Mank: Filme sobre bastidores de Cidadão Kane ganha primeiro trailer legendado
A Netflix divulgou o trailer legendado de “Mank”, primeiro filme dirigido por David Fincher desde “Garota Exemplar”, há seis anos. Em preto e branco, a prévia recria a era de ouro de Hollywood com personagens e visual de época, encerrando-se com uma imagem que recria a cena mais icônica de “Cidadão Kane”. “Mank” é a cinebiografia do roteirista Herman J. Mankiewicz e aborda os bastidores das filmagens de “Cidadão Kane”, lançado em 1941. O personagem-título é vivido por Gary Oldman, vencedor do Oscar por “O Destino de uma Nação” (2017), e o elenco grandioso ainda inclui Tom Burke (“Strike”) como Orson Welles, Charles Dance (“Game of Thrones”) no papel do magnata William Randolph Hearst, Arliss Howard (“True Blood”) como o produtor Louis B. Mayer (o segundo M da MGM), Lily Collins (“Simplesmente Acontece”) como a secretária Rita Alexander, Amanda Seyfried (“Mamma Mia!”) como a atriz Marion Davis, Tuppence Middleton (“Sense8”) como Sara Mankiewicz, a jovem esposa (com 21 anos na época de “Cidadão Kane”) de Mank, além de Toby Leonard Moore (“Billions”) e Ferdinand Kinsley (“Vitória: A Vida de uma Rainha”) como os famosos produtores David O. Selznick e Irving Thalberg, respectivamente. A presença de Louis B. Mayer significa que o filme deve contar como o poderoso produtor ofereceu uma fortuna para que a RKO Pictures queimasse os negativos e nunca lançasse “Cidadão Kane”. Esta é apenas uma das lendas em torno do clássico de Welles, por décadas considerado o melhor filme de todos os tempos. As histórias sobre os bastidores de “Cidadão Kane” são lendárias, porque o filme de Orson Welles era baseada na figura real do magnata da imprensa William Randolph Hearst, um verdadeiro tirano, que tentou de tudo para impedir o lançamento do filme e não parou até sabotar a carreira do diretor, publicando calúnias e espalhando rumores de que ele era comunista, ao mesmo tempo em que manteve Hollywood acuada com ataques contra o excesso de imigrantes (judeus) que empregava. “Mank” é um projeto pessoal de Fincher. O roteiro foi escrito por seu pai, o jornalista Jack Fincher, que faleceu em 2002. Foi para fazer justiça ao projeto original que o diretor fechou com a Netflix, porque nenhum estúdio tradicional aceitou bancar as filmagens caras do longa com uma fotografia em preto e branco. Por outro lado, a Netflix já tinha investido em “Roma”, drama em preto e branco – e ainda por cima falado em espanhol – de Alfonso Cuarón, que acabou se provando um sucesso no streaming e ainda ganhou três Oscars. O filme também fortalece os laços do cineasta com a Netflix, onde todas as suas parcerias foram bem-sucedidas, como as séries “House of Cards”, “Mindhunter” e “Love, Death + Robots”. A estreia de “Mank” está marcada para 4 de dezembro.
Juliette Gréco (1927 – 2020)
A cantora e atriz francesa Juliette Gréco, musa do existencialismo, morreu nesta quarta feira (23/9) aos 93 anos, em sua casa em Ramatuelle, na França. Ela foi símbolo de resistência, mas também ícone da moda, uma artista que simbolizou o “radical chique” da boemia parisiense. Foi grande amiga do casal formado pelo filósofo Jean-Paul Sartre e a escritora feminista Simone de Beauvoir, e também amante da lenda do jazz Miles Davis e do poderoso produtor de Hollywood Darryl F. Zanuck. Sua rebelião começou na adolescência e lhe rendeu prisão, com apenas 16 anos, pela Gestapo, a polícia nazista, durante a ocupação alemã da França. Ela tomou o lugar da mãe e da irmã mais velha na Resistência Francesa, após as duas serem enviadas a um campo de concentração, e lutou pela libertação de seu país. Presa, só foi poupada dos campos de concentração e da deportação para a Alemanha por causa de sua idade. Mas suas experiências de guerra selaram uma aliança vitalícia com as causas da esquerda política. Após a guerra, ela virou cantora e passou a se apresentar nos chamados cafés existencialistas da época. Seus shows e presença marcante na noite parisiense foram imortalizados por alguns dos fotógrafos mais famosos de todos os tempos, como Robert Doisneau e Henri Cartier-Bresson, que transformaram seu look entristecido, sempre de roupas pretas, em modelo para a juventude beatnik. Ela também foi uma das primeiras mulheres a usar camisetas no dia-a-dia, numa época em que o visual era identificado como masculino. Juntava-se a isso um voz sombria, que a tornava a intérprete perfeita das canções de “fossa” compostas por Jacques Prévert (“Je Suis Comme Je Suis”, “Les Feuiles Mortes”), Jacques Brel (“Ça va la Diable”), Leo Ferré (“La Rue”) e, nos anos 1960, Serge Gainsbourg (“La Javanaise”). Mas até Jean-Paul Sartre e o escritor Albert Camus escreveram letras para ela cantar. Em 1952, ela veio pela primeira vez ao Brasil, apresentando-se no Rio de Janeiro, numa turnê que deveria durar 15 dias. Mas ela se apaixonou pelo país e não queria mais ir embora. Ficou meses e chegou a considerar o casamento com um amante brasileiro. Sua carreira, porém, só decolou para valer dois depois, quando foi convidada a se apresentar na sala de concertos Olympia de Paris – então o templo da música popular francesa. Paralelamente, Gréco também se lançou como atriz, convidada pelos amigos cineastas e intelectuais para pequenos papéis, como em “Orfeu” (1950), de Jean Cocteau, e “Estranhas Coisas de Paris” (1956), de Jean Renoir, entre muitos outros filmes. Até que a indústria cinematográfica francesa passou a vê-la como protagonista, escalando-a como estrela de filmes como “Quando Leres Esta Carta” (1953) e “Rapto de Mulheres” (1956). Logo, ela começou a ser cortejada por Hollywood. Ou, mais especificamente, cortejada por Darryl F. Zanuck, o chefão da 20th Century Fox, que a importou para o filme “E Agora Brilha o Sol” (1957), de Henry King, superprodução com um dos elencos mais grandiosos da época – Tyrone Power, Ava Gardner, Errol Flynn, Mel Ferrer, etc. Juliette Gréco acabou promovida a protagonista de Hollywood em seu filme seguinte, “Raízes do Céu” (1958). Ela aparecia seminua no pôster, envolta numa toalha e com Errol Flynn, o grande machão do cinema americano, prostrado a seus pés. Zanuck apostava em consagrá-la, mas o filme enfrentou um grande problema de bastidores. Rodado na África equatorial, ficou mais conhecido pelas bebedeiras de Errol Flynn, pelo surto de malária que afligiu o elenco e pela ausências do diretor John Huston, que preferia caçar a seguir cronograma de filmagens. Foi um desastre e a produção teve que ser finalizada num estúdio em Paris, com a maioria dos atores febris. Para completar, Zanuck ainda decidiu realizar sua montagem em Londres, para ficar próximo de Gréco, enquanto ela fazia sua estreia no cinema britânico, no thriller “Redemoinho de Paixões” (1959). O próprio Zanuck escreveu o filme seguinte de sua musa, a adaptação de “Tragédia num Espelho” (1960), em que ela foi dirigida por Richard Fleischer e contracenou com Orson Welles. Fleischer também a comandou em “A Grande Cartada” (1961), mas sua carreira hollywoodiana não foi o sucesso esperado. Contratada como atriz, ninguém esperava que ela cantasse em seus filmes, e isso pode ter lhe frustrado. Não por acaso, o maior clássico de cinema de sua carreira foi uma produção em que interpretou a si mesma, cantando em inglês a música-título de “Bom Dia, Tristeza”, numa pequena cena do famoso filme estrelado por Jean Seberg em 1958. Ela acabou voltando para a França, onde estrelou mais alguns filmes. Mas foi uma minissérie francesa que lhe deu seu maior reconhecimento como atriz: “Belphegor – O Fantasma do Louvre”, um mistério sobrenatural de 1965 sobre um fantasma que assombrava o museu do Louvre. Gréco ainda atuou na superprodução “A Noite dos Generais” (1968), um suspense passado durante a 2ª Guerra Mundial e estrelado por Peter O’Toole e Omar Sharif, e na comédia “Le Far-West” (1973), escrita, dirigida e protagonizada por seu colega cantor Jacques Brel, antes de se afastar do cinema por um quarto de século. Sua carreira nas telas só foi retomada em 2001 por conta de uma homenagem, ao ser convidada a figurar rapidamente numa nova versão de sua célebre minissérie, lançada no cinema com o título de “O Fantasma do Louvre” e com Sophie Marceau em seu papel original. Depois disso, ela ainda estrelou um último filme, o alemão “Jedermanns Fest”, ao lado de Klaus Maria Brandauer no ano seguinte. No período em que se afastou das telas, a artista priorizou a música. Em 1981 foi praticamente expulsa do Chile, então sob a ditadura de Augusto Pinochet, por cantar canções censuradas pelo regime militar. Apesar de muitos amantes conhecidos, entre homens e até mulheres famosas, ela também foi uma esposa dedicada. Casou-se três vezes: brevemente em 1953 com o ator Philippe Lemaire, com quem teve uma filha (Laurence-Marie, falecida em 2016), depois, com o famoso ator Michel Piccoli entre 1966 e 1977 e, por fim, vivia desde 1988 com o pianista e compositor Gérard Jouannest, que co-escreveu algumas das melhores canções de Jacques Brel, incluindo “Ne Me Quitte Pas”. Ela seguiu cantando até os 89 anos, quando sua carreira foi encerrada por um derrame. A causa da morte não foi divulgada.
Vida do ator herói Audie Murphy vai virar série
A vida do ator Audie Murphy (1924–1971), que estrelou quase 50 filmes, a maioria westerns feitos nos anos 1950, vai virar uma série. A produção vai contar como ele ganhou projeção a partir de seus atos de heroísmo na 2ª Guerra Mundial, quando se tornou o soldado mais condecorado dos EUA, homenageado inclusive com a Medalha de Honra do Congresso e pelos governos da França e da Bélgica, até sua transformação em cowboy de Hollywood e sua morte precoce, aos 46 anos, num acidente de avião. Parte desta história já foi contada no cinema e estrelada pelo próprio Audie Murphy. Ele viveu a si mesmo no filme “Terrível como o Inferno” (1955), que contou sua experiência na guerra. Os produtores da série, Arthur E. Friedman (“Uma Vida sem Limites”) e Steven Jay Rubin (“Perdendo a Esportiva”), dizem que a trama dará profundidade ao relato de 1955, mostrando os traumas causados pelos combates na Europa, em que Murphy matou mais de 240 inimigos. “Quando eles fizeram ‘Terrível como o Inferno’, com Audie interpretando a si mesmo, eles contaram apenas parte de sua história”, disse Friedman, em comunicado. “O que transforma um garoto de fazenda de 16 anos do Texas, 56 quilos e rosto de bebê em uma máquina de matar na guerra e o que acontece quando ele passa de guerreiro da vida real a estrela de cinema… é tema para um drama envolvente.” Rubin acrescentou: “Hoje contamos histórias de maneira diferente e nossa intenção é apresentar este herói célebre como um homem, não como uma figura mítica. Somos inspirados por filmes realistas como ‘O Resgate do Soldado Ryan’ e minisséries como ‘Band of Brothers’.” Para o projeto, a dupla adquiriu os direitos da biografia de Murphy, “No Name on the Bullet”, escrita por Don Graham, e agora buscam por um escritor para a adaptação. Ainda em fase inicial, a produção não tem canal ou plataforma definida para sua realização.
Remake de Rebecca, a Mulher Inesquecível ganha trailer legendado
A Netflix divulgou o pôster e o primeiro trailer legendado do remake de “Rebecca, a Mulher Inesquecível”, estrelado por Lily James (“Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo”) e Armie Hammer (“Me Chame pelo seu Nome”). Eles dão vida aos papéis originados por Joan Fontaine e Laurence Olivier na obra clássica de Alfred Hitchcock, que venceu o Oscar de Melhor Filme em 1941. A produção tem diante de si o desafio de superar uma espécie de maldição cinéfila. Até hoje, nenhum remake de filme dirigido por Hitchcock jamais igualou o sucesso da filmagem original. Entre eles, encontram-se “Psicose” (1998), de Gus Van Sant, “Os 39 Degraus” (2008), de James Hawes, “O Inquilino” (2009), de David Ondaatje, e até mesmo a própria “Rebecca” (2008), já refilmada por Riccardo Milani. Em sua versão mais recente, o romance da escritora Daphne du Maurier, que combina história de amor, crime e mistério gótico, foi adaptado pela roteirista Jane Goldman (“Kingsman: O Círculo Dourado”) e dirigido por Ben Wheatley (“No Topo do Poder”). A trama conhecidíssima acompanha uma jovem que se apaixona e casa inesperadamente com um aristocrata e, ao chegar à imponente propriedade de seu marido na costa inglesa, descobre que terá que disputar atenção com um fantasma – ou melhor, a sombra de sua primeira esposa falecida, Rebecca, cuja lembrança opressiva continua a assombrar a mansão. Lily James vive a jovem Sra. de Winter, papel que rendeu indicação ao Oscar para Joan Fontaine, enquanto Armie Hammer dá vida a Maxim de Winter, o víuvo alegre, mas que esconde um segredo terrível, imortalizado pelo lendário Laurence Olivier no cinema. Além do casal central, Kristin Scott Thomas (“O Destino de uma Nação”) e Sam Riley (“Malévola”) têm papéis importantes na trama, respectivamente como a governanta opressora e o primo aproveitador da falecida. A nova “Rebecca” estreia em 21 de outubro em streaming.
Mank: Filme sobre bastidores de Cidadão Kane ganha primeiras fotos
A Netflix divulgou as primeiras fotos de “Mank”, primeiro filme dirigido por David Fincher desde “Garota Exemplar”, há seis anos. Filmado em preto e branco, “Mank” é uma cinebiografia do roteirista Herman J. Mankiewicz e abordará os bastidores das filmagens de “Cidadão Kane”, lançado em 1941. As imagens destacam Gary Oldman, vencedor do Oscar por “O Destino de uma Nação” (2017) no papel principal, Tom Burke (“Strike”) como o diretor Orson Welles, Arliss Howard (“True Blood”) como o produtor Louis B. Mayer (o segundo M da MGM), Lily Collins (“Simplesmente Acontece”) como a secretária Rita Alexander e Amanda Seyfried (“Mamma Mia!”) como a atriz Marion Davis. O mais curioso sobre as imagens reveladas é que Marion Davis não participou de “Cidadão Kane”. Além disso, a presença de Louis B. Mayer deve explorar a história sobre como o poderoso produtor ofereceu uma fortuna para que a RKO Pictures queimasse os negativos e nunca lançasse o filme do jovem Wells. As histórias sobre os bastidores da produção são lendárias, porque o personagem título de “Cidadão Kane” era baseado na figura real do magnata da imprensa William Randolph Hearst, um verdadeiro tirano, que tentou de tudo para impedir o lançamento do filme e não parou até sabotar a carreira do diretor, publicando calúnias e espalhando rumores de que ele era comunista, ao mesmo tempo em que manteve Hollywood acuada com ataques contra o excesso de imigrantes (judeus) que empregava. Charles Dance (“Game of Thrones”) vai viver Hearst na produção, que também inclui em seu elenco Tuppence Middleton (“Sense8”) como Sara Mankiewicz, a jovem esposa (com 21 anos na época de “Cidadão Kane”) de Mank, além de Toby Leonard Moore (“Billions”) e Ferdinand Kinsley (“Vitória: A Vida de uma Rainha”) como os famosos produtores David O. Selznick e Irving Thalberg, respectivamente. “Mank” é um projeto pessoal de Fincher. O roteiro foi escrito por seu pai, o jornalista Jack Fincher, que faleceu em 2002. Foi para fazer justiça ao projeto original que o diretor fechou com a Netflix, porque nenhum estúdio tradicional aceitou bancar as filmagens caras do longa com uma fotografia em preto e branco. Por sua vez, a Netflix já tinha investido “Roma”, drama em preto e branco – e ainda por cima falado em espanhol – de Alfonso Cuarón, que acabou se provando um sucesso no streaming e ainda ganhou três Oscars. O filme também fortalece os laços do cineasta com a Netflix, onde todas as suas parcerias foram bem-sucedidas, como as séries “House of Cards”, “Mindhunter” e “Love, Death + Robots”.
Avô de Drew Barrymore foi o “verdadeiro” Quincas Berro D’Água
A atriz Drew Barrymore confirmou que seu avô foi o “verdadeiro” Quincas Berro D’Água, ao revelar que John Barrymore, célebre astro da era de ouro de Hollywood, participou de uma festa depois de morto. Falando no canal do YouTube “Hot Ones”, ela diz ter verificado a história de que os amigos mais próximos do avô, incluindo os atores WC Fields e Errol Flynn, roubaram seu cadáver do necrotério no dia seguinte à sua morte, em 1942, para levá-lo para “uma última festa”. Este é o enredo de um livro do escritor brasileiro Jorge Amado, publicado 16 anos depois, em 1958 – “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água”. Essa premissa também embala as comédias americanas “S.O.B. — Nos Bastidores de Hollywood” (1981) e “Um Morto Muito Louco” (1989). Embora Drew diga que “não tem certeza” se a história de John Barrymore inspirou “Um Morto Muito Louco”, ela garantiu que “S.O.B. — Nos Bastidores de Hollywood” foi, sim, baseada na festa além-túmulo de seu avô. O filme acompanhava um produtor (Richard Mulligan) desesperado para salvar o seu último filme do fracasso – culminando em uma sequência que lembra bastante a história do avô de Drew. A atriz, porém, não deve conhecer a “versão” brasileira dessa história. Vale avisá-la que o livro de Jorge Amado também virou filmes – na TV em 1978, com Paulo Gracindo, e no cinema em 2010, com Paulo José. Na entrevista, ela ainda aproveitou para fazer um pedido aos amigos, para que mantenham a tradição da família. “Para te dizer a verdade, eu espero que meus amigos façam o mesmo por mim. Este é o tipo de espírito que eu apoio. Levantem o meu velho corpo e vamos dar mais umas voltas por aí. Eu acho que a morte vem com muita tristeza, o que é compreensível – mas seria ótimo, pelo menos para mim, se todo mundo pudesse simplesmente der uma festa quando eu morrer”, disse a atriz. Veja o vídeo com a entrevista de Drew abaixo. Ela fala sobre o avô aos 5 minutos de sua participação no programa. Vale observar que a história é contada sob o impacto de pimentas ardidas – o mote do programa são entrevistas apimentadas, “Hot Ones”.
Remake de Rebecca, a Mulher Inesquecível ganha primeiras fotos
A Netflix divulgou a data de estreia e as primeiras fotos do remake de “Rebecca, a Mulher Inesquecível”, estrelado por Lily James (“Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo”) e Armie Hammer (“Me Chame pelo seu Nome”). Eles dão vida aos papéis originados por Joan Fontaine e Laurence Olivier na obra clássica de Alfred Hitchcock, que venceu o Oscar de Melhor Filme em 1941. A nova versão do romance da escritora Daphne du Maurier, que combina história de amor, crime e mistério gótico foi escrita por Jane Goldman (“Kingsman: O Círculo Dourado”) e dirigida por Ben Wheatley (“No Topo do Poder”). A trama conhecidíssima acompanha uma jovem que se apaixona e casa inesperadamente com um aristocrata e, ao chegar à imponente propriedade de seu marido na costa inglesa, descobre que terá que disputar atenção com um fantasma – ou melhor, a sombra de sua primeira esposa falecida, Rebecca, cuja lembrança opressiva continua a assombrar a mansão. Lily James vive a jovem Sra. de Winter, papel que rendeu indicação ao Oscar para Joan Fontaine, enquanto Armie Hammer dará vida a Maxim de Winter, interpretado pelo lendário Laurence Olivier no cinema. Além do casal central, Kristin Scott Thomas (“O Destino de uma Nação”) e Sam Riley (“Malévola”) têm papéis importantes na trama, respectivamente como a governanta opressora e o primo aproveitador da falecida. Vale lembrar que nenhum remake de filme dirigido por Hitchcock jamais igualou o sucesso da filmagem original. Entre eles, encontram-se “Psicose” (1998), de Gus Van Sant, “Os 39 Degraus” (2008), de James Hawes, “O Inquilino” (2009), de David Ondaatje, e até mesmo a própria “Rebecca” (2008), já refilmada por Riccardo Milani. O novo “Rebecca” estreia em 21 de outubro em streaming.
Luca Guadagnino vai filmar bastidores gays da era de ouro de Hollywood
O cineasta italiano Luca Guadagnino vai voltar à temática LGBTQIA+ que o consagrou em “Me Chame pelo seu Nome” (2017). Ele fechou contrato com a Searchlight Pictures (ex-Fox Searchlight) para filmar a história de Scotty Bowers, um soldado condecorado da 2ª Guerra Mundial que virou agenciador de encontros para estrelas gays de Hollywood, atuando por 40 anos, desde a era de ouro da década de 1940 até o início da epidemia da Aids, para servir sua clientela seleta com garotos de programa em sigilo. O filme é baseado no livro de memórias de Bowers, “Full Service”, e no documentário “Scotty and the Secret History of Hollywood” (2017), que trouxeram à tona várias histórias que estavam no fundo do armário de Hollywood, incluindo também segredos de atrizes famosas – e que devem ter inspirado a série de ficção “Hollywood”, da Netflix. A adaptação está sendo escrita pelo ator Seth Rogen e seu parceiro roteirista Evan Goldberg (criadores das séries “Preacher” e “The Boys”). Vale observar que, apesar da natureza de seus negócios, realizados num posto de gasolina suspeito, Bowers era amado por seus clientes por ter criado um ambiente seguro para os membros da comunidade gay da indústria de cinema, que correriam mais riscos e perigo sem sua ajuda. Com a agenda lotada, Luca Guadagnino está lançando sua primeira série de TV, “We Are Who We Are”, em setembro na HBO, e o documentário “Salvatore, Shoemaker of Dreams” no vindouro Festival de Cannes. Ele também está envolvido com os remakes de “Scarface” e “O Senhos das Moscas”, e prepara uma continuação para “Me Chame pelo seu Nome”. Veja abaixo a capa do livro de Bowers.
Olivia de Havilland (1916 – 2020)
A atriz Olivia de Havilland, vencedora de dois Oscars e uma das últimas estrelas da era de ouro de Hollywood, morreu na noite de sábado (25/7), de causas naturais enquanto dormia em sua casa, em Paris, aos 104 anos. Sua beleza angelical lhe rendeu vários papéis de protagonista romântica. Mas ela também foi heroína de ação. E a primeira pessoa – homem ou mulher – a enfrentar a indústria de Hollywood, implodindo o sistema abusivo de semi-escravidão contratual, usado pelos estúdios para humilhar atores e forçá-los a fazer filmes contra suas vontades, que vigorou até meados dos anos 1940. Sua vitória na Justiça mudou as relações entre astros e estúdios para sempre, inaugurando a era “moderna” em que atores de sucesso se tornaram capazes de escolher o que filmar e com qual estúdio quiserem. Não foi seu único processo. Mais recentemente, ela entrou com uma ação contra o produtor Ryan Murphy por retratá-la na série “Feud” (de 2017), em que foi vivida por Catherine Zeta-Jones “sem autorização e sem aprovação”. O caso estava sendo encaminhado à Suprema Corte dos EUA. Olivia De Havilland nunca foi uma atriz comum. Sua beleza lendária a aproximou de astros famosos. Havia rumores de seu relacionamento com Errol Flynn e registros de envolvimentos com James Stewart, o magnata Howard Hughes, o diretor John Huston e até com o jovem John F. Kennedy, futuro presidente dos EUA, ainda nos anos 1940. Mas, apesar das fofocas, ela recusou vários cortejos, escolhendo intelectuais como maridos. Seu primeiro casamento, em 1946, foi com o escritor e roteirista Marcus Aurelius Goodrich (“Ases da Armada”), com quem teve um filho, Benjamin. O segundo aconteceu em 1955 com Pierre Galante, editor da revista Paris Match, com quem teve uma filha, Gisele. Os dois casamentos acabaram em divórcio. Ela certamente enfrentou alguns rivais poderosos na carreira, mas considerava a própria irmã mais nova como sua maior inimiga, a atriz vencedora do Oscar Joan Fontaine (que morreu em dezembro de 2013 aos 96 anos). Seu pai, Walter, era um advogado britânico de patentes que fazia negócios no Japão, por isso ela nasceu em Tóquio, em 1º de julho de 1916. Já sua mãe, Lilian, era uma atriz de teatro que queria que suas filhas seguissem seus passos. Assim, aos 3 anos, a pequena Olivia foi com a mãe e a irmã morar na Califórnia. Sua educação começou em um convento, mas, ao terminar o colegial, ela se matriculou no Mills College, em Oakland, onde se interessou por atuar. Sua estrela brilhou durante uma apresentação teatral de “Sonho de uma Noite de Verão”, de Shakespeare. No palco como substituta de emergência de Gloria Stuart – a diva temperamental desistira na véspera – , chamou atenção do empresário Max Reinhardt, que tinha ido à estreia atrás de talentos para atuar na versão cinematográfica da peça. Ela assinou um longo contrato com a Warner e debutou em Hollywood naquela adaptação, em 1935, aos 19 anos de idade. Sua atuação encantou os executivos do estúdio que, no mesmo ano de “Sonho de uma Noite de Verão”, a lançaram em mais três produções. E já como protagonista. Um destes trabalhos de seu ano inaugural rapidamente estabeleceu sua reputação como estrela e firmou sua primeira e mais famosa parceria nas telas: nada menos que “Capitão Blood”, um dos melhores filmes de piratas da velha Hollywood, dirigido por Michael Curtiz, em que contracenou com Errol Flynn. Ao todo, Olivia viveu o par romântico de Errol Flynn em nove filmes da Warner, incluindo o famoso “As Aventuras de Robin Hood” (1938), no qual interpretou a icônica Lady Marian, e o épico “A Carga de Cavalaria Ligeira” (1936), ambos dirigidos por Curtiz – ela foi igualmente dirigida nove vezes pelo diretor. Já consagrada como uma das principais atrizes da Warner, Olivia foi atraída por uma oferta para atuar numa superprodução de um estúdio rival no final dos anos 1930. Era “…E o Vento Levou” (1939). Lisonjeada e encantada pelo projeto, uma das superproduções mais caras da época, ela pressionou pela chance de demonstrar que era mais que uma atriz comercial. Após uma dura negociação, que incluiu direitos de distribuição para a Warner, Olivia conseguiu ser liberada para viver Melanie Hamilton, a noiva e depois esposa de Ashley Wilkes, personagem de Leslie Howard, criando um retrato de mulher tímida, gentil e benevolente, que contrastava de forma frontal com o ciúme venenoso de seu marido e com o gênio de sua prima espirituosa, Scarlett O’Hara (Vivien Leigh). A performance lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar, como Melhor Atriz Coadjuvante – ela acabou sofrendo uma derrota histórica para sua colega de elenco Hattie McDaniel, primeira atriz negra premiada pela Academia, que foi mantida separada e segregada do elenco durante as filmagens e até na própria premiação. “…E o Vento Levou” (1939) venceu oito Oscars, tornando-se o filme mais premiado de sua época, uma distinção que durou por duas décadas – até “Gigi” (1958). Empolgada com o impacto do filme e pela nomeação, Olivia voltou à Warner com a expectativa de mais papéis de prestígio. Mas eles não se materializaram. O estúdio queria mais filmes de ação com Errol Flynn, no máximo algumas comédias românticas. Ela chegou a ouvir que tinha sido contratada porque era bonita e fotografava bem, não porque soubesse atuar. Conforme seu contrato inicial se aproximava do fim, Olivia deixou claro que não tinha intenção de renová-lo. Com receio de perder sua estrela, a Warner aceitou incluir alguns dramas entre seus filmes habituais. Um deles foi “A Porta de Ouro” (1941), em que ela interpretou uma professora seduzida por um astuto exilado europeu (Charles Boyer) em busca de uma esposa para obter visto americano. Seu desempenho rendeu-lhe outra indicação ao Oscar, desta vez como Melhor Atriz. Mas ela voltou a perder para uma rival: a própria irmã, Joan Fontaine, que venceu por “Suspeita”, de Alfred Hitchcock. As duas deixaram de se falar depois disso. De fato, Olivia e Joan foram as únicas irmãs a vencer o Oscar na categoria de Melhor Atriz, mas em vez de comemorarem a façanha, sua rivalidade “fraterna” foi considerada a mais feroz da história de Hollywood. Após a segunda indicação, ela começou a recusar papéis que considerava inferiores. A Warner retaliou suspendendo-a por seis meses e, quando seu contrato venceu, o estúdio insistiu que, devido às suspensões, ela ainda lhes devia mais filmes. Mas a Warner jamais suspeitou que a atriz “bonitinha” e que “fotografava bem” tivesse mais obstinação que a fictícia Scarlett O’Hara. Amanhã foi outro dia para Olivia de Havilland, que processou e venceu. O caso se arrastou por um ano e meio, período em que ficou afastada das telas, mas a Suprema Corte da Califórnia aprovou uma decisão de primeira instância em seu favor em 1945. Conhecida como “a decisão de Havilland”, a orientação jurídica determinou que nenhum estúdio poderia prolongar arbitrariamente a duração do contrato de um ator. Foi o fim da semi-escravidão de Hollywood. A atriz se declarou independente, colocando-se no mercado para todos os estúdios. E choveram ofertas, inclusive da própria Warner. Para compensar o tempo em que passou brigando na Justiça, ela apareceu logo em quatro filmes de 1946. Apenas um deles era uma comédia romântica, demonstrando o novo rumo de sua carreira, focado na busca do Oscar. A seleção incluía “Devoção”, um daqueles dramas de prestígio que a Warner não queria lhe dar, mas que enfim deu após o fim do contrato, no papel da escritora Emily Brontë (de “O Morro dos Ventos Uivantes”). Viveu também uma mãe solteira que abandona o filho em “Só Resta uma Lágrima”, de Mitchell Leisen, produzido pela Paramount. E interpretou gêmeas, uma boazinha e outra malvada, em “Espelho d’Alma”, clássico noir de Robert Siodmak, distribuído pela Universal. A estratégia deu certo. Olivia de Havilland venceu seu primeiro Oscar por “Só Resta uma Lágrima”. Ela enfrentou Hollywood, assumiu o controle da carreira e escolheu os filmes que queria fazer. E conquistou o reconhecimento da Academia. Mas a atriz não queria apenas empatar com a irmã. Queria superá-la. Isto ficou claro quando Olivia se recusou a receber os parabéns de Joan ao vencer sua estatueta. Esse esforço rendeu mais dois clássicos: “Na Cova da Serpente” (1948), de Anatole Litvak, em que deu vida à uma mulher internada num hospício, e “Tarde Demais” (1949), de William Wyler, como uma herdeira solteirona seduzida por um golpista mais jovem (Montgomery Clift). O primeiro lhe rendeu nova indicação ao Oscar, perdendo (injustamente) para Jane Wyman por “Belinda”. O outro lhe valeu seu segundo Oscar de Melhor Atriz. Aqueles foram os últimos dois filmes que ela realmente gostou de fazer. Após aparecer como a “mulher mais velha”, as ofertas de bons papéis diminuíram. Mesmo assim, Olivia enfrentou o “ageismo” implacável da velha Hollywood com menos lançamentos, mas sem abrir mão da qualidade. Fez “Eu Te Matarei, Querida! (1952), de Henry Koster, “Não Serás um Estranho” (1955), de Stanley Kramer, “A Noite É Minha Inimiga” (1959), de Anthony Asquith, e até “O Rebelde Orgulhoso” (1958), em que voltou a trabalhar com Michael Curtiz, culminando esta fase numa parceria histórica com a igualmente lendária Bette Davis no suspense “Com a Maldade na Alma” (1964). Foram os derradeiros filmes dignos de seu nome. Ao passar dos 50 anos, Olivia trocou as grandes produções por aparições num punhado de séries – como “Big Valley” (em 1965), a minissérie “Roots: The Next Generations” (em 1979) e “O Barco do Amor” (em 1981) – , e pela função de cota de prestígio em filmes de baixa qualidade, como a “nunsplotation” “Joana, a Mulher que Foi Papa” (1972) e os thrillers de desastre “Aeroporto 77” (1977) e “O Enxame” (1978). Seu último papel no cinema foi em “O Quinto Mosqueteiro” (1979), como a Rainha-mãe de Louis XIV (Beau Bridges), numa homenagem do diretor Ken Annakin a seus primeiros longas de capa e espada. Depois disso, sua carreira ainda se estendeu por mais uma década em produções televisivas, o que lhe valeu um último reconhecimento: o Globo de Ouro pela minissérie “Anastácia: O Mistério de Ana” (1986), aos 70 anos de idade. Em 1988, ele anunciou a aposentadoria e se mudou para Paris, na França, onde se tornou uma celebridade adorada. Ela chegou a receber a maior honraria do país, a comenda da Legião de Honra, em 2010. “Você honra a França por nos escolher como sua morada”, disse o presidente Nicolas Sarkozy na cerimônia. Ao saber de sua morte, a presidente do SAG-AFTRA (sindicato dos atores dos EUA), Gabrielle Carteris, evocou sua importância histórica para a classe artística. “Olivia de Havilland não era apenas bonita e talentosa, era uma visionária corajosa e uma inspiração para todas as gerações. Ela era uma maravilha e uma lenda. Descanse em paz.”
Apple vai produzir minissérie de Gal Gadot sobre Hedy Lamarr
A Apple fechou contrato com a atriz e agora produtora Gal Gadot para realizar uma minissérie sobre Hedy Lamarr, atriz da era de ouro de Hollywood que era literalmente genial. Além de atuar em clássicos do cinema, ela foi uma inventora visionária, sendo responsável até pela existência do wifi. O projeto da minissérie existe há pelo menos dois anos e estava sendo desenvolvido pelo canal pago Showtime. Criada pela roteirista-produtora Sarah Treem, co-criadora de “The Affair”, a minissérie vai trazer Gadot como a estrela austríaca de Hollywood, que brilhou em “Êxtase” (1932), “Argélia” (1938), “Demônio do Congo” (1942), “Flor do Mal” (1946) e “Sansão e Dalila” (1949), e que teve muito mais importância fora da tela. Em parceria com o compositor George Antheil (“No Silêncio da Noite”), ela criou um sistema de comunicações revolucionário, usado para troca de mensagens entre nações aliadas durante a 2ª Guerra Mundial. As Forças Armadas dos Estados Unidos não lhe deram o devido reconhecimento, mas a mesma invenção acabou virando a base dos atuais sistemas de compartilhamento de dados por wifi e bluetooth. Sua contribuição tecnológica só foi reconhecida muito tarde em sua vida. Postumamente, porém, Lamarr foi homenageada com sua inclusão no National Inventors Hall of Fame. A produção de Gadot não é o primeiro projeto de minissérie sobre a estrela. A atriz alemã Diane Kruger, premiada no Festival de Cannes por seu desempenho no filme “Em Pedaços”, anunciou uma produção similar há cerca de três anos. Ela se associou com a produtora Straight Up Films (que fez “Transcendence” e “Em Busca da Justiça”) para fazer sua minissérie e contava até com o apoio do Google e algumas fundações de incentivo à pesquisa. Mas, desde então, assumiu diversos compromissos no cinema e o projeto não saiu do papel. A produção marca o primeiro papel importante de Gadot numa série americana após a frustração de “The Beautiful Life: TBL”, série cancelada após cinco episódios em 2009. Sem estreia definida, a minissérie será lançada na plataforma de streaming Apple TV+.
Capone choca críticos americanos e vira “Crapone” por cenas escatológicas
“Capone”, novo filme sobre o gângster Al Capone, que entrou em locação digital nos serviços de VOD dos EUA nesta terça-feira (12/5), chocou a crítica americana que esperava ver uma cinebiografia convencional. Protagonizado por Tom Hardy (“Venom”) e dirigido por Josh Trank (“Quarteto Fantástico”), o filme se concentra no fim da vida do mafioso, que sofre com sífilis e demência após ter ficado preso por 11 anos em Alcatraz. Os críticos se dividiram sobre a produção, mas há um consenso sobre as cenas em que Al Capone faz suas necessidades, consideradas literalmente uma merda. As reações são de nojo, como descrições que vão de “grotesco” (no jornal Chicago Sun-Times) a “uma piñata de catarro e outras excreções” (New York Times), a ponto de várias publicações renomearem a obra como “Crapone”, juntando o nome do gângster ao ato de defecar (em inglês). “Se você sempre quis ver um cinebiografia de Al Capone que começa e termina com Tom Hardy cag**** explosivamente nas calças, tenho boas notícias”, brincou o crítico David Ehrlich, do site IndieWire, que no final elogiou “Capone” por ser “admiravelmente não comercial”. A divisão radical de opiniões rendeu 50% de aprovação no site Rotten Tomatoes, mas não devem ajudar Josh Trank a recuperar a carreira após o desastre de “Quarteto Fantástico” (2015), já que a maioria das resenhas destaca que o filme parece não ter direção, apostando mais em climas que narrativa coerente. Isto se deve ao fato de muitas cenas serem manifestações de delírios. Igualmente divisiva, a interpretação de Tom Hardy rendeu comentários por sua coragem de ir ao extremo, que alguns consideraram também uma caricatura do extremo. O desempenho seria sua performance “mais maximalista”, na definição do site Vulture, ou apenas “uma das piores performances da carreira” de Hardy, que “resmunga, tosse e caga em cenas que carecem de qualquer forma de direção, simpatia e/ou propósito”, de acordo com o site Next Best Picture. O site The Hollywood Reporter preferiu dizer que “a loucura limítrofe do método de auto-paródia da performance de Tom Hardy exige que seja vista”, enquanto a revista Vanity Fair simplesmente perguntou: “E se ‘Venom’ fosse chato?”. Trank também preferiu a ironia para comentar a repercussão. Ele destacou uma frase negativa de Matt Neglia, do Next Best Picture, sobre o filme: “Me deixou enjoado”. “Preciso dessa citação em um pôster para a minha sala”, postou o diretor no Twitter. Ele próprio descreveu seu trabalho como “estranho, desconfortável e bonito”, recomendando que o público vá “com a mente aberta”. O cineasta ainda considerou que os comentários sobre as cenas escatológicas o faziam lembrar das críticas ao filme “Pink Flamingos” (1972), clássico de John Waters que escandalizou os anos 1970. Veja o trailer de “Capone” abaixo.
Capone: Trailer mostra Tom Hardy como o poderoso chefão mafioso
O diretor Josh Trank divulgou nas redes sociais o trailer de seu novo filme, “Capone”, que traz Tom Hardy no papel do lendário gângster americano Al Capone. A contrário das versões mais conhecidas da história do poderoso chefão, como “Os Intocáveis” (1987), Hardy interpreta um Capone envelhecido e doente. A produção acompanha os últimos dias do mafioso, já afastado de seu império do crime, após oito anos na prisão. Enquanto esteve preso, sua saúde deteriorou, levando-o a passar a maior parte do encarceramento em tratamento na ala hospitalar do presídio de Alcatraz. Ele contraiu sífilis e estava em estado de avançada confusão mental, quando recebeu autorização para se tratar num hospital. Quando recebeu diagnóstico de estado terminal, ele recebeu permissão para passar o fim da vida numa mansão na Flórida com a família. E é este o período que o filme enfoca, quando seu estado mental não permite mais distinguir entre lembranças de seu apogeu violento e sua situação atual. “Capone”, que estava sendo divulgado como “Fonzo”, um dos muitos apelidos do criminoso, também é o filme em que o diretor Josh Trank tentará dar a volta por cima após o fiasco de “Quarteto Fantástico” (2015). Além de dirigir, Trank assina o roteiro do longa, que ainda traz no elenco Linda Cardellini (série “Disque Amiga para Matar”), Matt Dillon (série “Wayward Pines”), Noel Fisher (série “Shameless”) e Kyle MacLachlan (série “Twin Peaks”). Segundo o diretor, a estreia está marcada para 12 de maio. Não se sabe onde. TRAILER. Tom Hardy. Capone. Coming MAY 12. (Different title. My cut. 🤩) pic.twitter.com/2PLdrcFxY6 — Josh Trank (@joshuatrank) April 15, 2020









