A Cidade Onde Envelheço vence o Festival de Biarritz na França
Após vencer o Festival de Brasília, o filme “A Cidade Onde Envelheço”, de Marília Rocha, conquistou o Prêmio “Abraço”, principal estatueta do Festival de Cinema da América Latina de Biarritz, na França. Este é o primeiro longa de ficção de Marília, que já dirigiu três documentários apresentados em outros festivais internacionais: “A Falta que Ne faz” (2009), “Acácio” (2008) e “Aboio” (2005). Protagonizado pelas portuguesas Elizabete Francisca e Francisca Manuel, “A Cidade Onde Envelheço” acompanha o choque cultural de uma jovem portuguesa que chega ao Brasil para visitar uma amiga de seu país natal, que se mudou há um ano para o clima tropical. Além de “A Cidade Onde Envelheço”, o júri de Biarritz também destacou “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, como um Prêmio Especial e o troféu de Melhor Atriz, para Sonia Braga. O Prêmio de Melhor Ator foi para Alejandro Sieveking, por seu papel no argentino “El Invierno”, de Emiliano Torres, que também levou o Prêmio da Crítica. Já o Prêmio do Público ficou com o venezuelano “El Amparo”, de Robert Calzadilla.
Série Aquarius é cancelada ao final da 2ª temporada
A rede NBC anunciou oficialmente o cancelamento da série “Aquarius”, estrelada por David Duchovny, após duas temporadas de baixa audiência. O programa já parecia destinado ao cancelamento quando a emissora decidiu mudar seu dia de exibição de quinta para sábado, nos episódios finais exibidos em agosto. Em geral, as emissoras americanas não exibem inéditos de séries nas noites de sábado, considerado um dia “morto” da TV. De todo modo, a história chegou a seu final natural, mostrando os assassinatos cometidos pela “família” de Charles Manson. Uma 3ª temporada teria apenas os julgamentos para se focar. Criada pelo roteirista John McNamara (de “In Plain Sight” e “Fastlane”), a série acompanhou o policial (Duchovny) que investigou o vigarista que encantou e reuniu diversas mulheres para formar uma “família” de seguidores, capazes de fazer tudo por ele: ninguém menos que o psicopata Charles Manson (Gethin Anthony, da série “Game of Thrones”). O elenco ainda contava com Grey Damon (série “Friday Night Lights”), Claire Holt (série “The Originals”), Emma Dumont (série “Bunheads”), Michaela McManus (série “The Vampire Diaries”), Chance Kelly (série “Fringe”), Tara Lynne Barr (“6 Miranda Drive”), Gaius Charles (série “Grey’s Anatomy”) e Ambyr Childers (série “Ray Donovan”). Com o fim de “Aquarius” e “The Fall”, estrelada por Gillian Anderson, os dois atores ficaram com as agendas livres para se dedicarem a uma nova temporada de “Arquivo X”.
Aquarius vai tentar emplacar Sonia Braga como Melhor Atriz no Oscar
A Vitagraph Films, empresa responsável pela distribuição do brasileiro “Aquarius” nos Estados Unidos, irá lançar uma campanha para tentar uma indicação de Melhor Atriz para Sonia Braga no Oscar. A informação foi passada pelo diretor Kleber Mendonça Filho ao site americano Screen Daily. Embora a indicação de Sonia tenha muita torcida, é importante dimensionar a campanha do filme, que não seria muito diferente caso tivesse sido escolhido como representante brasileiro para a categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira. A distribuidora americana Vitagraph é muito pequena, nem canal tem no YouTube, e não contará com grande orçamento para divulgar a estreia do filme nos cinemas, que dirá bancar corrida ao Oscar. Segundo Filho, a campanha começará em duas semanas com um jantar em Los Angeles. Enquanto isso, campanhas caríssimas dos grandes estúdios de Hollywood incluirão anúncios na mídia, envios de Blu-ray e diversos mimos. Vale lembrar que Fernanda Montenegro teve apoio do estúdio Sony Pictures Classics quando conseguiu sua indicação ao Oscar por “Central do Brasil” (1998), enquanto as diversas indicações de “Cidade de Deus” (2002) ocorreram com empurrão da Miramax, dos irmãos Weinsten, que sabem como poucos o que fazer para conquistar Oscars. “Aquarius” chega aos cinemas dos EUA com exibição no Festival de Cinema de Nova York, que começa na sexta (30/9), e terá lançamento comercial em 14 de outubro, em circuito limitado.
Atores de The Big Bang Theory são os mais bem pagos da TV pelo segundo ano
Os atores da série “The Big Bang Theory” são os mais bem-pagos da TV mundial pelo segundo ano consecutivo. Segundo a apuração anual da revista Forbes, Jim Parsons foi o ator televisivo que mais faturou entre junho de 2015 e junho de 2016, recebendo US$ 25,5 milhões no período. Depois dele aparecem os outros três atores da série – Johnny Galecki, Simon Helberg e Kunal Nayyar. O Top 5 se completa com o astro de “NCIS”, Mark Harmon, que faturou US$ 20 milhões. Mas chama atenção que a sequência do ranking volte a destacar quatro atores de uma mesma série, Ty Burrell, Jesse Tyler Ferguson, Ed O’Neill e Eric Stonestreet, todos de “Modern Family”. Curiosamente, na lista feminina há uma inversão. Sofia Vergara, de “Modern Family”, lidera com folga, seguida por Kalley Cuoco, de “The Big Bang Theory”. Entremeados entre os comediantes de “Modern Family”, ainda aparecem na relação da Forbes os atores Nathan Fillion, por “Castle”, e Ray Romano, que já foi o ator mais bem pago dos anos 1990 (na época de “Everybody Loves Raymond”) e faturou mais que ninguém pela cancelada “Vinyl”. Abaixo do Top 10, a principal novidade foi a volta de David Duchovny ao universo dos atores milionários da televisão. Graças ao retorno de “Arquivo X” e seu trabalho na série “Aquarius”, ele faturou US$ 10 milhões, o suficiente para aparecer em 13º lugar, logo atrás de Kevin Spacey, que, por “House of Cards”, é o representante solitário da Netflix na listagem.
Desculpe o Transtorno não passa do 7º lugar em sua estreia nos cinemas
O marketing viral foi um sucesso. Já o filme “Desculpe o Transtorno” nem tanto. A comédia besteirol estrelada por Gregório Duvivier abriu apenas em 7º lugar, com renda de R$ 1 milhão nas bilheterias brasileiras do fim de semana, apesar do lançamento em 10% de todo o circuito nacional. A estreia foi razoável o suficiente para ficar à frente de “Aquarius”, que após abrir em 10º com um terço dessa distribuição, e subir para 8º na segunda semana, está agora em 9º lugar, rendendo mais R$ 580 mil. Com isso, o melhor desempenho nacional ainda pertence, após três semanas, à comédia “Um Namorada para Minha Mulher”, com R$ 1,2 milhão em 6º lugar. Na parte de cima do ranking, “Pets – A Vida Secreta dos Bichos” manteve-se na liderança pela quarta semana seguida, faturando mais R$ 5,2 milhões. Fenômeno de popularidade, a animação já acumulou R$ 52,9 milhões, com 3,6 milhões de ingressos vendidos no Brasil. A estreia de “Bruxa de Blair” ficou com o 2º lugar, com R$ 3,9 milhões arrecadados, e outro terror, “Homem nas Trevas”, completou o pódio, com mais R$ 2,1 milhões.
Boi Neon vai representar o Brasil na disputa do Oscar… espanhol
O filme “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, foi selecionado para representar o Brasil na disputa de uma indicação ao prêmio Goya (o Oscar espanhol). O longa do cineasta pernambucano tentará chegar entre os quatro finalistas na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano na 31ª edição do prêmio espanhol. Na seleção, ele acabou superando “Pequeno Segredo”, de David Schurmann, escolhido como representante brasileiro para tentar uma vaga no Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira. Mascaro, porém, não quis submeter “Boi Neon” à análise da comissão que definiu o candidato nacional ao Oscar 2017 e perdeu a chance de se igualar a seus colegas Kleber Mendonça Filho e Anna Muylaert, que já possuem em seus currículos o apoio do Ministério da Cultura para disputar o Oscar, respectivamente em 2014 e 2016. A politização alimentada pelo marketing de confronto do novo filme de Filho, “Aquarius”, acabou contaminando o processo de seleção do Oscar, levando Mascaro a afirmar não reconhecer a imparcialidade e a legitimidade da comissão que definiu o candidato brasileiro e optando por não participar do processo. Ao mesmo tempo, Mascaro não teve problemas para candidatar “Boi Neon” ao “Oscar espanhol” junto à Ancine (Agência Nacional de Cinema). Um detalhe curioso: “Aquarius” não concorreu nesta disputa. Produção brasileira mais premiada do ano, “Boi Neon” já foi exibido em cerca 75 festivais, conquistando duas dezenas de troféus, com destaque para o Prêmio Especial do Júri da mostra Horizontes, no Festival de Veneza, além dos prêmios de Melhor Filme nos festivais do Rio, Cartagena, Adelaide e Varsóvia.
Pets lidera as bilheterias brasileiras pela terceira semana seguida
A animação “Pets – A Vida Secreta dos Bichos” manteve-se no topo das bilheterias no Brasil pela terceira semana consecutiva. De acordo com os dados da comScore, a animação conseguiu mais do que o dobro de público e renda do 2º colocado no período de quinta-feira a domingo. Foram 488 mil espectadores, que geraram R$ 7,5 milhões. O vice-líder foi o principal lançamento da semana, o terror “O Homem nas Trevas”, que levou 238 mil pessoas ao cinema, arrecadando R$ 3,5 milhões. “Star Trek: Sem Fronteiras” caiu uma posição em relação à semana passada, com 151 mil ingressos vendidos para um faturamento de R$ 2,8 milhões. O melhor desempenho do cinema brasileiro na semana foi, novamente, da comédia “Um Namorado para Minha Mulher”, que manteve seu 5º lugar. Mas “Aquarius” pode comemorar uma melhora significativa no ranking, subindo duas posições, do 10º para o 8º lugar, graças à mídia gerada por seu marketing de confronto. Desde sua estreia, “Aquarius” já foi visto por quase 150 mil pessoas e arrecadou, no total, R$ 2,3 milhões. Trata-se de uma quantia expressiva para um drama nacional de distribuidora pequena, com menos de 100 cópias em circulação. Em termos de comparação, “Um Namorado para Minha Mulher” fez nos últimos quatro dias o que “Aquarius” levou 11 para registrar.
Diretor de Pequeno Segredo defende a escolha de seu filme para representar o Brasil no Oscar 2017
O diretor David Schurmann não sabe se comemora a escolha de “Pequeno Segredo” como representante do Brasil para tentar uma vaga na categoria de Melhor Filme de Língua Estrangeira no Oscar 2017, ou se lamenta os ataques que seu filme passou a receber por conta disso, de gente que não o viu. “Fico muito feliz e honrado com a escolha. Tínhamos esperança, afinal, a esperança é a última que morre, apesar de não ser um dos filmes mais falados”, ele disse ao jornal O Globo. “Sabemos que tem muita gente falando que não foi a melhor escolha da equipe, mas quero dizer que, quando essas pessoas assistirem ao filme, vão entender por que ele foi escolhido”, defendeu. Schurmann acredita que a escolha de seu filme foi consequência do perfil de produções que costumam ser premiadas pela Academia. Ele lembrou que raramente filmes de “arte”, como o defendido “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, são premiados pela Academia. “É uma história muito forte, sobre adoção e HIV, que fala de encontros de pessoas diferentes pelo mundo. A Academia busca este tipo de filme. Uma história que quebra tabus, que abre a mente das pessoas para dramas universais, como a doença. É diferente do perfil dos filmes que vão para Cannes. São perfis diferentes de filmes: por isso, não é certo que um filme que vá bem em Cannes seja indicado ao Oscar”, comparou. Em relação às críticas que vem sofrendo nas redes sociais, o cineasta desabafou a O Globo que lamenta as distorções, e cita o boato de “metade da equipe ser estrangeira”. Segundo ele, as mentiras se propagam sem que ninguém tenha o cuidado de verificar. “As pessoas estão muito inflamadas, é uma característica do nosso tempo, acho natural, mas eu sou só um cineasta defendendo seu filme, que levou seis anos para ficar pronto. Ao contrário do que estão dizendo, o meu filme não tem ‘metade da equipe estrangeira’: temos uma diretora de arte que não é brasileira, porque o nosso diretor de arte, que era brasileiro, foi chamado para fazer ‘Narcos’ em cima da hora e ficamos na mão, e todos os grandes diretores de arte brasileiros já estavam trabalhando. Recebi uma indicação da Bridget Broch, que logo comprou a ideia do filme. O diretor de fotografia Inti Briones é peruano, chileno e brasileiro, e disso pouca gente sabe. Mesma coisa, o nosso diretor foi para ‘Nise’ e todos os grandes diretores de fotografia brasileiros já estavam trabalhando. E era meu primeiro longa, eu queria um grande diretor de fotografia. Além deles, dois atores são de fora, porque fazia sentido à história. Cansado de ser atacado, ele contra-ataca, dizendo que sua equipe é até mais brasileira que a dos filmes da “panelinha”, que só filmam com gente do mesmo estado, porque emprega profissionais de dez estados diferentes do pais. “Considero meu filme mais brasileiro do que muitos filmes que só fazem com a sua panelinha”, arrematou. Para completar, ele explica porque porque “ninguém viu o filme”. “A estreia estava marcada para junho, mas estávamos aperfeiçoando a mixagem de som e os efeitos especiais. Tem uma cena com uma baleia que eu não sosseguei enquanto não ficou perfeita. Não queria que ninguém achasse que não era uma baleia de verdade. É um filme de padrão internacional”. Por isso, “Pequeno Segredo” só ficou pronto agora, sem tempo de entrar no circuito dos festivais. Vale lembrar que isso é muito comum entre os filmes do Oscar, com estreias no último fim de semana do ano para se qualificar à disputa de indicações, sem passar pelos festivais que precedem o período – casos, por exemplo, de “O Regresso”, um dos filmes mais premiados pela Academia em 2016.
Anna Muylaert chama de “golpe” e ridiculariza seleção de Pequeno Segredo para o Oscar 2017
A cineasta Anna Muylaert, que decidiu não disputar a candidatura brasileira à vaga de Melhor Filme de Língua Estrangeira do Oscar 2017, resolveu atacar abertamente a escolha de “Pequeno Segredo”, de David Schurmann. Além de usar seu Facebook para chamar a vitória de “golpe”, ela publicou em sua timeline um cartaz manipulado do filme, que substitui seu título por “Pequeno Golpe”. A respeitada e premiada cineasta, que
Pequeno Segredo será o representante do Brasil na disputa por vaga no Oscar 2017
O filme “Pequeno Segredo”, de David Schurmann, será o representante do Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. O anúncio foi feito nesta segunda (12/9) pela comissão do Ministério da Cultura, em evento na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Ao anunciar a escolha, Luiz Alberto Rodrigues, sócio-diretor da produtora Panda Filmes, disse que a comissão analisou não apenas as qualidades artísticas do filme, mas também tentou considerar o que a Academia de Hollywood poderia levar em conta. “Não foi uma decisão fácil. Não foi uma decisão unânime. Foi uma decisão pelo consenso”, completou Silvia Maria Sachs Rabello, presidente da Abeica (Associação Brasileira de Empresas de Infra-estrutura de Indústria Cinematográfica e Audiovisual) e membro do comitê gestor do Fundo Setorial do Audiovisual. “Pequeno Segredo” é baseado numa história verídica da família Schurmann, conhecida por navegar o mundo. A trama gira em torno da garotinha Kat, filha adotiva de Heloisa e Vilfredo Schurmann, e irmã do diretor. A menina morreu em 2006 e a história inspirou também o livro best-seller “Pequeno Segredo: A Lição de Vida de Kat para a Família Schurmann” (2012), escrito por Heloisa, a mãe de David Schurmann. O diretor catarinense já tinha registrado as aventuras mundiais de sua família em dois documentários e numa série do “Fantástico”. Seu novo filme, porém, é um drama de ficção e possui um elenco internacional, que combina atores brasileiros, como Julia Lemmertz, Maria Flor, Marcello Antony e Mariana Goulart, com os estrangeiros Fionnula Flanagan, Erroll Shand e outros. A escolha de “Pequeno Segredo” pode ser considerada polêmica. Não porque tenha impedido que o diretor Kleber Mendonça Filho sofresse o embaraço de ter seu filme “Aquarius” eleito por uma comissão que ele questionou e pressionou ostensivamente, por meio de carta aberta e de diversas entrevistas. Mas porque ainda é inédito no país. É que, pelas regras da Academia, os filmes inscritos na categoria de Melhor Filme de Língua Estrangeira no Oscar 2017 devem ser lançados e exibidos publicamente com fins comerciais por pelo menos sete dias consecutivos entre os dias 1º de outubro de 2015 e 30 de setembro de 2016. E a estreia prevista para “Pequeno Segredo” supera esse prazo, já que está marcada apenas para novembro. É necessária a comprovação da exibição do filme em salas de cinema comercial, com o risco da desqualificação do candidato. E uma vez desqualificado, ele não pode ser substituído por outro. Neste caso, o Brasil simplesmente perderia sua vaga. A comissão do Ministério da Cultura justificou a escolha dizendo ter sido informada que o longa terá sua estreia adiantada, para 22 de setembro, visando a qualificação. Os integrantes da comissão que elegeu o representante brasileiro foi formada por Adriana Scorzelli Rattes, Bruno Barreto, Carla Camurati, George Torquato Firmeza, Luiz Alberto Rodrigues, Marcos Petrucelli, Paulo de Tarso Basto Menelau, Silvia Maria Sachs Rabello e Sylvia Regina Bahiense Naves. Ao todo, foram inscritos 16 filmes e 3 alardearam que não participariam do processo. Por sinal, o filme de Schurmann pode ter sido fortalecido pelos cineastas que se solidarizaram contra uma suposta perseguição ao filme “Aquarius” e não incluíram suas produções na disputa, entre elas “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, que tinha grandes chances de ser o representante brasileiro.
Aquarius ganha classificação livre para todas as idades na França
O filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, foi classificado como livre para todas as idades na França. Mas a decisão da CNC (Le Centre National du Cinéma et de l’Image Animée), entidade que regula o setor, não tem a conotação politizada que andou ganhando em alguns sites. Afinal, assim como “Aquarius”, “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert, também recebeu a mesma classificação. No Brasil, os dois filmes foram exibidos com recomendação indicativa para maiores de 16 anos. O mercado de cinema francês é o mais liberal do mundo, e apenas pornografia recebe classificação para maiores de 18 anos. Filmes com closes de sexo explícito, como “Love”, “Um Estranho no Lago” e “Ninfomaníaca”, receberam indicação para maiores de 16 anos no país. Mas para balizar com um parâmetro mais expressivo, o drama francês “Azul É a Cor Mais Quente”, que tem longas cenas de sexo lésbico explícito, foi exibido para maiores de 12 anos no país. No Brasil, a classificação dos quatro longas citados foi de 18 anos e as empresas nacionais de replicação de Blu-ray se recusaram a produzir seus discos, devido ao conteúdo.
Com toda a polêmica, Aquarius estreia apenas em 10º lugar nas bilheterias
O filme que rendeu mais pauta na imprensa brasileira em 2016 não teve desempenho à altura de sua polêmica. “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, abriu apenas em 10º lugar nas bilheterias, levando 54 mil pessoas aos cinemas, entre quinta e domingo (4/9) num faturamento de R$ 880 mil em ingressos vendidos. Estrelado por Sonia Braga, o drama nacional foi exibido em 89 salas, com classificação indicativa para maiores de 16 anos. Quem conhece o mercado cinematográfico não esperava nada diferente. Afinal, o gênero dramático não costuma gerar blockbusters no Brasil e a distribuidora responsável por seu lançamento, Vitrine Filmes, é pequenina, com mais penetração no circuito limitado dos exibidores de filmes de arte. O pequeno número de salas reflete essa origem e jamais poderia dar num resultado expressivo. Mesmo assim, sobrou retórica a respeito de como a tática da politização transformaria o filme no grande blockbuster brasileiro de 2016 – algo que talvez só a provisória indicação para maiores de 18 anos, superada na véspera da estreia, poderia evitar, numa suposta conspiração do “governo ilegítimo”. “Aquarius” pode se conformar em ter conseguido uma boa média de ocupação, com 442 espectadores por sala, bastante alta para produções nacionais – foi a terceira maior ocupação por sala da semana. Mas, por outro lado, teve menos público total que outro lançamento brasileiro da semana, o besteirol “Um Namorado para Minha Mulher”, de Julia Rezende, que abriu em 4º lugar com 127 mil ingressos vendidos e renda de R$ 2 milhões. Acima de tudo isso, o campeão das bilheterias nacionais foi, pela segunda semana consecutiva, a animação “Pets – A Vida Secreta dos Bichos”, visto por 713 mil pessoas e rendendo mais R$ 11 milhões nos últimos quatro dias. Já a maior estreia da semana, “Star Trek: Sem Fronteiras” ficou com a vice-liderança, levando 260 mil pessoas aos cinemas, com um faturamento de R$ 4,9 milhões.










