Woody Harrelson e James Marsden vão denunciar a farsa da Guerra do Iraque
Os atores Woody Harrelson (“Jogos Vorazes”) e James Marsden (“X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”) vão protagonizar “Shock and Awe”, filme-denúncia sobre a Guerra do Iraque. Os dois interpretarão a dupla de jornalistas Jonathan Landay e Warren Strobel, que revelaram a farsa montada pelo governo Bush para convencer o público e seus aliados internacionais de que Saddam Hussein planejava ataques terroristas com armas de destruição em massa, visando justificar assim um ataque ao Iraque. Entretanto, tratava-se de um mentira. O elenco grandioso ainda contará com Milla Jovovich (“Resident Evil”), Jessica Biel (“O Vingador do Futuro”), Tommy Lee Jones (“Homens de Preto”) e Alec Baldwin (“Blue Jasmine”). As filmagens vão acontecer ainda neste ano e devem retratar a história como uma investigação jornalística, ao estilo de “Spotlight”, que venceu o Oscar 2016. O roteiro foi escrito pelo novato Joey Hartstone e a direção está a cargo do veterano Rob Reiner, responsável por diversos clássicos dos anos 1980, como “Isto É Spinal Tap” (1984), “Conta Comigo” (1986), “A Princesa Prometida” (1987) e “Harry & Sally: Feitos um para o Outro” (1989). Reiner acaba de filmar o primeiro roteiro de Hartstone, “LBJ”, cinebiografia do presidente americano Lindon B. Johnson, que por sinal também é estrelada por Woody Harrelson no papel-título. Atualmente em pós-produção, este filme ainda não tem previsão de estreia.
Abbas Kiarostami (1940 – 2016)
Morreu o cineasta iraniano Abbas Kiarostami, vencedor da Palma de Ouro em Cannes por “Gosto de Cereja” (1997). Ele faleceu aos 76 anos em Paris, onde tratava um câncer, informou nesta segunda-feira (4/7) a agência de notícias oficial do Irã, ISNA. O diretor já tinha passado por uma série de cirurgias e estava em Paris para completar o tratamento. Kiarostami era considerado um dos mais influentes diretores de seu país. Nascido em Teerã, em 22 de junho de 1940, fez faculdade de belas-artes e começou seu envolvimento com o cinema em 1969, quando foi nomeado diretor do departamento de cinema do Instituto para o Desenvolvimento Intelectual de Jovens e Adultos do Irã (Kanoon, na sigla original). Nesse período no Kanoon, no qual se manteve mesmo após a revolução islâmica, o cineasta se tornou uma das figuras mais proeminentes da new wave iraniana – equivalente à nouvelle vague francesa – , dirigindo diversos filmes de ficção e documentários a partir de meados dos anos 1970. Ele passou a chamar atenção internacional com “Onde Fica a Casa do Meu Amigo?” (1987), que lhe rendeu o Leopardo de Bronze em Locarno. O filme abriu uma trilogia, constituída ainda por “E a Vida Continua” (1992) e “Através das Oliveiras” (1994), que lidavam com os problemas da infância. Ambos foram premiados na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, evento que o tornou conhecido no país e que o homenageou com uma retrospectiva em 2004. A Palma de Ouro por “Gosto de Cereja” o consagrou definitivamente como autor, ao contar a história surreal de um homem em busca de alguém para enterrá-lo depois que ele se matar. Seu filme seguinte, “O Vento Nos Levará” (1999), foi premiado no Festival de Veneza. E a fama conquistada lhe permitiu avançar em projetos diversificados, indo filmar no exterior, pela primeira vez, para o documentário “ABC África”, um olhar contundente sobre a expansão da AIDS em Uganda. Também enquadrou a condição feminina, tema pouco explorado no cinema iraniano, no drama “Dez” (2002), centrada numa jovem mãe divorciada. Kiarostami também se tornou conhecido por incentivar outros cineastas de seu país. Ele escreveu os roteiros de “O Balão Branco” (1995) e “Ouro Carmim” (2003), que projetaram a carreira de seu ex-assistente Jafar Panahi com prêmios em Cannes – respectivamente, Melhor Filme de Estreia e Melhor Filme da Mostra Um Certo Olhar – , além de “Willow and Wind” (2000), dirigido por Mohammad-Ali Talebi, “Desert Station” (2002), de Alireza Raisian, “Men at Work” (2006), de Mani Haghighi, e “Meeting Leila” (2011), de Adel Yaraghi. Ele também realizou um filme que registrava apenas as expressões do público sentado no cinema, diante de uma projeção que ninguém mais vê. “Shirin” (2008) representou a materialização de sua ideia de que todo filme é uma obra inacabada, que só se completa com a ajuda do olhar do público. “Enquanto cineasta, eu conto com a intervenção criativa do público, caso contrário, filme e espectador desaparecerão juntos. No próximo século de cinema, o respeito ao espectador enquanto elemento inteligente e construtivo é inevitável. Para alcançá-lo, é preciso talvez se distanciar da ideia segundo a qual o cineasta é o mestre absoluto. É preciso que o cineasta também seja espectador de seu filme”, afirmou Kiarostami, na ocasião. Nos últimos anos, vinha filmando no exterior, num exílio autoimposto, em decorrência do recrudescimento político que, entre outras coisas, levou à prisão seu amigo Jafar Panahi, proibido pelo governo de dirigir por duas décadas. Seus últimos longas foram “Tickets” (2005), rodado num trem rumo à Roma na companhia de outros dois mestres, o britânico Ken Loach e o italiano Ermanno Olmi, “Cópia Fiel” (2010) na região da Toscana, com a estrela francesa Juliette Binoche, e “Um Alguém Apaixonado” (2012) feito no Japão. Sua morte emocionou outro amigo, Ashgar Farhadi, cineasta premiado com o Oscar por “A Separação” (2011), que comendou a perda para o jornal britânico The Guardian: “Kiarostami não foi só um cineasta, foi um místico moderno, tanto no seu cinema como na sua vida privada. Ele abriu caminho a outros e influenciou inúmeras pessoas. O mundo inteiro, não apenas o mundo do cinema, perdeu um grande homem.”
Cães de Guerra: Jonah Hill e Miles Teller se divertem com a guerra em trailer de comédia
A Warner Bros. divulgou o novo pôster e o segundo trailer de “Cães de Guerra” (War Dogs), comédia estrelado por Jonah Hill (“Anjos da Lei”) e Miles Teller (“Quarteto Fantástico”), com direção de Todd Phillips, o responsável pela trilogia “Se Beber, Não Case!”. Baseado em fatos reais, a prévia mostra como dois jovens inexperientes venceram uma concorrência do Pentágono e se tornaram reis da indústria bélica, transportante armas para as tropas americanas no Iraque e negociando com criminosos internacionais. “War Dogs” revela como os dois amigos se valeram de uma iniciativa do governo americano, que permitia que pequenas empresas fizessem contratos com o exército, para, no início dos anos 2000, aproveitarem as guerras no Afeganistão e no Iraque para arrecadarem uma fortuna com o fornecimento de armas. O roteiro foi escrito por Jason Smilovic (“Xeque-Mate”), a partir de um artigo da revista Rolling Stone, intitulado “Arms and the Dudes” (“Armas e os Caras”, em tradução literal), de Guy Lawson. A produção é do ator Bradley Cooper (igualmente da trilogia “Se Beber, Não Case!”), que também faz participação especial no longa. O filme estreia em 19 de agosto nos EUA, mas ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.
Anton Yelchin (1989 – 2016)
O ator Anton Yelchin, que interpreta Chekov na franquia “Star Trek”, faleceu na madrugada deste domingo (19/6), num acidente de carro. Ele foi encontrado por amigos esmagado por seu carro em sua própria casa, em San Fernando Valley, na grande Los Angeles. Segundo informações do site TMZ, ele foi espremido entre o veículo e uma caixa de correio de tijolos, que ficava junto a um portão de segurança. Os amigos o encontraram por volta da 1h da madrugada, e o motor do carro ainda estava funcionando, embora o veículo estivesse em ponto morto. Tudo indica que foi um acidente provocado por descuido. Yelchin tinha apenas 27 anos. Nascido na Rússia em 1989, Yelchin se mudou para os Estados Unidos com a família aos seis meses de idade. A carreira de ator teve início precoce, com uma estreia na TV aos 10 anos em um papel na série “E.R. — Plantão Médico”. Um ano depois, atuou ao lado de Anthony Hopkins no filme “Lembranças de um Verão” (2001). Após se destacar na minissérie sci-fi “Taken” (2002), produzida por Steven Spielberg, e no elenco da série “Huff” (2004-2006), passou a se dedicar à carreira cinematográfica, assumindo um papel importante em “Alpha Dog” (2006), ao lado de Justin Timberlake, e protagonizando a comédia “Charlie, Um Grande Garoto” (2007). A grande virada em sua carreira veio com o papel do navegador russo da Enterprise, Pavel Checov, no reboot da franquia “Star Trek”, dirigido por J.J. Abrams em 2009. Ele voltou a viver o personagem em “Além da Escuridão: Star Trek” (2013), após dar vida a dois outros papeis icônicos, encarnando o jovem Kyle Reese em “O Exterminador do Futuro — A Salvação” (2009), e o matador de vampiros adolescente Charley Brewster do remake de “A Hora do Espanto” (2011). Nos últimos anos, Yelchin vinha se destacando cada vez mais, conquistando papeis importantes em produções premiadas, como o cultuado romance “Loucamente Apaixonados” (2011), em que namorou Felicity Jones; “Um Novo Despertar”, no qual viveu o filho de Mel Gibson e Jodie Foster; e no filme de vampiros “Amantes Eternos” (2013), de Jim Jarmusch. E filmava como nunca, chegando a estrelar nada menos que 14 produções nos últimos três anos, geralmente em papeis fora do comum, independente do gênero, como atesta sua lista recente de fantasias juvenis (“O Estranho Thomas”), comédias bizarras (“Enterrando Minha Ex”), dramas sensíveis (“Sonhos à Deriva”) e produções ousadas (“Cymbeline”). Um de seus trabalhos mais elogiados acaba de estrear em circuito limitado nos EUA, o suspense “Sala Verde” (tradução preguiçosa de “Green Room”, que é camarim em inglês), em que vive o baixista de uma banda punk que testemunha um assassinato cometido por um grupo de skinheads. Mas Yelchin estava em fase tão prolífica que deixou cinco filmes prontos para serem lançados. Além de seu retorno ao papel de Chekov, “Star Trek: Sem Froteiras”, que estreia em 21 de julho no Brasil, a lista inclui quatro obras de cineastas iniciantes, inclusive “Porto”, estreia na ficção do brasileiro Gabe Klinger, que escreve sobre cinema na revista britânica Sight & Sound e é curador do Festival de Roterdã, na Holanda. Sua morte absolutamente inesperada gerou uma onda de incredibilidade nas redes sociais. “Não acredito”, resumiu Karl Urban, intérprete do Dr. McCoy na franquia “Star Trek”. “Ainda em choque”, reagiu Justin Lin, diretor de “Star Trek: Sem Fronteiras”. “Um talento tão tão brilhante, nunca esquecerei seu sorriso doce”, despediu-se Olivia Wilde, que trabalhou com Yelchin em “Alpha Dog”.
Gilmore Girls revela título da nova temporada e primeiro pôster
O revival da série “Gilmore Girls” ganhou um pôster e teve seu subtítulo revelado. Em entrevista ao programa de Ellen DeGeneres, a atriz Lauren Graham, que dá vida a Lorelai Gilmore na série, revelou que o retorno acontecerá com o nome de “Gilmore Girls: A Year in the Life”. Além de anunciar o título da nova temporada, Lauren ainda confirmou o que vinha sido falado sobre a produção: que serão quatro episódios de 90 minutos, cada um passado numa estação diferente (inverno, primavera, verão e outono). “Por isso é que se chama ‘Um Ano na Vida’”, ela explicou, referindo-se ao título original em inglês. Centrada no cotidiano da mãe solteira Lorelai e sua filha Rory (Alexis Bledel) na cidadezinha fictícia de Stars Hollow, a atração serviu para lançar a carreira de muitos astros, como Melissa McCarthy (“A Espião que Sabia Demais”), que viveu a chef Sookie, e os então adolescentes Jared Padalecki (série “Supernatural”) e Milo Ventimiglia (série “Heroes”), que disputavam o coração de Rory. Os três participarão do revival, que também trará de volta Scott Patterson (Luke), Kelly Bishop (Emily Gilmore), Sean Gunn (Kirk), Keiko Agena (Lane Kim), Matt Czuchry (Logan) e Yanic Truesdale (Michel Gerard). A criadora da atração, Amy Sherman-Palladino, é a responsável por continuar a história, escrevendo e dirigindo os episódios, que ainda não têm data de estreia. No Brasil, o serviço de streaming Netflix informou que a produção será chamada de “Gilmore Girls: Um Ano Para Recordar”.
Gilmore Girls: Veja as primeiras fotos oficiais do retorno da série clássica
O site Netflix divulgou as primeiras fotos oficiais do revival de “Gilmore Girls”, que trazem diversos personagens da série clássica, criada em 2000 por Amy Sherman-Palladino. Além disso, a revista Entertainment Weekly também fez uma sessão de fotos com as protagonistas Lauren Graham e Alexis Bledel, intérpretes das “garotas” Lorelai e Rory Gilmore, mãe e filha na atração. A volta de “Gilmore Girls” vai acontecer como uma minissérie de quatro episódios, que retomará a história interrompida em 2007, centrada no cotidiano da mãe solteira Lorelai e sua filha Rory na cidadezinha fictícia de Stars Hollow. Repleta de personagens bem peculiares, a atração ainda serviu para lançar a carreira de muitos astros, como Melissa McCarthy (“A Espião que Sabia Demais”), que viveu a chef Sookie, e os então adolescentes Jared Padalecki (série “Supernatural”) e Milo Ventimiglia (série “Heroes”), que disputavam o coração de Rory. Com a recente confirmação da participação de Melissa McCarthy, todo o elenco original (menos o falecido ator Edward Herrmann, intérprete do pai de Lorelai) voltará a se reunir na continuação, escrita, produzida e dirigida por Amy Sherman-Palladino. Ainda não há previsão de estreia dos novos capítulos.
Conspiração e Poder revela-se o anti-Spotlight, desnudando o mau jornalismo
Boa parte das resenhas de “Spotlight – Segredos Revelados” chamou atenção para o fato de que aquele jornalismo investigativo, que demanda tempo para apurar uma reportagem à fundo, era uma espécie em extinção nestes dias de imediatismo online. Pois “Conspiração e Poder” se qualifica como o anti-“Spolight”. Também inspirado numa reportagem verídica da década passada, o longa, que marca a estreia na direção do roteirista James Vanderbilt (“O Espetacular Homem-Aranha”), mostra o que acontece quando a pressa para se produzir uma reportagem, visando sair na frente da concorrência com um furo exclusivo, vira um desserviço ao público. “Conspiração e Poder” dramatiza os bastidores de uma reportagem de 2004, produzida para o programa “60 Minutes” do canal CBS, apresentado, na época, por Dan Rather (Robert Redford, de “Capitão América 2”), uma espécie de lenda nos telejornais dos Estados Unidos, que emanava credibilidade no ar desde os anos 1960. Imagine uma denúncia do “Fantástico” na época de Sergio Chapelin para se ter a dimensão do impacto de uma notícia exibido no programa. Um escândalo em potencial, envolvendo o histórico de George W. Bush na Guarda Nacional, que teria aproveitado seus parentes importantes para evitar servir durante a Guerra do Vietnã – quando o alistamento era compulsório – , chega às mãos da produtora do programa, a jornalista Mary Mapes (Cate Blanchett, de “Carol”), que, pressionada a tomar uma decisão rápida, decide priorizar o deadline do programa sobre a checagem de fatos. O resultado vai ao ar sem o tempo necessário para sua apuração. E se prova calunioso. Num caso típico de mau julgamento, Mary, que havia vencido um prêmio por sua denúncia de abusos cometidos por militares americanos na prisão iraquiana de Abu Ghraib, teve sua ideologia explorada para cair numa cilada. Acreditando ser capaz de mudar os rumos da vindoura eleição presidencial com a informação exclusiva, sua decisão teve efeito inverso, fortalecendo o candidato do Partido Republicano, conforme a notícia começa a ser refutada pelos fatos, questionada primeiramente por blogs e depois por outras redes de televisão. Sem checar a intenção de sua fonte, a produtora fez sensacionalismo básico, queimou seu programa e acabou com a longa carreira de Rather, além de ter ajudado, por tabela, a eleger Bush como Presidente dos EUA. Mary Mapes nunca mais trabalhou com telejornalismo. Mas escreveu um livro sobre o caso, que é a base do filme. Por isso, seu ponto de vista domina a história, que busca, a todo o instante, justificar suas ações, a ponto de querer insinuar que a verdadeira conspiração foi desacreditar a reportagem. Bulshit das grossas, mas não deixa de ser ilustrativo de uma tendência: quando pego numa mentira, jornalistas insistem em seu ponto de vista até que isso comece a parecer verdade. Entretanto, ainda que o jornalismo imparcial seja um mito propagado por donos de empresas jornalísticas, o Jornalismo profissional é real e tem regras muito claras. E quando elas não são seguidas, alguém paga por isso – uma pessoa física, não a própria empresa, como demonstra o filme. É importante reparar, sobretudo, como “Conspiração e Poder” foi ofuscado por “Spotlight” nos cinemas americanos. Fez ridículos US$ 2,5 milhões durante toda a sua exibição, entre outubro e fevereiro, contra os US$ 44,4 milhões de “Spotlight”. Além disso, “Conspiração e Poder” não foi indicado a prêmio algum. Nem sequer a performance de Cate Blanchett chamou atenção, colocada para escanteio por suas diversas indicações por “Carol”, na temporada de premiações passada. Já “Spotlight” venceu o Oscar de Melhor Filme do ano. Filmes sobre vencedores têm, é verdade, maior apelo que filmes sobre perdedores. Mas as derrotas embutem lições melhores, como qualquer filósofo de botequim é capaz de demonstrar. Por isso, se o jornalismo idealizado ganha os prêmios, o mau jornalismo rende os melhores filmes, como “Abutre” em 2013. Embora “Conspiração e Poder” não chegue a tanto – não vai virar clássico ou cult – , ao menos joga uma luz necessária sobre as conspirações que se escondem por trás das manchetes das notícias. Sem esquecer que um filme que junta Robert Redford e Cate Blanchett merece, nem que seja durante a projeção de seus créditos, alguns aplausos.
Jonah Hill e Miles Teller enriquecem com a guerra em trailer de comédia
A Warner Bros. divulgou o pôster e o primeiro trailer de “War Dogs”, nova comédia estrelado por Jonah Hill (“Anjos da Lei”) e Miles Teller (“Quarteto Fantástico”), com direção de Todd Phillips, o responsável pela trilogia “Se Beber, Não Case!”. Baseado em fatos reais, a prévia mostra como dois jovens inexperientes venceram uma concorrência do Pentágono e se tornaram reis da indústria bélica, transportante armas para as tropas americanas no Iraque. “War Dogs” revela como os dois amigos se valeram de uma iniciativa do governo americano, que permitia que pequenas empresas fizessem contratos com o exército, para, no início dos anos 2000, aproveitarem as guerras no Afeganistão e no Iraque para arrecadarem uma fortuna com o fornecimento de armas. O roteiro foi escrito por Jason Smilovic (“Xeque-Mate”), a partir de um artigo da revista Rolling Stone, intitulado “Arms and the Dudes” (“Armas e os Caras”, em tradução literal), de Guy Lawson. A produção é do ator Bradley Cooper (igualmente da trilogia “Se Beber, Não Case!”), que também faz participação especial no longa. O filme estreia em 19 de agosto nos EUA, mas ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.
É oficial: Netflix vai reviver a série Gilmore Girls
O site de streaming Netflix e a Warner Bros. TV confirmaram a produção de um revival da série “Gilmore Girls”. Os boatos sobre o projeto começaram a circular em novembro, mas agora é oficial. Segundo o site The Hollywood Reporter, os dramas de Lorelai e Rory, a jovem mãe e sua filha, ganharão continuação numa minissérie derivada da atração, que reunirá novamente as atrizes Lauren Graham e Alexis Bledel. Além delas, também estão confirmados os retornos de Scott Patterson (Luke), Kelly Bishop (Emily Gilmore), Sean Gunn (Kirk) e Keiko Agena (Lane Kim). A criadora da atração, Amy Sherman-Palladino, será responsável por continuar a história. Ela vai escrever e dirigir todos os novos episódios. Por enquanto, porém, ainda não há definição de quantos capítulos serão produzidos, mas na época em que o boato surgiu falava-se em quatro episódios apenas, de 90 minutos de duração. Cada capítulo seria como um telefilme diferente, passando-se nas quatro estações de um ano – isto é, Inverno, Primavera, Verão e Outono. O projeto pode ter mudado. Com isso, Amy recuperará o controle das personagens que criou. Vale relembrar que ela se afastou de “Gilmore Girls” durante a 7ª e última temporada, devido a uma disputa de contrato com a Warner Bros. Em junho deste ano, durante uma reunião do elenco no Festival ATX, a produtora disse que a série não terminou como ela gostaria. Na ocasião, ela mencionou que adoraria poder concluir a narrativa à sua maneira. Exibida de 2000 a 2007, “Gilmore Girls” acompanhava o cotidiano da mãe solteira Lorelai Victoria Gilmore (Lauren Graham) e sua filha Lorelai “Rory” Leigh Gilmore (Alexis Bledel) na cidadezinha fictícia de Stars Hollow, aproveitando para explorar diversos temas de relacionamentos, como família, amizades, conflitos geracionais e classes sociais. Repleta de personagens bem peculiares, a atração ainda serviu para lançar a carreira de muitos astros, como a comediante Melissa McCarthy (“As Bem Armadas”) e os então adolescentes Jared Padalecki (série “Supernatural”) e Milo Ventimiglia (série “Heroes”). A série foi encerrada em sua 7ª temporada, com a jovem Rory se formando na faculdade. Os novos episódios a mostrarão crescida, nos dias atuais, de forma a poder abordar a morte recente do ator Edward Hermann, que interpretou seu avô na trama. A minissérie também marcará o terceiro revival de atrações clássicas da TV produzido pelo Netflix, após o sucesso da 4ª temporada da série de comédia “Arrested Development” e a vindoura continuação/spin-off de “Três É Demais”, intitulada em inglês “Fuller House”, que estreia em 2016. E acontece quando a nostalgia televisiva experimenta grande sucesso, com o revival de “Arquivo X” reunindo 20 milhões de telespectadores em sua estreia.
Spolight faz registro histórico dos últimos dias do jornalismo investigativo
Um roteiro sobre pedofilia cometida por padres da Igreja Católica provavelmente viraria um filme focado nas vítimas ou nos sobreviventes. Mas “Spotlight – Segredos Revelados” usa o polêmico tema para falar nas entrelinhas sobre o fim da era do jornalismo investigativo. Isso faz com que, não a polêmica, mas o dramalhão fique em segundo plano para dar lugar à urgência de um tom mais tenso, que geralmente era empregado nos filmes policiais dos anos 1970. Com bons tiras substituídos por outros profissionais em extinção, movidos por uma coceira que jamais para até que a verdade seja encontrada e divulgada. Baseado em fatos reais, o filme dirigido pelo ator Tom McCarthy (“Trocando os Pés”), que também divide o roteiro com Josh Singer, bebe na fonte das melhores produções sobre jornalismo, sendo a principal delas o clássico “Todos os Homens do Presidente” (1976), de Alan J. Pakula, o clássico em que Dustin Hoffman e Robert Redford revivem a investigação dos jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward, do Washington Post, sobre o escândalo Watergate. O tom de “Spotlight” é esse. É o herdeiro direto do filme de Pakula, mas a diferença é que “Todos os Homens do Presidente” foi feito no auge do jornalismo investigativo e apenas dois anos após a renúncia do presidente Richard Nixon em decorrência do escândalo relatado. Já “Spotlight” foi lançado numa época em que a profissão privilegia o factual e não as grandes reportagens, mais de uma década após a reportagem retratada no longa. Aqui, os olhos de Tom McCarthy estão direcionados para as ações do Boston Globe num mundo prestes a ser dominado pela internet. Mais precisamente em uma divisão (a Spotlight) coordenada por quatro jornalistas – Walter Robinson (Michael Keaton), Mike Rezendes (Mark Ruffalo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams) e Matt Carroll (Brian d’Arcy James), observados de perto pelo editor Ben Bradlee Jr. (John Slattery), que curiosamente é filho de Ben Bradlee, o editor do Washington Post durante o caso Watergate. Eles agem como a S.W.A.T. do jornal, sempre responsáveis pelas investigações mais parrudas. Com a entrada de um novo editor-chefe, Marty Baron (Liev Schreiber), eles são “convidados a aceitar” um caso que o próprio jornal ignorou anos atrás: partir para cima da Arquidiocese de Boston, que teria jogado para debaixo do tapete crimes de abuso sexual cometidos por padres. O elenco está impecável. Difícil escolher um nome que se destaque mais. É um trabalho de conjunto, seguindo o que os personagens fizeram na vida real. De repente, podemos preferir Mark Ruffalo, o jornalista obstinado, de postura torta, talvez corcunda, sem tempo para a vida social. Mas, então, lembramos que McCarthy praticamente não mostra os repórteres da Spotlight se relacionando com parentes ou amigos – com exceção da personagem de Rachel McAdams, que mesmo assim fica ao redor deles reagindo ao trabalho. Agindo como se não houvesse amanhã, cientes ou não – pouco importa – de que essa vertente da profissão estivesse com os dias contados, o quarteto vai atrás de suas fontes e o ritmo de thriller predomina até o fim. Talvez a gente esteja acostumado com uma direção em que o cineasta “participa” mais da história, tentando em alguns momentos criar uma tensão mais forte. Acontece que nem todo mundo tem a energia de um Martin Scorsese ou mesmo Michael Mann, como em outro filme estupendo sobre jornalismo, “O Informante” (1999). Mas nem Alan J. Pakula era assim. O trabalho de McCarthy segue a escola Clint Eastwood, que apenas observa e conduz a história com segurança, ao se apoiar na excelência de três fatores – roteiro, elenco e edição. Deste modo, ele parece um cineasta com o espírito da Hollywood dos anos 1970, exercendo seu ofício no século 21. Mas é importante ressaltar que “Spotlight” não abraça a nostalgia. É um filme atual, urgente pela força de seu roteiro e pelo que coloca sob seu “holofote” – entre outras coisas, como o jornalismo deveria ser diferente da busca por likes a qualquer custo. Se dói lembrar que o jornalismo está moribundo, é reconfortante saber que não comprou um lugar no Céu, ao desmascarar, em seus últimos suspiros, a farsa religiosa da trama. O filme não quer revelar que existem padres pedófilos – isso pode ser redundante –, mas ajuda a entender que os casos que vieram à tona não foram isolados. A Igreja protegeu e praticamente financiou a safadeza toda. De forma interessante para este contexto, o jornalismo celebrado em “Spotlight” também se mostra uma profissão de fé, revelando que só se encontra a verdadeira paz na busca, o tempo todo, do caminho da verdade.
Alan Rickman (1949 – 2016)
Morreu o ator britânico Alan Rickman, que amedrontou e encantou gerações como o professor Severo Snape na saga “Harry Potter”, além de ter dado a Bruce Willis a fama de ser “Duro de Matar”. Ele faleceu aos 69 anos, em Londres, após uma luta contra o câncer. Alan Rickman nasceu em Londres em 1949 e estudou design na faculdade, chegando a abrir uma empresa de design gráfico com seus colegas. Mas, aos 25 anos, percebeu que preferia atuar, ingressando por mais três anos na Academia Real de Artes Dramáticas (RADA), onde se formou em 1974, conquistando a medalha de melhor aluno. O início da carreira se deu em peças de teatro experimental, que o levaram a participar, em três ocasiões, do Festival Internacional de Edimburgo, até ser convidado a integrar, no final dos anos 1970, a prestigiosa Royal Shakespeare Company (RSC). Foi justamente com um personagem de Shakespeare que ele fez a estreia nas telas, interpretando Teobaldo numa adaptação de “Romeu e Julieta”, produzida pela rede BBC em 1978. Embora tenha participado de outras produções da rede britânica, com destaque para a minissérie “The Barchester Chronicles” (1982), até o final dos anos 1980 seus trabalhos mais importantes aconteceram no palco, como a versão de 1985 da peça “Ligações Perigosas”, em que interpretou o Visconde de Valmont. Inicialmente exibida em Londres, a montagem britânica se mudou para a Broadway em 1987, e isto tornou Rickman conhecido nos EUA. Logo de cara, ele foi indicado ao Tony Award, o “Oscar do teatro”, chamando atenção de Hollywood. Produtores que tinham visto a peça convidaram Rickman a viajar a Los Angeles, onde o aguardavam com o contrato para interpretar o vilão Hans Gruber no filme “Duro de Matar” (1988). O sucesso do filme de John McTiernan inaugurou uma nova era nos filmes de ação americanos, com ênfase em atos de terrorismo, violência e tensão extrema, mas também entrou para a história por promover a estreia tardia de Rickman no cinema, aos 42 anos. Difícil perceber que se tratava de um “novato”, após quase roubar o filme de Bruce Willis, destilando cinismo e crueldade como um antagonista à altura do herói da trama. A interpretação não passou desapercebida, rendendo a Rickman um começo de carreira marcado por vilões famosos, como o Xerife de Notthingham de “Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões” (1991) e Rasputin no telefilme homônimo de 1995 da HBO, que lhe valeram, respectivamente, o prêmio BAFTA (da Academia Britânica) e um Globo de Ouro. Mas ele não era intérprete de uma nota só, como deixou imediatamente claro, ao alternar papéis em romances como “Um Romance de Outro Mundo” (1990), “Três Amores e uma Paixão” (1991), dramas de época como as cinebiografias “Dr. Mesmer – O Feiticeiro” (1994) e “Michael Collins: O Preço da Liberdade” (1996), e comédias como “Bob Roberts” (1992) e “Jogos de Ilusão” (1995). A maior prova de sua versalidade veio com “Razão e Sensibilidade” (1995), adaptação de Jane Austen dirigida por Ang Lee, em que interpretou uma antítese de seus vilões famosos, o honrado e modesto Coronel Brandon. Foi também a primeira parceria do ator com a atriz Emma Thompson, que se repetiria muitas vezes em sua filmografia, seja como colegas de trabalho, feito os policiais de “O Beijo da Traição” (1998), como marido e mulher na deliciosa comédia “Simplesmente Amor” (2003) ou mesmo ex-amantes, caso da produção da BBC “The Song of Lunch” (2010). Sua ambição artística o levou a virar diretor em 1997, filmando não só Emma Thompson como a mãe dela, Phyllida Law, no aclamado drama escocês “Momento de Afeto”. A produção foi importante para Rickman demonstrar a extensão de seu talento, na véspera de abandonar os dramas britânicos pelo escapismo de Hollywood. A segunda passagem pelo cinema americano teve tom mais leve, marcada por comédias e fantasias, inclusive a controvertida “Dogma” (1999), na qual viveu um anjo, e pelo menos um legítimo cult, “Heróis Fora de Órbita” (1999). Esta divertida homenagem à franquia “Star Trek” permitiu a Rickman explorar a metalinguagem e a auto-ironia, no papel de um ator do teatro britânico que se ridiculariza ao interpretar um alienígena numa famosa série espacial. Foi um de seus melhores personagem, mas um mais importante viria logo em seguida. O ator apareceu de peruca e roupas negras em “Harry Potter e a Pedra Filosofal” (2001), o primeiro dos oito filmes em que viveu Severus Snape. Como os livros de J.K. Rowling ainda não tinham sido concluídos, o ator injetou ambiguidade em sua performance após sondar a escritora, desenvolvendo o personagem de forma espetacular. Assim, o que parecia um vilão aparente aos olhos de Harry Potter, a cada filme demonstrava o contrário em gestos, sentimentos contidos e pequenas iniciativas, escondendo sua verdadeira personalidade, até revelar sua nobreza em camadas profundas e trágicas. Temido e até execrado nos primeiros filmes, o mestre das poções comoveu milhões ao final de seu arco narrativo, em “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” (2011), uma das maiores bilheterias de todos os tempos, num grande reconhecimento ao desempenho de seu intérprete. Rickman acreditava que a arte deveria entreter, mas também ensinar. Com “Harry Potter”, ele demonstrou o perigo das falsas primeiras impressões. Mas foi muito mais fundo em outras obras. Entre elas, uma peça premiada, “My Name Is Rachel Corrie”, que ele escreveu e dirigiu em 2005, a partir dos emails da estudante que foi morta por um bulldozer enquanto protestava contra as ações de Israel na Faixa de Gaza. Por isso mesmo, ele sofreu uma grande desilusão com o final hollywoodiano de “Michael Collins”, cinebiografia de um líder radical irlandês. A intervenção do estúdio durante as filmagens o levou a repensar seu envolvimento com novos dramas britânicos, conduzindo-o para sua passagem triunfal por Hollywood e, indiretamente, ao auge de sua popularidade. Não foi por acaso que Rickman fez tantas opções comerciais, acrescentando à sua filmografia a dublagem do robô de “O Guia do Mensageiro da Galáxia” (2005), o suspense de época “Perfume: A História de um Assassino” (2006), o musical “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” (2007), a voz da lagarta azul de “Alice no País das Maravilhas” (2010) e a comédia “Um Golpe Perfeito” (2012). Todos, vale a pena ressaltar, de realização primorosa. Neste meio tempo, fez um único drama, “Um Certo Olhar” (2006), como um homem traumatizado após um acidente de carro. Mas a partir de 2013 recuperou o gosto pelas narrativas mais sérias, encarando, pela primeira vez desde “Michael Collins”, um papel histórico: ninguém menos que o presidente Ronald Reagan em “O Mordomo da Casa Branca”. Desde então, mergulhou definitivamente nos dramas, participando de “Uma Promessa” (2013), de Patrice Leconte, e “CBGB: O Berço do Punk Rock”, produção indie em que encarnou Hilly Kristal, proprietário do bar nova-iorquino que serviu de palco inaugural para Ramones, Talking Heads, Blondie e muitas outras bandas dos anos 1970. Ele dirigiu seu segundo filme em 2014, o romance de época “Um Pouco de Caos”, em que viveu o Rei Luis XIV. E, apesar dos problemas de saúde, ainda terminou dois trabalhos de interpretação que permanecem inéditos, como um general no suspense “Eye in the Sky”, que estreia em abril no Reino Unido, e uma nova dublagem da lagarta azul, feita para a continuação “Alice Através do Espelho”, prevista para maio. “Me sinto sortuda por ter trabalhado e passado tempo com um homem e ator tão especial”, escreveu Emma Watson, a Hermione da franquia “Harry Potter”, em seu Twitter. Vários atores do elenco de “Harry Potter” e própria escritora J.K. Rowling também se manifestaram. Mas foi Daniel Radcliffe, o próprio Harry Potter, quem mais se comoveu. Ele escreveu um texto longo e sentido, que demonstra o impacto que Rickman teve em sua carreira e, possivelmente, na de todos com quem conviveu. “Alan Rickman é, sem dúvidas, um dos melhores atores com quem vou ter trabalhado. Ele é, também, um das pessoas mais leais e solidárias que eu já conheci na indústria cinematográfica”, escreveu Radcliffe, fazendo revelações. “Ele me encorajou muito, tanto no set quanto nos anos pós-Potter. Eu tenho certeza que ele assistiu a todas as produções que eu fiz no teatro, tanto em Londres quanto em Nova York. Ele não precisava ter feito aquilo. Conheço outras pessoas que eram amigos deles há muito mais tempo que eu e todos falam ‘se você ligar para o Alan, não importa onde ele estiver no mundo ou o quão ocupado ele está, ele vai te encontrar no dia seguinte’. Como ator, ele foi um dos primeiros adultos a me tratar como um igual, e não como uma criança. Trabalhar com ele em uma idade de formação foi incrivelmente importante e eu levarei suas lições para o resto da minha carreira. Sets de filmagem e palcos de teatro estão mais pobres com a perda desse grande homem e ator”.








