “Trinity”. A situação chegou ao cúmulo de render “Que Assim Seja… Trinity” (1972) e “Trinity… Os Sete Magníficos” (1972) sem a participação de Terence Hill, o intérprete de Trinity. Já em “Dá-lhe Duro, Trinity!” (1972), a reunião da dupla aconteceu nos dias de hoje, numa aventura na selva. Marcado pelo gênero, Spencer raras vezes se arriscou fora do humor e do western. Numa dessas ocasiões, participou do giallo “Quatro Moscas Sobre Veludo Cinza” (1971), do mestre Dario Argento. Mas ficou nisso seu esforço para se distanciar do tipo que consagrou em “Trinity”: o fortão engraçado, de cara feia, mas bom coração. Tampouco renegou a parceria com Hill, com quem filmou mais de uma dezena de comédias. A partir de 1974 os filmes da dupla já não precisavam mais trazer o nome de “Trinity” ou cenários do Velho Oeste para lotar os cinemas. Eles continuaram faturando alto com lançamentos como “Dois Missionários do Barulho” (1974), “A Dupla Explosiva” (1974), “Dois Tiras Fora de Ordem” (1977), “Par ou Ímpar” (1978), “Quem Encontra um Amigo, Encontra um Tesouro” (1981), “Dois Loucos com Sorte” (1983) e “Os Dois Super-Tiras em Miami” (1985). Paralelamente, Spencer também começou a intercalar sucessos individuais, como “Chamavam-lhe Bulldozer” (1978), em que viveu um treinador de futebol amador, “O Xerife e o Pequeno Extraterrestre” (1979), que teve sequência, “O Super Xerife” (1980), além de “Buddy no Velho Oeste” (1981), “Banana Joe” (1982) e “Aladdin” (1986), em que viveu o gênio da lâmpada. Em 1984, no auge do sucesso, Spencer e o parceiro chegaram a ser entrevistados por Renato Aragão no programa “Os Trapalhões”, quando o gordinho barbudo mostrou sua fluência em português, graças aos dois anos que morou no Brasil (entre 1947 e 1949), trabalhando como funcionário do consulado da Itália no Recife. Mas, ironicamente, logo em seguida a dupla caiu no ostracismo. Hill ainda viveu o herói dos quadrinhos belgas “Lucky Luke” em 1991. Contudo, as carreiras de ambos estagnaram nos anos 1990, a ponto de empurrá-los para um último reencontro sob o manto de “Tritiny”. Nove anos após “Os Dois Super-Tiras em Miami”, Hill e Spencer se despediram dos fãs com o lançamento de “A Volta de Trinity” (1994), seu retorno ao faroeste, com personagens diferentes de Trinity e Bambino, mas divulgados como se fossem os mesmos. Hill faria só mais um filme, em 1997. Spencer continuou ativo até 2009, mas sem emplacar nenhum sucesso. Apesar da fama alcançada, Bud Spencer nunca escondeu sua amargura por não ter merecido maior reconhecimento da crítica e jamais ter trabalhado com cineastas renomados. “Na Itália, eu e Terence Hill simplesmente não existimos, apesar da grande popularidade que temos hoje entre as crianças e os mais jovens”, lamentou há alguns anos.

    Leia mais
  • Filme

    Estreias incluem comédia do Dia das Mães com Julia Roberts

    5 de maio de 2016 /

    Com “Capitão América: Guerra Civil” monopolizando as salas de cinema do país, as distribuidoras disputam as poucas telas remanescentes com filmes de menor potencial comercial. O lançamento mais amplo vai chegar em pouco mais de 200 salas. Trata-se de “Heróis da Galáxia – Ratchet e Clank”, animação made in Hong Kong que adapta personagens de videogame e que fracassou nos EUA, onde estreou na semana passada em 7º lugar, com apenas 18% de aprovação no site Rotten Tomatoes. A segunda maior estreia é “O Maior Amor do Mundo”, que leva a 143 salas a terceira comédia romântica consecutiva do diretor Garry Marshall (“Noite de Ano Novo”) sobre uma data comemorativa – os títulos originais são bem claros, embora os tradutores brasileiros tentem disfarçar o truque. Desta vez, Marshall comemora o Dia das Mães, que cai neste fim de semana. O elenco é uma armadilha para espectadores da Sessão da Tarde, com Julia Roberts, Jennifer Aniston e Kate Hudson, mas o longa não passa de outro refugo das bilheterias americanas – implodiu em 4º lugar e com ridículos 8% de aprovação nos EUA na semana passada. Completa a programação dos shoppings o dispensável remake do terror “Martyrs”, em 118 salas. O filme de 2008, do francês Pascal Laugier, é considerado um dos exemplares mais radicais do subgênero “torture porn”. Já a versão americana (com Troian Bellissario, da série “Pretty Little Liars”) é basicamente uma refilmagem quadro a quadro, que mesmo assim dilui a violência impactante da obra original. Eviscerado pela crítica americana, o filme tem míseros 7% de aprovação no Rotten Tomatoes. Em circuito intermediário, o drama nacional “Prova de Coragem”, de Roberto Gervitz (“Feliz Ano Velho”), chega a 60 salas com Mariana Ximenes (“Zoom”) e Armando Babaioff (“Sangue Azul”). O filme gira em torno da crise de um casal egoísta, que não muda seus planos mesmo diante de uma gravidez de risco. Foi exibido no Festival de Brasília, de onde saiu sem nenhum prêmio. Há dois outros lançamentos brasileiros no circuito limitado. Mais amplo, o documentário “O Começo da Vida”, de Estela Renner (“Muito Além do Peso”), é uma coprodução internacional, que faz uma reflexão sobre a importância da infância, em 22 salas. Por sua vez, “Ralé”, de Helena Ignez (“Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha”), ocupa três salas em São Paulo, uma em Salvador e outra no Rio. O drama se passa nos bastidores de uma filmagem e foi apresentado no Festival do Rio. A lista ainda inclui estreias sul-americanas, por coincidência com duas tramas sobre choque cultural. A comédia “O Décimo Homem”, do veterano cineasta argentino Daniel Burman (“Abraço Partido”), leva a 20 salas a história de um economista que, após levar uma vida bem-sucedida em Nova York, surpreende-se ao reencontrar sua família tradicional. E o drama “Os Inimigos da Dor”, do estreante uruguaio Arauco Hernández Holz (cinematógrafo de “Gigante”), narra a jornada de uma alemão que, ao chegar ao Uruguai, perde sua mala e fica sem rumo. Coprodução brasileira, o filme tem o menor alcance da semana, com exibição em apenas uma sala de São Paulo. A estreia na direção da atriz Natalie Portman (“Thor”), “De Amor e Trevas”, também entra em cartaz, mas sem divulgar o número de salas. De forma a surpreender quem relaciona a atriz a Hollywood, trata-se de um drama israelense, falado em hebraico e baseado nas memórias do escritor Amos Oz, que cresceu com uma mãe suicida (vivida pela própria Portman) e sob a sombra do conflito com a Palestina, durante os anos de formação do Estado de Israel. Completamente invisível, sem salas identificadas, mas com distribuição confirmada pela distribuidora, ainda há uma preciosidade perdida. “Maravilhoso Bocccaccio” é um encanto visual, dirigido pelos irmãos Taviani, que adapta cinco histórias do “Decamerão”, de Giovanni Boccaccio, um dos maiores clássicos da literatura erótica medieval. Embora as tramas pareçam pudicas quando comparadas às adaptações de Pasolini, suas imagens impressionam pela capacidade de evocar pinturas renascentistas. A cenografia e o figurino concorreram ao David di Donatello (o Oscar italiano). Por fim, “A Assassina”, do mestre chinês Hou Hsiao-Hsien (“A Viagem do Balão Vermelho”), reserva a cinco salas, exclusivamente em São Paulo e no Rio, o melhor filme da programação. Repleto de ação, artes marciais e uma fotografia deslumbrante, o longa acompanha uma assassina profissional da dinastia Tang (618-907 a.C.), que se apaixona por seu alvo. A beleza da obra fez de “A Assassina” o filme mais premiado da Ásia em 2015, vencedor de inúmeros troféus, inclusive o de Melhor Direção no Festival de Cannes do ano passado.

    Leia mais
  • Filme

    É Tudo Verdade exibe o vencedor do Festival de Berlim e 22 estreias mundiais

    9 de abril de 2016 /

    O festival É Tudo Verdade abre ao público sua 21ª edição com a exibição de 85 títulos, dentre os quais 22 são estreias mundiais. Os filmes serão exibidos até o dia 17 de abril em São Paulo e no Rio de Janeiro, com entrada gratuita. O primeiro documentário a vencer o Festival de Berlim, “Fogo no Mar” (“Fuocoammare”, no original), de Gianfranco Rosi, inaugurou o festival em São Paulo, abordando o impacto da onda de refugiados sobre o cotidiano da pequena ilha mediterrânea de Lampedusa. O cineasta italiano já havia vencido o Festival em Veneza em 2013 com outro documentário, “Sacro GRA”. Já a abertura carioca do É Tudo Verdade marca a estreia mundial de “As Incríveis Artimanhas da Nuvem Cigana”, de Paola Ribeiro e Cláudio Lobato. O longa resgata o movimento de “poesia marginal” do coletivo de poetas Nuvem Cigada, da Zona Sul do Rio nos anos 1970, em plena ditadura militar. Por meio de livros mimeografados e encontros híbridos, entre “happenings” e saraus, batizados de “Artimanhas”, uma nova geração lançou-se na literatura nacional: Bernardo Vilhena, Chacal, Charles, Ronaldo Santos, além do próprio diretor Cláudio Lobato, entre outros. Após as sessões de abertura para convidados, os dois filmes começam agora a ser exibidos para o público dentro da programação do festival, que fará ainda uma retrospectiva da obra do diretor Carlos Nader. Haverá também uma mostra especial com documentários sobre Olimpíadas e sessões dedicadas aos cineastas Chantal Akerman, Ruy Guerra, Claude Lanzmann e Haskell Wexler. Em nota, o fundador e diretor do festival, Amir Labaki, afirmou ser “um privilégio apresentarmos uma safra tão excepcional, tanto da produção brasileira, quanto internacional, com a marca muito expressiva de 22 estreias mundiais”. “Foi um processo de seleção particularmente difícil, devido à alta qualidade e ao recorde de inscrições, superando 1,7 mil títulos dos cinco continentes”, completou. Confira, abaixo, a lista dos filmes selecionados para o festival. FESTIVAL É TUDO VERDADE 2016 Competição brasileira: longas ou médias-metragens “Cacaso na corda bamba”, de José Joaquim Salles e Ph Souza Cícero Dias, o compadre de Picasso”, de Vladimir Carvalho “Galeria F”, de Emília Silveira “Imagens do Estado Novo 1937-45”, de Eduardo Escorel “Jonas e o circo sem lona”, de Paula Gomes “Manter a linha da cordilheira sem o desmaio da planície”, de Walter Carvalho “O futebol”, de Sergio Oksman Competição internacional: longas ou médias-metragens “327 cadernos”, de Andrés Di Tella (Argentina/Chile) “Anos claros, de Frédéric Guillaume (Bélgica) “Catástrofe”, de Alina Rudnitskaya (Rússia) “Chicago boys”, de Carola Fuentes e Rafael Valdeavellano (Chile) “Gigante”, de Zhao Liang (França) “Kate interpreta Christine”, de Robert Greene (EUA) “No limbo”, de Antoine Viviani (França) “Nuts!”, de Penny Lane (EUA) “Paciente”, de Jorge Caballero Ramos (Colômbia) “Sob o sol”, de Vitaly Mansky (Rússia/Letônia/Alemanha/República Checa/Coreia do Norte) “Tudo começou pelo fim”, de Luis Ospina (Colômbia) “Um caso de família”, de Tom Fassaert (Holanda/Bélgica/Dinamarca) Competição brasileira: curtas-metragens “A culpa é da foto”, de Eraldo Peres, André Dusek e Joédson Alves “Abissal”, de Arthur Leite “Aqueles anos em dezembro”, de Felipe Arrojo Poroger “Buscando Helena”, de Roberto Berliner e Ana Amélia Macedo “Fora de quadro”, de Txai Ferraz “O oco da fala”, de Miriam Chnaiderman “Praça de guerra”, de Edi Junior “Sem título # 3 : E para que poetas em tempo de pobreza?”, de Carlos Adriano “Vida como rizoma”, de Lisi Kieling Competição internacional: curtas metragens “A visita”, de Pippo Delbono (França) “Caracóis”, de Grzegorz Szczepaniak (Polônia) “Carmen”, de Mariano Samengo (Argentina) “Cosmopolitanismo”, de Erik Gandini (Suécia) “Eu tenho uma arma”, de Ahmad Shawar (Palestina) “Fatima”, de Nina Khada (Alemanha) “Munique 72 e além”, de Stephen Crisman (EUA) “O atirador de elite de Kobani”, de Reber Dosky (Holanda) Programas especiais “Cidadão rebelde”, de Pamela Yates (EUA) “Claude Lanzmann: Espectros do Shoah”, de Adam Benzine (Canadá/Reino Unido/EUA) “Não pertenço a lugar algum – O cinema de Chantal Akerman”, de Marianne Lambert (Bélgica) “O homem que matou John Wayne”, de Diogo Oliveira e Bruno Laet (Brasil) O estado das coisas “Atentados: As faces do terror”, de Stéphane Bentura (França) “Danado de bom”, de Deby Brennand (Brasil) “Faraóis do Egito Moderno (Mubarak/Nasser/Sadat)”, de Jihan El Tahri (França) “Lampião da esquina”, de Lívia Perez (Brasil) “O deserto do deserto”, de Samir Abujamra e Tito Gonzalez Garcia (Brasil) “Overgames”, de Lutz Dammbeck (Alemanha) “Vida ativa – O espírito de Hannah Arendt, de Ada Ushpiz (Israel/Canadá) Foco latino-americano “Allende meu avô Allende”, de Marcia Tambutti Allende (Chile/México) “Favio, a estética da ternura”, de Luis Rodríguez e Andrés Rodríguez (Venezuela) “Gabo: A criação de Gabriel García Márquez”, de Justin Webster (Espanha/Colômbia) “Toponímia”, de Jonathan Perel (Argentina) Retrospectiva brasileira – Carlos Nader “A paixão de JL” “Carlos Nader” “Chelpa Ferro” “Concepção” “Eduardo Coutinho, 7 de outubro” “Homem comum” “O beijoqueiro: Portrait of a serial kisser” “O fim da viagem” “Pan-cinema permanente” “Preto e branco” “Tela” “Trovoada” Mostra especial: Cinema Olympia “Anéis do mundo”, de Sergey Miroshnichenko (Rússia) “Espírito em movimento”, de Sofia Geveyler,Yulia Byvsheva e Sofia Kucher (Rússia) “Olympia 52”, de Chris Marker (Finlândia/França) “Os campeões de Hitler”, de Jean-Christophe Rosé (França) “Um novo olhar sobre Olympia 52”, de Julien Faraut (França) É tudo verdade no Itaú Cultural “Mataram meu irmão”, de Cristiano Burlan (Brasil) “O longo amanhecer – Cinebiografia de Celso Furtado”, de José Mariani (Brasil) “Rocha que voa”, de Eryk Rocha (Brasil) É tudo verdade no Circuito de Cinema: Cine Olido – Documentários olímpicos brasileiros “As incríveis histórias de um navio fantasma”, de André Bomfim “Bete do peso”, de Kiko Mollica “João do voo – A história de uma medalha roubada”, de Sergio Miranda e Pedro Simão “Maria Lenk, a essência do espírito olímpico”, de Iberê Carvalho “Meninas”, de Carla Gallo “México 1968 – A última Olimpíada livre”, de Ugo Giorgetti “Ouro, suor e lágrimas”, de Helena Sroulevich “Se essa vila não fosse minha”, de Felipe Pena “Reinado Conrad – A origem do iatismo vencedor”, de Murilo Salles É tudo verdade no Circuito SPCine de cinema: CEUS Butantã, Jaçaná, Meninos e Quinta do Sol “Cidade cinza”, de Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo (Brasil) “Premê – Quase lindo”, de Alexandre Sorriso e Danilo Moraes (Brasil)

    Leia mais
  • Filme

    A Juventude repete a Grande Beleza do cinema de Paolo Sorrentino

    7 de abril de 2016 /

    Há uma cena de enorme carga poética em “A Grande Beleza” (2013), o filme anterior de Paolo Sorrentino, na qual um melancólico Jep (Tony Servillo) encontra um velho amigo do circo que, enquanto ele olha para o lado, faz desaparecer uma girafa. Diante da surpresa de Jep, ele diz: “É como te disse Jep… é só um truque”. Neste filme, com o fator surpresa, a maestria técnica, a conjugação dos elementos (música, fotografia, artes plásticas etc), os achados vagamente filosóficos e uma tempestade emocional, Sorrentino descobriu a fórmula da magia. Ou, pelo menos, da sua magia. O problema de “A Juventude” é que o italiano parece ter trazido novamente a mesma cartola. “A Grande Beleza” tratava filosoficamente do ocaso de uma era: em “A Juventude” o tema é o fim da vida humana. O filme aborda, com a habitual estrutura fragmentada, a temporada de um maestro aposentado (Michael Caine) num spa, por onde também anda a filha (Rachel Weisz), um velho amigo (Harvey Keitel) e um ator jovem (Paul Dano), entre outros. A elegância continua suprema: câmeras vêm e vão em todas as direções, com cortes suaves marcando o ritmo para mergulhar em imagens oníricas ou mostrar esplendores naturais, enquanto circulam personagens atípicos com suas frases de efeito embalados, claro, por muita música. Longe de pretensioso ou exagerado, consegue os efeitos desejados numa linguagem única. O problema é mesmo o déjà vu em relação ao antecessor. Em “A Juventude”, o modus operandi vai apresentado uma cascata ininterrupta de repetições que vão pondo a olho nu o mecanismo de “A Grande Beleza”. E, como um mágico não pode agradar duas vezes com os mesmos artifícios, o que antes era estimulante, aqui é apenas menos convincente. O filme estreia numa altura pacífica (para o filme, bem esclarecido) no Brasil – quase um ano depois da batalha campal no Festival de Cannes onde adoradores e detratores engalfinharam-se verbalmente como se estivessem defendendo a destituição de Luís XVI. As polarizações na Europa continuaram ao longo do ano à medida que o filme ia ganhando distribuição comercial – com ódios (apareceu em listas de “piores do ano” na imprensa) e prêmios (Melhor Filme no European Awards, da Academia de Cinema Europeu, entre outros). Passada a tempestade, os infiéis continuam com seus argumentos, enquanto os fiéis seguidores passam a torcer para que Sorrentino apresente novos truques, que justifiquem os aplausos em seu próximo filme. No meio de ambos, os espectadores seguem tendo possibilidades de desfrutar de bom cinema.

    Leia mais
  • Filme

    Festival É Tudo Verdade 2016 terá 22 estreias mundiais

    26 de março de 2016 /

    A organização do festival É Tudo Verdade anunciou a programação de sua 21ª edição. Serão, ao todo, 85 títulos, dentre os quais 22 são estreias mundiais. Os filmes serão exibidos entre 7 e 17 de abril em São Paulo e no Rio de Janeiro, com entrada gratuita. O primeiro documentário a vencer o Festival de Berlim, “Fogo no Mar” (“Fuocoammare”, no original), de Gianfranco Rosi, vai abrir o festival em São Paulo, no dia 7 de abril. O filme aborda o impacto da onda de refugiados sobre o cotidiano da pequena ilha mediterrânea de Lampedusa, visto pelos olhos do pré-adolescente Samuele. O cineasta italiano já havia vencido o Festival em Veneza em 2013 com outro documentário, “Sacro GRA”. Já a abertura carioca do É Tudo Verdade acontece um dia depois, em 8 abril, com a exibição de outro filme: a estreia mundial de “As Incríveis Artimanhas da Nuvem Cigana”, de Paola Ribeiro e Cláudio Lobato. O longa resgata o movimento de “poesia marginal” do coletivo de poetas Nuvem Cigada, da Zona Sul do Rio nos anos 1970, em plena ditadura militar. Por meio de livros mimeografados e encontros híbridos, entre “happenings” e saraus, batizados de “Artimanhas”, uma nova geração lançou-se na literatura nacional: Bernardo Vilhena, Chacal, Charles, Ronaldo Santos, além do próprio diretor Cláudio Lobato, entre outros. Após as sessões de abertura para convidados, os dois filmes serão exibidos em projeções abertas ao público dentro da programação do festival, que fará ainda uma retrospectiva da obra do diretor Carlos Nader. Haverá também uma mostra especial com documentários sobre Olimpíadas e sessões dedicadas aos cineastas Chantal Akerman, Ruy Guerra, Claude Lanzmann e Haskell Wexler. Em nota, o fundador e diretor do festival, Amir Labaki, afirmou ser “um privilégio apresentarmos uma safra tão excepcional, tanto da produção brasileira, quanto internacional, com a marca muito expressiva de 22 estreias mundiais”. “Foi um processo de seleção particularmente difícil, devido à alta qualidade e ao recorde de inscrições, superando 1,7 mil títulos dos cinco continentes”, completou. Confira, abaixo, a lista dos filmes selecionados para o festival. FESTIVAL É TUDO VERDADE 2016 Competição brasileira: longas ou médias-metragens “Cacaso na corda bamba”, de José Joaquim Salles e Ph Souza Cícero Dias, o compadre de Picasso”, de Vladimir Carvalho “Galeria F”, de Emília Silveira “Imagens do Estado Novo 1937-45”, de Eduardo Escorel “Jonas e o circo sem lona”, de Paula Gomes “Manter a linha da cordilheira sem o desmaio da planície”, de Walter Carvalho “O futebol”, de Sergio Oksman Competição internacional: longas ou médias-metragens “327 cadernos”, de Andrés Di Tella (Argentina/Chile) “Anos claros, de Frédéric Guillaume (Bélgica) “Catástrofe”, de Alina Rudnitskaya (Rússia) “Chicago boys”, de Carola Fuentes e Rafael Valdeavellano (Chile) “Gigante”, de Zhao Liang (França) “Kate interpreta Christine”, de Robert Greene (EUA) “No limbo”, de Antoine Viviani (França) “Nuts!”, de Penny Lane (EUA) “Paciente”, de Jorge Caballero Ramos (Colômbia) “Sob o sol”, de Vitaly Mansky (Rússia/Letônia/Alemanha/República Checa/Coreia do Norte) “Tudo começou pelo fim”, de Luis Ospina (Colômbia) “Um caso de família”, de Tom Fassaert (Holanda/Bélgica/Dinamarca) Competição brasileira: curtas-metragens “A culpa é da foto”, de Eraldo Peres, André Dusek e Joédson Alves “Abissal”, de Arthur Leite “Aqueles anos em dezembro”, de Felipe Arrojo Poroger “Buscando Helena”, de Roberto Berliner e Ana Amélia Macedo “Fora de quadro”, de Txai Ferraz “O oco da fala”, de Miriam Chnaiderman “Praça de guerra”, de Edi Junior “Sem título # 3 : E para que poetas em tempo de pobreza?”, de Carlos Adriano “Vida como rizoma”, de Lisi Kieling Competição internacional: curtas metragens “A visita”, de Pippo Delbono (França) “Caracóis”, de Grzegorz Szczepaniak (Polônia) “Carmen”, de Mariano Samengo (Argentina) “Cosmopolitanismo”, de Erik Gandini (Suécia) “Eu tenho uma arma”, de Ahmad Shawar (Palestina) “Fatima”, de Nina Khada (Alemanha) “Munique 72 e além”, de Stephen Crisman (EUA) “O atirador de elite de Kobani”, de Reber Dosky (Holanda) Programas especiais “Cidadão rebelde”, de Pamela Yates (EUA) “Claude Lanzmann: Espectros do Shoah”, de Adam Benzine (Canadá/Reino Unido/EUA) “Não pertenço a lugar algum – O cinema de Chantal Akerman”, de Marianne Lambert (Bélgica) “O homem que matou John Wayne”, de Diogo Oliveira e Bruno Laet (Brasil) O estado das coisas “Atentados: As faces do terror”, de Stéphane Bentura (França) “Danado de bom”, de Deby Brennand (Brasil) “Faraóis do Egito Moderno (Mubarak/Nasser/Sadat)”, de Jihan El Tahri (França) “Lampião da esquina”, de Lívia Perez (Brasil) “O deserto do deserto”, de Samir Abujamra e Tito Gonzalez Garcia (Brasil) “Overgames”, de Lutz Dammbeck (Alemanha) “Vida ativa – O espírito de Hannah Arendt, de Ada Ushpiz (Israel/Canadá) Foco latino-americano “Allende meu avô Allende”, de Marcia Tambutti Allende (Chile/México) “Favio, a estética da ternura”, de Luis Rodríguez e Andrés Rodríguez (Venezuela) “Gabo: A criação de Gabriel García Márquez”, de Justin Webster (Espanha/Colômbia) “Toponímia”, de Jonathan Perel (Argentina) Retrospectiva brasileira – Carlos Nader “A paixão de JL” “Carlos Nader” “Chelpa Ferro” “Concepção” “Eduardo Coutinho, 7 de outubro” “Homem comum” “O beijoqueiro: Portrait of a serial kisser” “O fim da viagem” “Pan-cinema permanente” “Preto e branco” “Tela” “Trovoada” Mostra especial: Cinema Olympia “Anéis do mundo”, de Sergey Miroshnichenko (Rússia) “Espírito em movimento”, de Sofia Geveyler,Yulia Byvsheva e Sofia Kucher (Rússia) “Olympia 52”, de Chris Marker (Finlândia/França) “Os campeões de Hitler”, de Jean-Christophe Rosé (França) “Um novo olhar sobre Olympia 52”, de Julien Faraut (França) É tudo verdade no Itaú Cultural “Mataram meu irmão”, de Cristiano Burlan (Brasil) “O longo amanhecer – Cinebiografia de Celso Furtado”, de José Mariani (Brasil) “Rocha que voa”, de Eryk Rocha (Brasil) É tudo verdade no Circuito de Cinema: Cine Olido – Documentários olímpicos brasileiros “As incríveis histórias de um navio fantasma”, de André Bomfim “Bete do peso”, de Kiko Mollica “João do voo – A história de uma medalha roubada”, de Sergio Miranda e Pedro Simão “Maria Lenk, a essência do espírito olímpico”, de Iberê Carvalho “Meninas”, de Carla Gallo “México 1968 – A última Olimpíada livre”, de Ugo Giorgetti “Ouro, suor e lágrimas”, de Helena Sroulevich “Se essa vila não fosse minha”, de Felipe Pena “Reinado Conrad – A origem do iatismo vencedor”, de Murilo Salles É tudo verdade no Circuito SPCine de cinema: CEUS Butantã, Jaçaná, Meninos e Quinta do Sol “Cidade cinza”, de Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo (Brasil) “Premê – Quase lindo”, de Alexandre Sorriso e Danilo Moraes (Brasil)

    Leia mais
  • Etc,  Filme

    Vencedor do Festival de Berlim vai abrir É Tudo Verdade em São Paulo

    16 de março de 2016 /

    Primeiro documentário a vencer o Festival de Berlim, “Fogo no Mar” (“Fuocoammare”, no original), de Gianfranco Rosi, vai abrir o Festival É Tudo Verdade, em São Paulo, dia 7 de abril. O longa de Rosi aborda o impacto da onda de refugiados sobre o cotidiano da pequena ilha mediterrânea de Lampedusa, visto pelos olhos do pré-adolescente Samuele. O cineasta italiano já havia vencido o Festival em Veneza, em 2013, com outro documentário, “Sacro GRA”. A edição carioca do É Tudo Verdade começa um dia depois, em 8 abril, com a exibição de outro filme: a estreia mundial de “As Incríveis Artimanhas da Nuvem Cigana”, de Paola Ribeiro e Cláudio Lobato. O longa resgata o movimento de “poesia marginal” do coletivo de poetas Nuvem Cigada, da Zona Sul do Rio nos anos 1970, em plena ditadura militar. Por meio de livros mimeografados e encontros híbridos, entre “happenings” e saraus, batizados de “Artimanhas”, uma nova geração lançou-se na literatura nacional: Bernardo Vilhena, Chacal, Charles, Ronaldo Santos, além do próprio diretor Cláudio Lobato, entre outros. “O festival deste ano não poderia ter aberturas mais cativantes, ainda que em estilos e por razões muitos distintos”, observou o fundador e diretor do É Tudo Verdade, Amir Labaki, em comunicado. “”Fogo no Mar’ trata com incrível delicadeza e notável talento narrativo a crise humanitária dos refugiados na Europa. É uma enorme honra apresentá-lo em pré-estreia na abertura paulista e agradecemos profundamente a Gianfranco Rosi e a JeanThomas Bernardini da Imovision por este privilégio”. Já ‘As As Incríveis Artimanhas da Nuvem Cigana` é uma festa”, prossegue Labaki. “Paola Vieira e Claudio Lobato fizeram um filme colagem, divertido e amoroso, em extraordinária harmonia com o espírito daquele coletivo que marcou época na poesia marginal dos anos 1970. O festival é imensamente grato a eles por confiá-lo a nosso público da abertura carioca”. Após as sessões de abertura para convidados, os dois filmes serão exibidos em projeções abertas ao público dentro da programação do festival, que vai até o dia 17 de abril em São Paulo e Rio. Criado em 1996 pelo crítico Amir Labaki, o festival chega a sua 21ª edição já devidamente consagrado como o principal evento dedicado a documentários do Brasil – e há quem diga até de toda a América Latina.

    Leia mais
  • Filme

    Documentário sobre refugiados vence o Urso de Ouro do Festival de Berlim

    21 de fevereiro de 2016 /

    O tema mais incontornável da Europa no momento está no centro de “Fuocoammare” (Fire at the Sea), escolhido pelo júri liderado pela atriz Meryl Streep como o vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim 2016. Documentário como todos os filmes do diretor Gianfranco Rosi, entre eles “Sacro GRA”, vencedor do Festival de Veneza 2013, “Fuocoammare” foca a dura realidade da ilha de Lampedusa, que há cerca de duas décadas é um dos principais destinos das trágicas jornadas pelo Mediterrâneo dos imigrantes. O diretor destaca não só as pessoas em fuga, mas também o quanto a situação afeta a vida de quem vive na ilha. Em seu discurso de agradecimento, ele dedicou sua vitória “àqueles cujas viagens de esperança nunca chegaram a Lampedusa” e aos habitantes da ilha que “há 23 anos abrem os seus corações àqueles que ali chegam.” Nascido há 51 anos na Eritreia, na África, sob nacionalidade italiana, Rosi saiu ainda com os prêmios do Júri Ecumênico, da Anistia Internacional e dos leitores do jornal alemão Berliner Morgenpost, sendo alçado à condição de “embaixador” dos refugiados sem voz. Para Meryl Streep, presidente do júri, seu filme é “urgente” e “imaginativo” e se comunica com o mundo atual. A politização também marcou o Grande Prêmio do Júri, vencido pela coprodução franco-bósnia “Death in Sarajevo”, em que o bósnio Danis Tanovic (“Um Episódio na Vida de Um Catador de Ferro-Velho”) cria uma fábula irônica sobre a situação da Europa atual, mostrando a dificuldade de convivência dos europeus dentro de um mesmo bloco. A francesa Mia Hansen-Love (“Eden”) venceu o Urso de Prata de Melhor Direção por “L’avenir”, sobre uma professora de filosofia (Isabelle Huppert) que se vê obrigada a se reinventar em plena meia idade, enquanto o polonês Tomasz Wasilewski foi considerado o Melhor Roteirista por “United States of Love”. Entre os atores, o novo filme de Thomas Vinteberg (“A Caça”), “The Commune”, rendeu à sua protagonista, a dinamarquesa Trine Dyrholm (“O Amante da Rainha”), o prêmio de Melhor Atriz, enquanto o Urso de Prata de interpretação masculina ficou com o tunisino Majd Mastoura por “Hedi”, de Mohamed Bem Attia, obra que ainda venceu o Urso de Prata de Melhor Filme de Estreia. Completando as distinções, o chinês Mark Lee Ping-Bing foi destacado pelo seu trabalho como operador de câmera em “Crosscurrent”, enquanto a proposta mais ousada da Berlinale, “A Lullaby to the Sorrowful Mystery”, um filme com oito horas de duração do filipino Lav Diaz (“Norte, o Fim da História”), levou o prêmio Alfred Bauer – destinado a produções que “abrem novas perspetivas”. No universo das curtas-metragens, o Urso de Ouro coube à portuguesa Leonor Teles, com “A Balada do Batráquio”, filme que aborda a discriminação contra as comunidades ciganas no país. Aos 23 anos, Leonor também se tornou a mais jovem vencedora do Urso de Ouro da história do Festival de Berlim. Vencedores do Festival de Berlim 2016 Urso de Ouro – Melhor Filme Fuocoammare, de Gianfranco Rosi (Itália) Urso de Prata – Grande Prémio do Júri Death in Sarajevo, de Danis Tanovic (França/Bósnia e Herzegovina) Urso de Prata – Prêmio Alfred Bauer A Lullaby to The Sorrowful Mystery, de Lav Diaz (Filipinas) Urso de Prata – Melhor Direção Mia Hansen-Løve, por L’avenir (França) Urso de Prata – Melhor Atriz Trine Dyrholm, por The Commune (Dinamarca/Suécia) Urso de Prata – Melhor Ator Majd Mastoura, por Hedi (Tunísia) Urso de Prata – Melhor Roteiro United States of Love, de Tomasz Wasilewski (Polônia) Urso de Prata – Melhor Contribuição Artística Crosscurrent, de Mark Lee Ping-Bing (China) Melhor Primeiro Filme Hedi, de Mohamed Ben Attia (Tunísia) Urso de Ouro – Melhor Curta-Metragem Balada de um Batráquio, de Leonor Teles (Portugal) Urso de Prata – Segundo Melhor Curta A Man Returned, de Mahdi Fleifel (Reino Unido/Dinamarca/Holanda) Prêmio Audi para Melhor Curta Anchorage Prohibited, de Chiang Wei Liang (Taiwan) Prêmio European Film A Man Returned, de Mahdi Fleifel (Reino Unido/Dinamarca/Holanda) Veja Também BERLIM: PREMIAÇÃO DA MOSTRA PANORAMA CONSAGRA O CINEMA ISRAELENSE FILMES DA LETÔNIA E DO CHILE SÃO OS PRIMEIROS PREMIADOS EM BERLIM

    Leia mais
  • Filme

    Ettore Scola (1931 – 2016)

    20 de janeiro de 2016 /

    Morreu o cineasta Ettore Scola, um dos principais nomes do cinema italiano. Ele faleceu na terça-feira (19/1), aos 84 anos de idade. O diretor estava internado em um hospital de Roma desde o último domingo (17), em coma no departamento cardiológico da instituição, de acordo com informações da agência de notícias ANSA. Nascido em 1931 na pequena comuna italiana de Trevico, na província de Avellino, Scola se dedicou ao cinema após estudar Direito e atuar como jornalista, ocasião em que conviveu com o futuro colega de profissão Federico Fellini. A amizade com Fellini, por sinal, marcou sua carreira. Além de dirigir o colega, que participou como ator de “Nós Que Nos Amávamos Tanto” (1974), Fellini foi o tema do último filme de sua carreira, o documentário “Que Estranho Chamar-se Federico”, de 2013. Scola começou no cinema como roteirista de comédias ligeiras, como “O Solteirão” (1955), “Um Conde à Italiana” (1957), “Totó na Lua” (1958), “Caprichos de Mulher” (1958), “Aquele Que Sabe Viver” (1962) e outras similares, e continuou no gênero ao passar para trás das câmeras, estreando como cineasta em 1964 com a comédia “Fala-se de Mulheres”, seguida por “Por um Milhão de Dólares” (1964), o início de sua longa colaboração com Victorio Gassman, que o acompanharia em diversos filmes. Sem abrir mão do humor, sua filmografia foi enveredando pela crítica social, destilando comentários ácidos sobre o país e a humanidade em geral. A mudança de tom começou por “Ciúme à Italiana” (1970), que também marcou sua primeira parceria com Marcello Mastroianni. A trama girava em torno de um triângulo amoroso, formado ainda pela bela Monica Vitti e Giancarlo Giannini, mas era mera desculpa para a sátira social e experimentalismo formal do diretor, que fazia os personagens defenderem seus pontos de vista falando diretamente para o público. Ele voltou a trabalhar com Mastroianni em “Rocco Papaleo” (1971), focando as dificuldades encontradas por imigrantes no exterior – o filme se passa nos EUA. Mas o ponto de virada se deu com “Nós Que Nos Amávamos Tanto” (1974), um balanço de geração que havia sonhado com um mundo melhor nos anos 1960 e agora via-se obrigada a fazer um balanço de seus fracassos. Mas a consagração definitiva veio com “Feios, Sujos e Malvados” (1978), pelo qual recebeu o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes. Povoado por personagens extremos, o filme acompanhava os integrantes de uma família miserável e desregrada, que passavam o tempo planejando como transar ou matar uns aos outros. Considerado uma obra-prima, “Feios, Sujos e Malvados” é também um dos retratos mais impiedosos da raça humana. Ele realizou muitos outros filmes excepcionais, como “Um Dia Muito Especial” (1977), em que Marcello Mastroianni e Sophia Loren parecem ser os únicos a não se entusiasmar com a visita de Hitler à Itália em 1938, “O Terraço” (1980), que, ao abordar o direito à felicidade, lhe deu o prêmio de Melhor Roteiro em Cannes, “Casanova e a Revolução”, com Mastroianni vivendo um Casanova envelhecido, e o fenomenal “O Baile” (1983), em que a música e a dança contam a história, sem diálogos, de 50 anos da humanidade. Após a indicação de “O Baile” ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Scolla dirigiu seu segundo filme parcialmente falado em inglês, “Macaroni” (1985), em que Jack Lemmon (“Quanto Mais Quente Melhor”) se juntou a Mastroianni numa viagem à Itália. Ele ainda dirigiu Mastroianni em “Splendor” (1989), uma homenagem ao cinema, e “Che Ora È?” (1989), em que pai e filho tentam acertar suas diferenças. Outra de suas musas foi a atriz francesa Fanny Ardant, que o diretor comandou nos clássicos “A Família” (1987) e “O Jantar” (1998). Scolla também dirigiu um grande elenco francês em “A Viagem do Capitão Tornado” (1990), sua homenagem ao teatro, que acompanhava uma companhia itinerante da Idade Média, que incluía Emmanuelle Béart, Jean-François Perrier e Ornella Muti. Mestre do cinema, Scolla não diferenciava entre humor e drama para realizar seus retratos vibrantes, mas bastante cruéis, da experiência humana. Conforme avançou na idade, também aumentaram suas preocupações com a falência dos valores da sociedade – a crise do cinema em “Splendor” (1988), a crise política em “Mario, Maria e Mário” (1993), a crise social em “A História de um Jovem Homem Pobre” (1995) e a crise moral em “Concorrência Desleal” (2001), entre outras obras, cada vez mais dramáticas e desencantadas. Sua morte foi lamentada por Matteo Renzi, primeiro-ministro italiano, para quem a perda do diretor “deixa um enorme vazio na cultura italiana”.

    Leia mais
  • Etc,  Filme

    Silvana Pampanini (1925 – 2016)

    6 de janeiro de 2016 /

    Morreu a atriz Silvana Pampanini, a “Bela de Roma”, musa do cinema italiano do pós-guerra. Desde outubro, a atriz vinha sofrendo com problemas de saúde e estava internada no Hospital Gemelli, em Roma, em terapia intensiva, após passar por uma cirurgia abdominal de urgência. Ela faleceu nesta quarta-feira (6/1), aos 90 anos de idade. Pampanini nasceu em Roma em 25 de setembro de 1925 e se tornou conhecida no concurso Miss Itália de 1946, quando sua derrota virou comoção nacional. A popularidade conquistada lhe valeu convites para o cinema, onde sua beleza marcou época. Ela estreou como figurante em “Apocalipse” (1947), de Giuseppe Scotese, mas logo em seguida protagonizou seu primeiro longa, “O Segredo de Don Juan” (1947). Ela estrelou vários romances e comédias, como “Até a Vista Papai” (1948), “Messalina e o Bombeiro” (1949), “Vulcão de Paixões” (1949) e “O Homem da Caixinha” (1950), vindo a explodir como sex symbol em 1950, ao aparecer de topless e visual pin-up em “O 13º Homem”, de Mario Mattoli. A reputação de sedutora voltou a ser explorada em “Bellezze in Bicicletta” (1951), de Carlo Campogalliani, “O.K. Nero!” (1951), de Mario Soldati, “Mercado de Mulheres” (1952), de Luigi Comencini – que tinha Sophia Loren como figurante! – e principalmente “A Mulher que Inventou o Amor” (1952), de Ferruccio Cerio, repleto de cenas de Pampanini em roupas íntimas. O sucesso dos papeis sedutores a tornou assediadíssima, levando-a a recusar muitos trabalhos. Mesmo assim, nos três anos seguintes, ela apareceu em nada menos que 20 filmes – praticamente um quarto de sua filmografia completa – , entre eles “Coração de Mulher” (1953), do mestre Giuseppe De Santis, “Nós, Os Canibais” (1953), de Antonio Leonviola, “Adorável Inimiga” (1953), ao lado de Buster Keaton, “Voragem” (1953) e “Escrava!” (1954), ambos de Raffaello Matarazzo, “A Princesa das Canárias” (1954), de Paolo Moffa e Carlos Serrano de Osma, “A Pecadora da Ilha” (1954), de Sergio Corbucci, “A Torre do Prazer” (1955), de Abel Gance, e “A Bela de Roma” (1955), novamente com Comencini. O detalhe é que, em cada obra, ela se mostrava ainda mais sensual. Não por acaso, virou a cabeça de muitos colegas. A fofoca mais famosa pôs fim ao casamento do comediante Totó, que se derreteu pela atriz durante as filmagens de “O Homem da Caixinha”. Ela também contracenou com Vittorio De Sica, Vittorio Gassman, Marcello Mastroianni e Alberto Sordi, além de cruzar fronteiras em sua carreira internacional, tornando-se conhecida como “Ninì Pampan” na França, onde coestrelou produções com Jean Gabin e Henry Vidal. No Japão, o imperador Hirohito a presentou com bonecas e samurais. Foi assediada até por Hollywood, mas se viu obrigada a recusar os convites para estrelar filmes americanos por não falar inglês. O frenesi, porém, tinha data de validade. Ao se aproximar dos 40 anos de idade, durante a década de 1960, as ofertas de papéis diminuíram. Ela ainda fez algumas comédias sexuais de sucesso no período, como “O Caradura” (1964), de Dino Rissi, antes de ser eclipsada pela nova geração de musas italianas, mais jovens e ainda mais provocantes. Até seu último filme, em 1971, ela apareceu em mais de 60 longas, celebrizando-se como precursora de uma geração de atrizes italianas que incendiaram o mundo por sua beleza e talento.

    Leia mais
  • Filme

    Vídeos de animação italiana revelam Cinderela noir e futurista

    27 de dezembro de 2015 /

    O estúdio italiano Mad Entertainment divulgou dois vídeos promocionais de “Gatta Cenerentola” (Cinderella The Cat), como parte de uma campanha de financiamento coletivo para finalizar seu segundo longa-metragem – o anterior foi “L’Arte della Felicità”, primeira animação adulta da Itália, premiada pela Academia de Cinema Europeu como a Melhor Animação da Europa em 2014. Enquanto um dos vídeos mostra os bastidores e artes produzidas, o outro apresenta duas sequências completas de tirar o fôlego, revelando uma versão noir de “Cinderela” passada no futuro, na cidade de Nápoles. A arte, que remete ao melhor dos quadrinhos sci-fi europeus (popularizados em todo o mundo pela revista “Heavy Metal” americana), é assinada pelo ilustrador de graphic novels Marco Galli. Já a direção ficou nas mãos de Ivan Cappiello, diretor assistente de “L’Arte della Felicità”. Na trama, Cinderela se insurge contra o Rei de Nápoles, responsável pela morte de seu pai e por transformá-la em criada de sua madrasta, planejando sua vingança no grande baile real. A inspiração original vem da ópera “La Gatta Cenerentola” (1976), de Roberto de Simone, e os produtores esperam lançar o filme ainda em 2016, para coincidir com os 40 anos da ópera.

    Leia mais
  • Filme

    Jeremy Irons e Olga Kurylenko se envolvem nos trailers do novo filme de Giuseppe Tornatore

    26 de dezembro de 2015 /

    A 01 Distribution divulgou o pôster e os trailers de “La Corrispondenza”, novo drama do cineasta Giuseppe Tornatore (“Cinema Paradiso”). Como em seu filme anterior, “O Melhor Lance” (2013), a produção é falada em inglês, mas as primeiras prévias, feitas para o lançamento na Itália, foram dubladas em italiano. Na trama, Jeremy Irons (“Trem Noturno para Lisboa”) e Olga Kurylenko (“Oblivion”) formam um casal improvável. Ela é uma estudante de pós-graduação que mantém um estilo de vida arriscado, trabalhando como dublê de filmes de ação, e ele é um professor de astrofísica, que a ajuda a fazer as pazes com seu passado e reencontrar seu equilíbrio. Rodado no Reino Unido, “La Corrispondenza” estreia em 14 de janeiro na Itália e ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.

    Leia mais
  • Filme

    Mia Madre exibe o talento de Nanni Moretti para retratar a vida e a morte

    17 de dezembro de 2015 /

    Nanni Moretti é um realizador italiano de grande talento e sensibilidade, capaz de mostrar o cotidiano da vida ao lado das questões políticas e filosóficas que o envolvem, no drama ou na comédia. Seu humor é inteligente, muito crítico, seu jeito de lidar com as emoções, muito verdadeiro. Não há perfumaria nos seus filmes, tudo é importante. Até o que não parece ser, o que é mais banal. A obra cinematográfica do cineasta relaciona o pessoal e o político em personagens como o próprio Papa, no seu filme anterior, “Habemus Papam” (2011). Ou o cinema e Berlusconi, em “O Crocodilo” (2006), a vida pessoal e a cidade de Roma, em “Caro Diário” (1993), entre outros. “Mia Madre”, seu mais recente trabalho, dialoga com um de seus melhores filmes anteriores, “O Quarto do Filho” (2001). Nos dois casos, é de perda e de luto que se trata. Tema difícil, doloroso, que exige cuidado no trato. Moretti transita muito bem nesse terreno e sem perder o humor. Margherita (Margherita Buy) é a protagonista da história. Diretora de cinema, está realizando um longa-metragem que discute questões políticas atuais, como a luta pela manutenção do emprego, o enfrentamento da repressão da polícia, os interesses econômicos do capital. Rigorosa e exigente, encontra problemas na atuação e no relacionamento com um astro internacional que incluiu em seu filme, Barry Huggins (John Turturro). Em meio à lida com seu ofício, Margherita tem de tratar de questões pessoais importantes: a mãe está muito doente, hospitalizada, exigindo cuidados. Ela compartilha essa tarefa, as decisões e os sentimentos que a envolvem, com seu irmão Giovanni (o próprio Moretti). Enquanto isso, sua filha vive a adolescência e tem um forte vínculo com a avó, que sempre a ajudou no estudo do latim. A proximidade da morte faz com que todos tenham de lidar com a perda de uma pessoa querida, que sempre foi forte, decidida, uma educadora e intelectual de mão cheia, sempre lembrada e procurada por ex-alunos. O filme explora a dimensão da realidade da cineasta, ao mesmo tempo em que traz à tona suas memórias e reflexões, suas inseguranças, medos e sonhos. Tudo tão amalgamado que chega a se confundir. A memória muitas vezes nos trai, a realidade dela é parcial, fragmentada. Nossos desejos se misturam com nossas percepções, os fatos, com a imaginação, tudo pode mesclar-se. E, no entanto, a vida exige de nós objetividade, quase o tempo todo. Essa dimensão fluída do real é muito bem captada pelo cinema de Nanni Moretti e é um dos pontos altos do filme. A atriz Margherita Buy (retomando a parceria de “O Crocodilo”) tem excelente atuação ao protagonizar essa trama. John Torturro (“Amante a Domicílio”) dá um ótimo toque de estranheza e humor ao personagem do ator-problema estrangeiro, que é também uma figura adorável, apesar de tudo. Moretti como ator tem agora um papel um pouco menor, mas igualmente importante na narrativa. A atriz veterana Giulia Lazzarini (“Grazie di Tutto”), no papel de Ada, a mãe doente, atua com uma placidez muito apropriada à figura retratada e aos seus momentos finais de vida. “Mia Madre” não tem a mesma força mobilizadora de grandes emoções de “O Quarto do Filho”, mas isso também tem a ver com a questão retratada. A perda de um filho jovem é mais importante e demolidora do que a perda de uma mãe já idosa. Aqui, algo da ordem natural das coisas segura o desespero da perda. Tudo acaba se dando de um modo mais sereno, ou um pouco menos perturbado. Mas são momentos decisivos na vida das pessoas. Sofridos e complexos. É o fluxo da vida. Que o cinema de Moretti retrata com dignidade e ajudar a compreender.

    Leia mais
 Mais Pipoca
Mais Pipoca 
@Pipoca Moderna 2025
Privacidade | Cookies | Facebook | X | Bluesky | Flipboard | Anuncie