Dor e Glória reflete criatividade e desejo de Pedro Almodóvar
“Dor e Glória”, de Pedro Almodóvar, centra-se no personagem Salvador Mallo, um cineasta que já traz no nome a convivência dos contrários. Seu momento atual e suas lembranças são marcados pela dor e pela glória. A dor porque já está envelhecido e sentindo-se sem condições de filmar, a razão de ser de sua vida, com as doenças tomando conta de seu corpo. Desde as dores de coluna, as dores de cabeça, os engasgos frequentes, até a depressão pela perda de amores e de vitalidade. Uma animação, muito bem realizada, nos mostra o que são essas dores que acometem o corpo, cheia de cores, com didatismo e humor. Com Almodóvar, a dor também fica divertida. Como sempre foi nos seus filmes. A cabeça continua produzindo, escrevendo histórias a partir de experiências vividas, desejadas ou imaginadas, que agora não se destinarão ao cinema. Mas também não são contos literários. Um momento de declínio que produz uma crise existencial. Esses belos escritos, que acabarão sendo representados ou filmados, são a revelação de uma vida de criatividade, de sucesso e admiração internacionais, que é evidente. O relançamento de um filme chamado “Sabor”, realizado há 30 anos e que produziu uma inimizade com o ator principal, faz com que se reate seu contato e, por meio dele, um velho amor reaparece. A glória também vem das lembranças infantis, da vida na casa caverna, da mãe pobre, forte, batalhadora, do canto que abriu caminho ao estudo patrocinado junto aos padres, do primeiro desejo que se manifesta numa febre. O talento de escritor e a inclinação precoce na direção do cinema já dominam a cena. Desde sempre. Embora hoje doloroso, há um caminho a seguir e não será pela via da heroína que combate a dor, mas escraviza. Será novamente pelo desejo que novos ânimos poderão surgir. Não por acaso, a produtora de Pedro e seu irmão Agustín Almodóvar chama-se El Deseo. Ele é visto como o motor da existência. O protagonista Salvador Mallo, brilhantemente interpretado por Antonio Banderas, remete, é claro, à própria figura de Pedro Almodóvar, mas não pode se considerar uma autobiografia. Aí estão lembranças, recordações, mas também acontecimentos que poderiam ter existido ou ser fictícios, expectativas, decepções, hipóteses, exageros. Sentimentos e impressões que passam, se transformam. Elementos de uma vida que abrem perspectivas para um novo personagem, que dialoga com seu inspirador. Este, por sua vez, realiza sua autoanálise, encarando a morte como algo já mais próximo e palpável. Em alguns momentos, até desejável. O filme é lindo, profundo, e traz um time de atores e atrizes magnífico, além de Banderas. O argentino Leonardo Sbaraglia, como Federico, um ator já muito tarimbado e conhecido do cinema dos hermanos. Penélope Cruz, sempre luminosa, faz Jacinta, a mãe. Ambos vivem papéis de coadjuvantes, mas brilham. Asier Etxeandia, como Alberto Crespo, tem um trabalho competente num papel importante. E outras grandes mulheres estão lá: Nora Navas, como Mercedes, Julieta Serrano, como a mãe já idosa, Susi Sánchez e a participação de Cecília Roth, que já atuou em tantos filmes do diretor, compõem um elenco à altura para esse novo grande trabalho almodovariano. Há poucos anos, escrevi um livro destacando a sexualidade e a transgressão no cinema de Almodóvar. O diretor continua fiel a esses temas norteadores, assim como à utilização da metalinguagem. Em seus filmes, outros filmes e peças são feitos – aqui, “Vício” e “O Primeiro Desejo” são as realizações. O construir artístico, a escrita, a filmagem, a distribuição e exibição dos filmes, o trabalho dos atores e atrizes, além do próprio diretor, evidentemente, enriquecem a experiência cinematográfica do espectador. Recentemente exibido no Festival de Cannes, “Dor e Glória” teve excelente acolhida. Levou o prêmio de Melhor Ator para Antonio Banderas. Mas merecia mais.
Dor e Glória: Novo filme de Pedro Almodóvar ganha segundo trailer legendado
A Universal divulgou o segundo trailer legendado de “Dor e Gloria” (Dolor y Gloria), novo filme do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, que reúne dois atores que marcaram a carreira do diretor: Antonio Banderas e Penélope Cruz. O filme também ganhou um pôster francês para acompanhar sua première no Festival de Cannes 2019. O projeto tem tom autobiográfico. A trama segue um famoso cineasta em crise, com o coração partido e saudade de sua querida mãe. Antonio Banderas vive o diretor, em sua oitava parceria com Almodóvar, começada em 1982, quando filmaram “Labirinto das Paixões” (1982). Já Penélope Cruz chega ao sexto longa do cineasta, numa filmografia iniciada em “Carne Trêmula” (1997). Ela vive a mãe do personagem de Banderas. Além dos dois, a produção também marcará um reencontro de Almodóvar com outra colaboradora histórica: Julieta Serrano, que começou a filmar com o cineasta em “Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão” (1980) e interrompeu a parceria após “Ata-me” (1989). O elenco ainda inclui Raúl Arévalo (“Os Amantes Passageiros”), Asier Etxeandía (“A Porta Aberta”) e o argentino Leonardo Sbaraglia (“Relatos Selvagens”). O filme já estreou na Espanha, teve première neste sábado (18/5) no Festival de Cannes e chega em 13 de junho ao Brasil.
Novo filme de Pedro Almodóvar ganha trailer legendado
A Universal divulgou o trailer legendado de “Dor e Gloria” (Dolor y Gloria), novo filme do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, que reúne dois atores que marcaram a carreira do diretor: Antonio Banderas e Penélope Cruz. À exceção de “Os Amantes Passageiros” (2013), em que fizeram figurações, os dois ainda não tinham contracenado nos filmes do diretor. E parece que vão continuar assim, já que eles vivem fases diferentes da história. A descrição oficial do projeto tem tom autobiográfico. O filme segue um famoso cineasta numa “série de encontros”, até seu declínio. Alguns dos temas abordados serão “primeiros amores, segundos amores, mortalidade, os anos 1960, os anos 1980 e o presente”. Antonio Banderas vive o diretor, em sua oitava parceria com Almodóvar, começada em 1982, quando filmaram “Labirinto das Paixões” (1982). Já Penélope Cruz chega ao sexto longa do cineasta, numa filmografia iniciada em “Carne Trêmula” (1997). Aparentemente, ela vive a mãe do personagem de Banderas. Além dos dois, a produção também marcará um reencontro de Almodóvar com outra colaboradora histórica: Julieta Serrano, que começou a filmar com o cineasta em “Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão” (1980) e interrompeu a parceria após “Ata-me” (1989). O elenco ainda inclui Raúl Arévalo (“Os Amantes Passageiros”), Asier Etxeandía (“A Porta Aberta”) e o argentino Leonardo Sbaraglia (“Relatos Selvagens”). O filme já estreou na Espanha, terá première internacional em maio no Festival de Cannes e chega em 13 de junho no Brasil.
Trailer do novo filme de Pedro Almodóvar traz Antonio Banderas e Penélope Cruz
A produtora El Deseo divulgou o primeiro trailer de “Dolor y Gloria”, novo filme do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, que reúne dois atores que marcaram a carreira do diretor: Antonio Banderas e Penélope Cruz. À exceção de “Os Amantes Passageiros” (2013), em que fizeram figurações, os dois ainda não tinham contracenado nos filmes do diretor. E parece que vão continuar assim, já que eles vivem fases diferentes da história. A descrição oficial do projeto tem tom autobiográfico. O filme seguirá um famoso cineasta numa “série de encontros”, até seu declínio. Alguns dos temas abordados serão “primeiros amores, segundos amores, mortalidade, os anos 1960, os anos 1980 e o presente”. Antonio Banderas será o diretor, em sua oitava parceria com Almodóvar, começada em 1982, quando filmaram “Labirinto das Paixões” (1982). Já Penélope Cruz chega ao sexto longa do cineasta, numa filmografia iniciada em “Carne Trêmula” (1997). Aparentemente, ela vive a mãe do personagem de Banderas. Além dos dois, a produção também marcará um reencontro de Almodóvar com outra colaboradora histórica: Julieta Serrano, que começou a filmar com o cineasta em “Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão” (1980) e interrompeu a parceria após “Ata-me” (1989). O elenco também inclui Raúl Arévalo (“Os Amantes Passageiros”), Asier Etxeandía (“A Porta Aberta”) e o argentino Leonardo Sbaraglia (“Relatos Selvagens”). A estreia de “Dolor y Gloria” está marcada para 22 de março na Espanha e ainda não há previsão para o resto do mundo.
Fotos do novo filme de Pedro Almodóvar reúnem Antonio Banderas e Penélope Cruz
A produtora El Deseo divulgou as primeiras fotos do novo trabalho do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, “Dolor y Gloria”, que reúne dois atores que marcaram, em filmes diferentes, a carreira do diretor: Antonio Banderas e Penélope Cruz. São imagens de bastidores e cenas do filme, que mostram Banderas numa vida de rico, nadando numa piscina e frequentando uma galeria de arte, enquanto Cruz aparece pobre, na beira de um rio e em frente a varais de roupa. O figurino também sugere que os dois vivem em épocas diferentes da trama. A descrição oficial do projeto tem tom autobiográfico. O filme seguirá um famoso cineasta numa “série de encontros”, até seu declínio. Alguns dos temas abordados serão “primeiros amores, segundos amores, mortalidade, os anos 1960, os anos 1980 e o presente”. Antonio Banderas será o diretor, em sua oitava parceria com Almodóvar, começada em 1982, quando filmaram “Labirinto das Paixões” (1982). Já Penélope Cruz chega ao sexto longa do cineasta, numa filmografia iniciada em “Carne Trêmula” (1997) – e que ainda inclui um curta. Até então, Banderas e Cruz vinham se alternando entre os filmes de Almodóvar, à exceção de “Os Amantes Passageiros” (2013), em que fizeram figurações. Nenhum deles, contudo, estava a tanto tempo sem trabalhar com o diretor quanto a terceira colaboradora histórica resgatada na produção: Julieta Serrano, que começou a filmar com Almodóvar em “Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão” (1980) e interrompeu a parceria em “Ata-me” (1989). O elenco também inclui Raúl Arévalo (“Os Amantes Passageiros”), Asier Etxeandía (“A Porta Aberta”) e o argentino Leonardo Sbaraglia (“Relatos Selvagens”). A estreia de “Dolor y Gloria” está marcada para 22 de março na Espanha e ainda não há previsão para o resto do mundo.
Goya 2019: Penélope Cruz e Javier Bardem concorrem ao “Oscar espanhol”
A principal premiação do cinema espanhol, o Goya Awards, anunciou os indicados de sua edição 2019 nesta quarta-feira (12/12). E a lista destaca dois dos maiores astros do país, Penélope Cruz e Javier Bardem. Os dois atores, que são casados desde 2010, concorrem por seus desempenhos no filme “Todos Já Sabem”, dirigido pelo iraniano Asghar Farhadi (“A Separação”), que abriu o Festival de Cannes deste ano. Cruz já tem três Goyas na prateleira, por “A Garota dos Seus Sonhos” (1998), “Volver” (2006) e “Vicky Cristina Barcelona” (2008), e outras sete indicações. Já Bardem venceu cinco estatuetas, por “Días Contados” (1994), “Boca a Boca” (1995), “Segunda-Feira ao Sol” (2002), “Mar Adentro” (2004) e “Biutiful” (2010), e foi indicado outras quatro vezes. “Todos Já Sabem” levou um total de oito indicações ao Goya, incluindo Melhor Filme e Direção, mas não foi o longa de maior projeção da lista, ficando atrás de “El Reino” (13 indicações), de Rodrigo Sorogoyen, e “Campeones” (10 indicações), de Javier Fesser. Este último, por sinal, é o candidato da Espanha na disputa de uma vaga ao Oscar de Melhor Filme em Língua Etrangeira. O Goya também premia o Melhor Filme Iberoamericano, e novamente o Brasil ficou fora da categoria. O país indicou “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, mas ele não foi selecionado. Todos os filmes indicados foram de língua espanhola: “O Anjo” (Argentina), “Uma Noite de 12 Anos” (Uruguai), “Cachorros” (Chile) e o incensado “Roma” (México). Os vencedores da premiação serão anunciados durante uma cerimônia em Sevilha, na Espanha, em 2 de fevereiro. Confira abaixo a lista dos nomeados. Melhor Filme “Campeones” “Carmen & Lola” “El Reino” “Entre dos Aguas” “Todos Já Sabem” Melhor Direção Javier Fesser (“Campenones”) Rodrigo Sorogoyen (“El Reino”) Isaki Lacuesta (“Entre dos Aguas”) Asghar Farhadi (“Todos Já Sabem”) Melhor Atriz Susi Sanchéz (“O Vazio do Domingo”) Najwa Nimri (“Quién te Cantará”) Penélope Cruz (“Todos Já Sabem”) Lola Dueñas (“Viaje al Cuarto de Una Madre”) Melhor Ator Javier Gutiérrez (“Campeones”) Antonio de la Torre (“El Reino”) Javier Bardem (“Todos Já Sabem”) Jose Coronado (“Tu Hijo”) Melhor Ator Coadjuvante Juan Margallo (“Campeones”) Luiz Zahera (“El Reino”) Antonio de la Torre (“Uma Noite de 12 Anos”) Eduard Fernández (“Todos Já Sabem”) Melhor Atriz Coadjuvante Carolina Yuste (“Carmen & Lola”) Ana Wagener (“El Reino”) Natalia de Molina (“Quien te Cantará”) Anna Castillo (“Viaje al Cuarto de una Madre”) Melhor Filme Iberoamericano “O Anjo” (Argentina) “Uma Noite de 12 Anos” (Uruguai) “Cachorros” (Chile) “Roma” (México) Melhor Filme Europeu “Guerra Fria” (Polônia) “Trama Fantasma” (Reino Unido) “Girl” (Bélgica) “A Festa” (Reino Unido)
Benzinho é escolhido para representar o Brasil no Prêmio Goya 2019
Agora vai ser curioso. “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, foi escolhido para representar o Brasil no Prêmio Goya 2019, equivalente espanhol ao Oscar, na categoria de Melhor Filme Ibero-americano. O evento acontece em 2 de fevereiro de 2019, na Espanha. A escolha da comissão da Agência Nacional do Cinema (Ancine) foi publicada no Diário Oficial na quinta (13/9), três dias após outra comissão, da Academia Brasileira de Cinema (ABC) escolher “O Grande Circo Místico” para representar o Brasil no Oscar, buscando indicação na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira. “O Grande Circo Místico” também fazia parte da lista analisada pela Ancine, que, entretanto, preferiu o filme mais premiado e de maior repercussão internacional. A comissão justificou a escolha dizendo que o “Benzinho” foi considerado uma “obra cinematográfica com consistente marca autoral e força criativa”. Além disso, salientou na mesma nota que apresenta “um universo genuinamente brasileiro, com capacidade de se comunicar com plateias de todo o mundo”. Profissionais indicados por entidades do setor audiovisual brasileiro compuseram a comissão: Josiane Osório de Carvalho, por indicação do Fórum dos Festivais; Marcelo Müller, por indicação da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema (Abraccine); João Daniel Tikhomiroff, por indicação do Programa Brasil de Cinema; Adriana de Lucena Navais Dutra, por indicação da Academia Brasileira de Cinema (ABC); e Gustavo Ferreira Rolla, por indicação da Ancine. “Ficamos super felizes com a escolha, até porque estamos em cartaz em muitos países ibero-americanos. Incluindo a Espanha, onde o filme estreou dia 3 de agosto, com o título ‘Siempre juntos’, e está em 46 salas no país inteiro”, disse o diretor do longa. Por enquanto, Pizzi preferiu não comentar a escolha da comissão de seleção do Oscar. Só disse achar que uma decisão como essa deve ser sempre tomada levando em conta o filme enquanto projeto cinematográfico, e as chances que tem de alcançar ao menos uma indicação. O filme de Cacá Diegues foi exibido fora de competição nos festivais de Cannes e Gramado e não empolgou a crítica. Já “Benzinho” foi elogiadíssimo ao passar no Festival de Sundance, venceu os prêmios do Público e da Crítica no Festival de Gramado, e ainda conquistou o troféu de Melhor Filme Ibero-americano no Festival de Málaga, na Espanha – mesmo prêmio que buscará no Goya. As chances de “Benzinho” ficar entre os cinco finalistas na disputa do Goya são infinitamente maiores que as possibilidades de “O Grande Circo Místico” emplacar no Oscar. Aí, vai ficar a dúvida se o filme de Pizzi não poderia retomar também a trajetória do Brasil na premiação da Academia dos Estados Unidos, após um hiato de 20 anos sem indicações. Infelizmente, a comissão da ABC preferiu prestigiar a carreira do amigo Cacá Diegues, sem levar em conta a repercussão dos 93% de aprovação de “Benzinho” no site Rotten Tomatoes. Vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2018, “A Forma da Água” tem 92% de aprovação. Já “O Grande Circo Místico” não tem nota, porque só há duas críticas americanas do filme disponíveis, das revistas The Hollywood Reporter e Variety, ambas negativas.
Javier Bardem e Penélope Cruz são justificativa de mais um filme sobre Pablo Escobar
Um filme espanhol que tem como protagonistas o ator Javier Bardem e a atriz Penélope Cruz não pode passar em branco. Só pelo desempenho deles, costumeiramente brilhante, vale a atenção. O diretor Fernando León de Aranoa já tem uma filmografia relevante, com destaques para “Segredos em Família” (1996) e “Um Dia Perfeito” (2015). Mas nesta nova produção, falada em inglês, o tema já parece um tanto gasto. O personagem Pablo Escobar (Javier Bardem), o famoso chefão do cartel de Medellín, Colômbia, já foi bastante abordado pelo jornalismo, pela literatura, pelo cinema (“Escobar: Paraíso Perdido”, “Conexão Escobar”), pela televisão (“Pablo Escobar: O Senhor do Tráfico”) e pelo streaming (“Narcos”). Um bandido que fascina pelo seu poder, pela ousadia, pela violência e por suas excentricidades. Em “Escobar: A Traição”, a ótica é a de sua amante Virgínia Vallejo (Penélope Cruz), uma popular apresentadora de TV que o amou e se interessou pela forma como Escobar usava o dinheiro que tinha. Ela não se preocupava com a origem do dinheiro, mas com sua destinação. E com isso tinha acesso a bens luxuosos, mas também admirava as benesses que o grande traficante oferecia à população local. O jeito arrojado de Pablo Escobar enfrentar os poderosos, entrar na própria política colombiana, pela via eleitoral, para encarar a caçada norte-americana, promovida pelo governo de Ronald Reagan, tinha um charme todo especial. Mas quando o perigo ronda forte e a vida está mesmo em risco iminente, a traição pode ser um caminho de sobrevivência. Virgínia Vallejo escreveu “Amando Pablo, Odiando Escobar” sobre o que viveu ao lado dele, sua perspectiva, suas lembranças, o que entendeu e avaliou daquela aventura extraordinária. É a sua história com ele que o filme mostra. É uma trama cheia de lances surpreendentes, perigosos, inusitados. Dá margem a um filme que mescla ação, suspense, violência, política e um drama amoroso. Não acrescenta muita coisa ao que já se conhece daquele que foi um dos maiores traficantes de cocaína da história. Mas dá para ver pelo ângulo da amante traidora e curtir a atuação, sempre segura, de Penélope Cruz e Javier Bardem.
Festival Cine Ceará premia filme de diretor catalão
O filme “Petra” foi o grande vencedor do 28º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema. Coprodução da Espanha, França e Dinamarca, o longa do diretor catalão Jaime Rosales conquistou o Troféu Mucuripe nas categorias de Melhor Longa-metragem, Direção, Roteiro e Ator (Joan Botey). O filme, que conta a história de uma jovem em busca da identidade do pai biológico, foi vencedor também do Prêmio da Crítica. As conquistas representam as primeiras vitórias da produção europeia num festival internacional, após ser exibido em maio na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. A estreia comercial está marcada apenas para outubro na Espanha. Entre os brasileiros, quem se saiu melhor foi o longa cearense “O Barco”, de Petrus Cariry, com quatro prêmios: Melhor Fotografia, Trilha Sonora Original, Som e o prêmio Olhar Universitário. Outros destaques da premiação incluem o chileno “Cabras de Merda”, de Gonzalo Justiniano, vencedor nas categorias de Melhor Direção de Arte e Atriz (Natalia Aragonese), e “Diamantino”, uma coprodução de Portugal, França e Brasil, dirigida pela dupla Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, vencedor na categoria de Melhor Montagem. Ou seja, metade dos oitos filmes exibidos foram premiados. E isto que há 12 categorias de premiação, um exagero desproporcional em relação à disputa, quase como se a intenção fosse premiar todo mundo. Essa facilidade, claro, diminui muito a importância de se vencer um troféu no evento. O júri da Mostra Competitiva Ibero-americana de Longa-metragem foi composto por Belisario Franca (Brasil), Stephen Bocskay (Estados Unidos), Belisa Figueiró (Brasil), Gustavo Salmerón (Espanha) e Emilio Bustamante (Peru). Na mostra Competitiva Brasileira de Curta-metragem o filme “Nova Iorque”, do pernambucano Leo Tabosa, teve vitória dupla, eleito pelo júri oficial da mostra e também pela votação da crítica. Veja a lista dos vencedores: MOSTRA COMPETITIVA IBERO-AMERICANA DE LONGA-METRAGEM Prêmio da “Petra”, de Jaime Rosales Olhar Universitário: “O Barco”, de Petrus Cariry Melhor Ator: Joan Botey, por “Petra” Melhor Atriz: Natalia Aragonese, por “Cabras de Merda” Melhor Direção de Arte: Carlos Garrido, por “Cabras de Merda” Melhor Trilha sonora original: João Victor Barroso, por “O Barco” Melhor Som: Yures Viana, Erico Paiva e Petrus Cariry, por “O Barco” Melhor Montagem: Raphaelle Martin-Holger, por “Diamantino” Melhor Fotografia: Petrus Cariry, por “O Barco” Melhor Roteiro: Jaime Rosales, Michel Gaztambide, Clara Roquet, por “Petra” Melhor Direção: Jaime Rosales, por “Petra” Melhor Longa-metragem: “Petra” MOSTRA COMPETITIVA BRASILEIRA DE CURTA-METRAGEM Troféu Samburá – Melhor diretor de curta-metragem: Gulherme Gehr, por “Plantae” Troféu Samburá – Melhor Curta-metragem: “O Vestido de Myriam”, de Lucas Rossi Olhar Universitário: “O Vestido de Myriam”, de Lucas Rossi Prêmio da “Nova Iorque”, de Leo Tabosa Melhor Produção Cearense: “A Canção de Alice”, de Barbara Cariry Melhor Roteiro: Sabrina Garcia, por “Só Por Hoje” Melhor Direção: Lucas Rossi, por “O vestido de Myriam” Melhor Curta-metragem: “Nova Iorque”, de Leo Tabosa
Próximo filme de Pedro Alomodóvar vai juntar Antonio Banderas e Penélope Cruz
o diretor espanhol Pedro Almodóvar vai voltar a trabalhar com os atores Antonio Banderas e Penélope Cruz em seu próximo filme, “Dolor y Gloria” (Dor e Glória). No comunicado que anunciou o projeto, o começo das filmagens foi marcado para a primeira quinzena de julho. Ao contrário de “Julieta”, o filme anterior de Almodóvar, “Dolor y Gloria” terá protagonistas masculinos, interpretados por Banderas e Asier Etxeandía (de “A Porta Aberta”), enquanto Cruz viverá uma coadjuvante, junto de outra antiga colaboradora do diretor, Julieta Serrano (“Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”). “Dolor y Gloria” será o 21º longa-metragem de Almodóvar, e tratará “da criação, cinematográfica e teatral, e da dificuldade de separar a criação da própria vida”, na definição do próprio diretor. Segundo o comunicado, a trama narra “uma série de reencontros, alguns físicos e outros recordados depois de décadas, de um diretor no seu declínio: os primeiros amores, os segundos amores, a mãe, a mortalidade, um ator com o qual o diretor trabalhou, os sessenta, os oitenta, a atualidade e o vazio, o incomensurável vazio perante a impossibilidade de seguir filmando”. Antonio Banderas será o diretor, em sua oitava parceria com Almodóvar, começada em 1982, quando filmaram “Labirinto das Paixões” (1982). Já Penélope Cruz chega ao sexto longa do cineasta, numa filmografia iniciada em “Carne Trêmula” (1997), mas que também inclui um curta – “A Vereadora Antropófaga” (2009). Até então, os dois trabalharam sempre em filmes diferentes de Almodóvar, à exceção de “Os Amantes Passageiros” (2013), em que fizeram pouco mais que figuração. Nenhum deles, contudo, estava a tanto tempo sem trabalhar com o diretor quanto Julieta Serrano, parceira desde “Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão” (1980). O último filme em que Almodóvar dirigiu a atriz foi “Ata-me” (1989). Ainda não há previsão para a estreia de “Dolor y Gloria”.
Emma Roberts e Milla Jovovich vão estrelar sci-fi do diretor de Colossal
As atrizes Emma Roberts (série “Scream Queens”) e Milla Jovovich (da franquia “Resident Evil”) vão estrelar “Paradise Hill”, nova sci-fi concebida por Nacho Vigalondo, o diretor espanhol de “Colossal”. Desta vez, ele contribui apenas com o roteiro, que será dirigido pela estreante Alice Waddington, vinda da publicidade e do mercado de videoclipes espanhóis. A trama se passa no futuro próximo e segue Uma (Roberts), que um dia acorda em Paradise Hills, uma clínica de alta classe, localizada numa ilha isolada, para onde as famílias endinheiradas enviam suas filhas para serem “reformadas”. O elenco ainda inclui Eiza González (“Em Ritmo de Fuga”), Jeremy Irvine (“Cavalo de Guerra”) e Awkwafina (do vindouro “Oito Mulheres e um Segredo”), e ainda não há previsão de estreia.
Sci-Fi espanhola Órbita 9 ganha trailer legendado
A Netflix divulgou o trailer legendado da sci-fi espanhola “Órbita 9”. A prévia resume a trama, que parte de uma manipulação de perspectiva. Uma garota criada a vida inteira isolada no espaço é impactada pelo primeiro contato com um homem, que vem à sua estação espacial fazer manutenção. O detalhe é que ela não está realmente no espaço, mas trancada numa instalação subterrânea, sem saber que é parte de uma experiência científica sobre isolamento. O filme marca a estreia na direção de Hatem Khraiche (roteirista de “Retornados”) e é estrelado por Clara Lago (“Fim dos Tempos”) e Álex González (“X-Men: Primeira Classe”). O lançamento original aconteceu há um ano na Espanha, e a estreia na Netflix está marcada para 6 de abril.











