Silvana Pampanini (1925 – 2016)

Morreu a atriz Silvana Pampanini, a “Bela de Roma”, musa do cinema italiano do pós-guerra. Desde outubro, a atriz vinha sofrendo com problemas de saúde e estava internada no Hospital Gemelli, em […]

Morreu a atriz Silvana Pampanini, a “Bela de Roma”, musa do cinema italiano do pós-guerra. Desde outubro, a atriz vinha sofrendo com problemas de saúde e estava internada no Hospital Gemelli, em Roma, em terapia intensiva, após passar por uma cirurgia abdominal de urgência. Ela faleceu nesta quarta-feira (6/1), aos 90 anos de idade.

Pampanini nasceu em Roma em 25 de setembro de 1925 e se tornou conhecida no concurso Miss Itália de 1946, quando sua derrota virou comoção nacional. A popularidade conquistada lhe valeu convites para o cinema, onde sua beleza marcou época. Ela estreou como figurante em “Apocalipse” (1947), de Giuseppe Scotese, mas logo em seguida protagonizou seu primeiro longa, “O Segredo de Don Juan” (1947).

Ela estrelou vários romances e comédias, como “Até a Vista Papai” (1948), “Messalina e o Bombeiro” (1949), “Vulcão de Paixões” (1949) e “O Homem da Caixinha” (1950), vindo a explodir como sex symbol em 1950, ao aparecer de topless e visual pin-up em “O 13º Homem”, de Mario Mattoli.

A reputação de sedutora voltou a ser explorada em “Bellezze in Bicicletta” (1951), de Carlo Campogalliani, “O.K. Nero!” (1951), de Mario Soldati, “Mercado de Mulheres” (1952), de Luigi Comencini – que tinha Sophia Loren como figurante! – e principalmente “A Mulher que Inventou o Amor” (1952), de Ferruccio Cerio, repleto de cenas de Pampanini em roupas íntimas.

O sucesso dos papeis sedutores a tornou assediadíssima, levando-a a recusar muitos trabalhos. Mesmo assim, nos três anos seguintes, ela apareceu em nada menos que 20 filmes – praticamente um quarto de sua filmografia completa – , entre eles “Coração de Mulher” (1953), do mestre Giuseppe De Santis, “Nós, Os Canibais” (1953), de Antonio Leonviola, “Adorável Inimiga” (1953), ao lado de Buster Keaton, “Voragem” (1953) e “Escrava!” (1954), ambos de Raffaello Matarazzo, “A Princesa das Canárias” (1954), de Paolo Moffa e Carlos Serrano de Osma, “A Pecadora da Ilha” (1954), de Sergio Corbucci, “A Torre do Prazer” (1955), de Abel Gance, e “A Bela de Roma” (1955), novamente com Comencini. O detalhe é que, em cada obra, ela se mostrava ainda mais sensual.

Não por acaso, virou a cabeça de muitos colegas. A fofoca mais famosa pôs fim ao casamento do comediante Totó, que se derreteu pela atriz durante as filmagens de “O Homem da Caixinha”. Ela também contracenou com Vittorio De Sica, Vittorio Gassman, Marcello Mastroianni e Alberto Sordi, além de cruzar fronteiras em sua carreira internacional, tornando-se conhecida como “Ninì Pampan” na França, onde coestrelou produções com Jean Gabin e Henry Vidal.

No Japão, o imperador Hirohito a presentou com bonecas e samurais. Foi assediada até por Hollywood, mas se viu obrigada a recusar os convites para estrelar filmes americanos por não falar inglês.

O frenesi, porém, tinha data de validade. Ao se aproximar dos 40 anos de idade, durante a década de 1960, as ofertas de papéis diminuíram. Ela ainda fez algumas comédias sexuais de sucesso no período, como “O Caradura” (1964), de Dino Rissi, antes de ser eclipsada pela nova geração de musas italianas, mais jovens e ainda mais provocantes.

Até seu último filme, em 1971, ela apareceu em mais de 60 longas, celebrizando-se como precursora de uma geração de atrizes italianas que incendiaram o mundo por sua beleza e talento.