Globo prioriza carnaval e só exibirá o Oscar 24 horas após a premiação
A Globo confirmou que não vai transmitir o Oscar 2017 ao vivo. O cinéfilo que sintonizar o canal na noite de domingo, 26 de fevereiro, irá se deparar com carnaval. Mesmo assim, a emissora carioca escalou Cristiane Pelajo, Miguel Falabella e Artur Xexéo para apresentar os melhores momentos do evento, num compacto que irá ao ar na noite seguinte, 27 de fevereiro, 24 horas após o resultado ser conhecido e debatido à exaustão. Quem quiser assistir ao evento máximo do cinema ao vivo, terá como opção apenas a TV paga. A 89ª edição da premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas terá exibição simultânea no Brasil pelo canal pago TNT, com comentários de Rubens Ewald Filho, a partir das 22h do dia 26 de fevereiro.
Oscar 2017 não terá memes de Glória Pires e pode nem ir ao ar na Globo
É oficial. Glória Pires não será a comentarista do Oscar 2017 para a Globo, deixando frustrados centenas de internautas ansiosos por novos memes. De acordo com a assessoria de imprensa da rede Globo, ainda não está definido o formato da transmissão da cerimônia deste ano, que coincidirá com o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Das últimas vezes que isso aconteceu, em 2009 e 2014, a Globo optou por não transmitir a premiação ao vivo, sambando nos cinéfilos. Portanto, o mais provável é que a emissora exiba um compacto com os melhores momentos no dia seguinte à premiação. Para fazer isto, o canal convidou Miguel Falabella. Glória virou sensação no ano passado, durante sua participação na cobertura do Oscar 2016, graças à superficialidade de seus comentários. Entre os pontos altos, destaca-se a sinceridade ao analisar o indicado brasileiro a melhor animação, “O Menino e o Mundo”, que perdeu para “Divertidamente”: “Não assisti nenhum dos dois”. E o meme favorito dos internautas, quando foi instada a opinar sobre o melhor filme e se saiu com o agora icônico: “Não sou capaz de opinar sobre isso”. A atriz já tinha dito que não pretendia repetir a experiência. Mas, graças à sua participação sem noção, a transmissão da rede Globo apresentou um crescimento de 3% em relação à cerimônia de 2015, que contou com comentários do ator Lázaro Ramos. O Oscar 2016 marcou 9,1 pontos de audiência, contra 8,8 pontos de 2015. Até 2014, o comentarista era José Wilker, que faleceu em abril daquele ano. A cerimônia do Oscar 2017 acontece no dia 26 de fevereiro e será exibida ao vivo pelo canal pago TNT, com comentários de Rubens Ewald Filho, que, se não viram memes, rendem jogo de bebidas entre os cinéfilos já há alguns anos.
Apaixonados – O Filme é mais um exemplar de humor televisivo nos cinemas brasileiros
É tanto lançamento de filme brasileiro com o subtítulo “O Filme” que já parece piada pronta. “Apaixonados – O Filme”, de Paulo Fontenelle (“Se Puder… Dirija!”), por exemplo, parece usar o termo para justificar sua ida ao cinema. Deve se ver cinematográfico por imitar a estrutura da comédia romântica hollywoodiana com tramas paralelas, mas acaba televisivo ao imprimir ao formato um “humor brasileiro”, saído de programas tipo “Zorra Total” – caso, principalmente, do gringo assediado por duas mulheres. A trama paralela que poderia render um filme centra-se numa porta-bandeira de escola de samba, vivida por Nanda Costa. Trata-se de uma atriz que costuma surpreender quando bem aproveitada, como demonstrou em “Febre do Rato”, de Cláudio Assis. E seu romance com um médico consegue despertar algum interesse, pelos desencontros que acontecem e pela ambientação carnavalesca. Assim como a história do rapaz rico e da moça pobre, que também produz algum interesse. Mas ambas acabam reduzidas a um fiapo narrativo, sem nenhum desenvolvimento, sobrepostas por histórias que não despertam a mesma simpatia. O filme é claramente uma perda de tempo. De fato, a produção poderia muito bem ser realizada como um especial da Rede Globo e não ocupar espaço precioso no circuito cinematográfico. Mas “Apaixonados – O Especial Televisivo” não soa tão bem como título.
Estreias: Kung Fu Panda 3 chega em mais de mil salas em semana com dez lançamentos
Maior estreia da semana, “Kung Fu Panda 3” chega em mais de mil salas de cinema (654 em 3D) após quebrar recorde de bilheteria na China, num circuito 47% maior que o do longa anterior, que estreou em 714 salas em 2011. A aposta, por sinal, mais que dobra em relação à estreia da franquia em 2008, quando o primeiro “Kung Fu Panda” foi lançado em 417 salas. A esta altura, os personagens são bem conhecidos, o que supõe maior interesse. Mas o filme é para crianças e chega tarde, um mês após o lançamento original nos EUA, numa “estratégia” que lhe custa o benefício do período das férias escolares. Embora os golpes do kung fu animado conquistem um terço de todos os cinemas do país, duas comédias que já fracassaram nos EUA tentam recuperar o investimento nos shoppings brasileiros, com distribuição maior que suas “qualidades”. Lançada em quase 300 salas, “Cinquenta Tons de Preto” exibe uma paródia de “Cinquenta Tons de Cinza”, realizada pelos responsáveis por “Inatividade Paranormal”, enquanto “Zoolander 2” ocupa metade desse espaço com a continuação de uma comédia antiga (2001) de Ben Stiller sobre o universo da moda. O primeiro ridiculariza o que já é ridículo, o segundo tenta bater o recorde de aparições de celebridades, e ambos entregam esquetes em vez de histórias. O drama “Um Homem entre Gigantes” também falhou em empolgar público e crítica americanos. Cinebiografia do médico imigrante que enfrentou a liga de futebol americano para denunciar as condições de saúde dos atletas deste esporte violento, tem como destaque a boa interpretação de Will Smith, que chegou a acreditar na possibilidade de uma indicação ao Oscar. Ela não veio porque o resto – roteiro, direção, etc – não acompanhou seu desempenho. Lançado há seis semanas e já quase fora de cartaz nos EUA, o filme deu prejuízo, o que leva o estúdio a buscar o mercado internacional. Infelizmente, com expectativas acima das possibilidades: 74 salas é muita ambição para um filme sobre um esporte não olímpico e pouco apreciado no Brasil. Ironicamente, o melhor “filme americano” da semana é um terror. Gênero subestimado, de vez em quando revela boas surpresas como esta “A Bruxa”, que rendeu ao estreante Robert Eggers o prêmio de Melhor Direção no Festival de Sundance 2015, além de revelar a atriz Anya Taylor-Joy, que deve aparecer em mais quatro filmes nos próximos 10 meses. Fãs de terror convencional podem ter dificuldades com sua abordagem, que explora a atmosfera, a locação e a presença assustadora de um bode, misturando sangue e delírio de forma perturbadora. A trama se passa numa fazenda isolada e distante do século 17, onde vive um casal temente a Deus e seus cinco filhos, até que o desaparecimento de um bebê recém-nascido gera suspeitas da existência de uma bruxa nas redondezas. Um detalhe interessante é que se trata de um coprodução brasileira, com participação da RT Features, do produtor Rodrigo Teixeira, o que justifica seu lançamento pouco “indie”, em 97 salas. Mais uma curiosidade nacional é oferecida ao público em “Meu Amigo Hindu”. A volta de Hector Babenco, após nove anos sem filmar, é estrelada por um americano, Willem Dafoe, e foi originalmente filmada em inglês. Mas o elenco de apoio e as locações são de novela brasileira. O que leva a uma ironia peculiar: o filme ganhou dublagem nacional para chegar a 44 cinemas. A trama evoca um drama particular do diretor, usando Dafoe como seu alter ego, e resulta num longo filme de doença. Escolhido para abrir a Mostra de São Paulo do ano passado, agradou apenas aos críticos mais velhos, que tendem a ser reverentes. O maior lançamento brasileiro, porém, é outro. Uma comédia, é claro. E, como de praxe, com o subtítulo “O Filme”. Trata-se de “Apaixonados – O Filme”, que, apesar de se passar no carnaval, também é hollywoodiana, seguindo a fórmula da comédia romântica como conto de fadas. A direção é de Paulo Fontenelle, que chega ao terceiro longa sem demonstrar muita evolução – continua confundindo atores da rede Globo com talentos e roteiros televisivos com cinema. Pelo tempero nacional, “Apaixonados” sai-se melhor que os péssimos “Se Puder… Dirija” (2013) e “Divã a 2” (2015), mas compartilha com eles a previsibilidade de sua história. Em 124 salas. Como costuma acontecer em toda semana, o circuito limitado destaca um lançamento francês. Desta vez, um drama romântico de características surreais, “Fique Comigo”, que traz a atriz Isabelle Huppert (“Amor”) numa de suas histórias paralelas. Estreia em 11 salas em apenas quatro cidades. A programação se completa com dois filmes japoneses lançados de forma restrita. “Black Butler – O Mordomo de Preto”, que chega em apenas três salas no Rio, é adaptação de um mangá sobre um mordomo do inferno, que serve a um mestre em troca de sua alma. No filme, o mestre é uma mestra, o que gera subtexto de dominação sadomasoquista. O visual neogótico completa o pré-requisito cult, mas a trama é boba – uma história de vingança – e filmada de forma exagerada, como se fosse uma animação – o anime derivado dos quadrinhos, por sinal, é mais conhecido pelo título “O Mordomo Sombrio”. Por fim, “Nossa Irmã Mais Nova” é a obra mais recente de Hirokazu Koreeda, um dos maiores mestres dedicados a dramas sobre crianças no cinema contemporâneo – diretor dos sensíveis “Ninguém Pode Saber” (2004), “Andando” (2008) e “Pais e Filhos” (2014). O longa acompanha três irmãs que descobrem, no funeral do pai que as abandonou pequenas, que têm uma quarta irmã mais nova e, num ato impulsivo, a convidam a viver com elas. A chegada da quarta irmã perturba o ambiente da família materna, mas, como a mãe das jovens também as abandonou quando eram adolescentes, elas se sentem acima das críticas. Terno, tocante e encantador, “Nossa Irmã Mais Nova” é um filme que faz bem. Infelizmente, fará bem a poucos, lançado em apenas duas salas em São Paulo. Estreias de cinema nos shoppings Estreias em circuito limitado
Vídeo carnavalesco de Zootopia transforma personagem de Shakira na Zoobeleza
A Disney divulgou um novo vídeo de “Zootopia” produzido especialmente para o Brasil, em que a gazela Gazelle, personagem dublada em inglês pela cantora Shakira, entra no clima do carnaval. Ela vira a “Zoobeleza”, dançando samba sob confetes digitais, numa rápida aparição. Shakira também interpreta a música-tema da animação, intitulada “Try Everything”, e este é um dos poucos vídeos da produção em que a canção não é martelada. “Zootopia” se passa num mundo onde a humanidade nunca existiu. Em vez de macacos, outros mamíferos evoluíram, dando origem a uma civilização formada por diferentes animais, que se vestem, trabalham e usam tecnologia em seu cotidiano. O problema é que as características e rivalidades entre as espécies foram preservada nessa civilização. A trama acompanha Nick Wilde (Rodrigo Lombardi na versão brasileira), um raposo falastrão que é acusado de um crime que não cometeu. Para se safar, ele vai ter que contar com a ajuda de Judy Hopps (Monica Iozzi na versão brasileira), uma coelha policial moralista que não larga do seu pé. Na versão em inglês, as vozes dos dois personagens são dubladas por Jason Bateman (“Quero Matar Meu Chefe”) e Ginnifier Goodwin (série “Once Upon A Time”). Além deles, o elenco de dubladores originais também inclui Idris Elba (“Círculo de Fogo”) e J.K. Simmons (“Whiplash – Em Busca Da Perfeição”). Dirigido por Byron Howard (“Enrolados”), Rich Moore (“Detona Ralph”) e o estreante Jared Bush (da equipe de “Operação Big Hero”), “Zootopia” estreia em 18 de fevereiro no Brasil, duas semanas antes do lançamento nos EUA.
Leandra Leal se fantasia de David Bowie para baile de carnaval
A atriz Leandra Leal (“O Lobo Atrás da Porta”), musa do cinema brasileiro atual, homenageou David Bowie, falecido em janeiro, no baile Sem Rival, no Rio de Janeiro. A atriz escolheu uma roupa de visual new wave e pintou um raio em seu rosto, em referência à capa de “Aladdin Sane”, álbum de Bowie lançado em 1973. A fantasia chamou atenção em seu perfil no Instagram, ao mostrar que o Carnaval também pode ser rock’n’roll. A propósito, ela vai cantar em seu próximo filme, uma adaptação da novela “Cheias de Charme” (2012), previsto para o segundo semestre.
Apaixonados: Comédia romântica de carnaval ganha primeiro trailer
Em clima de carnaval, a H2O Films divulgou o pôster e o primeiro trailer de “Apaixonados – O Filme”, comédia romântica brasileira, que tem como pano de fundo justamente a festa de Momo. A prévia é repleta dos encontros e desencontros característicos do gênero, com direito às histórias paralelas, dificuldades e coincidências que garantem o final feliz. O que a diferencia dos clichês de Hollywood é a locação carioca, que além de desfiles de escolas de samba inclui os contrastes sociais e raciais entre o asfalto e o morro. O elenco inclui Nanda Costa (“Gonzaga: De Pai pra Filho”), Raphael Vianna (“Divã a 2”), Roberta Rodrigues (“Sorria, Você Está Sendo Filmado”), João Baldasserini (“Linha de Passe”), Roberto Bomfim (“O Inventor de Sonhos”) e Luiz Guilherme (“Hotel Atlântico”), além de marcar a estreia no cinema do ator de teatro musical Danilo de Moura (“Tim Maia – Vale Tudo, O Musical”), como um turista americano que se apaixona pela feijoada e o carnaval. Com direção de Paulo Fontenelle (“Divã a 2”), “Apaixonados” estreia em 3 de março. Só não precisava recorrer ao expediente de incluir um “O Filme” no título, como outras dezenas de produções recentes. Será que a produção é tão televisiva, a ponto de precisar chamar atenção no título de que se trata de cinema?






