Anthony James (1942 – 2020)
O ator Anthony James, que viveu vilões memoráveis do cinema, incluindo em filmes vencedores do Oscar, morreu na terça passada (26/5) de câncer. Ele tinha 77 anos. James tinha feito apenas uma breve aparição numa série de TV quando o diretor Norman Jewison o escalou como o frio assassino de “No Calor da Noite” (1967), estrelado por Sidney Poitier e Rod Steiger. O longa venceu cinco Oscars, incluindo Melhor Filme. Apesar desse destaque inicial, sua carreira cinematográfica demorou a decolar. Mas isso não o impediu de ficar conhecido, graças a inúmeras participações em séries clássicas. Ele chegou a ter um papel recorrente em “Gunsmoke”, entre 1968 e 1969, mas também apareceu em “Bonanza”, “Havaí 5-0”, “Mod Squad”, “Têmpera da Aço” (Ironside), “Justiça em Dobro” (Starsky and Hutch), “As Panteras” (Charlie’s Angels), “Esquadrão Classe A” (The A Team), etc. E sem esquecer que estrelou um clipe da banda Poison, “Fallen Angel”, em 1988. Seus personagens geralmente causavam confusão, precisando ser despachados pelo mocinho das histórias. Até quando fazia filmes infantis e comédias, James interpretava vilões, como em “Perigo na Montanha Enfeitiçada” (1978) e “Corra que a Polícia vem Aí! 2 1/2” (1991). Seu principal rival no cinema acabou sendo Clint Eastwood, que o enfrentou – e dirigiu – duas vezes, nos faroestes clássicos “O Estranho sem Nome” (1973) e “Os Imperdoáveis” (1992). Este último também venceu o Oscar e marcou a despedida de James da profissão de ator. Ele trocou as telas de cinema e TV por telas de pintura. A partir dos anos 1990, James iniciou uma bem-sucedida carreira como artista plástico, tendo vendido mais de 100 obras para galerias em Boston, Nova York, São Francisco, Santa Fe, Novo México e Japão. Também escreveu livros sobre arte, poesia e até uma biografia, publicada em 2014.
Documentário da ESPN sobre Bruce Lee ganha trailer
A ESPN Films, divisão de filmes do canal esportivo da Disney, divulgou o pôster e o primeiro trailer de “Be Water”, documentário sobre a vida e a carreira de Bruce Lee. Exibido no Festival de Sundance e com 75% de aprovação no site Rotten Tomatoes, o filme traz diversas imagens raras de Bruce Lee, desde filmes caseiros, cenas de cinema e entrevistas televisivas, que acompanham depoimentos de colegas, alunos e familiares, além de textos que ele escreveu. “Be Water” mostra como Bruce Lee foi inicialmente rejeitado por Hollywood, optando por retornar para Hong Kong para realizar quatro filmes de artes marciais a seu modo. Paralelamente, o documentário examina os problemas da indústria audiovisual em relação à representação asiática, que impediu o maior mestre do kung fu de ser aceito como astro de filmes de ação nos EUA. A direção é de Bao Nguyen, que anteriormente fez o documentário “Live from New York”, sobre quatro décadas do programa humorístico “Saturday Night Live”. O filme vai estrear em 7 de junho no canal pago americano ESPN, mas ainda não há previsão para sua exibição no Brasil.
Marge Redmond (1925 – 2020)
A atriz Marge Redmond, que interpretou a irônica irmã Jacqueline na série clássica “A Noviça Voadora”, morreu em 10 de fevereiro, mas só agora teve o falecimento comunicado. Ela tinha 95 anos. Filha mais velha de um bombeiro, Redmond nasceu em Cleveland em 14 de dezembro de 1924 e foi casada com o também falecido ator Jack Weston (“Dirty Dancing”), de 1950 até o divórcio na década de 1980. Ela conheceu Weston em 1948, quando ambos ainda eram iniciantes e participaram de uma mesma montagem teatral em sua cidade. Eles se mudaram para Nova York e se casaram logo em seguida. Os dois conseguiram papéis em peças da Broadway, mas não o sucesso que buscavam. Então optaram por uma mudança para Los Angeles, onde começaram a fazer séries, como “Johnny Staccato”, “Ben Casey”, “Além da Imaginação” (The Twilight Zone), “Os Intocáveis” (The Untouchables) e “O Fugitivo” (The Fugitive). A atriz estreou no cinema em 1961, no drama “Santuário”, de Tony Richardson, e também teve papéis em “O Bagunceiro Arrumadinho” (1964), estrelado por Jerry Lewis, “Anjos Rebeldes (1966), de Ida Lupino, foi a esposa de Walter Matthau em “Uma Loura por um Milhão” (1966), de Billy Wilder, a enfermeira do clássico anti-bélico “Johnny Vai à Guerra” (1971), de Dalton Trumbo, uma das suspeitas de “Trama Macabra” (1976), último filme de Alfred Hitchcock, e uma amante vingativa em “Um Misterioso Assassinato em Manhattan” (1993), de Woody Allen. Mas foi mesmo o papel da irmã Jacqueline em “A Noviça Voadora” que marcou sua carreira. A série passada num Convento de Porto Rico e centrada nas aventuras da irmã Bertrille (vivida pela jovem Sally Field), uma noviça capaz de voar, durou três temporadas, de 1967 a 1970, e cansou de ser reprisada em TVs de todo o mundo. Além de coestrelar os 82 episódios produzidos, Redmond narrou cada um deles, já que eram suas lembranças que conduziam as histórias, e chegou a receber uma indicação ao Emmy como Melhor Atriz Coadjuvante na 2ª temporada. Curiosamente, antes de viver a irmã Jacqueline, ela interpretou outra freira, irmã Liguori, ao lado de Rosalind Russell em “Anjos Rebeldes” (1966), e disse acreditar que isso a ajudou a conseguir o papel na série. Após o final de “A Noviça Voadora”, Redmond apareceu em várias outras atrações como convidada especial, mas só foi repetir uma personagem em mais de um capítulo nos anos 1990, como a Sra. McArdle, empregada doméstica de Ben (Andy Griffith) na série “Matlock”. Ela apareceu em cinco episódios na produção da NBC. Nos últimos anos, a atriz começou a fazer comerciais e dublar videogames, e acabou ganhando mais dinheiro com esse tipo de emprego. “Ela trabalha cinco dias por ano e faz seis dígitos”, disse Weston uma vez. Entre seus últimos trabalhos, incluem-se dublagens das franquias de videogames “Max Payne” e “Grand Theft Auto”.
Coisa Mais Linda: 2ª temporada da série “bossa nova” da Netflix ganha primeiras fotos
A Netflix divulgou as primeiras fotos da 2ª temporada de “Coisa Mais Linda”, série brasileira passada na época da Bossa Nova, que chega ao streaming em 19 de junho. Apesar do contexto musical, a atração opta pelo melodrama ao dar maior ênfase à jornada de suas personagens femininas na sociedade machista do período, que chega aos anos 1960 nos novos episódios. As imagens divulgadas pela plataforma também revelam novos personagens. Segundo a sinopse, Malu (Maria Casadevall) continua sendo a mesma mulher determinada, mãe dedicada e amiga leal. No entanto, após os acontecimentos do final da temporada inaugural, a mocinha ganha uma força interior, alimentada pelo trauma. Ela fica ainda mais forte, sem filtro e desinibida. Já Thereza (Mel Lisboa) opta por dedicar-se ao lar e à família, mas não demora muito para sentir falta do trabalho. Desta vez, a loira vai se aventurar em uma rádio. Antes de seu casamento, Adélia (Pathy Dejesus) pensa muito em sua infância e em seu pai. Ela deseja começar do zero a relação com Capitão (Ícaro Silva) e decide seguir em frente para sempre. Enquanto isso, a irmã de Adélia, Ivone (Larissa Nunes), passa de uma adolescente típica a uma talentosa aspirante a artista, que tem a chance de provar sua capacidade para uma indústria ainda dominada por homens, com a ajuda de Malu. Vale observar que Fernanda Vasconcellos, intérprete de Lígia, não aparece nas imagens divulgadas pela plataforma. A ausência da personagem pode ser uma dica sobre o que aconteceu após a tragédia do último episódio do drama. No elenco da segunda temporada, retornam Leandro Lima, Gustavo Machado, Alexandre Cioletti e Gustavo Vaz. Já entre os intérpretes dos novos personagens estão Val Perré, Breno Ferreira, Eliana Pittman, Angelo Paes Leme, Alejandro Claveaux e Kiko Bertholini. A nova temporada de “Coisa Mais Linda”, que estreia daqui a um mês, terá apenas seis episódios de 50 minutos cada.
Michel Piccoli (1925 – 2020)
Michel Piccoli, um dos atores mais importantes do cinema da França, morreu na semana passada (1/5), aos 94 anos de idade. A notícia só se tornou pública nesta segunda-feira (18/5), em comunicado da família à imprensa. Responsável por papéis inesquecíveis em dezenas de clássicos, Piccoli morreu de um acidente vascular cerebral, segundo declaração da família. Também produtor, diretor e roteirista, Michel Piccoli deixou uma obra com mais de 200 títulos em uma carreira que abrangeu sete décadas de cinema, além de papéis na televisão e teatro, ao longo das quais colaborou com mestres da estatura de Alfred Hitchcock, Henri-Georges Clouzot, Jacques Rivette, Costa-Gavras, Luis Buñuel, Jean Renoir, René Clément, Jean-Luc Godard, Alain Resnais, Agnès Varda, Jacques Demy, Marco Ferreri, Mario Bava, Manoel de Oliveira, Theodoros Angelopoulos, Nani Moretti, Marco Bellocchio e Louis Malle. O reconhecimento a seu talento foi atestado por uma profusão de prêmios, incluindo o de Melhor Ator no Festival de Cannes – pela atuação em “Salto no Escuro” (1980), de Bellocchio. Nascido em Paris em 27 de dezembro de 1925, ele era filho de músicos – a mãe era pianista e o pai um violinista suíço. Mas apesar de estrear nas telas aos 20 anos, em uma breve figuração em “Sortilégios” (1945), de Christian-Jaque, sua carreira demorou para engatar, o que só aconteceu depois de uma década, em filmes como “French Can Can” (1955), de Renoir, e “O Calvário de uma Rainha” (1956), de Jean Delannoy. Mas o que o tirou dos papéis de coadjuvantes foi sua amizade com Buñuel. “Escrevi para esse diretor famoso pedindo que ele viesse me ver em uma peça. Eu, um ator obscuro! Era a ousadia da juventude. Ele veio e nos tornamos amigos”, Piccoli contou, em uma entrevista antiga. O ator apareceu em seis filmes de Buñuel, geralmente representando uma figura autoritária. A primeira parceria se manifestou em 1956, como um padre fraco e comprometido, que viajava pelas florestas brasileiras em “A Morte no Jardim”. Em “O Diário de uma Camareira” (1964), viveu o preguiçoso e lascivo monsieur Monteil, obcecado sexualmente por Jeanne Moreau, intérprete da empregada do título. E num de seus principais desempenhos, deu vida a Louche, o cavalheiro burguês responsável pela transformação de Catherine Deneuve em “A Bela da Tarde” (1967). No filme, a atriz vivia a esposa de um médico respeitável que era convencida por Louche a passar as tardes trabalhando em um bordel de alta classe com clientes excêntricos. Piccoli reprisou o papel quase 40 anos depois, em “Sempre Bela” (2006), de Manoel de Oliveira. Para Buñuel, ainda encarnou um versão charmosa do Marquês de Sade em “Via Láctea” (1969), foi sutilmente dominador como secretário do Interior em “O Discreto Charme da Burguesia” (1972) e sinistro como chefe da polícia no penúltimo filme do diretor, “O Fantasma da Liberdade” (1974). Durante esse período, Piccoli fez parte da cena dos cafés filosóficos de Paris, que incluía os escritores Boris Vian, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, além da cantora Juliette Gréco, com quem se casou em 1966 – separaram-se em 1977. Ele também se tornou um membro ativo do partido comunista francês. Os anos 1960 foram sua década mais criativa e variada, em que se juntou à novelle vague, atuando em obras memoráveis. Seu primeiro papel de protagonista no movimento que revolucionou o cinema francês foi como o marido de Brigitte Bardot em “O Desprezo” (1963), de Godard. No filme, ele interpreta um roteirista disposto a vender a própria esposa a um produtor (Jack Palance) para que seu roteiro saísse do papel e virasse filme dirigido por Fritz Lang (interpretado pelo próprio). Entre suas performances em clássicos da nouvelle vague ainda se destacam “A Guerra Acabou” (1966), de Alain Resnais, e “As Criaturas” (1966), de Agnès Varda. Mas Piccoli se projetou mais com sucessos de público, como “O Perigoso Jogo do Amor” (1966), de Roger Vadim, na qual contracenou com a americana Jane Fonda, o filme de guerra de René Clement “Paris Está em Chamas?” (1966), e principalmente o clássico musical “Duas Garotas Românticas” (1967), de Jacques Demy. A carreira do astro francês se internacionalizou após o filme de Demy, que chegou a ser indicado ao Oscar. Em 1968, ele estrelou a cultuada adaptação de quadrinhos italianos “Perigo: Diabolik” (1968), de Mario Bava, como o policial que tenta prender o criminoso do título. E no ano seguinte começou sua parceria de sete filmes com outro mestre italiano, Marco Ferreri – iniciada por “Dillinger Morreu” – , sem esquecer sua estreia em produções de língua inglesa, no suspense “Topázio”, de ninguém menos que Alfred Hitchcock. A consagração continuou nos anos 1970, marcada pelo principal e mais escandaloso filme de Ferreri, “A Comilança” (1973), e por uma das melhores obras de Chabrol, o noir “Amantes Inseparáveis” (1973). Com a fama adquirida, ele aproveitou para começar a produzir – a partir de “Não Toque na Mulher Branca” (1974), outra parceria com Ferreri. Piccoli também integrou a produção norte-americana de Louis Malle, “Atlantic City” (1980), estrelado por Burt Lancaster e Susan Sarandon, fez “Paixão” (1982), de Godard, e trabalhou com Marco Belocchio (em “Salto no Escuro” e “Olhos na Boca”) e Jerzy Skolimowski (“O Sucesso É a Melhor Vingança”), antes de viver o vilão que ajudou a lançar um dos principais nomes da geração de cineastas dos anos 1980. Premiado no Festival de Berlim, “Sangue Ruim” (1986) deslanchou a carreira de Leos Carax (então em seu segundo longa) e popularizou mundialmente a atriz Juliette Binoche. A lista de papéis clássicos não diminuiu com o tempo, rendendo “Loucuras de uma Primavera” (1990), de Malle, e “A Bela Intrigante” (1991), de Jacques Rivette, em que pintou – e consagrou – a nudez de Emmanuelle Béart. Sua trajetória teve muitas outras realizações, novas parcerias com Rivette, filmes com Édouard Molinaro, Jean-Claude Brisseau, Raoul Ruiz, Bertrand Blier, mais Manoel de Oliveira, dezenas mais. Tanta experiência o levou a escrever e dirigir. Ele assinou três longas, um segmento de antologia e um curta, mas apenas um repercutiu entre a crítica – “Alors Voilà” (1997). Como intérprete, porém, não lhe faltou consagração, incluindo o David di Donatello (o Oscar italiano) de Melhor Ator por um de seus últimos papéis, como papa em “Temos Papa” (2011), de Nani Moretti. Outros desempenhos importantes no final de sua carreira incluem o último longa do grego Theodoros Angelopoulos, “Trilogia II: A Poeira do Tempo” (2008). E após ser homenageado pela Academia Europeia de Cinema com um troféu pela carreira, ainda emplacou três lançamentos premiados em 2012: “Vocês Ainda Não Viram Nada!”, de Resnais, “Holy Motors”, de Carax, e “Linhas de Wellington” (2012), de Valeria Sarmiento. A despedida das telas se deu logo em seguida, com “Le Goût des Myrtilles” (2014), de Thomas De Thier. Ele deixa sua terceira esposa, a roteirista Ludivine Clerc, com quem se casou em 1978, e sua única filha, Anne-Cordélia, fruto de seu primeiro casamento com Eléonore Hirt.
É oficial: Star Trek vai ganhar nova série com Spock e a tripulação original da Enterprise
A campanha dos fãs deu certo. A plataforma CBS All Access vai lançar mais uma série live-action da franquia “Star Trek”, que será focada na tripulação da nave Enterprise. Intitulada “Star Trek: Strange New Worlds”, a atração vai acompanhar as aventuras do Capitão Pike (Anson Mount), ao lado de Spock (Ethan Peck) e da Número Um (Rebecca Romijn). Será a primeira série protagonizada pelos personagens, que tiveram grande destaque na 2ª temporada de “Star Trek: Discovery”. Mas a maior ironia é que eles deveriam ter protagonizado “Star Trek” desde o começo. O trio integrava o piloto original de 1964, que foi reprovado e quase impediu o surgimento do fenômeno “Star Trek” – ou “Jornada nas Estrelas” no Brasil. Apenas Spock foi mantido quando a série foi reformulada, com Pike substituído pelo Capitão Kirk num novo piloto, finalmente aprovado em 1966. Apesar disso, as cenas gravadas em 1964 não foram perdidas. Elas acabaram integrando a cronologia oficial num episódio duplo da 1ª temporada de “Star Trek” e apresentadas como um flashback da tripulação “original” – que incluía Pike (na época, vivido por Jeffrey Hunter), Spock (Leonard Nimoy) e a Número Um (Majel Barrett), entre outros. “Star Trek: Discovery” recuperou os personagens com grande sucesso, após revelar que Spock tinha uma irmã adotiva, nunca antes mencionada. Trata-se da protagonista da série mais recente, Michael Burnham (Sonequa Martin-Green), o que permitiu o crossover com o trio da franquia clássica. Todos os intérpretes escalados nos papéis antigos se destacaram, em especial Nathan Peck, neto do famoso astro Gregory Peck (“Meninos do Brasil”), a ponto deles retornarem após o fim da 2ª temporada de “Discovery” com participações na atração derivada “Star Trek: Shorts”. Há um ano, Alex Kurtzman, criador e showrunner de “Discovery”, disse em entrevista ao Hollywood Reporter que a repercussão do trio tinha sido tão positiva que os personagens poderiam ganhar série própria. “Os fãs foram ouvidos. Tudo é possível no mundo de ‘Star Trek'”, disse Kurtzman em abril de 2019. “Eu adoraria trazer de volta essa tripulação, mais do que tudo. Foi um enorme risco para nós. Uma das coisas mais gratificantes foi ver quão profundamente os fãs abraçaram Pike, Spock, Número Um e a Enterprise. A ideia de contar mais histórias com eles seria uma delícia para todos nós”, acrescentou. O próprio Kurtzman vai supervisionar a nova série, que se passará uma década antes do Capitão Kirk passar a comandar a Enterprise. O primeiro episódio já está escrito, assinado por Akiva Goldsman com colaboração de Kurtzman e Jenny Lumet, atuais responsáveis por “Discovery”. O trio assina a produção executiva de “Strange New Worlds” junto com Henry Alonso Myers (produtor-roteirista de “The Magicians”). “Quando dissemos que ouvimos como os fãs amaram Pike, Número Um e Spock quando eles embarcaram em ‘Star Trek: Discovery’ na última temporada, nós estávamos falando sério”, retomou Kurtzman nesta sexta (15/5), no comunicado que anunciou a atração. “Esses personagens icônicos têm uma história profunda em ‘Star Trek’. Mas embora sejam canônicos, a maioria de suas histórias ainda não foram contadas. Com Akiva e Henry no comando, a Enterprise, sua tripulação e seus fãs embarcarão em uma jornada extraordinária para novas fronteiras no universo de ‘Star Trek'”, concluiu. “Star Trek: Strange New Worlds” se juntará a “Star Trek: Discovery”, “Star Trek: Shorts” e “Star Trek: Picard” na plataforma de streaming. A nova série ainda não tem previsão de estreia, mas a 3ª temporada de “Discovery” será lançada ainda em 2020, enquanto “Picard” foi recentemente renovada para seu segundo ano de produção. Em breve, estes títulos serão reforçados ainda pela série animada “Star Trek: Lower Decks” e por um novo spin-off de “Discovery”, centrado na Seção 31 e estrelado por Michelle Yeoh – atualmente em desenvolvimento. Essa profusão de séries formam um universo “Star Trek” como nunca se viu antes, e estão todas sob controle de Kurtzman, que também escreveu o reboot da franquia no cinema.
Little Richard (1932 – 2020)
O cantor, músico e ator Little Richard, um dos pais do rock’n’roll, morreu aos 87 anos, de causa ainda não revelada. Ele vendeu 30 milhões de discos em todo mundo e influenciou gerações de artistas que atingiram ainda maior projeção, como Elvis Presley, Beatles, Elton John e Prince. Pioneiro incontestável, desbravou todo o potencial do piano como instrumento de rock, ensinou Mick Jagger a dançar e Paul McCartney a cantar. Little Richard se destacou, ao lado de Chuck Berry e Fats Domino, na primeira leva de artistas de R&B (rhythm and blues) a fazer sucesso entre o público branco americano. Mas antes de assinar seu primeiro contrato musical em 1951, ele era apenas Richard Wayne Penniman, um jovem caipira de Macon, no estado da Geórgia, que só tocava em lugares segregados. Filho de diácono batista, ele começou a cantar na igreja. Mas a religião lhe traiu muitas vezes. A primeira, aos 15 anos de idade, quando foi expulso de casa pelo pai crente, devido a seus modos afeminados. Isso o levou ao “vaudeville” para sobreviver, onde chegou a tocar travestido para atrair plateias interessadas em freakshows. Foram nesses shows restrito aos negros que Little Richard conheceu sua maior inspiração, o “príncipe do blues” Billy Wright, que se apresentava em ternos coloridos, tinha um topete enorme e um bigode estreitíssimo. O jovem Richard logo passou a imitá-lo. Os shows energéticos que se seguiram chamaram atenção da indústria. Ele assinou com a RCA em 1951. Mas suas músicas só começaram a chegar no rádio em 1955 e por outra gravadora, a Specialty Records, quando o produtor Robert Blackwell o encorajou a revisitar sua época do vaudeville e cantar uma música que costumava entoar, com palavras inventadas e que começava com um grito. Era “Tutti Frutti” e sua carreira deslanchou. Mesmo assim, nada superava vê-lo ao vivo, tocando piano como ninguém – de pé diante do piano, com o pé sobre o piano, de pé em cima do piano. Jerry Lee Lewis tentou superá-lo colocando fogo no instrumento. Mas chegou depois de Little Richard ter incendiado a juventude dos EUA. Quando Elvis assinou com a RCA, Little Richard já era astro de cinema. Ele fez parte do elenco de “Música Alucinante” (Don’t Knock the Rock, 1956), ao lado de Bill Haley and the Comets, cantou a música-título de “Sabes o que Quero” (The Girl Can’t Help It, 1956) e arrebentou em “O Rei do Rock and Roll” (Mister Rock and Roll, 1957) com “Lucille”. Foi no primeiro filme que eternizou as performances de suas músicas mais famosas, “Long Tall Sally” e aquela que começa a frase icônica “A-wop-bop-a-loo-lop-a-lop-bam-boom!”, a célebre “Tutti-Frutti”, uma das canções mais regravadas de todos os tempos. Tanto Elvis quanto os Beatles gravaram versões das duas músicas. Na verdade, os Beatles gravaram até o lado B de “Long Tall Sally”, “Slippin’ and Slidin'” – além de incluir “Lucille” e “Good Golly, Miss Molly” em seu repertório. Paul McCartney foi uma das poucas pessoas do mundo capaz de cantar como Little Richard, porque o próprio Little Richard lhe ensinou em 1962, na época em que tocaram e conviveram juntos entre shows na Inglaterra e na Alemanha. Mas antes de escolher seu sucessor, a indústria tentou embranquecer suas canções à força, dando seu repertório para o ídolo pop Pat Boone gravar. As músicas de Boone eram versões literalmente pálidas das originais. Mesmo assim, era o galã quem aparecia na TV tocando “Tutti-Frutti”. O sucesso de Elvis trouxe nova versão de “Tutti-Frutti” para as paradas. Só que em vez de popularizar o artista original, Elvis acabou substituindo-o. Até a juventude inglesa reconhecer na década seguinte que Little Richard era insubstituível. Beatles e Rollings Stones chegaram a servir de bandas de abertura para shows do cantor, em reverência a seu talento. Mas Richard, que foi o primeiro artista para quem fãs atiraram calcinhas no palco, acabou se convertendo à religião no auge da carreira. Ele apelou a Deus ao achar que ia morrer durante uma forte turbulência num voo para shows na Austrália e, depois de sobreviver, jurou ter visto um sinal dos céus – o satélite Sputnik reentrando na atmosfera. Em 1958, ele formou uma banda evangélica e passou a cantar gospel. A fase não foi longa. Ao embarcar em turnê com esse repertório, passou a ser vaiado por fãs que queriam ouvir rock. Em 1962, ele encontrou os Beatles e retomou seus antigos hits. No ano seguinte, os Stones abriram seu show. Ele se tornou adorado pelo público britânico e chegou a ganhar um especial na TV, que, a perdido dos fãs, foi reprisado várias vezes. E em 1964 contratou um guitarrista chamado Jimi Hendrix para integrar sua banda. A carreira musical, porém, jamais retomou o sucesso original nos EUA. Para complicar, ele passou a enfrentar a ira de religiosos por ter trocado a música de Deus pela música do diabo. A conversão religiosa acabou prejudicando até sua identidade sexual. Ele chegou a casar (entre 1959 e 1963) e passou a vida tentando negar rumores de que era homossexual. De fato, disse que considerava a homossexualidade “contrária à natureza”, anos depois de confessar publicamente que era gay em 1995. Ele começou a aparecer mais na TV que no rádio a partir dos anos 1960. Chegou a participar até do programa de Pat Boone, além de encontrar os Monkees num especial. E de repente se descobriu ator, explodindo na nova carreira nos anos 1980. Após ser escalado num episódio de “Miami Vice”, teve seu primeiro grande papel cinematográfico na comédia “Um Vagabundo na Alta Roda” (1986) e ainda contribuiu com uma música inédita para a trilha sonora. Esta revitalização coincidiu com sua premiação no Grammy em 1988, quando se autodeclarou “o arquiteto do rock’n’roll!”, com a plateia aplaudindo de pé. Desde então, tornou-se convidado frequente de programas de TV, séries e filmes, conquistando novos fãs com seu “timing cômico único”. A lista de aparições inclui o blockbuster “O Último Grande Herói” (1993), com Arnold Schwarzenegger, e se encerra com “Um Chefe Muito Radical” (1998), produção estrelada pelo comediante Carrot Top. Além disso, em 2000, sua vida foi dramatizada num telefilme com seu nome, dirigido por Robert Townsend (“Ritmo & Blues – O Sonho do Sucesso”). Little Richard continuou excursionando e fazendo shows para plateias entusiasmadas até que as dores de quadril se tornaram insuportáveis. Ele anunciou a aposentadoria em 2013, mas ainda continuou saudado pelo público em aparições ocasionais. A última foi no ano passado, quando recebeu um prêmio pela carreira do governador do Tennessee, nos EUA. “Deus abençoe Little Richard, um dos meus maiores heróis musicais”, escreveu Ringo Starr, baterista dos Beatles, nas redes sociais. “Ele foi uma das minhas maiores inspirações na adolescência”, disse Mick Jagger, a voz dos Rolling Stones. “Quando fizemos uma turnê juntos, eu observei atentamente seus movimentos todas as noites, para saber como entreter e envolver o público, e ele generosamente ainda me deu conselhos. Ele contribuiu tanto para a música que eu vou sentir sua falta para sempre”, acrescentou. “Uma perda muito triste”, ecoou Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin. “As canções de Little Richard impulsionaram o rock’n’roll”.
John Ericson (1926 – 2020)
O ator John Ericson, que estrelou várias produções famosas dos anos 1950, morreu no domingo (3/5) em Santa Fé, no Novo México (EUA), onde vivia desde a década de 1990. Ele tinha 93 anos. Nascido Joseph Meibes em 25 de setembro de 1926, em Düsseldorf, na Alemanha, Ericson estudou na Academia Americana de Artes Dramáticas de Nova York na mesma classe de Grace Kelly, Jack Palance e Don Rickles. Ele se destacou no teatro antes de chamar atenção de Hollywood. Ericson estreou no cinema em “Teresa” (1951), dirigida por Fred Zinnemann, já no principal papel masculino da produção, formando par com Pier Angeli (a Teresa do título). Em seguida, atuou em “Rapsódia” (1954) com Elizabeth Taylor, cantou no musical “O Príncipe Estudante” (1954) e foi irmão de Anne Frances no clássico criminal “Conspiração do Silêncio” (1955), de John Sturges. Sua filmografia eclética inclui ainda quatro westerns consecutivos: “Assassino a Sangue Frio” (1955), “Emboscada Selvagem” (1957), “Na Fúria de uma Sentença” (1958) e “Dragões da Violência” (1957), este último de Samuel Fuller. Em 1960, ele protagonizou a cinebiografia de gângster “Pretty Boy Floyd”, seu último grande papel antes de entrar no estágio de decadência descrito pelo filme “Era uma Vez em Hollywood”. Após estrelar as aventuras italianas “Sob Dez Bandeiras” (1960), “Semiramis” (1963) e “Operação Atlantis” (1965), Ericson percebeu-se restrito à participações em séries. Sua principal realização no período foi uma retomada da parceria com Anne Francis na série de detetives “Honey West”, que durou apenas uma temporada, mas foi muito reprisada após o cancelamento em 1966. Ele nunca mais teve outro papel fixo na TV, mas apareceu em episódios de várias séries clássicas, de “O Fugitivo” a “CHiPs”, além de ter se especializado em filmes B de terror e ação, nenhum deles memorável. Seu último trabalho foi num capítulo da série “Crash”, estrelada por Dennis Hopper, em 2008.
Flávio Migliaccio (1934 – 2020)
O ator Flávio Migliaccio, visto recentemente na novela “Órfãos da Terra”, foi encontrado morto na manhã desta segunda (4/5) em seu sítio em Rio Bonito, no Rio de Janeiro, aos 85 anos. Junto com o corpo, o caseiro do sítio encontrou uma carta escrita pelo ator. A notícia foi confirmada pelo 35º BPM de Rio Bonito, delegacia que ainda investiga a causa da morte. Flávio nasceu no Brás, em São Paulo, em 15 de outubro de 1934, e teve uma longa carreira. Sua estreia como ator aconteceu no teatro, ainda nos anos 1950, ao lado da irmã, Dirce Migliaccio (1933-2009). Os dois participaram de diversas montagens do Teatro de Arena. Décadas depois, Dirce acabou virando a Emília, do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, e também uma das irmãs Cajazeira, de “O Bem Amado”. Do teatro, Flávio foi para as telas. E embora sua carreira televisiva tenha sido notável, seus filmes foram ainda mais impressionantes. A lista incluiu clássicos absolutos como “O Grande Momento” (1958), de Roberto Santos, precursor do Cinema Novo, a antologia “Cinco vezes Favela” (1962), no segmento de Marcos Farias, “Fábula” (1965), de Arne Sucksdorff, “A Hora e Vez de Augusto Matraga” (1965), trabalhando novamente com Santos, “Todas as Mulheres do Mundo” (1966), de Domingos de Oliveira, “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, “Arrastão” (1967), do francês Antoine d’Ormesson, “O Homem que Comprou o Mundo” (1968), de Eduardo Coutinho, “O Homem Nu” (1968), outra parceria com Roberto Santos, “Pra Frente, Brasil” (1982), de Roberto Farias, só para citar alguns, inscrevendo seu nome na história do Cinema Novo e da comédia contemporânea brasileira. Ele também foi cineasta. Escreveu e dirigiu nada menos que sete comédias, de “Os Mendigos” (1963) até uma produção dos Trapalhões, “Os Trapalhões na Terra dos Monstros” (1989). Paralelamente, deu início à carreira televisiva na antiga rede Tupi, encontrando grande sucesso em 1972 com o papel de Xerife, na novela “O Primeiro Amor”. O personagem se tornou tão popular que ganhou derivado, “Shazan, Xerife e Cia”, série infantil que Flávio estrelou com Paulo José (o Shazan). A atração marcou época. O ator se tornou muito popular com as crianças dos anos 1970, tanto pelo Xerife quanto pelo Tio Maneco, papel que ele criou e desempenhou no cinema e na TV. O primeiro filme, “Aventuras com Tio Maneco” (1971), virou fenômeno internacional, vendido para mais de 30 países. Sua criação ainda apareceu em “O Caçador de Fantasma” (1975) e “Maneco, o Super Tio” (1978), antes de ganhar série, “As Aventuras do Tio Maneco”, exibida pela TVE entre 1981 e 1985. A estreia na rede Globo aconteceu com a novela de comédia “Corrida do Ouro”, em 1974. E vieram dezenas mais, como “O Casarão” (1976), “O Astro” (1977), “Pai Herói” (1979), “Chega Mais” (1980), “O Salvador da Pátria” (1989), “Rainha da sucata” (1990), “A Próxima Vítima” (1994), “Torre de Babel” (1998), “Vila Madalena” (1999), “Senhora do Destino” (2004), “América” (2005), “Caminho das Índias” (2007), “Passione” (2010), “Êta! Mundo Bom” (2017) e a recente “Órfãos da Terra”, exibida no ano passado, em que viveu o imigrante Mamede. Ele também fez muitas séries, com destaque para “Tapas & Beijos” (2011–2015), ao lado de Andréa Beltrão e Fernanda Torres. E se manteve ligado ao universo infantil por toda a carreira, aparecendo nos filmes “Menino Maluquinho 2: A Aventura” (1998), de Fernando Meirelles, e “Os Porralokinhas” (2007), de Lui Farias. A lista enorme de interpretações de Flávio Migliaccio ainda inclui dois dos melhores filmes sobre futebol já feitos no Brasil, “Boleiros: Era Uma Vez o Futebol…” (1998) e a continuação “Boleiros 2: Vencedores e Vencidos” (2006), ambos com direção de Ugo Giorgetti. Em 2014, ele foi homenageado no Festival de Gramado com um Troféu Oscarito honorário pelas realizações de sua carreira. Seus últimos trabalhos foram a minissérie “Hebe”, da Globoplay, e o filme “Jovens Polacas”, de Alex Levy-Heller, lançado em fevereiro passado.
My Brilliant Friend: Adaptação da saga literária de Elena Ferrante é renovada para 3ª temporada
O canal americano HBO e o italiano RAI anunciaram nesta quinta (30/4) a renovação da parceria para produzir a 3ª temporada de “My Brilliant Friend”, que adapta a saga literária de Elena Ferrante “A Amiga Genial”. Exibida no Brasil pela HBO, a série está a um capítulo do final de sua 2ª temporada, que adapta o livro “História do Novo Sobrenome”. A season finale vai ar na próxima segunda-feira (4/5) às 23h. A 3ª temporada de “A Amiga Genial” vai adaptar “História de Quem Foge e Quem Fica”, o terceiro dos quatro livros de Ferrante sobre as amigas de longa data Lenù e Lila. O último volume se chama “História da Menina Perdida”. A série conta com a própria Ferrante como uma das roteiristas. O detalhe é que este nome é pseudônimo e a verdadeira identidade da escritora ou escritor já rendeu verdadeira epopeia de caça ao segredo pela imprensa italiana A maioria dos episódios da série é dirigido pelo cineasta Saverio Costanzo (“A Solidão dos Números Primos”), que na 2ª temporada contou com ajuda de Alice Rohrwacher (“Feliz como Lázaro”).
Chris Pine negocia estrelar nova versão de O Santo no cinema
O ator Chris Pine, intérprete de Steve Trevor em “Mulher-Maravilha” e do Capitão Kirk em “Star Trek”, está em negociações finais para estrelar uma nova franquia. Segundo o site Deadline, a Paramount quer o astro de ação na nova versão de “O Santo” (The Saint), que será comandada pelo diretor de “Rocketman”, Dexter Fletcher. Criado pelo escritor Leslie Charteris, o Santo é um personagem literário dos anos 1920, mas deve sua grande popularidade a uma série da década 1960, estrelada por Roger Moore. A atração fez um sucesso tão grande que acabou credenciando o ator a virar James Bond. Identidade “secreta” de Simon Templar, o Santo é basicamente um Robin Hood moderno, um ladrão britânico que rouba criminosos em nome de boas causas, enriquecendo enquanto ajuda os oprimidos. A Paramount já filmou o personagem em 1997, num longa estrelado por Val Kilmer (“The Doors”) e dirigido por Philip Noyce (“Salt”), mas a produção se afastou bastante da premissa original, mostrando o protagonista contratado pela máfia russa para roubar uma fórmula de fusão de energia, até uma bela cientista entrar em cena para fazê-lo rever seus pecados. Apesar de a nova versão ainda estar em estágio inicial, o projeto se arrasta há pelo menos quatro anos e chegou a motivar negociações anteriores com Chris Pratt (“Guardiões da Galáxia”) para estrelar o longa. Um dos últimos a entregar roteiro para a atual adaptação foi Seth Grahame-Smith (“Uma Aventura Lego”), mas por enquanto não há maiores informações sobre o rumo da nova trama nem sobre o cronograma de produção. Relembre abaixo a abertura da série clássica:
Tom Lester (1938 – 2020)
O ator Tom Lester, que ficou conhecido pela série da década de 1960 “O Fazendeiro do Asfalto” (Green Acres), morreu nesta segunda (20/4) aos 81 anos. Ele estava na casa de sua noiva e cuidadora em Nashville quando passou mal. O ator sofria há anos do Mal de Parkinson. Lester nasceu no Mississípi, onde foi criado em uma fazenda. Cursou Química e Biologia e, ao se formar, virou professor. Mas apesar de todo o estudo, acabou ficando famoso como um caipira iletrado na TV. A lenda diz que ele enfrentou a competição de mais de 400 atores para o papel que o consagrou, e só venceu por ser o único entre eles que sabia ordenhar uma vaca. Mas não foi exatamente assim. Depois de ir a Los Angeles e conhecer a professora de teatro Lurene Tuttle, Lester atuou em peças teatrais ao lado de Linda Kaye, filha de Paul Henning, o produtor que havia criado duas comédias rurais de grande audiência na rede CBS, “A Família Buscapé” e “Petticoat Junction”, e que estava planejando lançar um spin-off. “Naquela época, Henning era o produtor de comédia mais poderoso do mundo”, disse Lester, em uma entrevista antiga. “Então ele veio ver a peça de Linda… e acabou gostando de mim, conheceu minhas pequenas idiossincrasias e tudo mais, porque nós passamos a ter pequenas festas na casa dele, bebíamos Coca-Cola, comíamos cachorros-quentes e passávamos um tempo juntos”. Henning acabou escalando Lester num pequeno papel, que deveria durar só alguns episódios, já que a trama de “O Fazendeiro do Asfalto” era centrada em outros personagens, o casal formado por Oliver Arnold (Eddie Albert) e Lisa (Eva Gabor), um advogado bem-sucedido de Manhattan e sua elegante noiva que deixaram a cidade grande para viver numa fazenda falida perto de Hooterville. O personagem de Lester, Eb Dawson, morava na fazenda, era amigo de um porco chamado Arnold e chamava Lisa e Oliver de pais. Mais importante que isso: ele era muito engraçado. Tanto que acabou fazendo mais sucesso que os protagonistas, levando os produtores a fixar o ator no elenco central. O público gostou tanto do caipira vivido por Lester que seu personagem fez crossovers, aparecendo nas outras duas produções de Henning – em seis capítulos de “Petticoat Junction”, estrelada por sua amiga Linda Kaye, e em três de “A Família Buscapé”. “O Fazendeiro do Asfalto” durou seis temporadas, de 1965 até 1971, mas ainda se manteve no ar por muitos e muitos anos em reprises. Depois do cancelamento, o ator apareceu em outras séries, como “O Jogo Perigoso do Amor”, “Marcus Welby”, “Os Pioneiros” e “A Supermáquina”, mas nunca mais teve um papel fixo. Também não conseguiu emplacar carreira no cinema, apesar do sucesso de seu primeiro longa, “Benji, o Filme” (1974), que lançou o famoso astro canino do título. Seu segundo filme só estreou 15 anos depois e foi um terror B, “Violência e Terror” (1989). E ele ainda apareceu em “Gordy: O Porquinho Herói” (1994), um ano antes de “Babe, o Porquinho Atrapalhado” (1995) virar blockbuster nos cinemas. Mas a doença o atingiu cedo e os trabalhos se tornaram cada vez mais raros. Ele abandonou a produção artística para se recolher em sua vida pessoal, embora tenha ressurgido recentemente para um último papel de caipira, na comédia “Campin’ Buddies”, de 2014.
Besouro Verde vai ganhar novo filme
O Besouro Verde vai voltar ao cinema. A Universal fechou a produção de um novo filme do herói clássico com a produtora Amasia, que adquiriu os direitos de franquia após uma guerra de ofertas altamente competitiva em janeiro passado. A produtora é comandada pelo ex-presidente da Marvel Studios Michael Helfant em sociedade com Bradley Gallo, ex-Troika Pictures. “Nosso objetivo é fazer um filme que os fãs existentes vão adorar, e novos fãs vão adorar descobrir”, disse Helfant em um comunicado divulgado nesta quinta (16/4). “Com a Universal, parece que estamos fundindo o passado e o futuro, criando uma versão contemporânea da franquia que é nova e emocionante, mas também respeitando seu longo legado e história.” Apesar de ainda não ter roteirista ou diretor definidos, o projeto já tem título oficial: “The Green Hornet and Kato”, em inglês, sinalizando que o ajudante do Besouro Verde será igualmente celebrado desta vez. Na famosa série de TV do “Besouro Verde”, nos anos 1960, Kato era vivido por ninguém menos que Bruce Lee. O Besouro Verde foi originalmente criado como radionovela em 1936 por George W. Trendle e Fran Strike, que também foram os pais de “O Cavaleiro Solitário”. Ele estreou nos quadrinhos em 1940, com roteiros do próprio Strike, no mesmo ano em que chegou aos cinemas com o primeiro de seus três seriados de aventura. Mas, curiosamente, acabou se tornando mais conhecido como herói da TV, após ganhar sua série em 1966. Interpretado por Van Williams, o personagem acabou eclipsado por seu assistente, já que Bruce Lee era bem mais conhecido. Além de sua própria atração, o Besouro Verde ainda teve crossovers com a série do “Batman” daquela época. Na trama original, Britt Reid, o dono milionário do jornal “O Sentinela Diária”, transformava-se num vingador mascarado no estilo do Sombra, que a polícia considerava um criminoso. Como a situação o ajudava a obter informações do submundo do crime, ele nunca quis limpar sua ficha. Em suas aventuras, o Besouro Verde era ajudado por Kato, seu mordomo e motorista de origem asiática, mestre em artes marciais, que dirigia o Beleza Negra, um carro tecnologicamente avançado. A última vez que os dois apareceram nas telas foi em 2011, numa comédia de ação da Sony, estrelada por Seth Rogen, Jay Chou e Cameron Diaz. A ideia era lançar uma franquia, mas o filme “Besouro Verde” fracassou nas bilheterias, rendendo apenas US$ 227 milhões mundiais – para um orçamento de US$ 120 milhões.












