Quadrinhos de Bone vão virar série da Netflix
A Netflix anunciou a produção de uma série animada baseada em “Bone”, quadrinhos icônicos de Jeff Smith. Vencedora de 10 prêmios Eisner (o Oscar dos quadrinhos), “Bone” foi originalmente publicada de forma independente em 55 edições, de 1991 a 2004, na maior sequência já escrita e desenhada pelo mesmo artista na história do gênero. Equilibrando humor, ação e fantasia, “Bone” tem como principal inspiração os quadrinhos clássicos de Carl Barks (“Tio Patinhas”), Walt Kelly (“Pogo”) e a obra literária de J R.R. Tolkien (“O Senhor dos Anéis”). A trama gira em torno de três primos – Fone Bone, Phoney Bone e Smiley Bone – pequeninos, carecas, totalmente brancos e narigudos, que se perdem num deserto vasto, depois de serem expulsos de sua cidade natal, e acabam encontrando seu destino num vale repleto de criaturas maravilhosas e aterradoras. Smith está encarregado de supervisionar a exibição na TV. “Esperei bastante tempo por isso”, disse o autor, em comunicado. “A Netflix é a casa perfeita para Bone. Fãs dos quadrinhos sabem que a história se desenrola capítulo a capítulo, livro por livro. E uma série de animação é exatamente o melhor jeito de fazer isso”.
Larry Cohen (1941 – 2019)
O diretor Larry Cohen, criador da série clássica “Os Invasores” e da franquia de terror “Nasce um Monstro”, entre outras produções cultuadas, morreu no sábado (23/3) aos 77 anos, cercado de seus familiares. Maiores detalhes sobre sua morte não foram divulgados. Cohen começou a carreira como roteirista de TV nos anos 1960, e após demonstrar seu talento em episódios de séries famosas como “O Fugitivo” e “Os Defensores”, começou a criar suas próprias atrações televisivas. A maioria não passou da 1ª temporada, mas duas conseguiram completar o segundo ano: “Branded” (1965–1966), western estrelado por Chuck Connors, e “Os Invasores” (1967-1968). A série sci-fi de 1967 acompanhava a descoberta de uma invasão alienígena por um homem comum (interpretado por Roy Thinnes) e se tornou uma das mais cultuadas e influentes do gênero – inspiração de “Projeto UFO”, “Arquivo X” e várias outras. Apesar de ter só 43 episódios, eternizou-se em reprises, além de ter rendido uma minissérie derivada em 1995. A repercussão de “Os Invasores” o credenciou a escrever para o cinema, onde perseguiu o terror, aterrorizando mulheres em “A Psicose do Medo” (1969) e “Scream Baby Scream” (1969). Ambos traziam psicopatas focados em vítimas jovens. Mas o primeiro, em que a vítima abortou o filho de seu potencial assassino, também foi prelúdio do nascimento de sua obra mais conhecida. Entretanto, Cohen começou sua carreira de diretor num gênero muito diferente daquele que o popularizou. Ele se lançou na carona da blaxploitation, assinando comédias e dramas criminais de baixo orçamento, estrelados por astros negros. Em “Bone” (1972), mostrou Yaphet Cotto (de “Alien”) invadindo uma mansão de Beverly Hills para fazer seus ricos moradores brancos de refém. Em “O Chefão de Nova York” (Black Caesar, 1973), orientou Fred Williamson (“Um Drink no Inferno”) a refazer os passos de Edward G. Robinson no clássico de gângster “Alma no Lodo” (1931) para coroá-lo como o rei do crime do Harlem. E ainda escreveu e dirigiu a sequência, “Inferno no Harlem” (1973), lançada apenas oito meses depois. Como filmes baratos não lhe rendiam muito, Cohen ainda escrevia episódios de “Columbo” (entre 1973 e 1974) quando teve a inspiração para parir seu maior clássico. “Nasce Um Monstro” (It’s Alive, 1974) acompanhava um bebê mutante assassino, materializado no set pelo rei dos efeitos de maquiagem de terror Rick Baker. E fez tanto sucesso que rendeu duas sequências, também escritas e dirigidas por Cohen: “A Volta do Monstro” (1978) e “A Ilha dos Monstros” (1987) – sem esquecer um remake em 2003. A partir daí, Cohen ficou conhecido por seus filmes de terror que invariavelmente viravam terrir (comédia de horror), como “Foi Deus Quem Mandou” (1976), “O Jovem Lobisomem” (1981), “Q – A Serpente Alada” (1982), “Efeitos Especiais” (1984) e especialmente “A Coisa” (1985), sobre uma sobremesa deliciosa que transformava seus consumidores em zumbis famintos por mais. Ainda dirigiu a adaptação de Stephen King “Os Vampiros de Salem, o Retorno” (1987) e “A Madrasta” (1989), último filme estrelado por Bette Davis. E, como se não bastasse, originou outra franquia famosa ao escrever o roteiro de “Maniac Cop” (1988) para o diretor William Lustig. A popularidade de “Maniac Cop” voltou a transformá-lo em roteirista requisitado por outros diretores. Entre muitos roteiros, assinou “Os Invasores de Corpos: A Invasão Continua” (1993) para Abel Ferrara, e conseguiu sucesso inesperado com as tramas tensas dos thrillers “Por um Fio” (2002), estrelado por Colin Farrell, e “Celular: Um Grito de Socorro” (2004), com o jovem Chris Evans. Depois de uma década sem filmar, Cohen se despediu dos sets com um episódio da série “Mestres do Terror” em 2006, antologia que reunia os maiores nomes do terror americano dos anos 1970 e 1980. O criador da série, Mick Garris, insistiu muito para Cohen interromper a aposentadoria para participar da produção-homenagem, reconhecendo a importância do cineasta não apenas pelo sucesso de seus filmes baratos, mas por sua capacidade de injetar comentários sociais de forma irônica em tramas de terror. “Eu queria tentar lidar com o que acontecia no mundo em meus filmes”, disse Cohen em entrevista à revista Diabolique em 2017. “Muitos dos filmes que fiz são extremamente voláteis e lidam com assuntos controversos como o racismo”, argumentou. “Meu primeiro longa, ‘Bone’, estava muito à frente de seu tempo – e continua polêmico até hoje, porque ainda não superamos o racismo”, disse, antes de destacar outro filme. “Veja outro exemplo, ‘A Coisa’, que era sobre produtos vendidos no supermercado que matavam pessoas. Ainda há inúmeros produtos nocivos para a saúde vendidos até hoje, e toda vez que anunciam uma pílula diferente de algum tipo, deixam para avisar só depois sobre os efeitos colaterais. ‘A Coisa’ foi uma alegoria ao consumismo e ao fato de que grandes corporações vão te vender qualquer coisa para conseguir seu dinheiro, mesmo que isso te mate”. Nos últimos anos, a obra de Cohen inspirou diversos documentários, com direito a comentários de Martin Scorsese, JJ Abrams, John Landis, Joe Dante e outros a quem o cineasta inspirou com sua criatividade. Filmes como “King Cohen: The Wild World of Filmmaker Larry Cohen” (2017), “Cohen on Cohen” (2017) e “Cohen’s Alive: Looking Back At The It’s Alive Films” (2018) convidam o público a conhecer as maiores obscuridades de sua carreira e descobrir porque Larry Cohen era cultuado por diretores que os cinéfilos chamam simplesmente de mestres.
Diretor de Kung Fu Panda vai transformar os quadrinhos de Bone num longa animado
O cineasta Mark Osborne (“Kung Fu Panda”) vai dirigir a adaptação animada de “Bone”, a história em quadrinhos premiada de Jeff Smith. Vencedora do prêmio Eisner (o Oscar dos quadrinhos), a história foi originalmente publicada de forma independente em 55 edições, de 1991 a 2004, na maior sequência já escrita e desenhada pelo mesmo artista. “‘Bone’ é muito especial e não convencional, porque combina elementos que você não espera, como personagens cartunescos numa trama épica de aventura e fantasia”, definiu Osborne, em entrevista ao site The Hollywood Reporter. “Transformar os quadrinhos num filme vai nos permitir apresentar ao público do cinema o que os fãs amam a respeito da história, além de nos dar a oportunidade de ousar contar uma história animada de forma emocionante e diferente da maioria”. Equilibrando humor, ação e fantasia, “Bone” tem como principal inspiração os quadrinhos clássicos de Carl Barks (“Tio Patinhas”), Walt Kelly (“Pogo”) e a obra literária de J R.R. Tolkien (“O Senhor dos Anéis”). A trama gira em torno de três primos – Fone Bone, Phoney Bone e Smiley Bone – pequeninos, carecas, totalmente brancos e narigudos, que se perdem num deserto vasto, depois de serem expulsos de sua cidade natal, e acabam encontrando seu destino num vale repleto de criaturas maravilhosas e aterradoras. A produção está a cargo de Dan Lin e Zareh Nalbandian (ambos de “Uma Aventura Lego”), que visam fazer de “Bone” uma trilogia de filmes de animação . O mais recente filme de Osborne foi a adaptação do clássico infantil “O Pequeno Prince”, produzido pela Netflix, que está na disputa por uma vaga ao Oscar de Melhor Animação.

