Rose McGowan culpa o “homem mau” pelo suicídio de sua ex-empresária
A atriz Rose McGowan se manifestou nas redes sociais sobre a morte de sua ex-empresária Jill Missick. A atriz, que foi acusada pela família como culpada pelo suicídio de Missick, junto de Harvey Weinstein, resolveu colocar toda a responsabilidade sobre o produtor. “Este único homem poder causar tanto estrago é surpreendente, mas tragicamente verdadeiro. Este homem mau fez isso contra nós duas”, ela escreveu em seu Instagram. Em comunicado publicado na sexta (9/2), ao divulgar o suicídio de Jill, sua família disse que ela lutava há anos contra uma depressão e virou “efeito colateral” do movimento #MeToo, ao ser difamada sobre seu papel no caso Weinstein. Missick virou pivô de uma briga de versões sobre o assédio de Weinstein em McGowan. A atriz teria ido a uma reunião no quarto de hotel de Weinstein durante o Festival de Sundance, em 2007. Em uma mensagem de email divulgada pela defesa de Weinstein, Missick afirma que o sexo ocorrido entre os dois tinha sido “consensual”. McGowan teria mudado sua versão dos fatos mais tarde. Isto fez a atriz atacá-la. O comunicado de sua família detalha o que ela lhes contou sobre o caso. “Em janeiro de 1997, Jill era agente da empresa de talentos Addis Wechsler. Um de seus primeiros clientes foi Rose McGowan, e um dos seus primeiros deveres foi marcar uma reunião de café da manhã com Harvey Weinstein durante o Festival de Sundance. Após a reunião, Rose disse a Jill o que havia acontecido – que tomou a decisão de remover suas roupas e entrar na banheira de hidromassagem com ele – , um erro do qual Rose imediatamente se arrependeu. Rose nunca usou a palavra estupro naquela conversa. Apesar disso, Jill reconheceu que Harvey tinha feito algo indecoroso com Rose, senão ilegal. Ela imediatamente procurou seus patrões, os sócios da Addis Wechsler, para contar a história de Rose e para insistir que eles abordassem imediatamente a situação. Eles disseram a Jill que lidariam com a situação. Arranjos entre Rose e Harvey foram então negociados, completamente sem o conhecimento de Jill. Naquela época, tudo o que Jill sabia era que o assunto estava resolvido e que Rose continuava fazendo filmes com os Weinsteins. Ela nunca conheceu nenhum detalhe até recentemente, quando Rose decidiu torná-los públicos”. Segundo a família, o fato de ver seu nome repetidamente nas notícias sobre o caso ajudou a agravar a depressão da produtora. “O que faz com que as acusações e insinuações imprecisas de Rose contra Jill soem irônicas é que Jill foi a primeira pessoa que defendeu Rose e alertou seus chefes para a horrível experiência que a atriz sofreu”, afirmou a família no comunicado, destacando a culpa de Rose McGowan no suicídio de Jill Missick. For Jill: May your family find some measure of solace during this pain. That one man could cause so much damage is astounding, but tragically true. The bad man did this to us both. May you find peace on the astral plane. May you find serenity with the stars. Uma publicação compartilhada por Rose McGowan (@rosemcgowan) em 10 de Fev, 2018 às 11:22 PST
Ex-empresária de Rose McGowan se suicida após polêmica com a atriz e Harvey Weinstein
A produtora e empresária Jill Missick se matou aos 50 anos de idade, anunciou sua família em comunicado. Ela trabalhou como produtora executiva da Miramax, empresa dos irmãos Weinstein, mas também como agente de talentos. E foi por empresariar Rose McGowan nos anos 1990 que seu nome circulou na mídia nos últimos dias. Missick era agente de McGowan em 1997, ano em que a atriz diz ter sido estuprada por Harvey Weinstein no Festival de Sundance. O nome dela foi envolvido na polêmica quando Harvey Weinstein divulgou emails em que Missick não corroborava a história da atriz, dizendo que McGowan lhe contara que seu encontro com Weinstein tinha sido consensual, embora tivesse se arrependido no dia seguinte. Rose McGowan a atacou por conta disso. No comunicado sobre a morte de Missick, sua família fez diversas acusações, tanto a McGowan quanto a Weinstein, mas principalmente contra “a nova cultura da compartilhamento ilimitado de informação e a disposição para aceitar declarações como fatos”. Para sua família, a mãe bipolar de dois filhos, que lutava há muito contra a depressão, foi um “dano colateral” do movimento #MeToo. “Ver o seu nome nas manchetes, como parte da tentativa de uma pessoa de obter mais atenção para a sua causa pessoal, juntamente com a tentativa desesperada de Harvey de se defender, foi devastador para ela. Quebrou Jill, que estava tentando retomar sua vida”, inicia o texto. “A rapidez da disseminação de informações espalhou mentiras sobre Jill, que ela não conseguiu e não quis desafiar. Ela tornou-se um dano colateral em uma história já horrível”. No comunicado, a família detalhou a pressão e os ataques que Missick sofreu. Leia abaixo a continuação integral do texto, que descreve os fatos polêmicos que a levaram a produtora a tirar a própria vida. “Ao longo dos últimos meses, muitas mulheres vieram com alegações contra Harvey Weinstein, incluindo Rose McGowan, que repetidamente falou com a imprensa, atacando não só o seu suposto agressor, mas também muitos outros. Um de seus alvos foi Jill, que escolheu permanecer em silêncio diante das declarações caluniosas de Rose contra ela por medo de minar os muitos indivíduos que se apresentaram com denúncias verdadeiras. Ela optou por não alimentar o frenesi, permitindo que seu nome e sua reputação fossem manchados apesar de não ter feito nada de errado. Ela nunca escolheu ser uma figura pública. Essa escolha foi tirada dela. Agora que Jill não pode mais falar por si mesma, é hora de contar a verdade. Em janeiro de 1997, Jill era agente da empresa de talentos Addis Wechsler. Um de seus primeiros clientes foi Rose McGowan, e um dos primeiros deveres foi marcar uma reunião de café da manhã com Harvey Weinstein durante o Festival de Sundance. Após a reunião, Rose disse a Jill o que havia acontecido – que tomou a decisão de remover suas roupas e entrar na banheira de hidromassagem com ele – , um erro do qual Rose imediatamente se arrependeu. Rose nunca usou a palavra estupro naquela conversa. Apesar disso, Jill reconheceu que Harvey tinha feito algo indecoroso com Rose, se não ilegal. Ela imediatamente procurou seus patrões, os sócios da Addis Wechsler, para contar a história de Rose e para insistir que eles abordassem imediatamente a situação. Eles disseram a Jill que lidariam com a situação. Arranjos entre Rose e Harvey foram então negociados, completamente sem o conhecimento de Jill. Naquela época, tudo o que Jill sabia era que o assunto estava resolvido e que Rose continuava fazendo filmes com os Weinsteins. Ela nunca conheceu nenhum detalhe até recentemente, quando Rose decidiu torná-los públicos. Dez meses depois, em novembro de 1997, Jill recebeu uma chamada do vice-presidente de produção da Miramax, recrutando-a para um trabalho como executiva da Miramax Films, para trabalhar em produções em Los Angeles. Jill foi contratada com base no mérito e seu excelente trabalho de mais de dois anos como uma jovem executiva de desenvolvimento na Woods Entertainment (antes de seu tempo na Addis Wechsler). A rodada mais recente de imprensa de Rose para promover seu livro incluiu novas histórias envolvendo Jill. A constante atenção que Rose obteve na imprensa e na TV levaram Harvey Weinstein a liberar dois documentos. Um deles foi um email que Jill escreveu para ele meses antes da primeira reportagem do New York Times, e a seu pedido. Neste email, Jill ofereceu a verdade com base no que ela lembra de ter ouvido Rose falar em Sundance. Em face das acusações contínuas e embelezadas de Rose, Harvey decidiu liberar o email sem o seu consentimento. Cinco anos atrás, Jill sofreu um episódio maníaco. Qualquer um familiarizado com a doença bipolar sabe que é uma doença cruel e daninha. Com a ajuda de médicos, sua família e amigos, Jill se recuperou. Jill lutou para recuperar a vida. Após uma longa pesquisa de emprego, ela estava em negociações para dirigir a divisão de produção para uma nova empresa de entretenimento. Ver o seu nome nas manchetes, como parte da tentativa de uma pessoa de obter mais atenção para a sua causa pessoal, juntamente com a tentativa desesperada de Harvey de se defender, foi devastador para ela. Quebrou Jill, que estava tentando retomar sua vida. O que faz com que as acusações e insinuações imprecisas de Rose contra Jill sejam irônicas é que ela foi a primeira pessoa que se levantou em nome de Rose e alertou seus chefes para a horrível experiência que Rose sofreu. Há 20 anos, como uma pessoa muito pequena em uma hierarquia da empresa de gestão, Jill exibiu sua integridade ao fazer a coisa certa – ela levantou a bandeira vermelha para os cabeças de sua empresa. Em face de um comportamento inadequado, Jill tratou a situação de forma adequada. A história dela é uma das poucas que se mantiveram consistentes ao longo do tempo, enquanto assistimos outros contos divulgados pela mídia se transformarem para obter mais atenção. Enquanto os jornalistas desempenham um papel importante na exposição do comportamento predatório, estamos vendo escolhas irresponsáveis e um vício pelo sensacionalismo que leva à narrativa inconsistente. A mídia é uma ferramenta poderosa para não ser tomada levianamente. A maioria dos indivíduos ficaria horrorizada por ter seu nome destacado em uma grande notícia internacional – e ainda mais com sua fotografia. Não podemos esquecer que a mídia é uma ferramenta temível que não pode ser usada indiscriminadamente nem mesmo inadvertidamente para criar mais vítimas. Existe uma responsabilidade ao usar uma plataforma para expor com precisão criminosos, predadores, mentiras e feridas enquanto protegem a verdade real de terceiros. À medida que buscamos coletivamente agir em um esforço para corrigir os erros tão descaradamente e desumanos repetidos por uma geração, não devemos esquecer uma simples verdade: as palavras têm poder. Enquanto iluminamos os cantos escuros das verdades ocultas, devemos lembrar que o que dizemos, particularmente na mídia, pode ter muito impacto, se não mais do que nossas ações. Devemos exigir mais de nós mesmos e uns dos outros. Devemos tirar um momento para considerar as ramificações e conseqüências do que dizemos e o que fazemos. As palavras são importantes. A vida de alguém pode depender disso”.
Harvey Weinstein usa Ben Affleck para desmentir Rose McGowan sobre abuso
O produtor Harvey Weinstein, que tinha sumido da face da Terra após sofrer uma avalanche de denúncias de abusos sexuais, voltou à tona. Por meio de seu advogado Ben Brafman, ele decidiu se pronunciar contra as alegações de Rose McGowan, que detalhou ter sido estuprada por Weinstein em seu livro de memórias, “Brave”. Weinstein nega as acusações de violação da atriz, afirmando que ambos tiveram um encontro consensual durante o Festival de Sundance de 1997. E para provar, seu advogado divulgou emails trocados entre ele, Ben Affleck e Jill Missick, que era empresária da atriz no período. O material contradiz a versão do livro de McGowan. No livro, a atriz diz que foi ao quarto de hotel de Weinstein para discutir um papel num filme, quando o produtor a puxou para a jacuzzi e a despiu, obrigando-a a fazer sexo oral. Depois disso, McGowan diz ter ido para uma sessão fotográfica com Ben Affleck para promover um lançamento – os dois trabalharam juntos em “Indo Até o Fim” (1997) e “Fantasmas” (1998). O ator teria presenciado o estado abalado da atriz e quando a questionou, ela contou o que tinha acontecido. Affleck ainda teria dito algumas palavras que deixavam implícito seu conhecimento de outros casos de abusos de Weinstein. Num email divulgado pelo advogado de Weinstein – e escrito em 26 de julho, antes de surgirem as denúncias contra o produtor – , Affleck nega que McGowan tenha lhe falado sobre a alegada violação. “Ela nunca me disse nem eu nunca entendi que ela tivesse sido atacada por qualquer um. Qualquer declaração em contrário é falsa. Não tenho conhecimento de nada que Rose fez ou alegou ter feito”, diz a mensagem enviada ao produtor. Em outro email, a ex-agente de McGowan, Jill Missick, diz que a atriz tinha lhe contado que entrou por vontade própria na jacuzzi de Weinstein, na noite em que foi convidada a ir a seu quarto, mas que se arrependeu dessa decisão. “Quando nos encontramos no dia seguinte, ela me contou, de forma hesitante, que durante a reunião naquela noite entrou na banheira de hidromassagem com o Sr. Weinstein. Ela foi muito clara de que entrar na banheira foi algo que fez de forma consensual e que, em retrospetiva, era algo de que se arrependia de ter feito”. Após estas revelações, Rose McGowan foi ao Twitter responder diretamente a Weinstein. A mensagem furiosa não é para os fracos de coração: “F*da-se você, seu maldito escroto perdedor dos infernos. Você vai queimar. Você vai ser um terno vazio dentro de um caixão. Espero que você suma do planeta, seu b*sta”. Veja sem asteriscos abaixo. Fuck you you fucking douche bag loser from hell. You will burn. You will be an empty suit coffin. You go fall off the planet you fuck. #RoseArmy BREATHE FIRE let motherfucker but https://t.co/tJq4M5lwiH — rose mcgowan (@rosemcgowan) January 31, 2018
Rose McGowan detalha abuso de Harvey Weinstein em seu livro de memórias
A atriz Rose McGowan publicou na terça-feira (30/1) seu livro de memórias, em que detalha o abuso sexual cometido por Harvey Weinstein. Intitulado “Brave” (Valente, em tradução literal), o livro da estrela da série “Charmed” e de filmes como “Planeta Terror” (2007) e “Conan, o Bárbaro” (2011) descreve um episódio que teria acontecido em 1997, durante o Festival de Cinema de Sundance. Rose McGowan tinha 23 anos quando Weinstein a convocou para uma reunião de trabalho a ser realizada em um restaurante, mas que foi transferida para o quarto de hotel do produtor. Ao fim de meia-hora de conversa, Weinstein a despiu e a obrigou a fazer sexo oral na jacuzzi. “Eu me senti muito suja. Eu tinha sido estuprada e estava triste até as profundezas do meu ser. Fiquei pensando que ele esteve sentado atrás de mim no cinema na noite que antecedeu (o estupro). Não era minha responsabilidade, mas era como se eu tivesse feito algo para tentá-lo. Isso me fez sentir ainda mais doente e suja”, escreveu. A atriz, que se refere no seu livro a Weinstein como “o monstro”, disse ter contado o que aconteceu ao ator Ben Affleck, com quem trabalhou em “Indo Até o Fim” (1997) e “Fantasmas” (1998). “Eu disse a ele para parar de fazer isso”, teria respondido o ator, segundo a versão de McGowan, que não foi confirmada por Affleck. Weinstein pagou posteriormente US$ 100 mil a McGowan em um acordo que a impedia de denunciá-lo. Por conta desse acordo, ela não quis ser entrevistada pelo jornal New York Times para a reportagem que denunciou o produtor em outubro do ano passado, embora seu nome tivesse sido citado no texto. Ela também não se pronunciou na reportagem da revista New Yorker, publicada logo em seguida com denúncias mais graves, inclusive de estupro. Mas após o escândalo sexual se tornar público, tornou-se uma das vozes mais estridentes do movimento #MeToo no Twitter.



