Bruce Lee vai ganhar série animada
O astro Bruce Lee está prestes a voltar à ativa, 50 anos após sua morte. A filha da lenda do kung fu, Shannon Lee, revelou a produção de uma nova série de anime, chamada “House of Lee”, que será estrelada por uma versão animada do ator e lutador. A produção, prevista para 2024, também ganhou um teaser, que pode ser visto abaixo. Em comunicado, Shannon Leea declarou: “O anime é um meio incrível para contar uma história verdadeiramente criativa onde Bruce Lee pode ser Bruce Lee. Estou muito animada com as possibilidades de ação, fantasia, história, cultura e criatividade dentro deste meio.” “House of Lee” será uma série de ação/fantasia que traz Bruce Lee lutando para reunir seus Guerreiros do Dragão antes que o mundo mergulhe na escuridão e sombras. A série se inspira na famosa citação de Bruce Lee: “Aqueles que não sabem que estão caminhando na escuridão nunca buscarão a luz.” Outros projetos Realizado de forma independente, em parceria com a plataforma Shibuya e sua co-fundadora Emily Yang (“White Rabbit”), o anime é a segunda série produzida por Shannon Lee inspirada por seu pai. Ela também lançou “Warrior”, série de kung fu atualmente em sua 3ª temporada na Max, baseada em manuscritos e ideias de Bruce Lee. O anúncio de “House of Lee” foi feito para marcar o aniversário de 50 anos de “Operação Dragão”, primeiro filme de kung fu produzido em Hollywood, que vai ganhar uma edição especial comemorativa em 4k. O thriller, que marcou a história do cinema de ação, projetou Lee como astro internacional do gênero, e contou com a participação de futuros superastros como Chuck Norris e Jackie Chan em pequenos papéis. Bruce Lee morreu um mês antes de seu lançamento, enquanto trabalhava em outra produção.
Ang Lee fará cinebiografia de Bruce Lee estrelada por seu filho
O cineasta Ang Lee (“Projeto Gemini”) vai comandar uma cinebiografia do ator e mestre em artes marciais Bruce Lee (“Operação Dragão”). Segundo o site Deadline, o filme, ainda sem título, será estrelado por Mason Lee (“Se Beber, Não Case! Parte II”), filho do diretor. Bruce Lee se tornou um dos primeiros atores sino-americanos a ganhar destaque na televisão, quando interpretou o personagem Kato na série “O Besouro Verde”. Mas era evidente sua frustrações como um protagonista obrigado a ser apenas ajudante. As frustrações aumentaram quando o ator branco David Carradine foi escolhido para interpretar o monge chinês Kwai Chang Caine na série “Kung Fu” no lugar de Lee. Na ocasião, os executivos da TV sentiram que o público não estava pronto para uma série protagonizada por um ator asiático. Decepcionado, Lee foi filmar em Hong Kong, onde obteve sucesso em uma série de filmes influentes, o que lhe deu notoriedade suficiente para estrelar o clássico “Operação Dragão” (1973), coprodução com os EUA que se tornou icônica. Sua ascensão, porém, foi interrompida pela morte repentina do astro aos 32 anos, pouco antes do filme ser lançado. “Com dificuldade para ser aceito como nem totalmente americano e nem totalmente chinês, Bruce Lee foi uma ponte entre o Oriente e o Ocidente que apresentou o Kung Fu chinês ao mundo, um cientista do combate e um artista icônico que revolucionou as artes marciais e o cinema de ação”, disse Ang Lee sobre o projeto ao site Deadline. “Sinto-me compelido a contar a história desse ser humano brilhante e único que ansiava por pertencer, possuía um tremendo poder em seu corpo de 61 quilos e que, por meio de trabalho árduo e incansável, transformou sonhos impossíveis em realidade.” Não se sabe, exatamente, qual período da vida de Bruce Lee será abordado na cinebiografia, mas Mason Lee tem 32 anos, um a menos que o astro quando morreu. Ang Lee tem trabalhado discretamente no projeto há algum tempo, inclusive preparando o seu filho para estrelar o filme. Mason Lee tem treinado para o papel na Ásia nos últimos três anos, durante toda a pandemia. Por estar em desenvolvimento há vários anos, o roteiro passou por diversas revisões, assinado por Jean Castelli (“A Longa Caminhada de Billy Lynn”), Alex Law (“A Tale of Three Cities”), Mabel Cheung (“A Tale of Three Cities”) e, mais recentemente, Dan Futterman (“Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo”), que arredondou a versão final. Embora pouco conhecido, Mason Lee fez participações em filmes como “Se Beber, Não Case! Parte II” (2011) e “Lucy” (2014). Nos últimos anos, ele tem se projetado no mercado chinês, estrelando filmes como “Pássaros do Subúrbio” (2018), “Stand by Me” (2019), “Limbo” (2021) e “Meu Lugar” (2022). A cinebiografia ainda não tem previsão de estreia. Mas esse não será o primeiro filme sobre Bruce Lee. Em 1993, o diretor Rob Cohen comandou “Dragão: A História de Bruce Lee”, que trouxe o ator Jason Scott Lee (o vilão de “Mulan”) no papel principal. Mais recentemente, uma versão polêmica de Bruce Lee também pode ser vista no filme “Era Uma Vez em… Hollywood” (2019), em que ele foi vivido por Mike Moh. Assista abaixo ao trailer de “Operação Dragão”.
Ni Kuang (1935-2022)
O veterano escritor Ni Kuang, que criou cerca de 300 roteiros para filmes de kung fu e ação de Hong Kong, faleceu no domingo (3/7) aos 87 anos, de câncer de pele. Ni nasceu em Xangai em 1935 e entrou clandestinamente em Hong Kong em 1957, nunca mais retornando à China continental. Aclamado como um gigante no mundo literário, ele publicou vários romances de artes marciais, wuxia e ficção científica, estourando na cultura chinesa com a franquia literária “New Adventures of Wisely”, em 1963. Dois anos depois, passou a escrever roteiros para os Shaw Brothers, maiores produtores do cinema de kung fu de Hong Kong. Seus créditos incluem clássicos absolutos do gênero, como “Espadachim de um Braço” (1967), “A Vingança do Kung Fu” (1970), “O Templo de Shaolin” (1976), “A 36ª Câmara de Shaolin” (1978), “Os Cinco Venenos de Shaolin” (1978), “A Vingança do Águia” (1978), “O Braço de Ouro do Kung Fu” (1979), “Os Invasores de Shaolin” (1983) e “O Lutador Invencível” (1984), entre muitos outros. Ele também criou os personagens que catapultaram Bruce Lee ao estrelato no cinema de Hong Kong, em “O Dragão Chinês” (1971) e “A Fúria do Dragão” (1972). Paralelamente, ainda escreveu cerca de 140 romances com o personagem Wisely, um homem envolvido com criaturas estranhas e alienígenas em aventuras futuristas ao redor do mundo. Estas histórias também foram levada ao cinema, além de renderem séries e adaptações em quadrinhos. Nos últimos anos, Ni recebeu duas homenagens da indústria cinematográfica de Hong Kong pelas realizações de sua carreira: do Hong Kong Film Awards (o Oscar da região) em 2012 e outro do Sindicato dos Roteiristas de Hong Kong em 2018.
Diretor de “O Homem Invisível” é favorito para filmar novo “Besouro Verde”
O diretor e roteirista Leigh Whannell, dos filmes “Sobrenatural” e “O Homem Invisível”, está em negociações com a Universal para comandar o novo longa do “Besouro Verde”. Segundo apurou o site Deadline, os executivos do estúdio têm feito reuniões com diversos candidatos em potencial, mas Whannell ganhou preferência após o sucesso de “Mulher Invisível”. A Universal tem os direitos de adaptação desde 2020, e o roteiro já está pronto, escrito pelo veterano David Koepp (dos primeiros “Jurassic Park”, “Missão: Impossível” e “Homem-Aranha”). O filme vai se chamar, em inglês, “The Green Hornet and Kato”, destacando no título o “Robin” do herói. Na famosa série de TV do “Besouro Verde”, nos anos 1960, Kato era vivido por ninguém menos que Bruce Lee. O Besouro Verde foi originalmente criado como radionovela em 1936 por George W. Trendle e Fran Strike, que também foram os pais de “O Cavaleiro Solitário”. Ele estreou nos quadrinhos em 1940, com roteiros do próprio Strike, no mesmo ano em que chegou aos cinemas com o primeiro de seus três seriados de aventura. Mas, curiosamente, acabou se tornando mais conhecido como herói da TV, após ganhar sua série em 1966. Interpretado por Van Williams, o personagem acabou eclipsado por seu assistente, já que Bruce Lee era bem mais conhecido. Além de sua própria atração, o Besouro Verde ainda teve crossovers com a série do “Batman” daquela época. Na trama original, Britt Reid, o dono milionário do jornal O Sentinela Diária, transformava-se num vingador mascarado no estilo do Sombra, que a polícia considerava um criminoso. Como a situação o ajudava a obter informações do submundo do crime, ele nunca quis limpar sua ficha. Em suas aventuras, o Besouro Verde era ajudado por Kato, seu mordomo e motorista de origem asiática, mestre em artes marciais, que dirigia o Beleza Negra, um carro tecnologicamente avançado. A última vez que os dois apareceram nas telas foi em 2011, numa comédia de ação da Sony, estrelada por Seth Rogen, Jay Chou e Cameron Diaz. A ideia era lançar uma franquia, mas o filme fracassou nas bilheterias, rendendo apenas US$ 227 milhões mundiais – para um orçamento de US$ 120 milhões. Ainda não há informações sobre a trama do novo longa, nem previsão de lançamento.
Filha de Bruce Lee enquadra Quentin Tarantino: “Homem branco de Hollywood”
Depois de ouvir seu pai ser mais uma vez ofendido por Quentin Tarantino, a produtora Shannon Lee (“Warrior”), filha do ator Bruce Lee, publicou um longo desabafo na revista The Hollywood Reporter. A briga entre Shannon Lee e Tarantino se tornou pública pela primeira vez quando ela reclamou do tratamento dado a seu pai em “Era uma Vez em… Hollywood”, após incontáveis casos de atores brancos pegaram papéis que podiam ser dele, passando-se por asiáticos. Para a filha do ex-ator e grande mestre das artes marciais, falecido em 1973, Tarantino podia ter tentado mostrar como Lee era estereotipado, em vez de desrespeitá-lo e retratá-lo como um asiático arrogante que puxava brigas com dublês. Na época do lançamento de “Era uma Vez… em Hollywood”, o diretor defendeu sua versão dizendo que “Bruce Lee era meio que um cara arrogante mesmo”. “O jeito que ele falava… Eu não inventei, ouvi ele falar coisas como essas. As pessoas me dizem ‘Ele nunca disse que poderia derrotar Muhammad Ali’, mas ele disse sim. E não foi só ele quem disse isso, sua esposa também. A primeira biografia dele que li foi ‘Bruce Lee: The Man Only I Knew’, de Linda Lee, e ela absolutamente disse isso.” O assunto voltou à tona no fim de semana, quando Tarantino foi divulgar o livro que expande a história do filme – lançado na terça passada (29/6) no Brasil. Em uma entrevista para o podcast “The Joe Rogan Experience”, o diretor baixou o nível ao voltar à carga. “Eu consigo entender a filha dele ter um problema com isso [a maneira como Lee foi interpretado]. É a p*rra do pai dela, eu entendo. Mas qualquer outra pessoa, vá chupar um p**!”. A resposta extremamente arrogante e mal-educada irritou de vez Shannon Lee, que foi convidada pelo THR a escrever uma coluna sobre a questão. “Como vocês já sabem, a forma como Bruce Lee foi retratada em ‘Era uma vez em… Hollywood’ pelo Sr. Tarantino, na minha opinião, foi pouco fiel e desnecessária, para dizer o mínimo (por favor, não vamos culpar o ator Mike Moh. Ele fez o que pôde com o que lhe foi dado). E embora eu esteja grata que o Sr. Tarantino tenha reconhecido tão generosamente a Joe Rogan que eu possa ter meus sentimentos sobre sua representação de meu pai, eu também sou grata pela oportunidade de poder expressar o seguinte: estou cansada pra c*ralho de homens brancos em Hollywood tentando me dizer quem era Bruce Lee”, escreveu Shannon. “Estou cansada de ouvir de homens brancos de Hollywood que ele era arrogante e um c*zão, quando eles não têm ideia e não conseguem entender o que pode ter sido necessário para conseguir trabalho em Hollywood nos anos 1960 e 1970 para um homem chinês com um (Deus o livre) sotaque, ou tentar expressar uma opinião em um set de filmagens sendo encarado como um estrangeiro e uma pessoa de cor”, continuou. “Estou cansada de homens brancos de Hollywood confundindo sua confiança, paixão e habilidades com arrogância e, logo, achando necessário diminuí-lo, assim como suas contribuições. Estou cansada de homens brancos de Hollywood acharem muito desafiador acreditar que Bruce Lee pode ter sido bom no que fazia e que talvez soubesse fazê-lo melhor que eles”. “Estou cansada de ouvir de homens brancos de Hollywood que ele não era um lutador de artes marciais e que só fazia isso para os filmes. Meu pai vivia e respirava artes marciais. Ele ensinava artes marciais, escrevia sobre artes marciais, criou sua própria arte marcial”, reforçou. “E, já que estamos aqui, estou cansada de me dizerem que ele não era americano (ele nasceu em São Francisco, Califórnia), que ele não era amigo de James Coburn, que ele não era bom com os dublês, que ele saía chamando as pessoas para brigas em sets de filmagens, que minha mãe disse em seu livro que meu pai acreditava que ele venceria Muhammad Ali (não é verdade), que tudo o que ele queria era ser famoso, e muito mais”. Ela finaliza com uma ressalva: “Claro, isso não se aplica a todos os homens brancos de Hollywood. Eu trabalhei com alguns colaboradores e parceiros maravilhosos. Mas encontrei muitos deles ao longo dos anos (e não só em Hollywood) que querem explicar Bruce Lee para mim e usam Bruce Lee quando e como lhes agrada sem reconhecer sua humanidade, seu legado ou sua família”.
Roteirista de Homem-Aranha vai escrever novo filme do Besouro Verde
O roteirista veterano David Koepp, que escreveu “Jurassic Park” (1993), “Missão: Impossível” (1998) e “Homem-Aranha” (2002), foi escalado para criar a história do novo filme do herói clássico Besouro Verde. A Universal vai produzir a adaptação em parceria com a produtora Amasia, que adquiriu os direitos de franquia após uma guerra de ofertas altamente competitiva em janeiro passado. A produtora é comandada pelo ex-presidente da Marvel Studios Michael Helfant em sociedade com Bradley Gallo, ex-Troika Pictures. Apesar de só agora ter contrato roteirista, o projeto já tem título oficial pelo menos desde abril: “The Green Hornet and Kato”, em inglês, sinalizando que o ajudante do Besouro Verde será igualmente celebrado desta vez. Na famosa série de TV do “Besouro Verde”, nos anos 1960, Kato era vivido por ninguém menos que Bruce Lee. O Besouro Verde foi originalmente criado como radionovela em 1936 por George W. Trendle e Fran Strike, que também foram os pais de “O Cavaleiro Solitário”. Ele estreou nos quadrinhos em 1940, com roteiros do próprio Strike, no mesmo ano em que chegou aos cinemas com o primeiro de seus três seriados de aventura. Mas, curiosamente, acabou se tornando mais conhecido como herói da TV, após ganhar sua série em 1966. Interpretado por Van Williams, o personagem acabou eclipsado por seu assistente, já que Bruce Lee era bem mais conhecido. Além de sua própria atração, o Besouro Verde ainda teve crossovers com a série do “Batman” daquela época. Na trama original, Britt Reid, o dono milionário do jornal O Sentinela Diária, transformava-se num vingador mascarado no estilo do Sombra, que a polícia considerava um criminoso. Como a situação o ajudava a obter informações do submundo do crime, ele nunca quis limpar sua ficha. Em suas aventuras, o Besouro Verde era ajudado por Kato, seu mordomo e motorista de origem asiática, mestre em artes marciais, que dirigia o Beleza Negra, um carro tecnologicamente avançado. A última vez que os dois apareceram nas telas foi em 2011, numa comédia de ação da Sony, estrelada por Seth Rogen, Jay Chou e Cameron Diaz. A ideia era lançar uma franquia, mas o filme “Besouro Verde” fracassou nas bilheterias, rendendo apenas US$ 227 milhões mundiais – para um orçamento de US$ 120 milhões.
John Saxon (1935 – 2020)
O ator John Saxon, que enfrentou Bruce Lee em “Operação Dragão” e Freddy Krueger em três filmes de “A Hora do Pesadelo”, morreu neste sábado (25/7), de pneumonia aos 83 anos. Ítalo-americano do Brooklyn, o ator interpretou personagens de várias etnias durante sua longa carreira, iniciada em 1954 com figurações nos clássicos “Demônio de Mulher” e “Nasce uma Estrela”, ambos dirigidos por George Cukor. Mas seu nome verdadeiro não era John, muito menos Saxon. Ele nasceu Carmine Orrico em 5 de agosto de 1936. Filho mais velho de um imigrante italiano, teve seu destino decidido num dia em que decidiu faltar à aula e ir ao cinema. Na saída da sessão, foi parado por um agente de modelos que lhe deixou um cartão e convite para testes. E começou a fazer fotonovelas. Aos 17 anos, já tinha agente – o mesmo que lançou as carreiras de Rock Hudson e Tab Hunter – e pseudônimo. Decidido a fazer cinema, estudou atuação e voou para Hollywood, onde participou de um workshop da Universal e foi contratado para aparecer nos filmes do estúdio. Depois das primeiras figurações, conseguiu seu primeiro papel de coadjuvante no drama de delinquentes “Running Wild” (1955), com Mamie Van Doren – a Marilyn Monroe dos filmes B. A estreia como protagonista aconteceu logo em seguida, em “Curvas e Requebros” (1956), em que tinha uma banda de rock com Sal Mineo (“Juventude Transviada”). Ele também foi roqueiro em “Estação do Amor” (1957) e namorou Sandra Dee no drama “Corações em Suplício” (1958), enquanto estrelava comédias de diretores famosos, como “Tudo Pelo Teu Amor” (1958), de Blake Edwards, e “Brotinho Indócil” (1958), de Vincente Minnelli. Os papéis de adolescente chegaram ao fim no começo dos anos 1960, mas Saxon se reinventou. Ele integrou o elenco dos westerns “O Passado Não Perdoa” (1960), de John Huston, “Os Destruidores” (1960), com Jeff Chandler, e “Quadrilha do Inferno” (1961), com Audie Murphy, e protagonizou o drama de guerra “Obsessão de Matar” (1962), como um dos psicopatas mais realistas de Hollywood, até o fim de seu contrato com a Universal o levar a filmar na Itália. Entre títulos de spaghetti western e guerra, Saxon acabou descobrindo o terror no cinema italiano, ao estrelar “Olhos Diabólicos” (1963), do mestre Mario Bava, primeiro filme de um gênero em que acabou se especializando. A lista de terrores de sua filmografia inclui vários títulos cultuados, como “Queen of Blood” (1966), produção de Roger Corman sobre uma vampira espacial que inspirou o primeiro “Alien” (1979), e “Noite do Terror” (1974), que já ganhou dois remakes – o mais recente no ano passado. Mas houve uma fase, ao voltar da Europa, que ele viu sua carreira restrita a trabalhos televisivos. Saxon apareceu em vários episódios de séries clássicas, como “Cimarron”, “Bonanza”, “Winchester 73”, “O Rei dos Ladrões”, “Os Audaciosos”, “Têmpera de Aço”, “O Homem de Virgínia”, “Gunsmoke”, “Arquivo Confidencial”, “Galeria do Terror”, “Kung Fu” e chegou até a viver Marco Polo em “Túnel do Tempo”. Felizmente, Saxon conseguiu encaixar papéis de cinema entre os capítulos da semana. E alguns dos filmes que estrelou a seguir acabaram entrando para a história do cinema. Ele começou sua volta por cima ao aparecer como bandido mexicano caçado por Clint Eastwood no western “Joe Kidd” (1972), de John Sturges. E, principalmente, ao enfrentar e se aliar a Bruce Lee no cultuadíssimo “Operação Dragão” (1973), um dos mais influentes filmes de artes marciais de todos os tempos. O sucesso internacional de “Operação Dragão” lhe rendeu um segundo ciclo italiano, desta vez praticamente restrito ao gênero policial, trabalhando com os especialistas Alberto De Martino e Humberto Lenzi. Mas o retorno aos EUA não foi diferente da primeira vez. Saxon retornou ao universo das séries, mas por estar mais conhecido, foi escalado como o vilão do crossover de 1976 entre “O Homem de Seis Milhões de Dólares” e a “Mulher Biônica”, lutou contra Linda Carter em um episódio duplo de “Mulher-Maravilha” – como nazista! -, viveu um poderoso magnata do Oriente Médio que namorou Alexis Colby (Joan Collins) num arco de “Dinastia” e ainda apareceu em 32 episódios como pai de Lorenzo Lamas em “Falcon Crest”. Saxon fez mais uma tentativa de retornar a Hollywood com “O Cavaleiro Elétrico” (1979), estrelado por Robert Redford, e na “Guerra nas Estrelas” barata de Roger Corman, chamada “Mercenários das Galáxias” (1980). Mas acabou retornando mesmo foi ao cinema italiano, desta vez ao mondo bizarro de “Canibais do Apocalipse” (1980), de Antonio Margheriti, e ao célebre giallo “Tenebre” (1982), de Dario Argento. Esta fase de terror culminou em sua escalação na obra-prima do gênero “A Hora do Pesadelo” (1984), de Wes Craven, em que viveu o pai policial da protagonista Nancy Thompson (Heather Lagenkamp). Saxon voltou em mais duas continuações: na única sequência escrita por Craven, “A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos” (1987), e na versão metalinguística da saga, “O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger” (1994), em que viveu a si mesmo, o ator John Saxon, que interpretava o Tenente Thompson. Este também foi o terceiro e último filme de Craven na franquia. O renascimento como astro de terror o inspirou até a virar diretor. Ele comandou um único filme na carreira, “Corredor da Morte” (1988), similar às produções baratas que estrelou na Itália. Foi um fracasso tão grande que nunca mais se arriscou. Após uma fase de muitos filmes ruins lançados direto em vídeo, Saxon reapareceu como vilão de blockbuster em “Um Tira da Pesada III” (1994) e como policial num terror cultuado, “Um Drink no Inferno” (1996), dirigido por Robert Rodriguez e escrito e estrelado por Quentin Tarantino. Ele também coestrelou “Genghis Khan: The Story of a Lifetime” (2010), último trabalho do mestre britânico Ken Anakin, codirigido por Antonio Margheriti. E continuava ativo, com dois projetos em desenvolvimento no momento de sua morte. John Saxon foi casado três vezes, com a roteirista Mary Ann Murphy, a comissária de bordo que virou atriz Elizabeth Saxon e, desde 2008, com cosmetóloga Gloria Martel. Os sobreviventes incluem dois filhos, um neto e um bisneto batizado com seu nome.
Documentário da ESPN sobre Bruce Lee ganha trailer
A ESPN Films, divisão de filmes do canal esportivo da Disney, divulgou o pôster e o primeiro trailer de “Be Water”, documentário sobre a vida e a carreira de Bruce Lee. Exibido no Festival de Sundance e com 75% de aprovação no site Rotten Tomatoes, o filme traz diversas imagens raras de Bruce Lee, desde filmes caseiros, cenas de cinema e entrevistas televisivas, que acompanham depoimentos de colegas, alunos e familiares, além de textos que ele escreveu. “Be Water” mostra como Bruce Lee foi inicialmente rejeitado por Hollywood, optando por retornar para Hong Kong para realizar quatro filmes de artes marciais a seu modo. Paralelamente, o documentário examina os problemas da indústria audiovisual em relação à representação asiática, que impediu o maior mestre do kung fu de ser aceito como astro de filmes de ação nos EUA. A direção é de Bao Nguyen, que anteriormente fez o documentário “Live from New York”, sobre quatro décadas do programa humorístico “Saturday Night Live”. O filme vai estrear em 7 de junho no canal pago americano ESPN, mas ainda não há previsão para sua exibição no Brasil.
Besouro Verde vai ganhar novo filme
O Besouro Verde vai voltar ao cinema. A Universal fechou a produção de um novo filme do herói clássico com a produtora Amasia, que adquiriu os direitos de franquia após uma guerra de ofertas altamente competitiva em janeiro passado. A produtora é comandada pelo ex-presidente da Marvel Studios Michael Helfant em sociedade com Bradley Gallo, ex-Troika Pictures. “Nosso objetivo é fazer um filme que os fãs existentes vão adorar, e novos fãs vão adorar descobrir”, disse Helfant em um comunicado divulgado nesta quinta (16/4). “Com a Universal, parece que estamos fundindo o passado e o futuro, criando uma versão contemporânea da franquia que é nova e emocionante, mas também respeitando seu longo legado e história.” Apesar de ainda não ter roteirista ou diretor definidos, o projeto já tem título oficial: “The Green Hornet and Kato”, em inglês, sinalizando que o ajudante do Besouro Verde será igualmente celebrado desta vez. Na famosa série de TV do “Besouro Verde”, nos anos 1960, Kato era vivido por ninguém menos que Bruce Lee. O Besouro Verde foi originalmente criado como radionovela em 1936 por George W. Trendle e Fran Strike, que também foram os pais de “O Cavaleiro Solitário”. Ele estreou nos quadrinhos em 1940, com roteiros do próprio Strike, no mesmo ano em que chegou aos cinemas com o primeiro de seus três seriados de aventura. Mas, curiosamente, acabou se tornando mais conhecido como herói da TV, após ganhar sua série em 1966. Interpretado por Van Williams, o personagem acabou eclipsado por seu assistente, já que Bruce Lee era bem mais conhecido. Além de sua própria atração, o Besouro Verde ainda teve crossovers com a série do “Batman” daquela época. Na trama original, Britt Reid, o dono milionário do jornal “O Sentinela Diária”, transformava-se num vingador mascarado no estilo do Sombra, que a polícia considerava um criminoso. Como a situação o ajudava a obter informações do submundo do crime, ele nunca quis limpar sua ficha. Em suas aventuras, o Besouro Verde era ajudado por Kato, seu mordomo e motorista de origem asiática, mestre em artes marciais, que dirigia o Beleza Negra, um carro tecnologicamente avançado. A última vez que os dois apareceram nas telas foi em 2011, numa comédia de ação da Sony, estrelada por Seth Rogen, Jay Chou e Cameron Diaz. A ideia era lançar uma franquia, mas o filme “Besouro Verde” fracassou nas bilheterias, rendendo apenas US$ 227 milhões mundiais – para um orçamento de US$ 120 milhões.
Ativistas de Hong Kong realizam boicote bem-sucedido ao filme chinês Ip Man 4
Ativistas pró-democracia em Hong Kong organizaram um boicote ao filme de artes marciais “Ip Man 4: The Finale”, que encerra a franquia “O Grande Mestre” (Ip Man), para protestar contra postura pró-Pequim do produtor Raymond Wong e das estrelas Donnie Yen e Danny Chan. A quarta parte da bem-sucedida franquia quebrou recordes de bilheteria na China, Taiwan e Cingapura. Mas, em Hong Kong, faturou apenas US$ 660 mil em sua estreia no fim de semana passado, atrás de “Star Wars: A Ascensão Skywalker” (que fracassou na China). Para desencorajar o público a assistir ao filme, os ativista encontraram uma forma criativa de manifestação, que troca piquetes por publicações de spoilers do filme nas redes sociais e cartazes em pontos estratégicos com a hashtag #BoycottIpMan4. O boicote foi organizado por usuários do fórum LIHKG, o similar local do Reddit, que tem sido um dos centros estratégicos do movimento pró-democracia de Hong Kong, iniciado em junho e enfrentado de forma dura pelas forças policiais. A ação faz parte da iniciativa popular “círculo econômico amarelo”, que começou a ganhar força nos últimos meses, com o objetivo de valorizar restaurantes, lojas e marcas que apoiam o movimento e prejudicar estabelecimentos “azuis” ou pró-China. Mapas e guias de “restaurantes/lojas amarelos” foram elaborados para incentivar o apoio de cidadãos de Hong Kong aos empreendedores democráticos. Raymond Wong tem notória posição pró-China, tendo organizado um fundo para uma organização contrária a movimentos por democracia em 2014 e criticado publicamente a vitória do drama politizado “Ten Years” no Hong Kong Film Awards em 2015, chamando a consagração do filme na cerimônia de “um grande erro” e “uma piada”. Donnie Yen, que interpreta o personagem-título da franquia, mostrou sua posição política ao subir ao palco e cantar com o líder chinês Xi Jinping em uma festa de gala comemorativa do 20º aniversário da reincorporação de Hong Kong à China continental, em 2017, além de ter feito uma declaração no início deste ano reafirmando a importância da “determinação da pátria”. E Danny Chan, que interpreta Bruce Lee no final da saga (Ip Man foi o mestre de Bruce Lee na vida real), tem apoiado abertamente a polícia de Hong Kong, postando nas mídias sociais que a polícia não deve “pegar leve com nenhum [manifestante]” nem “deixar ninguém escapar”. O produtor veterano Wong inaugurou a franquia “Ip Man” em 2008, fazendo de Yen uma estrela e abrindo caminho para seu envolvimento em superproduções de Hollywood, incluindo o spin-off de “Star Wars”, “Rogue One”, e o vindouro remake live-action de “Mulan”. “Mulan”, por sinal, deve se tornar o próximo alvo de boicote na região. Além de contar com Yen em papel importante, a intérprete da personagem-título, Liu Yifei, expressou apoio à repressão do movimento democrático. A atriz, que também é conhecida como Crystal Liu, usou a plataforma Weibo para dizer que “apoia os policiais” que estão reprimindo brutalmente as manifestações e que as críticas à repressão são “uma vergonha para Hong Kong”. Entretanto, a questão não é assim tão simples. A China é um país totalitário. Muitos confundem a liberdade econômica que tornou o gigante asiático numa potência comercial com a chegada de uma suposta democracia à região, mas a ditadura comunista continua no poder. E sua capacidade de retaliação lembra pesadelos stalinistas, com artistas sendo presos na calada da noite apenas por criticarem o governo ou por agirem de forma a contrariar os princípios do partido. Vale lembrar do sumiço forçado da atriz Fan Bingbing, que foi levada a lugar desconhecido e “pressionada” por cerca de quatro meses para confessar supostos crimes de sonegação de impostos, sendo liberada apenas após “pedir perdão” ao povo chinês pela mesma Weibo e assumir a culpa pelo que o governo a acusava. Neste ano, também veio à tona a notícia de que a China estava obrigando todos seus estúdios e artistas a boicotar a mais tradicional premiação do cinema da região, porque ela é realizada em Taiwan, que, como Hong Kong, rebela-se contra o poder central. Se algum artista chinês participasse ou simplesmente fosse premiado no Golden Horse Awards 2019, que aconteceu em novembro, ficaria proibido de trabalhar no país. Ninguém se rebelou e apenas participantes de Taiwan, Malásia e Singapura concorreram ao chamado “Oscar chinês” deste ano.
Quentin Tarantino rejeita censura da China a Era Uma Vez em Hollywood
O novo filme de Quentin Tarantino, “Era Uma Vez… Em Hollywood”, não será exibido na China. O governo chinês exigiu que algumas cenas fossem alteradas e o diretor se recusou a ceder à pressão, preferindo simplesmente deixar os burocratas do país proibirem sua exibição. Ele se tornou um dos raros cineastas a se impor contra o dinheiro brandido pelos chineses, que tem feito Hollywood se sujeitar à censura local. A censura chinesa teria sido consequência de um apelo de Shannon Lee, filha do lendário ator Bruce Lee, que criticou a maneira como seu pai foi retratado no filme. Ela chegou a polemizar com Tarantino a esse respeito e, segundo apurou a revista The Hollywood Reporter, solicitou à Administração Nacional de Cinema da China que obrigasse o diretor a mudar a forma como Bruce Lee aparece em cena. Em 2013, quando Tarantino ainda trabalhava com o estúdio de Harvey Weinstein, “Django Livre” foi reeditado por conta de seu conteúdo violento e sexual para o mercado chinês. Mas esta versão fracassou, o que fortalece a posição de resistência do cineasta às mudanças pedidas. A Sony aceitou a decisão do diretor, preferindo manter uma boa relação com Tarantino à incerteza de uma boa bilheteria no país. Recentemente, a série animada “South Park” satirizou a política de censura na China e a boa vontade de diversas celebridades e artistas para fazer concessões, permitindo cortes em suas obras para lucrar no país. Logicamente, não só esse episódio teve a exibição proibida na China como toda a série se tornou indisponível no país, de um dia para o outro.
Filha de Bruce Lee diz que Tarantino deveria calar a boca
A produtora Shannon Lee, filha do ator Bruce Lee, retrucou as declarações de Quentin Tarantino sobre a forma como ele retratou o icônico astro dos filmes de ação em “Era Uma Vez em Hollywood”. “Ele deveria calar a boca sobre isso”, disse Shannon para a revista Variety. “Isso seria ótimo. Ou ele apenas poderia pedir desculpas pelo que disse: ‘Eu não sabia como Bruce Lee era de verdade. Eu apenas escrevi meu filme, mas isso não deveria refletir sobre como ele era mesmo”. A briga entre Shannon Lee e Tarantino se tornou pública quando ela reclamou do tratamento dado a seu pai pelo novo filme do diretor. Ela disse que não gostou de ver Bruce Lee representado como arrogante, já que, na década de 1960, o mercado do cinema para asiáticos era complicado, diferentemente do retratado no filme. Na história de seu pai, foram comuns casos em que atores brancos pegaram papéis que podiam ser dele, passando-se por asiáticos. Tarantino não aceitou a crítica e respondeu, durante o lançamento do filme na Rússia, que “Bruce Lee era meio que um cara arrogante mesmo”. “O jeito que ele falava… Eu não inventei, ouvi ele falar coisas como essas. As pessoas me dizem ‘Ele nunca disse que poderia derrotar Muhammad Ali’, mas ele disse sim. E não foi só ele quem disse isso, sua esposa também. A primeira biografia dele que li foi ‘Bruce Lee: The Man Only I Knew’, de Linda Lee, e ela absolutamente disse isso.” A aparição de Bruce Lee (vivido por Mike Moh) no filme incluiu uma luta contra Cliff Booth, o dublê fictício interpretado por Brad Pitt. A cena também gerou controvérsia, já que Lee é conhecido como um dos maiores mestres das artes marciais, o que deixa a ideia de que um dublê estaria a sua altura um tanto quanto “irreal”. Entretanto, Tarantino afirmou que seu personagem é fictício e que a ficção aceita tudo. O detalhe é que a cena seria ainda mais polêmica, se Brad Pitt não tivesse se sentido incomodado e pedido para Tarantino mudá-la. No roteiro original, o dublê vencia o mestre, em vez da luta ser interrompida enquanto estava empatada. A informação foi compartilhada pelo coordenador de dublês do filme, Robert Alonzo, que revelou, em entrevista ao HuffPost, que a cena original traria uma luta muito maior, em que o personagem de Pitt acabaria dando um golpe baixo e vencendo a briga. “Sei que Brad expressou sua preocupação, e nós todos tínhamos preocupação com a derrota de Bruce. Especialmente para mim, que sempre idealizei Bruce Lee como um ícone, não apenas no reino das artes marciais mas também do modo que ele via a vida e a filosofia. Ver seu ídolo perder é muito triste”. “Todos os envolvidos ficaram ‘como que isso vai acontecer?’ Brad foi muito contra. Ele falava ‘é Bruce Lee, cara!'”, contou o coordenador. Apesar da polêmica, “Era uma Vez em Hollywood” se tornou o quarto filme de Tarantino a faturar mais de US$ 100 milhões na América do Norte, e deve se tornar a 3ª maior bilheteria doméstica do diretor no próximo fim de semana. Passado em Los Angeles no ano de 1969, o filme acompanha personagens fictícios e reais, retratando os bastidores de Hollywood no período. A estreia no Brasil acontece nesta quinta-feira (15/6).






