Filmes: 10 estreias de streaming para o cinema em casa
Sem produções de grande orçamento, ritmo intenso e efeitos visuais mirabolantes, a semana é dominada por lançamentos de filmes dramáticos e especiais animados nas plataformas de streaming. As principais opções são filmes de festivais europeus. Títulos imperdíveis para os cinéfilos mais exigentes. Já quem busca uma alternativa mais comercial – e não quer pagar para ver “007: Sem Tempo para Morrer” em VOD – tem que se contentar com um drama imperdoável estrelado por Sandra Bullock, cujo atrativo se resume à participação da estrela num papel diferente daqueles que costuma desempenhar. Só que todos os demais títulos da seleção abaixo são melhores que esse lançamento da Netflix. Veja abaixo 10 sugestões do que streaming oferece de melhor para assinantes neste fim de semana. Imperdoável | Netflix Sandra Bullock (“Gravidade”) é o destaque deste drama, ao trocar seus papéis de mocinha pelo de uma ex-presidiária. Após cumprir pena de 20 anos por homicídio, ela tem dificuldades em se reintegrar a uma sociedade que se recusa a perdoar seu passado. Julgada por quase todos à sua volta, a protagonista se senta sozinha e desamparada, e sua única esperança de redenção é reencontrar a irmã mais nova, de quem foi forçada a se separar ao ser trancafiada na prisão. Só que a menina foi criada sem saber do destino da irmã, e o casal que tem sua guarda, vivido por Vincent D’Onofrio (“Demolidor”) e Viola Davis (“O Esquadrão Suicida”), não está disposto a deixar a criminosa entrar em suas vidas. Se a história parece conhecida é porque ela é a mesma da minissérie britânica “Unforgiven”, criada por Sally Wainwright (“Happy Valley”) em 2009. E, de fato, parece um telefilme convencional, por mais que o elenco valorize a produção. Ida | MUBI A obra-prima de Pawel Pawlikowski (“Guerra Fria”) venceu nada menos que 68 troféus internacionais, incluindo o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Filmado em preto e branco, recria a estética do cinema soviético dos anos 1960 para acompanhar a história da personagem-título, uma noviça polonesa que, antes de realizar seus votos e se tornar uma freira, descobre que é, na verdade, judia. Decida a conhecer sua história, a adolescente parte numa jornada em busca da família perdida, descobrindo o legado perturbador do Holocausto e a realidade do comunismo do pós-guerra. Verão | Reserva Imovision Drama sobre a geração da perestroika, “Verão” se passa em 1981 na antiga Leningrado (hoje São Petersburgo) e reflete a influência tardia do rock britânico dos anos 1970 no nascimento dos primeiros roqueiros soviéticos. Os personagens são reais. Viktor Tsoi ganhou fama internacional e tornou-se o primeiro grande ídolo russo do rock. Além da música, ele também ficou conhecido pelas polêmicas relacionadas a sua vida pessoal, como o triângulo amoroso que viveu junto com o seu mentor musical, Mike, e a esposa dele, Natasha. Dirigido por Kirill Serebrennikov (“O Estudante”), o filme conquistou 13 prêmios internacionais, entre eles Melhor Trilha Sonora no Festival de Cannes. A Batalha de Solferino | Filmica O primeiro e melhor longa de ficção de Justine Triet (“Sibyl”) retoma uma experiência que a diretora tinha abordado em documentário. A trama se passa em 6 de maio de 2012, dia do segundo turno das eleições presidenciais francesas, e combina cenas documentais, improviso e crítica social numa trama de comédia. A protagonista é uma jornalista atrasada para cobrir os eventos na Rue de Solferino, sede do Partido Socialista, que recebe a visita inesperada do ex-marido, um dia atrasado para visitar suas duas filhas. A tensão doméstica se soma ao clima agitado das ruas, rendendo um dos Melhores Filmes de 2013, segundo a revista Cahiers du Cinéma, e até esta sexta (10/12) inédito no Brasil. Pororoca | Filmicca Vencedor de 12 prêmios internacionais, o drama do romeno Constantin Popescu (“Contos da Era Dourada”) acompanha a dor e o luto de uma família após o desaparecimento da filha pequena num parque. O desempenho desesperado de Bogdan Dumitrache, intérprete do pai, foi agraciado com o troféu de Melhor Ator no Festival de San Sebastián, na Espanha. Encounter | Amazon Prime Video Neste suspense psicológico exclusivo do streaming, Riz Ahmed (“O Som do Silêncio”) interpreta um fuzileiro naval condecorado que tenta proteger seus filhos de uma ameaça misteriosa, fugindo com eles na calada da noite. O problema é que o terror que o assombra é resultado de um colapso mental. Em vez de proteger os filhos numa fuga estrada afora, sua atitude é interpretada de forma oposta, com o envolvimento da polícia para detê-lo por colocar as vidas das crianças em risco. Listening to Kenny G | HBO Max Apesar de batizada com o nome de uma música dos Beatles, a premiada documentarista Penny Lane (“Salve Satanás”) ainda não tinha abordado o universo musical. Sua estreia no nicho rende um filme instigante, que revê a carreira do instrumentista mais popular da era pop. Indicado especialmente para quem não suporta Kenny G, a obra questiona o que torna o trabalho do artista tão polarizador. Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica | HBO Max A animação da Warner presta uma bela homenagem à série clássica do Batman dos anos 1960 com o humor da época e, principalmente, as vozes dos atores Adam West e Burt Ward, que viveram Batman e Robin na TV, entre 1966 e 1968. Além deles, a atriz Julie Newmar também participará do reencontro para dublar a Mulher-Gato. O lançamento aconteceu em 2016 para celebrar os 50 anos da série clássica, que revolucionou a TV com um visual de pop art, apesar da má fama que adquiriu entre os fãs dos quadrinhos por avacalhar os super-heróis. O revival animado fez tanto sucesso que ganhou uma sequência no ano seguinte, “Batman vs. Duas-Caras”, marcando a despedida de Adam West, falecido em 2018, antes que o projeto do terceiro filme fosse realizado. The Loud House – Um Natal Muito Loud | Paramount+ O especial de Natal da série animada “The Loud House” tem um detalhe realmente “especial”: não é uma animação. O filme mostra pela primeira vez Lincoln e suas dez irmãs de carne e osso. A produção live-action bateu o recorde de audiência do canal pago Nickelodeon em 2021. O que não é pouco, considerando que a série normal “The Loud House” já é o programa infantil mais visto da TV americana. Feliz Ano Novo, Lucy! | Apple TV+ O especial de Ano Novo inédito dos Peanuts, personagens clássicos dos quadrinhos de Charles M. Schulz, junta-se a outros filmes temáticos e famosos da franquia, como “É a Grande Abóbora, Charlie Brown” (de Halloween), “Charlie Brown e o Dia de Ação de Graças” e “O Natal do Charlie Brown”. A trama encontra a turma do Charlie Brown na véspera do Ano Novo, esforçando-se para compensar um Natal decepcionante da pequena Lucy. E ela irá apreender o segredo de encontrar forças com o maior de todos os perdedores, o eterno derrotado Charlie Brown, que nunca desiste e está sempre pronto para perder de novo.
Ben Affleck, o novo Batman, homenageia Adam West, o eterno Batman
A morte de Adam West, o ator que viveu Batman na série clássica dos anos 1960 e em diversos desenhos, mobilizou centenas de comentários e tributos nas redes sociais. Um deles foi escrito pelo ator Ben Affleck, atual intérprete de Batman nos filmes da Warner. “Adam West exemplificou o que é heroísmo. Gentil, engraçado, e um cara decente acima de tudo. Obrigado por nos mostrar como se faz”, ele escreveu em seu Twitter. Adam West ainda tem uma última aventura inédita como Batman. Ele estava trabalhando na dublagem de “Batman vs. Duas-Caras”, continuação do longa animado “Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica”, lançado com grande sucesso em Blu-ray no ano passado. Já Ben Affleck vestirá o capuz e a capa do herói em “Liga da Justiça”, que estreia em novembro, e estará no próximo filme solo de Batman, previsto para 2019. Adam West exemplified heroism. Kind, funny and an all around great guy. Thank you for showing us all how it's done. @therealadamwest — Ben Affleck (@BenAffleck) June 10, 2017
Adam West (1928–2017)
Morreu Adam West, o intérprete mais famoso e querido de Batman. Ele faleceu na noite de sexta (9/6), em Los Angeles, de leucemia aos 88 anos. William West Anderson só virou Adam West a partir de seu primeiro filme, o clássico “O Moço de Filadélfia” (1959), no qual viveu o pai homossexual de Paul Newman. Como podia chocar sensibilidades da época, a homossexualidade de seu personagem era apenas aludida e, antes que pudesse causar controvérsia, rapidamente enterrada. O mesmo acidente de carro que o tirou de cena foi o pretexto para avançar a história e mostrar seu filho adulto – Paul Newman era três anos mais velho que West. A preferência do sobrenome West sobre Anderson coincidiu com o fato dele fazer muitas séries de western no começo da carreira, como “Cheyenne”, “Bronco”, “Colt .45”, “Maverick”, “Bonanza”, “Laramie”, “O Homem do Rifle”, “Gunsmoke” e “O Homem de Virgínia”, entre outras. Seu primeiro papel fixo na TV foi na série “Os Detetives”, em 1961. A atração só durou uma temporada de 30 episódios, apesar de ter em seu elenco o astro de cinema Robert Taylor (“Quo Vadis”) e até Mark Goddard, o futuro Major West de “Perdidos no Espaço”. No cinema, destacou-se como coadjuvante da sci-fi “Robinson Crusoé em Marte” (1964) e da comédia dos Três Patetas “Os Reis do Faroeste” (1965), antes de virar protagonista com o western spaghetti “Os Quatro Implacáveis” (1965) e a aventura “Mara das Selvas” (1965). Mas sua carreira de galã de filmes B e de participações televisivas tomou um rumo completamente diferente a partir de 1966, quando o ator assumiu o papel que marcaria sua vida. Adam West virou Batman em 1966 e nunca mais deixou o personagem na imaginação dos fãs, mesmo que a produção tenha sido cancelada após três temporadas, em 1968. Primeira série a levar a estética dos quadrinhos para a TV, com a inclusão de onomatopeias, clifhangers que continuavam na próxima história, lutas totalmente coreografadas, ameaças absurdas e um colorido digno de quadros da pop art, “Batman” virou um fenômeno de audiência, foi indicada ao Emmy de Melhor Série de Comédia e até ganhou um filme, que reuniu os principais vilões da atração num esforço conjunto para derrotar a dupla dinâmica, formada pelo cruzado encapuzado e o menino prodígio – Robin, vivido por Burt Ward. Infelizmente, o surto criativo durou pouco. A série tornou-se repetitiva com a falta de imaginação de seus roteiristas, que abusaram das mesmas piadas em torno da “batcaverna”, “batmóvel”, “batfone” e “bat-repelente de tubarão”, na mesma “bat-hora” e no mesmo “batcanal”, gerando fadiga. Para piorar, a ideia de renovação do produtor William Dozier foi criar novos vilões, tão bobões que só existiram em seus episódios. A falta dos vilões clássicos levou à queda de audiência, que culminou no cancelamento após três anos. Uma inovação, pelo menos, acabou entrando para os quadrinhos: a Batgirl, originalmente interpretada por Yvonne Craig. Conforme foi emburrecendo, “Batman” também sofreu rejeição dos fãs de quadrinhos, e a editora DC precisou reinventar o herói de forma radical nos anos 1970, como uma figura sombria, para se distanciar do tom de pastelão do programa. A repercussão da atração foi tanta que Adam West encontrou dificuldades para fazer outro papel pelo resto da carreira. Embora tenha aparecido em algumas séries e coadjuvado dois filmes bem-sucedidos, “Só o Casamento Nos Separa” (1971) e “Hooper – O Homem das Mil Façanhas” (1978), os trabalhos se revelaram mais escassos que antes de “Batman”. Incapaz de sair da sombra de Batman, West acabou retornando ao papel após uma década como dublador da primeira série animada do herói, “As Novas Aventuras de Batman” (1977), que também contava com Burt Ward como a voz de Robin. Sem premeditação, esse trabalho acabou lhe abrindo uma nova linha de atuação. Ele voltaria a dublar Batman no desenho dos “Superamigos” (1985) e, a partir daí, passou a emendar inúmeras participações vocais em produções animadas – que eram melhores que os filmes trash que fez nos anos 1980, lutando contra zumbis e motoqueiros selvagens. Numa reviravolta, em 1992 foi convidado a enfrentar Batman, dublando o vilão Fantasma Cinzento na 1ª temporada de “Batman: A Série Animada”. Mas foi só uma vez, e ele logo voltou a ser o herói encapuzado em desenhos dos “Animaniacs” (em 1997) e “Os Simpsons” (em 2002), antes de virar o prefeito de Gotham City na série animada “The Batman” (entre 2004 e 2006). Além de Batman, Adam West teve ainda outro papel reincidente: Adam West. Ao aparecer pela primeira vez como si mesmo na série “The Ben Stiller Show”, em 1992, o ator inaugurou um novo costume em sua carreira. Ele viveu Adam West em filmes como “O Tamanho das Melancias” (1996) e “Lindas de Morrer” (1999), séries animadas, como “O Crítico”, “Space Ghost Coast to Coast” e “Os Padrinhos Mágicos”, e em sitcoms, como “Murphy Brown”, “NewsRadio”, “The King of Queens”, “30 Rock” e “The Big Bang Theory” – num episódio exibido no ano passado. Sem esquecer que foi o Prefeito Adam West ao longo de mais de uma centena de episódios do desenho “Uma Família da Pesada” (Family Guy), entre 2000 e 2017. Famoso por ser ele mesmo, Adam West entretanto nunca foi reconhecido como alguém importante pelos produtores dos filmes de Batman. Ele jamais foi convidado a aparecer nos filmes do herói, embora intérpretes dos seriados de Superman tenham figurado nos longas do Homem de Aço. Esta desfeita refletia como a DC Comics enxergava o legado da série dos anos 1960. A avaliação negativa só começou a ser revista nos últimos anos, a ponto da Warner e a DC Comics desenvolverem novas linhas de produtos nostálgicos relacionados ao “Batman” de Adam West. Um desses lançamentos foi um longa animado, concebido como uma aventura da época da série, que fez grande sucesso no ano passado. Intitulado “Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica”, o filme voltou a reunir West e Burt Ward como Batman e Robin, além de resgatar a voz ronronante de Julie Newmar como Mulher-Gato. Lançado em home video, “Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica” teve repercussão tão forte que o ator estava trabalhando numa sequência, “Batman vs. Duas-Caras”, que seria lançada no segundo semestre. Não há informações sobre a etapa em que se encontravam as dublagens. Declarando-se devastado pela perda do amigo, Burt Ward deu a dimensão do legado de Adam West num texto publicado nas redes sociais. “Adam e eu tivemos uma amizade especial há mais de 50 anos. Nós compartilhamos alguns dos momentos mais divertidos de nossas vidas juntos. Esta é uma perda terrivelmente inesperada de meu amigo de toda a vida. Eu sempre sentirei sua falta. Existem vários atores que retrataram o Batman nos filmes. Mas, para mim, só houve um verdadeiro Batman, que é e sempre será Adam West. Ele era verdadeiramente o Cavaleiro das Luzes”.
Batman: Trailer de nova animação da Warner homenageia o Batman dos anos 1960
A Warner divulgou o trailer e a capa do Blu-ray da animação “Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica”, que homenageia a série clássica do Batman dos anos 1960. O trailer mostra o humor que os fãs podem esperar e, principalmente, as vozes dos atores Adam West e Burt Ward, que viveram Batman e Robin na TV, entre 1966 e 1968. Além deles, a atriz Julie Newmar também participará do reencontro para dublar a Mulher-Gato. O lançamento celebra os 50 anos da série clássica, que revolucionou a TV com um visual de pop art, apesar da má fama que adquiriu entre os fãs dos quadrinhos, por avacalhar os super-heróis. Desde o fim da atração, Adam West e Burt Ward voltaram a se reunir em vários desenhos animados, desde a série “As Novas Aventuras de Batman”, feita pela Filmation em 1977, até nas diversas encarnações dos “Superamigos” nos anos 1980. Ambos apareceram até em “Os Simpsons” como Batman e Robin. E, entre os lançamentos mais recentes, West dublou o pai de Bruce Wayne num episódio da série animada “Batman – Os Bravos e Destemidos” de 2010. A maioria dos intérpretes dos vilões clássicos da atração, porém, já faleceu há muitos anos, entre eles Cesar Romero (o Coringa), Burgess Meredith (o Pinguim), Frank Gorshin (o Charada), Vincent Price (Cabeça de Ovo) e, mais recentemente, a intérprete da heroína Batgirl, Yvonne Craig, cuja personagem foi criada especificamente para a série. Além do vídeo, o cinquentenário da produção também está sendo comemorado com o lançamento de uma nova publicação em quadrinhos, que promove o encontro entre Batman e outros personagens da TV dos anos 1960. O primeiro lançamento foi “Batman ’66 Meets Steed and Mrs Peel”, com os espiões britânicos da série “Os Vingadores”, e em breve chega a história do encontro com “O Agente da UNCLE”. Com roteiro de James Tucker (série “Batman: Os Bravos e Destemidos”) e direção de Rick Morales (“Batman: Ano Um”), ” Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica” será lançado em 11 de outubro nos EUA.



