Berlim: Django abre o festival em ritmo de jazz e política
O Festival de Berlim 2017 deu a largada em sua maratona de cinema nesta quinta (9/2), em clima de jazz, afinação política e sob aplausos contidos, com a exibição de “Django”. O filme de abertura, dirigido pelo estreante Etienne Comar, conta a história do lendário guitarrista de jazz Django Reinhardt (1910-1953), belga de origem cigana (interpretado pelo ator francês de origem argelina Reda Kateb), que fugiu dos nazistas na 2ª Guerra Mundial, durante a ocupação da França pelos nazistas. Segundo o diretor do Festival de Berlim, Dieter Kosslick, o “perigo constante, a fuga e as atrocidades cometidas contra sua família não foram capazes de fazê-lo parar de tocar”. Apesar de estreante, Comar é um conhecido roteirista e produtor de obras como “Homens e Deuses” (2010), “Timbuktu” (2014) e “Meu Rei” (2015). Ele conheceu o trabalho de Django Reinhardt por intermédio de seu pai, fã do músico, que foi grande inovador e vanguardista musical. “Procurei evitar o modelo tradicional de cinebiografia, daqueles que cobrem todo o período da vida de um personagem, para me concentrar nessa janela de tempo bastante específica, em que a música adquire um papel importante na tomada de consciência política de Django. Ao mesmo tempo, quis fazer um paralelo entre a tragédia dos refugiados de guerra da época e os refugiados de hoje”. Os paralelos são, de fato, evidentes. Há fortes conexões entre o nazismo e alguns dos temas mais polêmicos no debate político atual, que incluem, obviamente, a crise dos refugiados do Oriente Médio e a proibição de entrada nos EUA de cidadãos de sete países específicos. “Eu queria mostrar um músico em um período complexo da história”, explicou o diretor. “E enquanto tomava esta via, percebi que havia muitos paralelos – refugiados, a maneira que você pode proibir pessoas de viajar…” Comar acrescentou que o tema do filme recai sobre a liberdade que a arte, no caso a música, pode proporcionar durante a repressão, e justamente por conta disso é a primeira coisa a ser atacada por regimes totalitários e terroristas. “Não é nenhum segredo que a propaganda nazista tentou criar regras para conter o jazz, que misturava todos os tipos de culturas diferentes”, disse ele. “Promotores da pureza, os nazistas discriminavam o jazz por ser um gênero nascido de uma mistura de diferentes culturas, em especial daquela desenvolvida por descendentes de negros africanos nos EUA, e por isso considerada arte degenerada. Espero que a mensagem seja entendida”. O cineasta ainda ressaltou a importância da arte em períodos tumultuados. “Declarações nem sempre funcionam. Mas quando se faz isso através da arte, o resultado é muito impressionante”, acrescentou. A crítica internacional, porém, não achou a estreia de Comar tão impressionante assim. Com mais boas intenções que conteúdo, não deve ameaçar os principais concorrentes do Leão de Ouro. “Django” faz parte da competição oficial do festival, que inclui o brasileiro “Joaquim”, cinebiografia de Tiradentes dirigida por Marcelo Gomes. Além deste, outros sete longa-metragens brasileiros serão exibidos na programação da Berlinale 2017, nas mostras Panorama, Geração e Fórum: o documentário “No Intenso Agora”, de João Moreira Salles, e as ficções “Como Nossos Pais”, de Laís Bodanzky, “Vazante”, de Daniela Thomas, “Pendular”, de Júlia Murat, “Mulher do Pai”, de Cristiane Oliveira, “As Duas Irenes”, de Fábio Meira, e “Rifle”, de Davi Pretto, que foi a última adição do evento. O Festival de Berlim acontece até o dia 19 de fevereiro na capital alemã.
Amy Adams e o diretor Jean-Marc Vallée desistem de fazer cinebiografia de Janis Joplin
A notícia de que Michelle Williams (“Manchete à Beira-Mar”) estava negociando viver Janis Joplin no cinema indicava que o projeto tinha sofrido uma mudança de rumo. Agora, em entrevista ao site Collider, o diretor Jean-Marc Vallée (“Clube de Compra Dallas”) confirmou que nem ele nem a atriz Amy Adams (“A Chegada”) farão mais a cinebiografia. Vallé tinha sido contratado em 2014, mas ele acabou seguindo o rumo de Lee Daniels (criador da série “Empire”) e até do brasileiro Fernando Meirelles (“Ensaio Sobre a Cegueira”), que anteriormente estiveram ligados à produção. O projeto se arrasta à décadas. Para se ter ideia, Brittany Murphy, que faleceu em 2009, era a primeira escolha para o papel. “Estava trabalhando com Amy Adams no projeto da Janis que, por fim, não faremos e ela me convidou para sua nova aventura, uma série de TV”, disse o canadense, que dirigirá a atriz a seguir na série “Objetos Cortantes”, da HBO. Intitulado “Janis Joplin: Get It While You Can”, o filme mostraria um intenso dia na vida da cantora e Amy planejava cantar todas as canções do filme. Seu retorno à cantoria ficará agora para “Desencantada”, sequência de “Encantada” (2007) prevista para o ano que vem. A propósito, o filme de Janis que tenta contar com Michelle Williams terá outro contexto – baseia-se no livro “Love, Janis”, escrito pela irmã da cantora, que reuniu cartas escritas por ela para a família, enquanto caía na estrada para se apresentar em festivais como Woodstock e enchia a cara para lidar com a pressão da fama. Janis Joplin morreu após uma overdose de heroína, ao terminar de gravar seu quarto álbum em 1970. O disco “Pearl” foi lançado postumamente e se tornou um dos maiores sucessos de sua carreira, rendendo músicas clássicas como “Me and Bobby McGee”, “Get It While You Can”, “Move Over” e “Cry Baby”.
Filme sobre o começo da carreira de Madonna ganha fotos e vídeos de bastidores
O Instagram oficial do filme “Emmy and the Breakfast Club” divulgou as primeiras fotos e vídeos dos bastidores de sua produção. Como demonstram as imagens, trata-se de um filme sobre o começo da carreira de Madonna. A produção é independente e não autorizada, escrita e dirigida por Guy Guido, que estreia em ambas as funções. O título se refere às duas primeiras bandas de Madonna, formadas entre o final dos anos 1970 e o começo dos 1980, logo após ela chegar em Nova York. Muita gente não sabe, mas Madonna tocava guitarra e bateria antes de se tornar conhecida como cantora, e o filme abordará este período. A fase não é só musical. Também inclui a primeira tentativa de “Louise Ciconne” virar atriz, conforme demonstra um dos vídeos em que sua intérprete aparece nua – recriando cenas do filme “Um Certo Sacrifício”, feito em 1979 e que só estreou em 1985, após Madonna tentar barrá-lo. Não é difícil imaginar que a cantora seja capaz de criar novas dificuldades para o lançamento de “Emmy and the Breakfast Club”, que não tem previsão de estreia. Por enquanto, vale apontar a impressionante semelhança da atriz novata Jamie Auld com a verdadeira Madonna, a ponto de, em determinadas fotos, poder ser confundida com a própria. Um detalhe curioso: Dan Gilroy, ex-namorado de Madonna, com quem ela formou a banda The Breakfast Club em 1979, e outros músicos da época participam do filme comentando a história em tom semidocumental – o que só aumenta a estranheza da produção. Um vídeo publicado por Emmy and the Breakfast Club (@emmyandthebreakfastclub) em Out 20, 2016 às 6:31 PDT Um vídeo publicado por Emmy and the Breakfast Club (@emmyandthebreakfastclub) em Nov 28, 2016 às 12:50 PST Um vídeo publicado por Emmy and the Breakfast Club (@emmyandthebreakfastclub) em Nov 29, 2016 às 11:13 PST Um vídeo publicado por Emmy and the Breakfast Club (@emmyandthebreakfastclub) em Dez 1, 2016 às 4:01 PST
Scorsese diz que não fará mais cinebiografia de Sinatra por causa da família do cantor
O diretor Martin Scorsese revelou ter desistido de filmar a cinebiografia de Frank Sinatra, que ele vinha desenvolvendo há muitos anos. E a culpa seria dos herdeiros do cantor. “Não podemos fazê-la”, disse Scorsese, em entrevista ao jornal canadense The Toronto Sun. “Acho que finalmente acabou. [Os herdeiros de Sinatra] Não vão concordar.” “Algumas coisas são muito difíceis para uma família e eu entendo completamente”, disse o diretor. “Mas se eles esperam que eu faça o filme, não podem exigir certas coisas. O problema é que o homem era muito complexo. Todas as pessoas são complexas – mas Sinatra era particularmente complexo.” O diretor começou a trabalhar na cinebiografia em 2009, envolvendo os roteiristas Phil Alden Robinson (“Campo dos Sonhos”) e Billy Ray (“Jogos Vorazes”) no roteiro da produção. Quando o projeto pareceu que ia sair do papel, após a estreia de “A Invenção de Hugo Cabret” (2011), Leonardo DiCaprio chegou a ser cotado como possível protagonista.
Cinebiografia do guitarrista Django Reinhardt vai abrir Festival de Berlim
A organização do Festival de Berlim anunciou que sua edição de 2017 será aberta por “Django”, cinebiografia francesa sobre o lendário guitarrista de jazz Django Reinhardt. O filme também integrará a competição oficial do Urso de Ouro. “Django” é o primeiro longa-metragem dirigido por Etienne Comar, roteirista e produtor de obras como “Homens e Deuses” (2010), “Os Sabores do Palácio” (2012) e “Meu Rei” (2015). O ator francês de origem argelina Reda Kateb (“A Hora Mais Escura”) interpreta o papel principal, numa trama centrada na fuga de Reinhardt da Paris ocupada pelos nazistas, em 1943. Segundo o diretor do Festival de Berlim, Dieter Kosslick, o “perigo constante, a fuga e as atrocidades cometidas contra sua família não foram capazes de fazê-lo parar de tocar.” Reinhardt foi perseguido pelos nazistas por sua origem cigana. O presidente do júri deste ano será o cineasta holandês Paul Verhoeven, atualmente em cartaz nos cinemas com “Elle”, que concorre ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e foi um dos 15 melhores filmes lançados em circuito limitado no Brasil em 2016. O Festival de Berlim ocorrerá entre 9 e 19 de fevereiro de 2017 na capital da Alemanha, e contará com a exibição de quatro longa-metragens brasileiros.
Seu Jorge vai viver Pixinguinha no cinema
O cantor Seu Jorge vai encarnar Pixinguinha (1897-1973), o lendário compositor de “Carinhoso”, numa cinebiografia. Ele assinou contrato para protagonizar “Pixinguinha — Um Homem Carinhoso”, cujas filmagens estão previstas para acontecer entre janeiro e fevereiro no Rio. O elenco também inclui Taís Araújo (“O Roubo da Taça”) como Beti, mulher do músico, e deve contar com Lázaro Ramos (“Mundo Cão”), atualmente em negociação para interpretar o também flautista Alfredo da Rocha Vianna, pai do protagonista. O longa vai priorizar o período dos anos 1940 e trará Seu Jorge tocando de verdade a flauta — uma das especialidades de Pixinguinha — para conferir credibilidade à representação do maestro, músico e compositor carioca. Seu Jorge já tem bastante experiência no cinema, tendo aparecido em clássicos modernos como “Cidade de Deus” (2002) e “Tropa de Elite 2” (2010), além de ter se destacado até em produções internacionais, como “A Vida Marinha com Steve Zissou” (2004), de Wes Anderson, e no thriller “O Escapista” (2008), de Rupert Wyatt. Com lançamento previsto para outubro de 2017, a biografia de Pixinguinha vai marcar a estreia nos cinemas de Denise Saraceni, conhecida pela direção de novelas e séries da Globo. O roteiro foi escrito por Manuela Dias (“A Floresta Que Se Move”), com quem Saraceni trabalhou na minissérie “Ligações Perigosas”.
Roberto Carlos vai ganhar filme ao estilo de 2 Filhos de Francisco
Depois de Elis, é a vez de Roberto Carlos ganhar uma cinebiografia oficial. O cineasta Breno Silveira, responsável por dirigir o longa, revelou ao UOL que a ideia é fazer um filme ao estilo de “2 Filhos de Francisco” (2005). Esta será a terceira cinebiografia musical de Silveira, que, além do filme de Zezé de Camargo & Luciano, dirigiu ainda “Gonzaga – de Pai pra Filho” (2012). Entre um e outro, ele filmou “À Beira do Caminho” (2012), drama de caminhoneiro inspirado pela música homônima de Roberto Carlos. O projeto aproximou diretor e cantor. Ainda sem previsão de lançamento, o longa será narrado pelo próprio Roberto Carlos, em uma estrutura semelhante à de “2 Filhos de Francisco”. O cantor também trabalhará na produção e supervisão do projeto, terá total controle sobre a obra, escolhendo elenco e aprovando o roteiro, que será escrito por Nelson Motta e Patrícia Andrade. Mesmo assim, Breno sonha em tocar em assuntos considerados tabus. Entre eles, o traumático acidente que causou a amputação de uma perna de Roberto Carlos na infância, além da morte da mulher Maria Rita e de seu conhecido TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), que o impede de vestir roupas coloridas e dizer certas palavras. Mas o mais provável é que, com tanto controle do cantor, dificilmente surgirão as histórias mais polêmicas, como aquela encenada em “Tim Maia” (2014), que foi limada, por motivos pouco claros, na exibição televisiva da obra. Meticuloso, Roberto exerce grande controle sobre sua imagem e em 2007 chegou a processar o escritor Paulo Cesar de Araújo, que escreveu uma biografia não autorizada, “Roberto Carlos em Detalhes”, lançada sem seu consentimento e retirada das livrarias por ordem judicial. Claro que Roberto pode surpreender, caso decida encarar o projeto como uma espécie de testamento para os fãs. É o que dá a entender o cineasta, que diz que o filme foi sugerido pelo próprio cantor. “Tivemos apenas as conversas iniciais, e ele foi muito carinhoso comigo. Mas ainda não decidimos os assuntos que vão ou não entrar. Mas, pelo que entendi, ele pretende relevar muita coisa que está guardada com ele”, Silveira contou ao UOL. Por sinal, o filme deverá ser lançado junto de uma biografia oficial, que vem sendo preparada há anos pelo cantor. A trama retratará as diversas fases da carreira do artista, interpretado por atores diferentes, inclusive pelo próprio Roberto – Christian Figueiredo fazendo escola. “O trabalho de escolha [de atores] tem que ser feito com muito cuidado. A gente tem alguns bons atores que tem um tipo parecido. Mas eu não descarto também procurar por pessoas desconhecidas. Tudo é teste”, adiantou o diretor. Procurado pelo portal para comentar o projeto, Roberto Carlos afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não existe ninguém melhor do que ele mesmo para a contar a própria história. Silveira faz eco. “É uma honra fazer uma biografia de alguém que sempre acompanhei, de quem sempre fui fã. Sempre tive vontade de filmar o Roberto. E, com a pessoa ainda viva e presente, fica ainda mais bonito.”






