Novo drive-in de São Paulo vai exibir filmes nacionais em sessões gratuitas
São Paulo vai ganhar mais um drive-in em agosto. Mas não será mais um espaço a cobrar ingresso caro para o público assistir filmes disponíveis em streaming. O Projeto Paradiso, iniciativa filantrópica do Instituto Olga Rabinovich, fechou parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, a Spcine e o Cine Autorama – e conta com apoio da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) – para oferecer sessões gratuitas exclusivamente de filmes brasileiros. O novo cinema ao ar livre Drive-In Paradiso será instalado no estacionamento da Alesp, no Ibirapuera, e funcionará de 1 a 23 de agosto com uma programação realmente diferenciada, com curadoria da cineasta e cinéfila Marina Person (“Califórnia”). Para marcar o lançamento do projeto, o premiado “Meu Nome É Bagdá”, de Caru Alves de Souza, será exibido na estreia, no dia 1º de agosto. Inédito em circuito comercial, o drama de ficção sobre skatistas paulistas foi premiado no Festival de Berlim, no começo do ano. “Meu Nome É Bagdá” será exibido entre “Café com Canela”, de Glenda Nicácio e Ary Rosa, premiado no 50º Festival de Brasília, e o icônico “Central do Brasil”, de Walter Salles, que integra uma homenagem aos grandes clássicos brasileiros na programação do drive-in. As sessões serão realizadas apenas aos sábados e domingos, às 17h, 20h e 23h. No primeiro domingo de programação, estão previstos o infantil “As Aventuras do Avião Vermelho”, a biografia musical “Elis” e a comédia blockbuster “De Pernas pro Ar 3”. Nos próximos dias, serão realizadas exibições de “Bacurau” – em sessão dupla com filme surpresa escolhido pelo diretor Kleber Mendonça Filho – e “Pacarrete”, de Allan Deberton, grande vencedor do Festival de Gramado do ano passado e também inédito em circuito comercial de cinema. Antes dos longas, ainda haverá a exibição de curtas-metragens produzidos por cineastas das periferias de São Paulo, que integram o projeto Curta em Casa – desenvolvido durante a pandemia pelo Projeto Paradiso em parceria com o Instituto Criar e a Spcine.
Até o Fim enaltece a superação e a pluralidade no cinema brasileiro
O cinema brasileiro, todos sabem, é plural. Como o país. Há tempos deixou de ser exclusividade do Rio de Janeiro e de São Paulo. Cidades do interior, como Contagem-MG e agora também Cachoeira, no Recôncavo Baiano, aparecem no cinema brasileiro contemporâneo como áreas de explosão afetiva e artística. Os jovens cineastas baianos Ary Rosa e Glenda Nicácio têm chamado a atenção desde “Café com Canela” (2017), o lindíssimo filme sobre amizade, superação diante das adversidades e valorização da cultura afro-descendente. Isso dentro de uma estrutura que mistura experimentação com um pouco de classicismo. A descrição até faz lembrar seu mais novo filme, “Até o Fim”, exibido e premiado na 23ª Mostra Tiradentes, no começo do ano. O filme foi aplaudido de pé e, pelos testemunhos, dá-se a entender que foi a mais intensa recepção popular de um filme exibido no evento. Muito disso tem a ver com a aguardada expectativa de um novo filme da dupla, que ainda fez “Ilha” (2018), talvez seu trabalho mais arriscado. “Até o Fim” agrada mais por ser feminino e cheio de afetividade, como “Café com Canela”. Mas, em vez de se focar em amizades, aqui o elo que une as protagonistas, depois de tantos anos de distância, é o sangue. Pelo menos três das mulheres da trama são irmãs. O filme começa, curiosamente, na mesma barraca de “Ilha”, além de fazer uma referência direta e explícita a essa obra. Isso acaba por trazer uma familiaridade ao filme, apesar dos diretores ainda terem poucos trabalhos realizados. É nesta barraca que conhecemos Geralda (Wal Diaz), uma mulher de meia idade que é dona daquele espaço. Ela recebe a notícia da morte iminente de seu pai, que está internado no hospital. Essa situação será o elemento que reunirá as irmãs de Geralda. Primeiro aparece a simples e alegre Rose (Arlete Dias) e depois a bem-sucedida Bel (Maíra Azevedo, a Tia Má do YouTube). A quarta personagem aparecerá para balançar ainda mais a noite. Toda a narrativa acontece no espaço de uma noite, onde muitas feridas são expostas em uma discussão calorosa. A começar pelo desabafo de Geralda, que se sente abandona pelas irmãs. Elas deixaram a cidade sem muita explicação e Geralda ficou sozinha, cuidando do pai. Pautada em diálogos, a trama beira a verborragia teatral, mas isso não chega a incomodar, porque os diálogos são cheios de tensão, emoção e espontaneidade. A figura do pai também é importante, pois ele se revela o principal responsável pelos rumos distintos das vidas daquelas mulheres. Mesmo sem nunca aparecer em cena, é como um espírito ruim que paira no ambiente, cuja morte é esperada ansiosamente pela maior parte daquelas mulheres. Ele simboliza a questão do abuso sexual, do ataque ao candomblé, da homofobia, da transfobia, do machismo etc. Como opção estética, os diretores optaram por enquadrar a trama numa janela em formato quadrado, que faz com que haja uma aproximação maior daquelas personagens na tela – além de passar um ar claustrofóbico. Vez ou outra, vemos dois quadros. A movimentação e os ângulos de câmera também são bem atípicos e apontam para uma vontade de experimentar, sem cair no experimentalismo puro. O resultado é uma junção muito bem orquestrada de um racionalismo ditado pela forma e de um sentimentalismo ditado pelos traumas e situações de fragilidade das personagens. Além do mais, a presença da quarta personagem, Vilmar (Jenny Muller), faz com que essas emoções explodam em um convite às lágrimas, que nem sempre representam a tristeza, mas também a alegria da superação, de estar lidando com coragem com as dores do passado que seguem vivas no presente. Disponibilizado brevemente no YouTube, é um filme que deve crescer muito na telona.
Café com Canela é um achado que não merecia ficar perdido em poucas salas
Impressionante como “Café com Canela” consegue ser ao mesmo tempo experimental e tão popular, tão capaz de falar ao grande público. O premiado trabalho de Glenda Nicácio e Ary Rosa, que venceu três troféus no Festival de Brasília 2017 e apresenta a uma baianidade muito gostosa, traz duas histórias paralelas: a de duas mulheres negras, de diferentes idades e situações. A jovem Violeta (a estreante Aline Brunne, encantadora) ganha a vida vendendo coxinhas e cuidando da avó muito velhinha e acamada, além de também cuidar com muita alegria e amor do marido, dos filhos e dos amigos. A outra linha paralela mostra um cenário mais sombrio, o de Margarida (Valdinéia Soriano, de “Ó Paí, Ó”), uma mulher que vive presa na própria casa, pela depressão causada pela perda do filho pequeno. O contraste entre as duas vidas é bem explícito e é natural sentirmos certo mal estar quando estamos na casa de Margarida, tão triste e tão abandonada. Mais do que isso: um lugar assombrado. Por isso o gosto pela vida de Violeta pega o público tão fortemente: é lindo vê-la cantando para a avó doente e que só se comunica pelos olhos e pelo sorriso. Ela canta com muito carinho, dá-lhe massagens nas mãos. Claro que nem tudo são flores e Violeta testemunha também a triste partida de um de seus vizinhos em outra passagem muito emocionante e também cheia de amor. Há algumas cenas que se destacam e que, ao serem lembradas, falam forte ao coração. Desde a mais simples, que pode ser vista como apenas um detalhe, envolvendo o cachorro e a avó de Violet ou o cantar de um dos personagens coadjuvantes. Ou, ainda, a descrição antecipada e triste da perda de um grande amor do personagem de Babu Santana (de “Tim Maia”) e a cena da bicicleta. Meus Deus, o que dizer da cena da bicicleta, algo capaz de encher os corações de amor? E no meio de tudo isso, no meio de uma celebração da vida como poucos filmes são capazes, ainda há um semi-monólogo fantástico de Margarida sobre a magia do cinema. Sim, a vida pode ser maravilhosa, mas o cinema é fantástico. Há até uma brincadeira com a quebra da quarta parede. Há ainda espaço para a celebração da riqueza da cultura afrobrasileira. O que lembra que se trata de um filme inteiramente feito com atores e atrizes negros, grande maioria da população da Bahia, onde “Café com Canela” se passa. No final, nem são esses detalhes – se é que podemos chamar de detalhes, inclusive os formais -, mas o quanto o filme mexe com as emoções do público. Um achado que, por falta de salas, tende a ficar perdido, como tantas outras joias recentes do cinema nacional.
Semana de estreias medíocres destaca Christopher Robin no cinema
Os cinemas recebem 11 estreias nesta quinta (15/8). São quatro filmes americanos, dois franceses e cinco brasileiros. E só os americanos têm distribuição ampla. O lançamento que chega em mais salas é “O Protetor 2”, em 500 cinemas, mas o único que escapa da safra medíocre hollywoodiana é “Christopher Robin”, que ocupa metade desse espaço. A forma relativamente tímida com que a Disney optou por lançar “Christopher Robin” no Brasil reflete o fraco desempenho do filme nas bilheterias americanas. Após dois fins de semana em cartaz nos Estados Unidos, o longa arrecadou US$ 54,9 milhões. Não é pouco. Mas também não é o que a Disney se acostumou a faturar, nem uma performance capaz de cobrir as despesas da produção. Por outro lado, agradou a crítica, com 71% de aprovação no site Rotten Tomatoes, ainda que sua premissa já tenha sido usada por Steve Spielberg em “Hook” (1991), o filme do Peter Pan adulto, e sua mensagem seja trombeteada pela Disney desde “Mary Poppins” (1964), sobre a importância de adultos não esquecerem como é ser criança. Para quem não lembra, Christopher Robin era o único personagem humano dos livros de A.A. Milne sobre o ursinho Pooh, inspirado no próprio filho do escritor. Nos livros originais e nos antigos desenhos da Disney, ele é um menino curioso e de imaginação fértil. Mas, no filme, surge como um homem de negócios atormentado por ter que priorizar o trabalho à sua esposa e filha. Sofrendo por ter que demitir diversos funcionários, a última coisa que precisa é voltar a ver Pooh. Mas é exatamente o que acontece. O ursinho ressurge em sua vida, pedindo sua ajuda para encontrar seus amigos novamente. Entretanto, ao voltar ao bosque encantado de sua infância, os bichinhos acham que o velho amigo é que precisa de adjuda e decidem ir todos juntos animar a família de Christopher Robin. Ewan McGregor (série “Fargo”) interpreta o Robin adulto e Hayley Atwell (a “Agent Carter”) vive sua esposa. Curiosamente, os dois já tinham participado de outras fábulas da Disney. Ela viveu a mãe de Cinderela em, claro, “Cinderela” (2015), e ele foi Lumière em “A Bela e a Fera” (2017). “O Protetor 2” volta a juntar o ator Denzel Washington e o diretor Antoine Fuqua, que trabalharam juntos no primeiro longa de 2014. A franquia é baseada numa série clássica de TV dos anos 1980 (“The Equalizer”), em que o protagonista protegia fracos e oprimidos, mas o novo longa é apenas um thriller genérico de ação, como qualquer dos filmes de vingança que Nicolas Cage e Bruce Willis estiverem fazendo nesta semana para lançamento direto em DVD. 50% no Rotten Tomatoes. Os outros americanos conseguem ser ainda piores. “Mentes Sombrias” é a pá de cal nas adaptações de best-sellers de fantasia juvenil em Hollywood. A trama mistura “X-Men” com “Jogos Vorazes” e fracassou tão espetacularmente, que nenhum estúdio deve querer voltar a ouvir falar em “distopia juvenil” tão cedo. 19% no Rotten Tomatoes. O terror “Medo Virtual” é outra reciclagem tosca, mistura de “O Chamado” e “Pretty Little Liars”, em que um app assombrado realiza cyberstalking do além. A produção é de 2016 e tão ruim que nem foi lançada nos Estados Unidos. Os franceses não se saem tão melhor, especialmente quando são chauvinistas, como é o caso de “A Outra Mulher”, comédia dirigida e estrelada pelo veterano ator Daniel Auteuil (“Caché”), sobre devaneios de infidelidade de um homem casado. O elenco também inclui Gerard Depardieu (“Mamute”), mas a câmera dedica mais atenção à nudez da espanhola Adriana Ugarte (“Julieta”). A outra produção francesa é o drama de época “Troca de Rainhas”, que enfoca a trajetória de Luís XV, coroado rei da França aos 13 anos de idade. O filme centra-se no acordo feito entre seu pai e o rei da Espanha para juntar suas famílias, fazendo com que as princesas das duas casas reais se casassem com os príncipes. Assim, o futuro Luís XV se vê casado com uma menina espanhola de quatro anos de idade. E não demora para esta menina e a irmã de Luis se verem rainhas de países que desconhecem. A história é verídica e fascinante. Dos cinco filmes brasileiros, “Café com Canela”, dos estreantes Glenda Nicácio e Ary Rosa, merece destaque por apresentar um elenco negro, por ser o mais premiado – três troféus no Festival de Brasília – e pela generosidade de sua trama, ao acompanhar o esforço de uma vizinha para ajudar sua antiga professora do primário, idosa e solitária, a superar a depressão. E nisto representa o avesso completa de “Como É Cruel Viver Assim”, mais uma obra sobre mau-caratismo no cinema brasileiro. O novo filme da diretora Julia Rezende (“Meu Passado Me Condena”) também é mais uma comédia sobre bandidos amadores que tentam executar um plano mirabolante de assalto, mote explorado recentemente por “Vai que Dá Certo”, “Vai que Dá Certo 2”, “O Roubo da Taça” e “Entrando Numa Roubada”. Já “Unicórnio”, de Eduardo Nunes (“Sudoeste”), foca o circuito de arte. Passou pelo Festival de Berlim, ocasião em que foi bastante elogiado pela imprensa internacional por sua fotografia. E o visual é realmente deslumbrante. O conteúdo, porém, enfatiza simbolismos que não são tão fáceis de apreciar. Adaptação de dois contos da escritora Hilda Hilst, acompanha uma menina (Barbara Luz), que mora sozinha com a mãe (Patrícia Pillar) no campo, acreditando que um dia seu pai vai voltar. Mas quem chega é outro homem (Lee Taylor), o que abala o delicado equilíbrio entre as duas. Completam a programação dois documentários nacionais, um deles sobre gays assumidos e o outro sobre o sociólogo e escritor Hélio Jaguaribe. Confira abaixo sinopses e trailers dos filmes mencionados para não enfrentar surpresas no escuro dos cinemas. O Protetor 2 | EUA | Ação Robert McCall (Denzel Washington) agora trabalha como motorista, ajudando pessoas que enfrentam dificuldades decorrentes de injustiças. Quando sua amiga Susan Plummer (Melissa Leo) é morta durante a investigação de um assassinato na Bélgica, ele decide sair do anonimato e encontrar seu antigo parceiro, Dave (Pedro Pascal), no intuito de encontrar pistas sobre o autor do crime. Christopher Robin | EUA | Fantasia Christopher Robin (Ewan McGregor) já não é mais aquele jovem garoto que adorava embarcar em aventuras ao lado de Ursinho Pooh e outros adoráveis animais no Bosque dos 100 Acres. Agora um homem de negócios, ele cresceu e perdeu o rumo de sua vida, mas seus amigos de infância decidem entrar no mundo real para ajudá-lo a se lembrar que aquele amável e divertido menino ainda existe em algum lugar. Mentes Sombrias | EUA | Fantasia Em um mundo apocalíptico, onde uma pandemia matou a maioria das crianças e adolescentes dos Estados Unidos, alguns sobreviventes desenvolvem poderes sobrenaturais. Eles então são tirados pelo governo de suas famílias e enviados para campos de custódia. Entre elas está Ruby (Amandla Stenberg), que precisa se esconder entre as crianças sobreviventes devido ao poder que possui. Medo Viral | EUA | Terror Um grupo de amigos baixa um aplicativo, que no início parecia ser inofensivo dando apenas algumas direções e informações, mas depois passa a se tornar sobrenatural, quando os jovens começam a ser aterrorizados por uma entidade que manifesta o medo de cada um. Troca de Rainhas | França | Drama Em 1721, para manter a paz entre França e Espanha após anos de guerra, o Regente do Reino da França, Philippe d’Orléans (Olivier Gourmet), propõe uma troca de princesas que resulta no noivado do rei da França, Louis XV (Igor van Dessel), de 11 anos, com Anna Maria Victoria (Juliane Lepoureau), de 4 anos; e do príncipe herdeiro Louis, de 11 anos, com Louise-Elisabeth d’Orleans (Anamaria Vartolomei), de 12 anos. Porém, a chegada dessas jovens princesas pode comprometer os jogos de poder na Corte. A Outra Mulher | França | Comédia Daniel (Daniel Auteuil) é um homem de imaginação fértil que, ao conhecer a nova namorada do melhor amigo, se pega fantasiando. Ele é casado e se sente apaixonado pela esposa, mas, não conseguindo escapar de sua imaginação, deixa a cautela de lado determinado a realizar seus mais loucos sonhos. Como É Cruel Viver Assim | Brasil | Comédia Vladimir (Marcelo Valle) está desempregado e perdido na vida. Ele vai entrando em desespero cada vez que escuta sua mulher, Clívia (Fabiula Nascimento), dizer que sonha com uma linda festa de casamento. Eis que surge Regina (Debora Lamm), uma amiga do casal, que propõe um plano: sequestrar seu ex-patrão, riquíssimo. Regina trabalhou na casa dele quatro anos como babá e sabe de cor todos os detalhes de sua rotina. Então, Vladimir resolve arriscar tudo e acha que essa é sua grande oportunidade de realizar algo grandioso e se sentir respeitado pela primeira vez na vida. Ele convida Primo (Silvio Guindane), um amigo mais enrolado do que ele, para completar o time. Enquanto tomam as providências práticas, revelam-se suas frustrações, ambições e medos. Unicórnio | Brasil | Drama Quando o pai de Maria (Bárbara Peixoto) deixa sua casa, a menina e a mãe (Patrícia Pillar) voltam ao cotidiano de cuidar da casa e da plantação enquanto esperam que ele regresse. Porém, quando o destino das duas se cruza com um criador de cabras (Lee Taylor) que vive na região, elas se entregam a seus desejos e o futuro da família pode se tornar trágico. Café com Canela | Brasil | Drama Após perder o filho, Margarida (Valdinéia Soriano) vive isolada da sociedade. Ela se separa do marido Paulo e perde o contato com os amigos e pessoas próprias. Um dia, Violeta (Aline Brunne) bate à sua porta. Trata-se de uma ex-aluna de Margarida, que assume a missão de devolver um pouco de luz àquela pessoa que havia sido importante pra ela na juventude. Café com Canela | Brasil | Drama Após perder o filho, Margarida (Valdinéia Soriano) vive isolada da sociedade. Ela se separa do marido Paulo e perde o contato com os amigos e pessoas próprias. Um dia, Violeta (Aline Brunne) bate à sua porta. Trata-se de uma ex-aluna de Margarida, que assume a missão de devolver um pouco de luz àquela pessoa que havia sido importante pra ela na juventude. Abrindo o Armário | Brasil | Documentário O documentário entrevista dezenas de homens gays e mulheres transexuais para conhecer a experiência do indivíduo LGBT, tanto nos centros quanto na periferia, tanto nos dias de hoje quanto décadas atrás, durante a ditadura militar. Figuras icônicas como o escritor João Silvério Trevisan, as artistas Linn da Quebrada e Jup do Bairro e o gamer Gabriel Kami compartilham suas experiências pessoais de autoaceitação e preconceito. Tudo É Irrelevante, Hélio Jaguaribe | Brasil | Documentário O documentário tece um retrato de Helio Jaguaribe, um dos mais destacados intelectuais públicos brasileiros, e de uma geração que foi fundamental para pensar o Brasil e ajudar a recriar a abertura política e a democracia após a ditadura militar.
Longa mineiro Arábia vence o Festival de Brasília 2017
O 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro entregou seus prêmios na noite de domingo (24/9) e o grande vencedor foi o longa-metragem “Arábia”, da dupla mineira Affonso Uchoa e João Dumans, premiado como Melhor Filme, Ator (Aristides de Sousa), Montagem e Trilha Sonora pelo Júri Oficial, além do Prêmio da Crítica (Abraccine). Já o público preferiu “Café com Canela”, que também recebeu os troféus de Melhor Roteiro e Melhor Atriz (Valdinéia Soriano). “Arábia” já tinha sido passado por festivais internacionais, como Amsterdã, San Sebastian, Cartagena e IndieLisboa. Ainda sem previsão de estreia em circuito comercial, o longa acompanha Cristiano (Aristides de Souza), um jovem da periferia de Contagem (MG) que chega a Ouro Preto para trabalhar numa siderúrgica e acaba se envolvendo em um acidente de trabalho. Sua história é contada num grande flashback, por meio de um diário onde deixou relatos de dez anos de vida, desilusões, desencontros, paixões e andanças. O longa foi o segundo trabalho de Aristides de Souza no cinema, após “A Vizinhança do Tigre” (2016), também estreia do diretor Affonso Uchoa. “Café com Canela” transborda as vivências culturais do Recôncavo baiano, onde os dois diretores estreantes, Ary Rosa e Glenda Nicácio, moram há sete anos. A trama gira em torno do reencontro entre Margarida (Valdineia Soriano) e Violeta (Aline Brune), duas mulheres negras que têm suas vidas marcadas pelo luto. Eleita Melhor Atriz, Valdineia integra o Bando de Teatro Olodum desde a fundação do grupo, nos anos 1990. Adirley Queirós venceu o troféu Candango de Melhor Direção por “Era Uma Vez Brasília”, longa também premiado pela Fotografia e Som. Os prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante e Ator Coadjuvante ficaram com Jai Baptista (“Vazante”) e Alexandre Sena (“O Nó do Diabo”). Confira abaixo lista dos principais prêmios da noite. Vencedores do Festival de Brasília 2017 Longas Filme: “Arábia” Melhor Direção: Adirley Queirós (“Era uma Vez Brasília”) Melhor Ator: Aristides de Sousa (“Arábia”) Melhor Atriz: Valdinéia Soriano (“Café com Canela”) Melhor Ator Coadjuvante: Alexandre Sena (“Nó do Diabo”) Melhor Atriz Coadjuvante: Jai Baptista (“Vazante”) Melhor Roteiro: Ary Rosa (“Café com Canela”) Melhor Fotografia: Joana Pimenta (“Era uma vez Brasília”) Melhor Direção de Arte: Valdy Lopes JN (“Vazante”) Melhor Trilha Sonora: Francisco Cesar e Cristopher Mack (“Arábia”) Melhor Som: Guile Martins, Daniel Turini e Fernando Henna (“Era uma Vez Brasília”) Melhor Montagem: Luiz Pretti e Rodrigo Lima (“Arábia”) Prêmio Especial do Júri: Melhor Ator Social para Emelyn Fischer (“Música para quando as Luzes se apagam”) Prêmio do Júri Popular: “Café com Canela” Curtas Melhor Filme: “Tentei” Melhor Direção: Irmãos Carvalho (“Chico”) Melhor Ator: Marcus Curvelo (“Mamata”) Melhor Atriz: Patricia Saravy (“Tentei”) Melhor Roteiro: Ananda Radhika (“Peripatético”) Melhor Fotografia: Renata Corrêa (“Tentei”) Melhor Direção de Arte: Pedro Franz e Rafael Coutinho (“Torre”) Melhor Trilha Sonora: Marlon Trindade (“Nada”) Melhor Som: Gustavo Andrade (“Chico”) Melhor Montagem: Amanda Devulsky e Marcus Curvelo (“Mamata”) Prêmio Especial do Júri: “Peripatético” Prêmio do Júri Popular: “Carneiro de ouro”




