Emicida lança música emotiva na etapa final da turnê “AmarElo”
O rapper paulista reflete sobre uma sociedade adoecida mentalmente em sua nova faixa, que foi lançada após três anos sem produções inéditas
Paulo Vieira zoa polêmica de Juliette no Upfront da Globo: “Todos com sorriso amarelo”
O humorista Paulo Vieira não poupou ironias durante sua apresentação no evento UpFront da Globo, na noite desta quinta (19/10). Ao ser anunciado como novo jurado do “The Masked Singer Brasil”, além de ser confirmado na próxima temporada do “Avisa Lá que Eu Vou”, Vieira fez o público rir com várias piadas, inclusive de publicidade – já que os publicitários eram o público-alvo do evento, que anunciou a programação de 2024 Globo para os anunciantes. A citação da recente controvérsia de plágio envolvendo uma campanha da Bauducco, cancelada após acusação de plágio conceitual, arrancou as maiores risadas. A polêmica envolveu a contração das cantoras Juliette e Duda Beat para cantar a música “Magia Amarela”, num conceito apontado como similar a “AmarElo” (2019) de Emicida. “Eu viajo tanto pelo Brasil que nem dá tempo de ler o roteiro. Deixa eu ver o TP [teleprompter, que passa informações em vídeo]. Agora é anúncio de panetone? Cancelaram?”, disparou Vieira, zoando a polêmica. “Está todo mundo com sorriso amarelo”, completou o humorista, referindo-se à cor da discórdia. A faixa amarela A ação publicitária cancelada tinha como foco a canção “Magia Amarela”, interpretada por Juliette e Duda Beat. As acusações de plágio do projeto emergiram na quarta (18/10), quando internautas destacaram semelhanças entre a letra da música, tipografia e cenário da campanha com o álbum “AmarElo”, de Emicida. O irmão do rapper, o produtor Evandro Fiotti, fez uma live revelando que a empresa lhes tinha procurado antes para incluir “AmarElo” na campanha, mas não houve acordo, insinuando que por isso fizeram algo similar. Ele também avisou que acionaria seu jurídico. Em resposta, a Bauducco e a agência Galeria, responsável pela campanha, anunciaram o cancelamento do projeto. Em comunicado, as empresas envolvidas esclareceram que a tipografia utilizada já era característica da Bauducco e que a campanha visava celebrar a cor amarela, associada à marca. Além disso, ressaltaram que as artistas não tinham nenhum envolvimento na concepção do projeto, tendo sido contratadas apenas para interpretar a música. Juliette se desculpou pessoalmente com Emicida, reiterando que não teve nada a ver com o planejamento do projeto. O Paulo Vieira KKKKKK é incrível #UpFrontGlobo2025 #Domingão pic.twitter.com/DXXF312Rr0 — Brenno De Moura (@mbrenno_) October 20, 2023
Filmes online: 10 documentários brasileiros para o Dia da Consciência Negra
Celebrado neste sábado (20/11), o Dia da Consciência Negra inspira reflexões. E nada melhor para isso que uma maratona de documentários. Sem exagero, a lista dos 10 títulos abaixo inclui alguns dos mais importantes trabalhos documentais sobre a questão racial já feitos no Brasil. O Negro da Senzala ao Soul | YouTube Produzido em 1977, o primeiro documentário televisionado sobte o movimento negro do Brasil foi feito pelo repórter Gabriel Priolli para a TV Cultura, na época em que o Departamento de Jornalismo do canal era comandado por Paulo Roberto Leandro e num momento em que a música soul e ideias de “black power” chegavam ao imaginário popular. Pioneiro, conseguiu driblar a censura para ir ao ar graças ao viés musical, mas foi seu claro engajamento que o fez circular em cópias piratas entre movimentos sociais. Um trecho do filme acabou reaparecendo em outro documentário da lista, “AmarElo”, do rapper Emicida. Ôri | NOW Lançado pela socióloga e cineasta Raquel Gerber em 1989, “Ôri” (consciência em Iorubá) documenta os movimentos negros brasileiros dos anos 1970 com comentários de uma mais maiores ativistas e pensadoras negras do país, Beatriz Nascimento (1942-1995). Levou 11 anos para ser concluído, porque parte do seu material foi apreendido pela ditadura militar. E já na época a diretora notou a ausência de imagens sobre a história negra no país, que nunca deixou de ser metodicamente apagada e destruída. A Negação do Brasil | YouTube Dirigido por Joel Zito Araújo, um dos maiores cineastas negros do país, “A Negação do Brasil” também é um dos mais importantes documentários da seleção. Lançado no ano 2000, conta a história dos negros na TV brasileira. Ou melhor, da falta de negros na TV brasileira, mostrando como eles foram escanteados, ignorados e até mesmo suprimidos da produção televisiva nacional, que só lhes permitia interpretar estereótipos, quando permitia, raramente reconhecendo o talento dos artistas. Menino 23 | Globoplay O filme de Belisário Franca acompanha as investigações de um historiador sobre tijolos marcados com suásticas nazistas, encontrados no interior de São Paulo, e acaba revelando uma história de terror, de meninos órfãos e negros, que foram submetidos a um projeto criminoso de eugenia pela elite política brasileira dos anos 1930. Falcão – Meninos do Tráfico | YouTube Produzido pelo rapper MV Bill e pelo centro de audiovisual da Central Única das Favelas, o filme de 2006 faz um relato duro da vida de jovens de favelas brasileiras, que pela falta de perspectivas são facilmente cooptados pelo tráfico de drogas. Durante as gravações, 16 dos 17 meninos entrevistados morreram, vítimas da violência na qual estavam inseridos. Exibido no “Fantástico”, o documentário teve ampla repercussão, mas nem a entrega simbólica de um DVD do filme nas mãos do então presidente Lula mudou a situação de abandono e omissão do Estado sobre o futuro das crianças das favelas brasileiras. Disponível de graça na página de MV Bill no YouTube. A Última Abolição | Globoplay O título se refere ao fato de o Brasil ter sido o último país do mundo a abolir a escravidão. O filme de Alice Gomes também lembra que isso não aconteceu por causa de um ato magnânimo da Princesa Isabel, mas por anos de lutas e pelo sacrifício de mulheres negras que conseguiram alforriar uma geração de crianças, tornando a liberdade dos negros irreversível. Samba de Santo – Resistência Afro-Baiana | Globoplay A história de três blocos de Carnaval centenários, nascidos em terreiros de candomblé na Bahia, Ilê Aiyê, Cortejo Afro e Bankoma, serve de ponto de partida para explorar a cultura negra, por meio de musicalidade, danças, religiosidade e ancestralidade. E mostram como a tradição carnavalesca politizou-se para ajudar suas comunidades e espalhar brilho no estado mais negro do país, e por isso também mais submetido ao racismo. AmarElo | Netflix Dirigido por Fred Ouro Preto (sobrinho de Dinho, do Capital Inicial), o documentário estabelece um elo entre o show do rapper Emicida no Theatro Municipal, de São Paulo, com dois momentos importantes da história e da cultura passados dentro e fora do Municipal: a Semana de Arte Moderna de 1922 e a fundação do Movimento Negro Unificado (MNU) em 1978 – que lutou pela auto-afirmação cultural e o incentivo à cultura de matriz africana, até então estigmatizada no Brasil. Sementes – Mulheres Pretas No Poder | Globoplay O filme de Julia Mariano e Éthel Oliveira foi feito sob o impacto do assassinato de Marielle Franco, transformando o luto em luta. Dos protestos às candidaturas políticas, acompanha o efeito multiplicador da luta pela resistência com o surgimento de novas lideranças negras e femininas em meio ao auge opressor do aparato político-miliciano que exterminou Marielle e resultou na eleição de Bolsonaro em 2018. Dentro Da Minha Pele | Globoplay O documentário de Toni Venturi conta histórias de 9 pessoas comuns, com diferentes tons de pele negra, que apresentam seu cotidiano na cidade de São Paulo e compartilham situações de racismo, dos velados aos mais explícitos. Entre os relatos há um médico confundido com bandido, uma faxineira tratada como escrava, um garoto assassinado pela polícia e uma funcionária trans que nunca é promovida.


