José de Abreu é condenado a indenizar Bia Doria por ofensa nas redes sociais
O ator José de Abreu foi condenado por um tuíte em que comparou a primeira-dama do estado de São Paulo, Bia Doria, a uma vaca. Ele terá que pagar uma indenização de R$ 50 mil à esposa do governador João Doria. O valor é metade do que pretendia a artista plástica, que acionou Abreu judicialmente, pedindo R$ 100 mil de indenização por dano moral, por ter ofendido “sua honra e reputação ao compará-la a um animal”. No tuíte compartilhado no dia 9 de outubro de 2016, Abreu escreveu: “STF proíbe vaquejada mas permite que a Bia Doria dê entrevista? É um crime contra os animais…”. Naquele dia, a Folha de S. Paulo havia publicado entrevista em que ela falou sobre a eleição do marido João Doria à prefeitura. Ela comparou a favela de Paraisópolis (na zona sul da capital) à Etiópia, disse que “quase nunca” havia ido ao Minhocão (na região central) e contou como ajudava os assistentes de seu ateliê: “Consegui casa para todos eles, dei dentes para eles, dei um plano de saúde bom”. A repercussão foi catastrófica, a ponto de Bia ser, desde então, blindada de contato com a imprensa. Quando o controle relaxou, ela causou outras polêmicas ao exprimir opiniões exóticas sobre os sem-tetos. Ainda cabe recurso contra a decisão do juiz Douglas Iecco Ravacci, da 33ª Vara Cível da Comarca de São Paulo, que determinou que Abreu também terá que arcar com o pagamento das custas e despesas processuais, além de honorários advocatícios de 10% do valor atualizado da condenação. A defesa do ator sustenta que ele fez a postagem “com intenção humorística e irônica” e se valeu do direito à liberdade de expressão, mas o magistrado considerou que o princípio não se aplica ao caso. “Não foi uma crítica, nem uma piada ruim”, escreveu na sentença, mas “verdadeira ofensa pessoal”. O juiz concordou com a tese da primeira-dama de que o ator efetivamente a chamou de vaca e disse que se trata de “expressão ofensiva utilizada contra mulheres”. Atualmente morando na Nova Zelândia, Abreu foi citado por edital público, após passar dois anos fugindo de oficial de justiça.
José de Abreu escapa há dois anos da Justiça por ofensa a Bia Doria
O ator José de Abreu está dando um baile na Justiça brasileira. Desde outubro de 2017, ele é procurado por oficiais de justiça, que tentam citá-lo num processo aberto pela então primeira-dama da capital paulista, Bia Doria — hoje primeira-dama do estado. Para o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), o ator “se encontra em local incerto e não sabido”. A artista plástica acionou Abreu judicialmente, pedindo R$ 100 mil de indenização por dano moral, por ter ofendido “sua honra e reputação ao compará-la a um animal”. O motivo foi um tuíte do ator, que é petista assumido, do dia 9 de outubro de 2016, em que escreveu: “STF proíbe vaquejada mas permite que a Bia Doria dê entrevista? É um crime contra os animais…”. Naquele dia, a Folha de S. Paulo havia publicado entrevista em que ela falou sobre a eleição do marido João Doria à prefeitura. A repercussão foi catastrófica, a ponto de Bia ser, desde então, blindada de contato com a imprensa. Abreu não foi o único a ridicularizar as declarações da artista, mas foi quem fez a comparação com a vaquejada. “Para um cidadão médio, ao ler o termo vaquejada, no seu sentido literal, inconscientemente e imediatamente é remetido ao termo ‘vaca'”, escreveram os advogados de Bia. A artista se sentiu ofendida e pediu à Justiça que o Twitter fosse obrigado a apagar o post, no que foi atendida. A partir daí, começou uma verdeira saga para intimar o ator no processo. Como ele mora no Rio de Janeiro e o processo corre em São Paulo, a praxe é o tribunal do estado de origem expedir uma carta precatória para a outra jurisdição localizar a parte. Em julho de 2018, a Justiça autorizou buscas nos endereços de Abreu em dois sistemas, um que rastreia dados da Receita Federal e outro que faz cruzamento com registros do Departamento Nacional de Trânsito. O ator foi procurado por oficiais de Justiça nos locais relacionados a seu nome, mas não foi encontrado. Em outra tentativa, foram enviadas correspondências a quatro operadoras telefônicas com a solicitação de compartilhamento de endereços ligados a Abreu. Sem sucesso. A Globo, onde ele trabalha, também foi acionada para fornecer o endereço de seu funcionário. A emissora atendeu à demanda e compartilhou a informação, mas no local apontado a resposta foi: “Mudou-se”. Em maio deste ano, Abreu entrou no ar na novela das nove “A Dona do Pedaço”. Em 13 de novembro, o juiz despachou: “O réu é ator conhecido e atualmente está no elenco da novela da Globo. Portanto, a citação pode se dar no local das gravações”. Só que a trama acabou nove dias depois, sem que o ator fosse contatado. Encerrado o trabalho, Abreu tirou férias. Como contou na rede social, está viajando pelo mundo e acaba de desembarcar na capital francesa, onde comprou em 2014 um apartamento. Na decisão mais recente da ação aberta por Bia, o magistrado Douglas Iecco Ravacci decidiu na terça-feira (10/12) que a citação poderá ser feita por edital, “tendo em vista que restam exauridos todos os meios disponíveis para localização do requerido”. A Folha de S. Paulo não teve a menor dificuldade de encontrá-lo para falar sobre o assunto. Ao comentar o périplo da justiça, Abreu diz estranhar que não consigam achá-lo, já que gravou duas novelas na Globo desde o início do processo. Sobre o fato de não ser encontrado em residência fixa, ele explicou que desistiu de manter casa no Rio “há uns cinco anos” e, desde então, mora em locais alugados via Airbnb. “Eu não tenho endereço fixo. Não moro em lugar nenhum. Eu moro onde me dá na telha.” Abreu diz ainda que seu post sobre a mulher de Doria era uma piada e que, se for preciso, está disposto a ir até o STF (Supremo Tribunal Federal) para garantir seu direito à liberdade de expressão. “Sou um comediante, eu faço piada. Eu tenho direito de me expressar. Não vou perder uma piada por medo de processo. Esses caras estão malucos”. E completou: “A Justiça tem mais o que fazer do que ficar perseguindo ator. Não sei que prejuízo moral eu dei à dona Bia Doria. Eu não vou parar de falar.” Para o advogado de Bia no caso, Jacomo Andreucci Filho, o ator “não atualiza seus endereços nos cadastros justamente para ocultar-se de citações”. Abreu contesta a acusação e diz que seus dados estão em dia na Globo, no banco onde tem conta e na Receita Federal. Neste sábado (14/12), o governador João Doria abordou o caso em sua conta no Twitter. “Vejam até onde vai a covardia do Zé de Abreu. Um notório ativista da esquerda e defensor do Lula. Que desrespeita mulheres, cospe na cara das pessoas e, após condenado, foge covardemente da justiça”, escreveu. Em outro processo recente por abusar de sua “liberdade de expressão”, Abreu foi condenado a pagar R$ 20 mil de indenização ao hospital Albert Einstein. O motivo foi uma teoria conspiratória maluca, em que acusou no Twitter que a instituição apoiou o atentado a faca contra o hoje presidente Jair Bolsonaro. O ator criou uma vaquinha virtual e arrecadou o valor em menos de 24 horas.

