Leandro Hassum vai voltar à Globo em série de comédia
Convidada do “Mais Você” desta sexta-feira (15/4), a atriz Viviane Araujo acabou revelando que Leandro Hassum vai voltar às produções da Globo ainda neste ano. O humorista, que não renovou seu contrato com a emissora em 2019 para estrelar comédias da Netflix, será o astro de uma nova série do canal Multishow, chamada “Família Paraíso”. Viviane Araújo faz parte do elenco e, ao tomar café com Ana Maria Braga, revelou que teve que faltar ensaios da escola de samba Salgueiro porque estava gravando a produção. “É muito divertida, tem o Leandro Hassum, a Cacau Protásio. Vai ao ar no Multishow no primeiro semestre e na TV aberta [Globo] no segundo semestre”, revelou. O elenco de “Família Paraíso” também conta com Guida Vianna, Paulinho Serra e Ataíde Arcoverde. Além disso, Ailton Graça, que fez uma parceria elogiada com Viviane na novela “Império” (2014), participará de um episódio. Desde que encerrou seu contrato fixo com a Globo, depois de 21 anos como funcionário da emissora, Hassum estrelou dois filmes pela Netflix. A comédia “Tudo Bem no Natal que Vem” acabou fazendo sucesso internacional, mas “Amor Sem Medida” não teve boa recepção devido à polêmica transformação do ator num personagem com nanismo. Hassum tem acordo fechado com a plataforma para mais produções e seu próximo filme de streaming será “Vizinhos”, já concluído, em que ele divide a cena com Paulinho Gogó e Marlei Cevada.
Peter Dinklage comenta polêmica de Leandro Hassum em “Amor sem Medida”
O ator Peter Dinklage, conhecido por ter vivido Tyrion em “Game of Thrones”, comentou a recente controvérsia em torno de “Amor sem Medida”, filme da Netflix em que Leandro Hassum interpreta um homem com nanismo. Apesar da produção ter recebido lançamento internacional, Dinklage soube do filme durante uma entrevista com o jornal brasileiro Folha de S. Paulo, durante a maratona de divulgação de seu novo filme, o musical “Cyrano”. Ele lamentou que um ator normal seja escalado para interpretar um anão, mas considerou o problema estrutural: “Eu vejo filmes do passado e, infelizmente, se algo faz dinheiro, vai ser repetido — estamos falando de uma indústria, afinal”. Dinklage ponderou que o cinema precisa reavaliar a representação dos pares românticos nas telas. “As pessoas bonitas não monopolizaram o amor em si. O amor é universal. Eu sei que gostamos de ir ao cinema para ver gente bonita, mas há muitas outras histórias por aí e elas precisam ser contadas”, avaliou. Entretanto, ele considera a questão ainda mais complicada do ponto de vista de um ator, cujo trabalho é viver pessoas diferentes de si mesmo. “É uma questão muito complicada, porque nós atores precisamos ter muito cuidado para não ofender as pessoas, e ao mesmo tempo nosso trabalho é basicamente interpretar pessoas que não têm nada a ver com a gente. Então isso gera um impasse complicado”. “Amor sem Medidas” foi criticado por sua opção de alterar a altura de Hassum com efeitos especiais, em vez de contratar um ator com nanismo para o papel, além de incluir no roteiro piadas preconceituosas. A situação foi denunciada pela atriz Juliana Caldas, que tem nanismo e ficou conhecida pelo papel de Estela Montserrat na novela “O Outro Lado do Paraíso” (2017). “Eu não me senti em momento nenhum do filme representada”, ela desabafou no Instagram. “Primeiro, porque a pessoa que faz o personagem que tem nanismo… O ator não tem nanismo, que é o próprio Leandro Hassum. Eles fizeram computação gráfica, diminuíram (o Hassum) em computação gráfica, essas coisas, para mostrar que ele tem baixa estatura. E, depois disso, a maior parte do filme tem piadas totalmente capacitistas, totalmente preconceituosas e que, cara… Não dá para aceitar hoje em dia!”, apontou. “Ele [Hassum] tenta fazer rir, mas eu não ri em nenhum momento. É cansativo ter que explicar o óbvio, o simples, explicar que, a partir do momento em que uma piada ou frase fere o outro, não é legal”, finalizou Juliana, cobrando mais empatia dos produtores e do público.
Leandro Hassum se desculpa sem entender problema de “Amor sem Medida”
O ator Leandro Hassum sentiu os comentários negativos de Juliana Paes sobre sua nova comédia, “Amor sem Medida”, lançada pela Netflix há duas semanas. Ele emitiu um comunicado com um pedido de desculpas, dizendo não ter sido sua intenção causar dor. A iniciativa, porém, também deixou claro que ele não entendeu porque deveria se desculpar, mostrando sua ignorância em relação aos problemas do filme. “Sinto muito de verdade, pois jamais quero, através dos meus filmes e arte, causar dor. Ao contrário, meu propósito sempre será divertir, entreter, pois acredito no humor agregador para a família toda”, ele se manifestou em comunicado. Em seguida, porém, passou a enaltecer a “mensagem” de “Amor sem Medida”: “O filme conta uma história de amor, de pertencimento e de inclusão, valorizando as capacidades de seus personagens e repudiando qualquer preconceito, de qualquer espécie”. Por isso, o filme seria uma lição de moral: “Vivemos num mundo ainda distante do ideal, mas que vem caminhando no sentido de não dar espaço a nenhum tipo de preconceito, segregação ou exclusão. Esta foi a intenção, por meio da leveza do humor, abordar a importância de vivermos num mundo com mais amor e respeito, onde ser aceito e amado independe de características físicas”. Por considerar tudo isso, disse que ficou “com o coração doído por, de algum modo, não ter transmitido isso a Juliana Caldas”. E concluiu, em tom paternalista: “Estou mais que aberto a acolhê-la com meu total carinho e respeito”. Na verdade, Hassum resumiu tudo o que há de errado no filme, já que “Amor sem Medida”, um romance entre um anão e uma mulher estilo Juliana Paes (a própria Julia Paes), faz exatamente o contrário do que o comediante prega. Se ele não percebe é porque o capacitismo é um problema tão estrutural quanto o racismo na sociedade brasileira. Afirmar ter feito “Amor Sem Medida” com boas intenções não muda o que realmente está na tela: uma ator normal interpretando um anão. Esta é a “black face” do capacitismo. Juliana Caldas, que tem nanismo e ficou conhecida pelo papel de Estela Montserrat na novela “O Outro Lado do Paraíso” (2017), apontou o elefante na sala, lamentando a forma como o protagonista com deficiência foi retratado no filme, desde a falta de representatividade na escolha de Hassum até a enxurrada de piadas preconceituosas da produção, tudo em nome do que o comediante chama de “leveza do humor”. “Eu não me senti em momento nenhum do filme representada. Primeiro, porque a pessoa que faz o personagem que tem nanismo… O ator não tem nanismo, que é o próprio Leandro Hassum. Eles fizeram computação gráfica, diminuíram (o Hassum) em computação gráfica, essas coisas, para mostrar que ele tem baixa estatura. E, depois disso, a maior parte do filme tem piadas totalmente capacitistas, totalmente preconceituosas e que, cara… Não dá para aceitar hoje em dia!”, apontou. Segundo ela, o público não costuma questionar o humor capacitista, o que não acontece quando se trata de conteúdos racistas, homofóbicos ou gordofóbicos. “Quando a gente fala sobre o nanismo, a maior parte das vezes é nessa forma de piada. O nanismo é considerado uma deficiência. Não dá mais para aceitar rir disso hoje”, explicou a atriz. “Ele [Hassum] tenta fazer rir, mas eu não ri em nenhum momento. É cansativo ter que explicar o óbvio, o simples, explicar que, a partir do momento em que uma piada ou frase fere o outro, não é legal”, finalizou Juliana, cobrando mais empatia dos produtores e do público. Com seu comunicado, Hassum tentou encerrar o assunto com a desculpa das boas intenções, conseguindo esse resultado em 90% das publicações que reproduziram seu comunicado sem questionar ou entrar no contexto originalmente apontado por Caldas. A forma fria como o assunto foi tratado também reflete uma imprensa incapaz de sentir empatia, que se torna parte do problema por sua incapacidade de percebê-lo. É importante ressaltar ainda que a opção de utilizar efeito visual para diminuir Hassum reflete outro problema da “black face” do nanismo. Ela representa exclusão e capacitismo no mercado de trabalho, já que impede a clara e rara possiblidade de escalar um ator à altura real do papel. Vale repetir tantas vezes quanto for necessário que Gigante Léo estrelou história parecida em “Altas Expectativas”, comédia romântica que tratava de “amor sem medida” em 2017, portanto nem seria algo inédito no país. “Amor sem Medida” é um remake do filme argentino “Coração de Leão – O Amor Não Tem Tamanho” (2013), que há oito anos usou o mesmo truque de encolhimento por computador com o ator Guillermo Francella. A adaptação brasileira foi dirigida por Ale McHaddo, que já tinha trabalhado com Hassum em “O Amor Dá Trabalho” (2019) e na série animada “Osmar, a Primeira Fatia do Pão de Forma” (2013-2015).
Juliana Caldas detona “Amor Sem Medida” da Netflix
A atriz Juliana Caldas, que ficou conhecida pelo papel de Estela Montserrat na novela “O Outro Lado do Paraíso” (2017), usou o Instagram para criticar duramente a comédia “Amor Sem Medida”, produção da Netflix estrelada por Leandro Hassum. Em vídeo publicado em seu perfil pessoal, ela lamentou a forma como o personagem com deficiência é retratado no filme, lamentando a falta de representatividade na escolha do intérprete principal e a enxurrada de piadas preconceituosas da produção. “Estou aqui gravando esse vídeo para falar sobre um filme. Na verdade, para dar a minha opinião sobre um filme que está na Netflix, um filme brasileiro que aborda o tema nanismo. Nossa, bacana! Só que não… Bom, enfim, o filme é do Leandro Hassum, chama ‘Amor sem Medida’ e… Bom, vamos lá”, começa Juliana. “Se a gente parar para pensar… A gente fala tanto hoje em dia da representatividade, da importância da representatividade no mundo, na diversidade, etc. Só que vou dar a minha opinião, estou aqui dando minha opinião tanto como pessoa Juliana e como artista Juliana”, continua. “Eu não me senti em momento nenhum do filme representada. Primeiro, porque a pessoa que faz o personagem que tem nanismo… O ator não tem nanismo, que é o próprio Leandro Hassum. Eles fizeram computação gráfica, diminuíram (o Hassum) em computação gráfica, essas coisas, para mostrar que ele tem baixa estatura. E, depois disso, a maior parte do filme tem piadas totalmente capacitistas, totalmente preconceituosas e que, cara… Não dá para aceitar hoje em dia!”, apontou. “Se fossem piadas racistas, homofóbicas, gordofóbicas, eu acredito que talvez esse assunto estaria sendo levado mais à sério”, ela lamenta. Juliana diz que um dos momentos que mais a incomodou no filme foram piadas sobre o tamanho do órgão sexual do personagem. “Uma das abordagens do filme é comparar o órgão sexual masculino do cara com o tamanho dele. É um absurdo, a gente tenta lutar por respeito, pelo nosso espaço… Por exemplo, um espaço que poderia ter tido um ator realmente com nanismo no filme não teve. A gente tendo respeito… Agora, dia 3 é o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, e aí você tem que se deparar com um filme em que a maior parte é de piadas ridículas. Até quando?”, desabafou. “Eu acho que, enfim, você pode realmente achar que é mimimi, que é essas coisas… Enfim, você pode achar o que quiser. Mas não dá para passar batido a falta de respeito com o próximo. Ainda mais no momento no mundo de hoje, sabe? E todas as outras pautas a gente vê que são levadas a sério. E aí quando você põe a pauta de nanismo, a maioria das vezes não é levada a sério”, acrescenta. Emocionando-se com a denúncia, ela finaliza o vídeo lembrando que seu papel em “O Outro Lado do Paraíso” abordou o tema do nanismo de uma forma completamente diferente. “É cansativo ter que explicar o óbvio, o simples, explicar que a partir do momento que uma piada ou frase fere o outro não é legal. Espero que, no mínimo, as pessoas parem para pensar um pouco, parem para respeitar o próximo, e entender realmente o que é empatia… E exercer a empatia, porque não é só saber o seu significado. Espero que as pessoas, realmente, além de entender, coloquem em prática a empatia”, completou. A ironia é que a comédia sobre uma mulher tipo Juliana Paes (a própria Juliana Paes) que se apaixona por um homem de baixíssima estatura tem uma mensagem de superação de preconceitos. Mas, de fato, a produção não supera seu próprio preconceito. Além do humor questionável do roteiro, a opção de utilizar efeito visual para diminuir Hassum também impede a clara e rara possiblidade de escalar um ator à altura real do papel. E não faltaria candidato. Afinal, Gigante Léo estrelou história parecida em “Altas Expectativas”, comédia romântica que tratava de “amor sem medida” em 2017. “Amor Sem Medida” é um remake do filme argentino “Coração de Leão – O Amor Não Tem Tamanho” (2013), que há oito anos usou o mesmo truque de encolhimento por computador com o ator Guillermo Francella. A adaptação brasileira foi dirigida por Ale McHaddo, que já tinha trabalhado com Hassum em “O Amor Dá Trabalho” (2019) e na série animada “Osmar, a Primeira Fatia do Pão de Forma” (2013-2015). Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Juliana Caldas 🎭 (@juzinha.caldas)
Filmes brasileiros são produções internacionais mais vistas na Netflix
Ao atualizar seu Top 10 mundial nesta terça (23/11), a Netflix revelou que duas produções brasileiras se classificaram entre as mais vistas da última semana em sua plataforma. De acordo com o ranking divulgado no site Top 10 Netflix (top10.netflix.com), o filme não falado em inglês mais visto do período de 15 a 21 de novembro foi a comédia “Amor Sem Medida”. A comédia estrelada por Leandro Hassum e Juliana Paes foi consumida durante 9,6 milhões de horas. Fazendo dobradinha, o 2º lugar também é brasileiro, com um número bem próximo obtido por “7 Prisioneiros”: 9,57 milhões de horas. O drama estrelado por Sergio Malheiros e Rodrigo Santoro ainda recebeu muitos elogios da crítica e atingiu 98% de aprovação, uma das maiores do ano no Rotten Tomatoes. Por outro lado, “Amor Sem Medida” foi totalmente ignorado pela imprensa internacional. Entre os filmes falados em inglês, “Alerta Vermelho” destruiu a concorrência, registrando 129,1 milhões de horas de exibição no período. Somando o levantamento anterior, a comédia de ação estrelada pelo trio Dwayne “The Rock” Johnson (“Jumanji: Próxima Fase), Gal Gadot (“Mulher-Maravilha”) e Ryan Reynolds (“Deadpool”) já acumula 277,9 milhões de horas de exibição entre os assinantes do streaming, número que a transforma no segundo filme mais visto da Netflix em todos os tempos – atrás apenas das 282 milhões de horas de “Bird Box”.
“Alerta Vermelho” já é segundo filme mais visto da Netflix em todos os tempos
Com menos de duas semanas no catálogo da Netflix, “Alerta Vermelho” já é o segundo filme mais visto da plataforma em todos os tempos, acumulando 277,9 milhões de horas de exibição entre os assinantes do streaming. A novidade foi revelada nesta terça (23/11) na atualização semanal do Top 10 mundial da Netflix. O detalhe é que a comédia de ação estrelada pelo trio Dwayne “The Rock” Johnson (“Jumanji: Próxima Fase), Gal Gadot (“Mulher-Maravilha”) e Ryan Reynolds (“Deadpool”) deve virar o filme mais visto de todos os tempos no serviço até a próxima semana. O líder do ranking atualmente é “Bird Box”, terror apocalíptico protagonizado por Sandra Bullock, que contabiliza 282 milhões de horas. “Alerta Vermelho” foi o filme mais assistido da Netflix de 15 a 21 de novembro, registrando 129,1 milhões de horas de exibição neste período. A diferença é brutal para o 2º lugar na relação: a continuação da franquia de Vanessa Hudgens, “A Princesa e a Plebeia 3: As Vilãs Também Amam”, teve 24,77 milhões de horas assistidas pelos assinantes. A lista também destaca produções brasileiras. O filme não falado em inglês mais visto do período foi a comédia “Amor Sem Medida”, estrelada por Leandro Hassum e Juliana Paes, que foi consumida durante 9,6 milhões de horas. E o 2º lugar também é brasileiro, com “7 Prisioneiros” bem pertinho, com registro de 9,57 milhões de horas. O drama estrelado por Sergio Malheiros e Rodrigo Santoro ainda recebeu muitos elogios da crítica e atingiu 98% de aprovação, uma das maiores do ano no Rotten Tomatoes. Por outro lado, “Amor Sem Medida” foi totalmente ignorado pela imprensa internacional. Entre as séries, a animação “Arcane” e a 2ª temporada de “A Máfia dos Tigres” dominaram o ranking, respectivamente com 38,4 milhões e 30 milhões de horas, enquanto uma nova série sul-coreana tomou o topo das produções internacional. Na verdade, “Profecia do Inferno” liderou não apenas o Top 10 das séries não faladas em inglês, mas foi a série mais vista em geral durante a última semana, gerando consumo de 43,4 milhões de horas.
Filmes online: 10 estreias para ver em streaming
O Top 10 está de volta. Com o aumento avassalador de ofertas de filmes para ver em casa, destacar as opções mais relevantes passa a ser a melhor curadoria. Mas as listas também se multiplicaram. Para a refletir a evolução do mercado com a chegada de muitas plataformas novas em 2021, a partir de agora serão duas listas de filmes: uma para as assinaturas de streaming e outras para os lançamentos de VOD (locação digital). E a programação deste fim de semana em streaming é marcada por musicais envolventes, animações de vanguarda, histórias adolescentes e um mergulho no cinema japonês. Tick Tick… Boom! | Netflix Lin-Manuel Miranda (o autor de “Hamilton”) trabalhou em nada menos que quatro filmes em 2021. E depois de duas animações e a adaptação de sua peça “Em um Bairro de Nova York”, agora faz sua estreia na direção com “Tick, Tick… Boom!”, em que homenageia outro célebre autor da Broadway. O resultado não é menos que espetacular. O filme adapta a peça homônima de Jonathan Larson e traz Andrew Garfield (“O Espetacular Homem-Aranha”) no papel do dramaturgo antes do sucesso, ansioso pela véspera de seu aniversário de 30 anos e da estreia de seu projeto dos sonhos: “Superbia”, uma ópera rock inspirada em “1984”, de George Orwell – que na vida real nunca foi produzido. O texto é um grande desabafo, dispensando a estrutura grandiosa da Broadway para ser apresentado como show “de bolso” em pequenos palcos. Originalmente estrelado apenas por Larson e uma banda em 1990, a peça foi ampliada após a morte do autor em 1996, fazendo sua estreia como musical off-Broadway em 2001. A versão que chega ao streaming é a póstuma, que incluiu outros personagens além de Larson. E conta com roteiro, por sinal, de mais uma estrela da Broadway: Steven Levenson, responsável por “Querido Evan Hansen” – além de ter vencido o WGA Award (prêmio do Sindicato dos Roteiristas) pela minissérie “Fosse/Verdon”, homenagem aos musicais. Vale lembrar que, enquanto expressava sua frustração no espetáculo solo, Larson acabou desenvolvendo “Rent”, seu maior sucesso, que infelizmente ele nunca pôde apreciar. O dramaturgo morreu de problemas cardíacos na manhã da première de “Rent”, aos 35 anos, vencendo todos os prêmios possíveis (do Tony ao Pulitzer) postumamente. Rocketman | Netflix A Netflix também disponibilizou a premiada cinebiografia do cantor Elton John. Muito diferente de “Bohemian Rhapsody”, ainda que compartilhe o diretor (Dexter Fletcher foi quem salvou o filme do Queen após a demissão de Bryan Singer), tem uma estrutura mais próxima dos espetáculos da Broadway. Só que até seus arroubos de fantasia poética são fiéis à realidade. Taron Egerton, praticamente um menino em “Kingsman: Serviço Secreto” (2014), surpreende no papel principal. E, claro, não faltam hits. O detalhe é que o próprio ator canta os sucessos, sem fazer lip synch – ao contrário, novamente, de “Bohemian Rhapsody”. Oitava Série | Netflix Um dos principais títulos indies recentes, com nada menos que 99% de aprovação no Rotten Tomatoes, “Oitava Série” marcou a estreia do humorista Bo Burnham como diretor de cinema em 2019 e fez deslanchar a carreira da atriz mirim Elsie Fisher, até então dubladora (é dela a voz original da pequena Agnes de “Meu Malvado Favorito”). A estrelinha interpreta a protagonista, uma menina da 8ª série do Ensino Fundamental que enfrenta as crises de sua idade, como a timidez absurda, a falta de popularidade e a sensação de que sua vida é um fracasso, tudo antes de atingir a puberdade. Combinando drama e humor, o filme é de uma ternura impossível de resistir e somou nada menos que 60 prêmios internacionais. Stop-Zemlia | Filmicca Longa de estreia de Kateryna Gornostai, “Stop-Zemlia” tira seu título de uma brincadeira infantil e apresenta uma abordagem contemplativa da adolescência, ao acompanhar uma menina em sua jornada de autodescoberta, rumo à maturidade, com uma fotografia de tirar o fôlego. Venceu 10 prêmios, incluindo o Urso de Cristal do Festival de Berlim, como Melhor Filme da mostra Generation para crianças acima de 14 anos. Antes que Tudo Desapareça | MUBI Mais premiado autor japonês do cinema fantástico, Kiyoshi Kurosawa inspira-se no clássico “Vampiros de Almas” para contar uma história de invasão silenciosa da Terra, em que três alienígenas se passam por humanos para abrir caminho para um ataque. Apesar da referência clara, trata-se da adaptação de uma peça japonesa (de Tomohiro Maekawa) e a abordagem se diferencia da trama tradicional de “Invasores de Corpos” por reforçar o humanismo como arma contra a aniquilação. The Fable | Netflix (Netflix) The Fable: O Assassino Que Não Podia Matar | Netflix (Netflix) “The Fable” e sua continuação adaptam o popular mangá homônimo de Katsuhisa Minami, que venceu o Kodansha Manga Award e já vendeu mais de 8 milhões de exemplares. Trata-se de uma comédia de ação sobre um assassino profissional que recebe uma missão incomum: não matar. Ele deve arranjar um emprego normal e viver com uma colega de profissão como se fossem dois irmãos por um ano – ou até receber a ordem de agir, que nunca vem. Entretanto, Akira “The Fable” Sato não consegue manter indiferença quando vê injustiças ao seu redor, o que gera várias complicações – e diversão para o público. Aya e a Bruxa | Netflix A primeira animação criada por computação gráfica é também a mais fraca do célebre Studio Ghibli. O filme de Goro Miyazaki, filho do fundador do estúdio, Hayao Miyazaki (“A Viagem de Chihiro”), baseia-se no livro infantil de Diana Wyne Jones (a mesma autora de “O Castelo Animado”) e sua animação é inteiramente digital – como as produções da Pixar, por exemplo. A trama acompanha Aya, uma jovem que cresceu órfã sem saber que é filha de uma bruxa, mas acaba sendo adotada por outra bruxa, indo morar numa casa cheia de magia e coisas assustadoras. Ah, além de bruxa, ela também é roqueira. Accidental Luxuriance of the Translucent Watery Rebus | MUBI Altamente estilizada e vanguardista, a animação de Dalibor Baric acompanha um ativista e uma artista conceitual em fuga da lei, mas a verdadeira revolução está menos na história e mais na forma poética e abstrata utilizada para contá-la, lançando mão desde colagens até rotogravura. Um espetáculo visual. Amor Sem Medida | Netflix Há dois lançamentos brasileiros em streaming neste fim de semana. Um deles é o filme baseado na série “Garota da Moto” na Amazon Prime Video. O outro é a nova comédia de Leandro Hassum na Netflix. E quase que nenhum entrou no Top 10. “Amor Sem Medida” é segunda comédia de Hassum na plataforma – após “Tudo Bem No Natal Que Vem”, no ano passado, e tem uma premissa típica de comédias americanas dos anos 1990, com Juliana Paes (“A Dona do Pedaço”) se apaixonando pelo médico vivido pelo comediante, após os dois trocarem acidentalmente de celular. Só que, ao se encontrarem ao vivo, ela descobre que ele é baixinho, praticamente anão. O resto da história é um grande clichê com mensagem de superação de preconceitos. Só que a produção não supera seu próprio preconceito. De fato, o uso de efeito visual para diminuir Hassum impede a clara e rara possiblidade de escalar um ator à altura real do papel. E não faltaria candidato. Afinal, Gigante Léo já estrelou história parecida em “Altas Expectativas”, comédia romântica que tratava do mesmo “amor sem medida” em 2017. Vale apontar que “Amor sem Medida” é um remake do filme argentino “Coração de Leão – O Amor Não Tem Tamanho” (2013), que há oito anos usou o mesmo truque com o ator Guillermo Francella. A direção é de Ale McHaddo, que já tinha trabalhado com Hassum em “O Amor Dá Trabalho” (2019) e na série animada “Osmar, a Primeira Fatia do Pão de Forma” (2013-2015).
“Eternos” e “Marighella” são as principais estreias de cinema
O novo filme de super-heróis da Marvel e a cinebiografia de um terrorista/herói da resistência nacional são os maiores lançamentos desta quinta (4/11) nos cinemas. Mas a diferença de alcance entre os dois é gritante. “Eternos” tem a maior estreia do ano, entrando em cartaz em 1,7 mil telas. Já “Marighella” chega em 279 cinemas. Também há uma distância brutal entre a avaliação de ambos pela crítica, mas em sentido oposto. Apesar de dirigido pela vencedora do Oscar Chloé Zhao (por “Nomadland”) e estrelado por vários astros famosos, incluindo Angelina Jolie, “Eternos” teve a pior nota de uma produção do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) no Rotten Tomatoes, tornando-se também o primeiro filme do Marvel Studios considerado medíocre, com apenas 53% de avaliações positivas nos EUA. O consenso é que se trata da produção mais genérica da Marvel, plasticamente bonita, mas tão séria que se torna sem graça. “Marighella”, por sua vez, tem 88% de aprovação no mesmo Rotten Tomatoes. Em seu primeiro longa como diretor, Wagner Moura foi coberto de elogios pela crítica internacional, chegando a ser comparado aos grandes cineastas do cinema engajado internacional dos anos 1960 e 1970. A comparação é quase associativa, diante da recriação da guerrilha urbana do Brasil no período citado. Mas assim como todo cinema engajado, a trama comete idiossincrasias ao romantizar o personagem-título, encarnado por Seu Jorge como um herói do povo em luta pela liberdade. Na verdade, o enfrentamento de Carlos Marighella e seus contemporâneos torna-se “democrático” somente por viés anacrônico, em contraste com a repressão vigente na época, mas ninguém razoavelmente informado confundiria ação comunista com luta pela democracia. O fato é que filmes refletem mais seus tempos que os períodos que retratam. E o incômodo causado por “Marighella” entre bolsonaristas, com ou sem cargo político, ajuda a iluminar o quanto esse governo se identifica com a ditadura, a ponto de defender com dentes arreganhados os capítulos mais sinistros da História brasileira. A reação extremada só aumenta a importância de “Marighella”, não por suposta fidelidade histórica, mas por sua liberdade artística ser capaz de traduzir o Brasil atual, que, por meio de suas “autoridades”, ainda mata impunemente “bandidos” pretos como Carlos Marighella no meio da rua. O resto da programação chama atenção por uma característica inusitada, ao trazer três produções da Netflix previstas para chegar ao streaming na semana que vem. A maior aposta é a comédia de ação “Alerta Vermelho”, com exibição até em multiplexes, graças ao apelo comercial de seus astros, Dwayne Johnson, Ryan Reynolds e Gal Gadot. Mas o verdadeiro destaque deste lote é o premiado “7 Prisioneiros”, que atingiu 94% no Rotten Tomatoes e conquistou um troféu paralelo no Festival de Veneza, o Sorriso Diverso, dedicado à obra social mais relevante do evento. A trama explora a situação de trabalho análogo à escravidão perpetuada no Brasil por meio da história do jovem Mateus (Christian Malheiros), recém-saído do interior em busca de uma oportunidade de trabalho em São Paulo, que se revela uma cilada. Rodrigo Santoro também está no elenco como o gerente explorador. Com oito títulos ao todo, o circuito ainda recebe o vencedor internacional do Festival de Sundance do ano passado, “Yalda – Uma Noite de Perdão”, que ainda rendeu ao cineasta iraniano Massoud Bakhshi o troféu de Melhor Roteiro no Festival de Sofia. A história totalmente surreal, mas absolutamente verdadeira, acompanha uma jovem condenada à morte por assassinar o marido, que ganha uma chance de comutar sua sentença, bastando para isso conseguir o perdão de sua enteada (bem mais velha que ela) num reality show televisivo! Veja abaixo os títulos e os trailers de todas as estreias. Eternos | EUA | Ação Marighella | Brasil | Drama 7 Prisioneiros | Brasil | Drama Amor sem Medida | Brasil | Comédia Alerta Vermelho | EUA | Comédia de Ação Yalda – Uma Noite de Perdão | França, Alemanha, Suíça, Líbano | Drama Lá Vamos Nós | Israel, Itália | Drama Amigo Arrigo | Brasil | Documentário
Trailer de nova comédia da Netflix diminui Leandro Hassum
A Netflix divulgou o primeiro trailer de “Amor Sem Medida”, segunda comédia de Leandro Hassum na plataforma – após “Tudo Bem No Natal Que Vem”, no ano passado. A prévia revela uma premissa típica de comédias americanas dos anos 1990, com Juliana Paes (“A Dona do Pedaço”) se apaixonando pelo médico vivido por Hassum, após os dois trocarem acidentalmente de celular. Só que ao se encontrarem ao vivo, ela descobre que ele é baixinho, praticamente anão. O resto da história é previsível, com mensagem de superação de preconceitos. Só que a produção não supera seu próprio preconceito. De fato, este filme jamais seria feito nos EUA nos anos 2020 porque o ator principal não é, como se sabe, “baixinho”. O uso de efeito visual para diminuir Hassum impede a clara e rara possiblidade de escalar um ator à altura real do papel. E não faltaria candidato. Afinal, Gigante Léo já estrelou história parecida em “Altas Expectativas”, comédia romântica que tratava de “amor sem medida” em 2017. Vale apontar que “Amor sem Medida” é um remake do filme argentino “Coração de Leão – O Amor Não Tem Tamanho” (2013), que há oito anos usou o mesmo truque com o ator Guillermo Francella. A adaptação brasileira tem direção de Ale McHaddo, que já tinha trabalhado com Hassum em “O Amor Dá Trabalho” (2019) e na série animada “Osmar, a Primeira Fatia do Pão de Forma” (2013-2015). A estreia acontece em 18 de novembro.







