“Babilônia”, com Brad Pitt e Margot Robbie, é “pior filme de 2022”, segundo crítica dos EUA
Uma das grandes apostas para a temporada de premiações, o filme “Babilônia”, novo trabalho do cineasta Damien Chazelle (“La La Land”), estrelado por Brad Pitt e Margot Robbie (ambos de “Era uma Vez em… Hollywood”), decepcionou a crítica dos EUA. Embora o longa de mais de três horas de duração tenha defensores, os detratores estão chamando muito mais atenção com frases desmoralizantes sobre a produção, que chegou aos cinemas americanos nesta sexta-feira (23/12). O crítico Dan Gentile, do prestigioso site de notícias californiano SFGate, chamou “Babilônia” de “o pior filme de 2022”, apontando que a estética exagerada do filme “poderia ser melhor descrita como um anúncio de perfume”. Gentile brinca ainda que felizmente “é bom não sentir o cheiro [do perfume], porque nos primeiros cinco minutos um elefante defeca direto na câmera”. Essa cena, em específico, foi usada como título da crítica do site Slate, em que Dana Stevens afirma que “Babilônia” é o equivalente fílmico a um elefante defecando. A crítica também destaca o aspecto visual do filme. “Chazelle está sempre encantando o espectador com sua imaginação visual e paixão pela história do cinema, mas essa espectadora poderia ter ficado um pouco menos impressionada”, disse ela, lamentando o exagero de certas cenas. Ela ainda comentou que ficou “esperando o filme se acalmar um pouco para poder observar seus personagens”, mas isso nunca aconteceu. Nem a presença de Brad Pitt e Margot Robbie foi considerada suficiente para impedir que o filme fosse considerado medíocre. Na trama, que aborda a era de Ouro de Hollywood, Robbie interpreta uma versão cocainômana de Clara Bow, símbolo sexual da transição do cinema mudo para o falado, enquanto o personagem Pitt é baseado em grandes atores dos anos 1920, como John Gilbert, que teve dificuldades de se adaptar às mudanças tecnológicas trazidas pela sonorização. “Chazelle basicamente orquestrou um desenho animado ruidoso e vulgar de um filme e, embora às vezes seja emocionante testemunhar o puro virtuosismo de sua encenação, as performances não tem foco”, escreveu Peter Debruge, do site Variety. Ele também afirma que “quase todos os personagens principais recebem um monólogo de por que os filmes são importantes. Quase todos são mal escritos.”. A crítica Manohla Dargis, do New York Times, resumiu sua opinião no título de sua resenha: “Encher a cara e cheirar. Isso é Entretenimento?” Angelica Jade Bastién, do site Vulture, criticou até a suposta sensualidade proposta pelo filme, que se perde em meio aos exageros. “‘Babilônia’ é um exemplo impressionante de como a sensualidade não nasce simplesmente de se mostrar pessoas em vários estados de nudez”. Por outro lado, o mesmo exagero é apontado como positivo em outras críticas, como a que Caryn James escreveu para a BBC. “Na melhor das hipóteses, o filme de Chazelle é uma maravilha cinematográfica, prova suficiente de que os filmes são mágicos, pois nos transporta para o mundo belo e terrível que reconhecemos como Hollywood até agora.” Já Justin Chang, do Los Angeles Times, fez uma avaliação ainda mais entusiasmada. Segundo ele, o filme celebra “a glória do cinema na era do cinema mudo: grandes performances gestuais, filmagens ao ar livre luxuosas e uma cacofonia de fundo ininterrupta que as câmeras nunca registrarão.” E Johnny Oleksinski, do New York Post, resume bem as avaliações gerais do filme. “Às vezes é deslumbrante, às vezes é derivativo. Ainda assim, há pessoas piores para se passar três horas junto do que com Brad Pitt e Margot Robbie.” Graças a essa divisão de opiniões, o filme atingiu uma aprovação de 56% da crítica no site Rotten Tomatoes, mas esse número desce para 44% quando considerados apenas os Top Critics, ou seja, aqueles que escrevem para grandes publicações. Além de Pitt e Robbie, o elenco grandioso de “Babilônia” ainda inclui Tobey Maguire (“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”), Samara Weaving (“Casamento Sangrento”), Olivia Wilde (“O Caso Richard Jewell”), Jovan Adepo (“Watchmen”), Li Jun Li (“Evil”), Jean Smart (“Hacks”), P.J. Byrne (“The Boys”), Lukas Haas (“O Regresso”), Olivia Hamilton (“La La Land”), Max Minghella (“The Handmaid’s Tale”), Rory Scovel (“Physical”), Katherine Waterston (“Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”), Eric Roberts (“Vício Inerente”), Ethan Suplee (“Dog – A Aventura de Uma Vida”), Phoebe Tonkin (“The Originals”), Jeff Garlin (“Curb Your Enthusiasm”) e o baixista Flea (“Queen & Slim”), da banda Red Hot Chili Peppers. O filme estreou nesta sexta-feira (23/12) nos EUA, mas o lançamento no Brasil ficou apenas para 19 de janeiro. Assista abaixo dois trailers para entender a trepidação da crítica.
Trailers mostram excessos de “Babilônia”, novo filme de Brad Pitt e Margot Robbie
A Paramount divulgou dois novos trailers de “Babilônia”, que volta a reunir os astros Brad Pitt e Margot Robbie após “Era uma Vez em… Hollywood”, e novamente numa história sobre a velha Hollywood. Os vídeos foram diferenciados com rótulos, que os apresentam como versões “comportada” e “safada”, mas ambos mostram situações extremas. A diferença é que a prévia “safada” vai muito mais longe no mergulho de sexo, drogas e jazz em sua recriação da Era de Ouro da indústria cinematográfica americana. A maioria dos personagens do filme é fictícia, mas inspirada em pessoas reais. Depois de viver Sharon Tate no filme de Quentin Tarantino, Robbie interpreta uma versão cocainômana de Clara Bow, símbolo sexual da transição do cinema mudo para o falado, enquanto o personagem Pitt é baseado em grandes atores dos anos 1920, como John Gilbert, que teve dificuldades de se adaptar às mudanças tecnológicas trazidas pela sonorização. O filme tem roteiro e direção de Damien Chazelle, diretor dos premiados “Whiplash” e “La La Land”, e seu elenco grandioso ainda inclui Tobey Maguire (“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”), Samara Weaving (“Casamento Sangrento”), Olivia Wilde (“O Caso Richard Jewell”), Jovan Adepo (“Watchmen”), Li Jun Li (“Evil”), Jean Smart (“Hacks”), P.J. Byrne (“The Boys”), Lukas Haas (“O Regresso”), Olivia Hamilton (“La La Land”), Max Minghella (“The Handmaid’s Tale”), Rory Scovel (“Physical”), Katherine Waterston (“Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”), Eric Roberts (“Vício Inerente”), Ethan Suplee (“Dog – A Aventura de Uma Vida”), Phoebe Tonkin (“The Originals”), Jeff Garlin (“Curb Your Enthusiasm”) e o baixista Flea (“Queen & Slim”), da banda Red Hot Chili Peppers. O lançamento nos EUA está marcado para sexta-feira (23/12), visando abocanhar indicações ao Oscar 2023. No Brasil, porém, a estreia ficou para 19 de janeiro.
“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” lidera indicações ao Critics Choice Awards
A associação dos críticos de cinema norte-americanos divulgou nesta quarta (14/12) os indicados ao prêmio Critics Choice Awards 2022, com destaque para comédia “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, do estúdio indie A24, que liderou a lista com 14 nomeações, incluindo Melhor Filme. Entre as diversas outras indicações recebidas pelo filme, destacam-se as categorias de atuação, nas quais Michelle Yeoh foi indicada a Melhor Atriz, Ke Huy Quan a Melhor Ator Coadjuvante e Jamie Lee Curtis e Stephanie Hsu a Melhor Atriz Coadjuvante. Os cineastas Daniel Kwan e Daniel Scheinert Daniels também receberam duas indicações, uma de Melhor Direção e outra de Melhor Roteiro Original. Outros destaques foram o drama autobiográfico “Os Fabelmans”, dirigido por Steven Spielberg, que arrecadou 11 indicações, “Babilônia”, com 10 nomeações, e “Os Banshees de Inisherin”, com 9. “Estamos muito orgulhosos de reconhecer este incrível grupo de filmes e as pessoas que os tornaram possíveis”, disse Joey Berlin, CEO da associação, em comunicado. “Este reconhecimento vem de um grupo diversificado de mais de 600 críticos e repórteres de entretenimento que compartilham suas opiniões sobre cinema e televisão com milhões de pessoas todos os dias, durante todo o ano.” O Critics Choice Awards também vai premiar as melhores produções da televisão. A lista televisiva, liderada pela comédia “Abbott Elementary”, foi divulgada na semana passada. A entrega dos prêmios de cinema e televisão acontecerá conjuntamente em 15 de janeiro, no Fairmont Century Plaza de Los Angeles. O evento ainda contará com uma homenagem ao ator Jeff Bridges (“The Old Man”). Confira abaixo a lista completa dos indicados nas categorias de cinema. Melhor Filme “Avatar: O Caminho da Água” “Babilônia” “Os Banshees de Inisherin” “Elvis” “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” “Os Fabelmans” “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” “RRR” “Tár” “Top Gun: Maverick” “Women Talking” Melhor Ator Austin Butler – “Elvis” Tom Cruise – “Top Gun: Maverick” Colin Farrell – “Os Banshees de Inisherin” Brendan Fraser – “A Baleia” Paul Mescal – “Aftersun” Bill Nighy – “Living” Melhor Atriz Cate Blanchett – “Tár” Viola Davis – “A Mulher Rei” Danielle Deadwyler – “Till – A Busca por Justiça” Margot Robbie – “Babilônia” Michelle Williams – “Os Fabelmans” Michelle Yeoh – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” Melhor Ator Coadjuvante Paul Dano – “Os Fabelmans” Brendan Gleeson – “Os Banshees de Inisherin” Judd Hirsch – “Os Fabelmans” Barry Keoghan – “Os Banshees de Inisherin” Ke Huy Quan – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” Brian Tyree Henry – “Passagem” Melhor Atriz Coadjuvante Angela Bassett – “Pantera Negra: Wakanda para Sempre” Jessie Buckley – “Entre Mulheres” Kerry Condon – “Os Banshees de Inisherin” Jamie Lee Curtis – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” Stephanie Hsu – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” Janelle Monáe – “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” Melhor Ator/Atriz Jovem Frankie Corio – “Aftersun” Jalyn Hall – “Till – A Busca por Justiça” Gabriel LaBelle – “Os Fabelmans” Bella Ramsey – “Catarina, a Menina Chamada Passarinha” Banks Repeta – “Armageddon Time” Sadie Sink – “A Baleia” Melhor Elenco “Os Banshees de Inisherin” “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” “Os Fabelmans” “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” “A Mulher Rei” “Entre Mulheres” Melhor Direção James Cameron – “Avatar: O Caminho da Água” Damien Chazelle – “Babilônia” Todd Field – “Tár” Baz Luhrmann – “Elvis” Daniel Kwan, Daniel Scheinert – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” Martin McDonagh – “Os Banshees de Inisherin” Sarah Polley – “Entre Mulheres” Gina Prince-Bythewood – “A Mulher Rei” S.S. Rajamouli – “RRR” Steven Spielberg – “Os Fabelmans” Melhor Roteiro Original Charlotte Wells – “Aftersun” Martin McDonagh – “Os Banshees de Inisherin” Daniel Kwan, Daniel Scheinert – “Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” Steven Spielberg, Tony Kushner – “Os Fabelmans” Todd Field – “Tár” Melhor Roteiro Adaptado Rian Johnson – “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” Kazuo Ishiguro – “Living” Rebecca Lenkiewicz – “Ela Disse” Samuel D. Hunter – “A Baleia” Sarah Polley – “Entre Mulheres” Melhor Fotografia Russell Carpenter – “Avatar: O Caminho da Água” Linus Sandgren – “Babilônia” Roger Deakins – “Império de Luz” Janusz Kaminski – “Os Fabelmans” Florian Hoffmeister – “Tár” Claudio Miranda – “Top Gun: Maverick” Melhor Design de Produção “Avatar: O Caminho da Água” “Babilônia” “Pantera Negra: Wakanda para Sempre” “Elvis” “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” “Os Fabelmans” Melhor Edição “Avatar: O Caminho da Água” “Babilônia” “Elvis” “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” “Tár” “Top Gun: Maverick” Melhor Figurino “Babilônia” “Pantera Negra: Wakanda para Sempre” “Elvis” “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” “A Mulher Rei” Melhor Cabelo e Maquiagem “Babilônia” “Batman” “Pantera Negra: Wakanda para Sempre” “Elvis” “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” “A Baleia” Melhores Efeitos Especiais “Avatar: O Caminho da Água” “Batman” “Pantera Negra: Wakanda para Sempre” “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” “RRR” “Top Gun: Maverick” Melhor Comédia “Os Banshees de Inisherin” “Bros” “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” “Triângulo da Tristeza” “O Peso de Talento” Melhor Animação “Guillermo del Toro’s Pinocchio” “Marcel the Shell with Shoes On” “Gato de Botas 2: O Último Pedido” “Red: Crescer é uma Fera” “Wendell & Wild” Melhor Filme em Língua Estrangeira “Nada de Novo no Front” “Argentina, 1985” “Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades” “Close” “Decisão de Partir” “RRR” Melhor Canção “Lift Me Up” – “Pantera Negra: Wakanda para Sempre” “Ciao Papa” – “Guillermo del Toro’s Pinocchio” “Naatu Naatu” – “RRR” “Hold My Hand” – “Top Gun: Maverick” “Carolina” – “Um Lugar Bem Longe Daqui” “New Body Rhumba” – “White Noise” Melhor Trilha Sonora Michael Giacchino – “Batman” Justin Hurwitz – “Babilônia” John Williams – “Os Fabelmans” Alexandre Desplat – “Guillermo del Toro’s Pinocchio” Hildur Guðnadóttir – “Tár” Hildur Guðnadóttir – “Entre Mulheres”
“Os Banshees de Inisherin” lidera lista de indicados do Globo de Ouro 2023
A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA na sigla em inglês) anunciou nesta segunda (12/12) os indicados ao Globo de Ouro 2023. Com oito indicações, o filme irlandês “Os Banshees de Inisherin” liderou a lista, seguido pelo fenômeno indie “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” com seis, e “Babilônia” e “Os Fabelmans” empatados com cinco indicações. Já o Brasil ficou de fora da seleção de Melhores Longas em Língua Estrangeira, embora “Marte Um” seja um forte candidato ao Oscar. Entre as premiações televisivas, “Abbott Elementary” foi a mais lembrada, com cinco nomeações. E vai disputar o troféu de Melhor Série de Comédia com o fenômeno “Wandinha” – que também rendeu indicação para a atriz Jenna Ortega. Com quatro indicações, outra favorita da crítica, “White Lotus”, disputa categoria diferente, como Melhor Minissérie/Antologia. Em números gerais, as plataformas HBO Max e Netflix empataram com 14 nomeações cada, seguidos pela Hulu (Star+ no Brasil) com 9. A próxima edição da premiação conta com um total de 27 categorias, com cinco indicados em cada uma delas, e será apresentada pelo comediante Jerrod Carmichael (de “The Carmichael Show”). Tradicionalmente exibida pelo canal pago TNT no país, a transmissão ainda não foi confirmada no Brasil, após a cerimônia deste ano ter sofrido boicote por conta de acusações de racismo e corrupção da HFPA. Devido ao escândalo, a entidade passou por uma reorganização completa, expulsou um ex-presidente que fez comentários racistas, ampliou seu número de votantes para incluir maior diversidade – não havia negros entre os membros até este ano – e adotou um manual de ética. Pra completar, a HFPA também teve seu controle adquirido pela empresa de investimentos Eldridge Industries, que ainda assumiu a propriedade da Dick Clark Productions, a produtora de longa data do evento. Desse modo, o dono da Eldridge Industries, Todd Boehly, passou a aturar como CEO interino do HFPA desde outubro de 2021. Mas tantas mudanças podem não ser suficientes para atrair as estrelas que boicotaram o prêmio neste ano. O ator Brendan Fraser, que vem de uma performance elogiada em “A Baleia” e é considerado presença garantida nos diversos eventos de premiação da temporada, já afirmou que não aceitará convite para participar do Globo de Ouro 2023, mesmo tendo sido indicado ao prêmio. A cerimônia marcará 20 anos de um abuso sexual que ele sofreu no evento – do ex-presidente expulso da HFPA. A 80ª edição do Globo de Ouro foi marcada para o dia 10 de janeiro de 2023, uma terça-feira. A escolha da data se deve ao fato de o domingo anterior estar ocupado com um jogo de futebol da NFL e o seguinte com a premiação do Critics Choice Awards. A cerimônia terá exibição simultânea nos EUA na rede de TV NBC e no serviço de streaming Peacock. Confira abaixo os indicados da premiação. FILMES MELHOR FILME DE DRAMA “Avatar: O Caminho da Água” “Elvis” “The Fabelmans” “Tár” “Top Gun: Maverick” MELHOR FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL “Babylon” “Os Banshees de Inisherin” “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” “Triângulo da Tristeza” MELHOR ATOR EM FILME DE DRAMA Austin Butler (“Elvis”) Brendan Fraser (“A Baleia”) Hugh Jackman (“The Son”) Bill Nighy (“Living”) Jeremy Pope (“The Inspection”) MELHOR ATRIZ EM FILME DE DRAMA Cate Blanchett (“Tár”) Olivia Colman (“Império da Luz”) Viola Davis (“A Mulher Rei”) Ana de Armas (“Blonde”) Michelle Williams (“The Fabelmans”) MELHOR ATOR EM FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL Diego Calva (“Babylon”) Daniel Craig (“Glass Onion: Um Mistério Knives Out”) Adam Driver (“Ruído Branco”) Colin Farrell (“Os Banshees de Inisherin”) Ralph Fiennes (“O Menu”) MELHOR ATRIZ EM FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL Lesley Manville (“Sra. Harris Vai a Paris”) Margot Robbie (“Babylon”) Anya Taylor-Joy (“O Menu”) Emma Thompson (“Boa Sorte, Leo Grande”) Michelle Yeoh (“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”) MELHOR ATOR COADJUVANTE EM FILME Brendan Gleeson (“Os Banshees de Inisherin”) Barry Keoghan (“Os Banshees de Inisherin”) Brad Pitt (“Babylon”) Ke Huy Quan (“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”) Eddie Redmayne (“O Enfermeiro da Noite”) MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM FILME Angela Bassett (“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”) Kerry Condon (“Os Banshees de Inisherin”) Jamie Lee Curtis (“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”) Dolly De Leon (“Triângulo da Tristeza”) Carey Mulligan (“Ela Disse”) MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO “Pinóquio” “Inu-oh” “Marcel the Shell With Shoes On” “Gato de Botas 2: O Último Pedido” “Red: Crescer é uma Fera” MELHOR FILME EM LÍNGUA NÃO-INGLESA “RRR” (Índia) “Nada de Novo no Front” (Alemanha) “Argentina, 1985” (Argentina) “Close” (Bélgica) “Decisão de Partir” (Coreia do Sul) MELHOR DIREÇÃO James Cameron, “Avatar: O Caminho da Água” Daniel Kwan e Daniel Scheinert, “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” Baz Luhrmann, “Elvis” Martin McDonagh, “Os Banshees de Inisherin” Steven Spielberg, “Os Fabelmans” MELHOR ROTEIRO Todd Field, “Tár” Daniel Kwan, e Daniel Scheinert, Everything Everywhere All at Once Martin McDonagh, “Os Banshees de Inisherin” Sarah Polley, “Entre Mulheres” Steven Spielberg e Tony Kushner, “Os Fabelmans” MELHOR TRILHA SONORA Carter Burwell, “Os Banshees de Inisherin” Alexandre Desplat, “Pinóquio de Guillermo del Toro” Hildur Guðnadóttir, “Entre Mulheres” Justin Hurwitz, “Babilônia” John Williams, “Os Fabelmans” MELHOR CANÇÃO ORIGINAL “Carolina,” Taylor Swift (“Um Lugar Bem Longe Daqui”) “Ciao Papa,” Alexandre Desplat, Guillermo del Toro, Roeban Katz (“Pinóquio de Guillermo del Toro” ) “Hold My Hand,” Lady Gaga, BloodPop, Benjamin Rice (“Top Gun: Maverick”) “Lift Me Up,” Tems, Rihanna, Ryan Coogler, Ludwig Göransson (“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”) “Naatu Naatu,” Kala Bhairava, MM Keeravani, Kala Bhairava, Rahul Sipligunj (“RRR”) SÉRIES MELHOR SÉRIE DE DRAMA “Better Call Saul” “The Crown” “A Casa do Dragão” “Ozark” “Ruptura” MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL “Abbott Elementary” “O Urso” “Hacks” “Only Murderes in the Building” “Wandinha” MELHOR MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU FILME PARA TV “Black Bird” “Dahmer: Um Canibal Americano” “Pam & Tommy” “The Dropout” “The White Lotus” MELHOR ATOR EM SÉRIE DE DRAMA Jeff Bridges (“The Old Man”) Kevin Costner (“Yellowstone”) Diego Luna (“Andor”) Bob Odenkirk (“Better Call Saul”) Adam Scott (“Ruptura”) MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE DRAMA Emma D’Arcy (“A Casa do Dragão”) Laura Linney (“Ozark”) Imelda Stauton (“The Crown”) Hilary Swank (“Alasca: Em Busca da Notícia”) Zendaya (“Euphoria”) MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL Quinta Brunson (“Abbott Elementary”) Kaley Cuoco (“The Flight Attendant”) Selena Gomez (“Only Murders in the Building”) Jenna Ortega (“Wandinha”) Jean Smart (“Hacks”) MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL Donald Glover (“Atlanta”) Bill Hader (“Barry”) Steve Martin (“Only Murders in the Building”) Martin Short (“Only Murders in the Building”) Jeremy Allen White (“O Urso”) MELHOR ATOR EM MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU FILME PARA TV Taron Egerton (“Black Bird”) Colin Firth (“The Staircase”) Andrew Farfield (“Em Nome do Céu”) Evan Peters (“Dahmer: Um Canibal Americano”) Sebastian Stan (“Pam & Tommy”) MELHOR ATRIZ EM MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU FILME PARA TV Jessica Chastain (“George & Tammy”) Julia Garner (“Inventando Anna”) Lily James (“Pam & Tommy”) Julia Roberts (“Gaslit”) Amanda Seyfried (“The Dropout”) MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA-MUSICAL OU DRAMA Elizabeth Debicki (“The Crown”) Hannah Einbinder (“Hacks”) Julia Garner (“Ozark”) Janelle James (“Abbott Elementary”) Sheryl Lee Ralph (“Abbott Elementary”) MELHOR ATOR COADJUVANTE EM MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU FILME PARA TV F. Murray Abraham (“The White Lotus”) Domhnall Gleeson (“O Paciente”) Paul Walter Hauser (“Black Bird”) Richard Jenkins (“Dahmer: Um Canibal Americano”) Seth Rogen (“Pam & Tommy”) MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU FILME PARA TV Jennifer Coolidge (“The White Lotus”) Claire Danes (“A Nova Vida de Toby”) Daisy Edgar-Jones (“Em Nome do Céu”) Niecy Nash-Betts (“Dahmer: Um Canibal Americano”) Aubrey Plaza (“The White Lotus”)
Brad Pitt e Margot Robbie alucinam no novo trailer de “Babilônia”
A Paramount divulgou uma novo trailer de “Babilônia”, que volta a reunir os astros Brad Pitt e Margot Robbie, após “Era uma Vez em… Hollywood”, novamente numa história sobre a velha Hollywood. Com muito sexo, drogas e jazz, a prévia destaca os excessos da Era de Ouro da indústria cinematográfica e a reviravolta moralista que isso causou. A maioria dos personagens do filme é fictícia, mas inspirada em pessoas reais. Depois de viver Sharon Tate no filme de Quentin Tarantino, Robbie interpreta uma versão cocainômana de Clara Bow, símbolo sexual da transição do cinema mudo para o falado, enquanto o personagem Pitt é baseado em grandes atores dos anos 1920, como John Gilbert, que teve dificuldades de se adaptar às mudanças tecnológicas trazidas pela sonorização. O filme tem roteiro e direção de Damien Chazelle, diretor dos premiados “Whiplash” e “La La Land”, e seu elenco grandioso ainda inclui Tobey Maguire (“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”), Samara Weaving (“Casamento Sangrento”), Olivia Wilde (“O Caso Richard Jewell”), Jovan Adepo (“Watchmen”), Li Jun Li (“Evil”), Jean Smart (“Hacks”), P.J. Byrne (“The Boys”), Lukas Haas (“O Regresso”), Olivia Hamilton (“La La Land”), Max Minghella (“The Handmaid’s Tale”), Rory Scovel (“Physical”), Katherine Waterston (“Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”), Eric Roberts (“Vício Inerente”), Ethan Suplee (“Dog – A Aventura de Uma Vida”), Phoebe Tonkin (“The Originals”), Jeff Garlin (“Curb Your Enthusiasm”) e o baixista Flea (“Queen & Slim”), da banda Red Hot Chili Peppers. O lançamento nos EUA está marcado para o Natal deste ano, visando abocanhar indicações ao Oscar 2023. No Brasil, porém, a estreia ficou para 19 de janeiro.
Hollywood vira “Babilônia” em trailer de cair o queixo com Brad Pitt e Margot Robbie
A Paramount divulgou uma coleção de pôsteres e o trailer de cair o queixo de “Babilônia”, que volta a reunir os astros Brad Pitt e Margot Robbie, após “Era uma Vez em… Hollywood”, numa nova história da velha Hollywood. Só que a produção é ainda mais aloprada que a obra anterior, com excessos impressionantes de sexo, drogas e… jazz! O clima é “F*, yeah!”, como diz Brad Pitt para uma Robbie alucinada, após ela perguntar: “Quem quer me ver lutar contra com uma cobra?”. E exalta uma época em que os astros de cinema não tinham limites. Sabe as lendas das festas com groupies do Led Zeppelin e Mötley Crüe? Contos da Carochinha perto do que viveram os primeiros astros de Hollywood. A maioria dos personagens do filme é fictícia, mas inspirada em pessoas reais. Depois de viver Sharon Tate no filme de Quentin Tarantino, Robbie interpreta uma versão cocainômana de Clara Bow, símbolo sexual da era de ouro do cinema americana, conhecida como a “It girl” durante a transição do cinema mudo para o falado, enquanto Pitt é outra estrela do cinema mudo, baseado no ator real John Gilbert, que tem dificuldades de se adaptar às mudanças tecnológicas trazidas pela sonorização. A trama toma liberdades para acompanhar a ascensão e queda de seus personagens, fictícios e históricos, durante a era do jazz do final dos anos 1920, marcada pela Lei Seca e também por todo o tipo de decadência e excessos. O elenco grandioso ainda inclui Tobey Maguire (“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”), Samara Weaving (“Casamento Sangrento”), Olivia Wilde (“O Caso Richard Jewell”), Jovan Adepo (“Watchmen”), Li Jun Li (“Evil”), Jean Smart (“Hacks”), P.J. Byrne (“The Boys”), Lukas Haas (“O Regresso”), Olivia Hamilton (“La La Land”), Max Minghella (“The Handmaid’s Tale”), Rory Scovel (“Physical”), Katherine Waterston (“Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”), Eric Roberts (“Vício Inerente”), Ethan Suplee (“Dog – A Aventura de Uma Vida”), Phoebe Tonkin (“The Originals”), Jeff Garlin (“Curb Your Enthusiasm”) e o baixista Flea (“Queen & Slim”), da banda Red Hot Chili Peppers. O filme tem roteiro e direção de Damien Chazelle, diretor dos premiados “Whiplash” e “La La Land”, e o lançamento nos EUA está marcado para o Natal deste ano, visando abocanhar indicações ao Oscar 2023. No Brasil, porém, a estreia só vai acontecer em 19 de janeiro.
Babilônia: Novo filme com Brad Pitt e Margot Robbie ganha primeiras fotos
A Paramount Pictures divulgou as primeiras fotos de “Babilônia” (Babylon), novo filme de Damien Chazelle, diretor de “La La Land”, que volta a reunir Margot Robbie e Brad Pitt após “Era uma vez em Hollywood”. Depois de viver Sharon Tate no filme de Quentin Tarantino, Robbie vai interpretar um papel inspirado em outra atriz famosa de Hollywood, Clara Bow, símbolo sexual da era de ouro do cinema americana, conhecida como a “It girl” durante a transição do cinema mudo para o falado. A personagem, porém, terá outro nome, já que a trama tomará liberdades para acompanhar a ascensão e queda de personagens fictícios e históricos na era do jazz, no final dos anos 1920, marcada pela Lei Seca e também por decadência e excessos. Pitt também vai interpretar um personagem “fictício”, uma estrela do cinema mudo que não consegue se adaptar às mudanças tecnológicas trazidas pela sonorização – e que é baseado no ator real John Gilbert. O elenco grandioso ainda inclui Tobey Maguire (“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”), Samara Weaving (“Casamento Sangrento”), Olivia Wilde (“O Caso Richard Jewell”), Jovan Adepo (“Watchmen”), Li Jun Li (“Evil”), Jean Smart (“Hacks”), P.J. Byrne (“The Boys”), Lukas Haas (“O Regresso”), Olivia Hamilton (“La La Land”), Max Minghella (“The Handmaid’s Tale”), Rory Scovel (“Physical”), Katherine Waterston (“Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”), Eric Roberts (“Vício Inerente”), Ethan Suplee (“Dog – A Aventura de Uma Vida”), Phoebe Tonkin (“The Originals”), Jeff Garlin (“Curb Your Enthusiasm”) e o baixista Flea (“Queen & Slim”), da banda Red Hot Chili Peppers. O próprio Chazelle escreveu o roteiro, e o lançamento nos EUA foi marcado para o Natal deste ano, visando abocanhar indicações ao Oscar 2023. No Brasil, porém, a estreia só vai acontecer em 19 de janeiro.
Gilberto Braga (1945-2021)
Gilberto Braga, um dos mais importantes autores de novelas do Brasil, morreu nesta terça-feira (26/10). O escritor, que completaria 76 anos na próxima segunda-feira, estava internado no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, onde enfrentava uma infecção sistêmica após uma perfuração do esôfago – lesão apontada como causa da morte. Casado com o decorador Edgar Moura Brasil, o autor também sofria do Mal de Alzheimer. Braga escreveu mais de 20 novelas, especializando-se em apresentar tramas de assassinato misterioso, que precisava ser resolvido nos últimos capítulos. Ele foi o primeiro teledramaturgo autêntico do Brasil, o primeiro autor brasileiro formado exclusivamente na televisão – jamais escreveu para teatro – , e fez sua trajetória praticamente inteira na rede Globo, iniciando com tramas do “Caso Especial” (antologia de teledramas) em 1972. Em toda a carreira, ele só fez uma obra fora da Globo, o roteiro do filme “Fim de Festa”, dirigido por Paulo Porto em 1978. A especialização em novelas aconteceu por acaso e sob pressão. Após entregar o quinto roteiro de “Caso Especial”, foi convencido pelo diretor Daniel Filho, na época responsável pela dramaturgia da Globo, a escrever seu primeiro folhetim em 1974, em parceria com o já experiente Lauro César Muniz. O resultado foi a novela “Corrida do Ouro”, desenvolvida para o horário das 19h “aos trancos e barrancos”, como ele próprio descreveu em entrevista à sua irmã historiadora Rosa Maria Araujo, num especial sobre os 70 da televisão do jornal O Globo. Em seguida, recebeu de Daniel Filho a missão de preencher o novo horário de novelas da emissora às 18h, inaugurando a fase áurea de adaptações de romances históricos com “Helena”, de Machado de Assis, em 1975. No mesmo ano, ainda escreveu a adaptação de “Senhora”, de José de Alencar, antes de criar seu primeiro fenômeno de audiência. Estrelada por Lucélia Santos, “Escrava Isaura” marcou época. A versão televisiva do romance de Bernardo Guimarães tornou-se a novela das 18h mais famosa de todos os tempos, ampliando sua popularidade com a passagem do tempo, graças a várias reprises. A produção também virou o primeiro grande produto de exportação da Globo, numa época em que a emissora carioca mal tinha planos de expansão internacional. Foi exibida até na China. Depois de despedir-se das 18h com “Dona Xepa” (1977), outro sucesso, foi direto, sem escalas, para o horário nobre, assinando sua primeira novela das 20h: o estouro “Dancin’ Days” em 1978. O melodrama, que combinava vida noturna moderna e drama existencial de uma ex-presidiária, foi a primeira novela urbana de Sonia Braga, fez deslanchar a carreira da adolescente Gloria Pires e contou com uma das melhores brigas femininas da história da TV brasileira (entre Sonia Braga e Joana Fomm), sem esquecer que lançou moda, vendeu muitos discos e ajudou a popularizar as discotecas no país. O autor continuou a fazer sucesso em “Água Viva” (1978), na qual inaugurou sua mania de mistérios criminais, lançando o bordão “Quem matou Miguel Fragonard?” (Raul Cortez), além de ter sido responsável por introduzir em “Brilhante” (1980) o primeiro protagonista homossexual (então no armário) da teledramaturgia nacional, vivido por Dennis Carvalho. Mais: com “Corpo a Corpo” e a genial atriz Zezé Motta, assinou mais um divisor de águas, transformando racismo em tema de novela em 1984. Entre tantas novelas, Braga ainda teve tempo para revolucionar as minisséries com sua primeira incursão no gênero, a romântica e nostálgica “Anos Dourados”, que fez o país se apaixonar por Malu Mader em 1986, seguida pela produção de “O Primo Basílio”, adaptação primorosa do romance histórico de Eça de Queirós. Revigorado pelas minisséries, ele voltou com tudo às narrativas longas. E dez anos depois de eletrizar o público com “Dancin’ Days”, parou o Brasil com “Vale Tudo” (1988). A trama de mau-caratismo consagrou a jovem adulta Gloria Pires como a malvadinha Maria de Fátima, eternizou a diva Beatriz Segall como a vilã das vilãs, Odete Roitman, e terminou quebrando todos os recordes de audiência, graças ao mistério de “Quem matou Odete Roitman”. Ironicamente, foi quando se achou o dono do mundo, em que nada que escrevia parecia falhar, que Braga amargou seu maior – talvez o único – dissabor, com a rejeição do público à trama de “O Dono do Mundo” (1991). A novela enfrentou vários protestos por sua premissa, em que Antonio Fagundes apostava ser capaz de tirar a virgindade de Malu Mader. A intenção era discutir ética. Mas o público se assustou. A ironia é que, dois anos depois, o mesmo público foi lotar os cinemas para ver uma parábola moral similar, só que made in Hollywood, no filme americano “Proposta Indecente”. O autor se vingou com a minissérie “Anos Rebeldes” (1992), retratando a resistência à ditadura, então ainda recente, com cenas de tortura para sacudir o público. A série acabou projetando Cláudia Abreu, que depois faria o melhor papel da carreira na melhor novela de Braga, “Celebridade”, em 2003. Juntando suas estrelas de “Anos Dourados” e “Anos Rebeldes”, Braga mostrou um novo “Vale Tudo” na era do culto às celebridades e com direito até a um “quem matou Lineu?” (Hugo Carvana). Só que, diferente dos anos 1980, pela primeira vez controlou todos os aspectos da obra, da escalação do elenco à trilha sonora. Por isso, dizia que “Celebridade” era sua novela favorita. Entre outras novelas, ainda se consagrou com “Paraíso Tropical” (2008), que também é lembrada por seus vilões – Bebel e Olavo, vividos por Camila Pitanga e Wagner Moura. A obra recebeu indicação ao Emmy Internacional. Ele continuou a escrever novelas até 2015, quando assinou “Babilônia”, mas a doença o tirou da TV. Nos últimos anos, tornou-se recluso. Mesmo assim, tinha planos. Na entrevista à irmã, publicada em 2020 em O Globo, disse que estava aproveitando a quarentena da pandemia para realizar com colaboradores uma adaptação do clássico britânico “Feira das Vaidades”, de William Makepeace Thackeray, passada no Rio de Janeiro dos anos 1920.
Rogéria (1943 – 2017)
Morreu a atriz Rogéria, o primeiro travesti a fazer sucesso na TV nacional, que se definia como “o travesti da família brasileira”. Ela vinha lutando contra uma infecção desde julho, sendo internada algumas vezes. Voltou ao hospital nesta segunda (4/9) no Rio de Janeiro, onde veio a falecer poucos horas após a internação, aos 74 anos. Seu nome artístico surgiu em um concurso de fantasias de Carnaval onde se apresentou como Rogério em 1964. Ao final do show, a plateia a ovacionou aos gritos de Rogéria. A partir daí, nunca mais usou o nome de batismo, Astolfo Barroso Pinto, a não ser como piada. E era realmente engraçado que Rogéria fosse Astolfo e ainda tivesse Pinto. Ela não tinha papas na língua. Costumava dizer que a cidade em que nasceu em 1943, Cantagalo, no interior do Rio de Janeiro, tinha sido o lar do maior macho do Brasil, Euclides da Conha, e da “maior bicha do Brasil: eu”. Desde sua infância tinha consciência da homossexualidade e na já adolescência virou transformista, buscando uma carreira de maquiadora, enquanto se descabelava aos gritos no auditório da Rádio Nacional, nos programas estrelados pela cantora Emilinha Borba, de quem era fã incondicional. Antes de se tornar famosa, Rogéria trabalhou como maquiadora na TV Rio. Lá, foi incentivada a ingressar no universo das artes cênicas, encontrando sua verdadeira vocação como atriz. Virou vedete de teatro de revista no notório reduto gay de Copacabana, a Galeria Alaska. Mas não se contentou em virar apenas um ícone LGBT+ do Rio. Chegou, inclusive, a ter carreira internacional. Viajou para Angola, Moçambique e seguiu para a Europa. Em Paris, virou estrela de renome graças a sua temporada na boate Carrousel entre os anos de 1971 e 1973. Ao voltar para o Brasil, emplacou filmes da Boca do Lixo, como “O Sexualista” (1975) e “Gugu, o Bom de Cama” (1979), ao mesmo tempo em que ganhou o Troféu Mambembe, conferido pelo Ministério da Cultura aos destaques teatrais do Rio e São Paulo, pelo espetáculo que fez em 1979 ao lado de Grande Otelo. Logo, começou a aparecer na TV. A princípio, como jurada de programas de calouro do Chacrinha. Seus comentários provocantes repercutiram com enorme sucesso entre o público, e assim ela se perpetuou nos programas de auditório por várias décadas, incluindo os comandados por Gilberto Barros e Luciano Huck. Rogéria também fez pequenas participações em novelas e séries de comédia da Globo, aparecendo em “Tieta”, “Sai de Baixo”, “Desejo de Mulher”, “Duas Caras”, “Babilônia”, “A Grande Família” e “Zorra Total”, além de fazer papéis bissextos no cinema, em filmes de diretores importantes e tão diferentes como Eduardo Coutinho (“O Homem que Comprou o Mundo”, 1968), Julio Bressane (“O Gigante da América”, 1978), José Joffily (“A Maldição do Sanpaku”, 1991) e Carla Camurati (“Copacabana”, 2001). No ano passado, ela lançou uma autobiografia intitulada “Rogéria — Uma Mulher e Mais um Pouco”, que comemorou os 50 anos de sua carreira, e participou do documentário “Divinas Divas, sobre as primeiras transformistas famosas do Brasil. Dirigido por Leandra Leal, o filme venceu o prêmio do público do Festival do Rio e do Festival SXSW, nos Estados Unidos. “Rogéria era uma artista maravilhosa. Era mais fácil trabalhar com ela do que com qualquer pessoa. Era só acender a luz que ela brilhava. Ela se dizia a travesti da família brasileira. Ela levava a família brasileira pra ver seus shows. Era sensacional”, lamentou o cartunista Chico Caruso, em depoimento ao jornal O Globo. “Ela abriu as portas para uma geração, ela desde sempre foi vanguarda, revolucionária e acho que é uma perda muito grande”, disse Leandra Leal. “Ela fazia a diferença, ela tinha voz, talento, força. Ela dizia: ‘Eu não levanto bandeira, eu sou a bandeira’. A maior mensagem que ela deixa é viver de acordo com a sua potência”.
Classificação indicativa deixa de ser proibitiva na TV brasileira
O Supremo Tribunal Federal acabou com a vinculação entre o horário de programas de TV e a sua classificação indicativa. A decisão, em vigor desde quinta (1/9), permite aos canais maior flexibilidade na programação de suas atrações. Até então, a classificação era restritiva e não indicativa de fato. Programas “não recomendados para menores de 14 anos” só podiam ser exibidos a partir das 21h impreterivelmente. Esta classificação, incorporada ao Estatuto da Criança e do Adolescente, foi responsável por transformar a tradicional “novela das oito” em “novela das nove” na TV brasileira. Vale lembrar que, no ano passado, Gilberto Braga precisou mudar o destino de uma personagem – inicialmente uma garota de programa – na novela das 21h “Babilônia” para evitar que fosse classificada para 16 anos e, portanto, só liberada para ir ao ar após às 22h. E a Record teve que cortar cenas em que escravos eram chicoteados em “Escrava Mãe”, sua atual novela das 19h, para manter a recomendação em 10 anos. O novo entendimento também facilita a exibição de reprises de novelas durante a tarde. Recentemente, a Record encontrou dificuldades para adequar ao horário sua reprise de “Chamas da Vida”, que tinha classificação de “não recomendada para menores de 14 anos”, resultando numa edição muito retalhada. Sucessos do cinema juvenil com censura 12 anos, como “Esquadrão Suicida” e “Star Trek: Sem Froteiras”, atualmente em cartaz nos cinemas, também não precisarão mais sofrer cortes para passar à tarde. Além disso, a chamada Rede Fuso, que apresentava programação atrasada exclusivamente para os estados do Norte e Nordeste durante o período de horário de verão, deve terminar. Os programas costumavam ir ao ar mais tarde nestas regiões, pela obrigação de vincular a classificação etária e o horário de exibição. Agora, a programação nacional poderá permanecer unificada, apesar do horário de verão nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Foi uma longa batalha. Para se ter ideia, a ação que resultou nessa decisão foi apresentada há nada menos que 15 anos pelo PTB, com apoio da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV). Trata-se, claro, de um exemplo notável da celeridade do judiciário brasileiro. Mas foi mesmo uma batalha. Em contraste à celebração dos canais, organizações de proteção à infância lamentaram a decisão. Várias ONGs, como Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, o Instituto Alana, a ANDI – Comunicação e Direitos e a Artigo 19 encamparam uma campanha contrária à desvinculação dos horários na televisão. Para elas, é grande o risco de maior exposição de crianças a conteúdos violentos e erotizados durante horários impróprios, como ocorria nos anos 1990, antes do Estatuto da Criança e do Adolescente, quando o quadro sensual “Banheira do Gugu” ocupava a faixa das 16h. A publicação do acórdão do STF suprimiu trecho do Estatuto que proibia exibir programas fora dos horários reservados a cada idade, segundo a classificação do Ministério da Justiça. A pasta continuará avaliando a classificação indicativa, que deve ser informada no início de cada atração, mas a partir de agora ela será, como diz seu nome, apenas indicativa – e não mais proibitiva.







