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  • Série

    Mark Snow, compositor de “Arquivo X”, morre aos 78 anos

    5 de julho de 2025 /

    Compositor marcou a história da TV com temas de séries, da clássica “Casal 20” à recente “Blue Bloods”

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  • Etc

    Kristen Stewart vira estrela da Chanel na Semana da Moda de Paris

    4 de outubro de 2022 /

    A atriz Kristen Stewart (“Crimes do Futuro”) estrelou um curta-metragem da grife Chanel que homenageou o universo do cinema. Com pouco mais de um minuto de duração, o curta foi exibido durante Semana de Moda de Paris na terça-feira (4/10). No curta, Stewart interpreta a si mesma e é vista saindo de uma sessão de cinema do clássico da nouvelle vague “O Ano Passado em Marienbad” (1961). Do lado de fora do cinema, uma repórter pergunta a Stewart sobre “o que a deixa esperançosa em relação ao futuro”. A pergunta leva Stewart a filosofar a respeito da atualidade e da sua identidade. As respostas dela são intercaladas com belas imagens em preto e branco de ruas, bares e casas parisienses. A referência à “O Ano Passado em Marienbad” não é gratuita. A fundadora da marca, Gabrielle Chanel, mais conhecida como Coco Chanel, desenhou o figurino da atriz Delphine Syrig para o filme dirigido por Alain Resnais. Kristen Stewart também assistiu como convidada de honra ao desfile da Chanel (que foi recheado de referências ao filme) em Paris. Ela chegou ao evento acompanhada da modelo Charlotte Casiraghi, neta de Grace Kelly e filha de Caroline de Mônaco que abriu o desfile desse ano. “Das pessoas ao meu redor, (Stewart) é a mais próxima de Gabrielle Chanel”, escreveu a diretora artística da Chanel, Virginie Viard, nas notas do desfile. “Ela entende Chanel, a roupa. E com ela, fica ainda mais moderno.” Assista ao curta.

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  • Etc,  Filme

    Jean-Pierre Bacri (1951 – 2021)

    19 de janeiro de 2021 /

    O premiado ator e roteirista francês Jean-Pierre Bacri, conhecido por suas parcerias com a cineasta Agnès Jaoui, morreu na segunda (18/1) em Paris após uma batalha contra o câncer, aos 69 anos. Bacri começou a ter destaque nos palcos e na telas no final da década de 1970, e tornou-se conhecido internacionalmente após aparecer como “Batman” no bem-sucedido thriller “Subway”, que fez decolar a carreira do diretor Luc Besson em 1985. O papel lhe rendeu sua primeira indicação ao César (o Oscar francês) como Melhor Ator Coadjuvante. Foi nessa época também que ele conheceu a atriz Agnès Jaoui, que se tornaria sua esposa e parceira criativa. O casal contracenou nas telas pela primeira vez em “Cuisine et Dépendances” (1993), adaptação de uma peça de teatro escrita pelos dois (vencedora do troféu Molière), que também foi o primeiro filme concebido em conjunto pela dupla, com ambos assinando juntos o roteiro. Logo, a rotina de escrever tornou-se complementar ao trabalho de interpretação para ambos. Eles receberam um grande empurrão nesta direção ao colaboraram no texto de “Smoking e No Smoking” (1993), de Alain Resnais, que venceu cinco prêmios César (o Oscar francês), entre eles o primeiro troféu de Melhor Roteiro da dupla – além de ser considerado o Melhor Filme do ano. A parceria continuou com outra adaptação de peça do casal, “Odeio te Amar” (1996), e seguiu com o musical “Amores Parisienses” (1997), que acrescentaram mais dois Césars à estante da família por seus roteiros. O último ainda rendeu o César de Melhor Ator Coadjuvante a Bacri. O casamento criativo acompanhou a evolução da carreira de Jaoui, que virou diretora a partir de “O Gosto dos Outros” (2000). Um começo e tanto, pois, além de ser premiado com o quarto César de Melhor Roteiro da dupla, foi reconhecido como Melhor Roteiro da Europa pela Academia do Cinema Europeu e indicado ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. O trabalho de Bacri e Jaoui também rendeu aclamação no Festival de Cannes. Seu filme de 2004, “Questão de Imagem”, foi considerado o Melhor Roteiro do festival e ainda lhes deu o segundo troféu da categoria na premiação da Academia do Cinema Europeu. Os dois continuaram a trabalhar juntos, tanto na frente quanto atrás das câmeras, até “Praça Pública”, escrito e estrelado pelo casal e dirigido por Jaoui, em 2018. Depois disso, Bacri apareceu em apenas mais um filme, “Photo de Famille”, lançado no mesmo ano, antes da doença se manifestar. Um autêntico intelectual, Bacri também ficou conhecido por aparecer sempre mal-humorado na tela. Seus papéis eram geralmente personagens rudes, embora com um toque de humanidade. “Aos meus olhos, sempre desempenhei papéis diferentes. Mas não sou um cara sorridente e o que sou, como minha maneira de ver a vida, passa para a tela. Coisas alegres não me interessam, prefiro anti-heróis”, disse ele ao Le Parisien em uma entrevista de 2017. A morte do artista comoveu a França, rendendo várias homenagens, incluindo do presidente do país, Emmanuel Macron.

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  • Filme

    Michel Piccoli (1925 – 2020)

    18 de maio de 2020 /

    Michel Piccoli, um dos atores mais importantes do cinema da França, morreu na semana passada (1/5), aos 94 anos de idade. A notícia só se tornou pública nesta segunda-feira (18/5), em comunicado da família à imprensa. Responsável por papéis inesquecíveis em dezenas de clássicos, Piccoli morreu de um acidente vascular cerebral, segundo declaração da família. Também produtor, diretor e roteirista, Michel Piccoli deixou uma obra com mais de 200 títulos em uma carreira que abrangeu sete décadas de cinema, além de papéis na televisão e teatro, ao longo das quais colaborou com mestres da estatura de Alfred Hitchcock, Henri-Georges Clouzot, Jacques Rivette, Costa-Gavras, Luis Buñuel, Jean Renoir, René Clément, Jean-Luc Godard, Alain Resnais, Agnès Varda, Jacques Demy, Marco Ferreri, Mario Bava, Manoel de Oliveira, Theodoros Angelopoulos, Nani Moretti, Marco Bellocchio e Louis Malle. O reconhecimento a seu talento foi atestado por uma profusão de prêmios, incluindo o de Melhor Ator no Festival de Cannes – pela atuação em “Salto no Escuro” (1980), de Bellocchio. Nascido em Paris em 27 de dezembro de 1925, ele era filho de músicos – a mãe era pianista e o pai um violinista suíço. Mas apesar de estrear nas telas aos 20 anos, em uma breve figuração em “Sortilégios” (1945), de Christian-Jaque, sua carreira demorou para engatar, o que só aconteceu depois de uma década, em filmes como “French Can Can” (1955), de Renoir, e “O Calvário de uma Rainha” (1956), de Jean Delannoy. Mas o que o tirou dos papéis de coadjuvantes foi sua amizade com Buñuel. “Escrevi para esse diretor famoso pedindo que ele viesse me ver em uma peça. Eu, um ator obscuro! Era a ousadia da juventude. Ele veio e nos tornamos amigos”, Piccoli contou, em uma entrevista antiga. O ator apareceu em seis filmes de Buñuel, geralmente representando uma figura autoritária. A primeira parceria se manifestou em 1956, como um padre fraco e comprometido, que viajava pelas florestas brasileiras em “A Morte no Jardim”. Em “O Diário de uma Camareira” (1964), viveu o preguiçoso e lascivo monsieur Monteil, obcecado sexualmente por Jeanne Moreau, intérprete da empregada do título. E num de seus principais desempenhos, deu vida a Louche, o cavalheiro burguês responsável pela transformação de Catherine Deneuve em “A Bela da Tarde” (1967). No filme, a atriz vivia a esposa de um médico respeitável que era convencida por Louche a passar as tardes trabalhando em um bordel de alta classe com clientes excêntricos. Piccoli reprisou o papel quase 40 anos depois, em “Sempre Bela” (2006), de Manoel de Oliveira. Para Buñuel, ainda encarnou um versão charmosa do Marquês de Sade em “Via Láctea” (1969), foi sutilmente dominador como secretário do Interior em “O Discreto Charme da Burguesia” (1972) e sinistro como chefe da polícia no penúltimo filme do diretor, “O Fantasma da Liberdade” (1974). Durante esse período, Piccoli fez parte da cena dos cafés filosóficos de Paris, que incluía os escritores Boris Vian, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, além da cantora Juliette Gréco, com quem se casou em 1966 – separaram-se em 1977. Ele também se tornou um membro ativo do partido comunista francês. Os anos 1960 foram sua década mais criativa e variada, em que se juntou à novelle vague, atuando em obras memoráveis. Seu primeiro papel de protagonista no movimento que revolucionou o cinema francês foi como o marido de Brigitte Bardot em “O Desprezo” (1963), de Godard. No filme, ele interpreta um roteirista disposto a vender a própria esposa a um produtor (Jack Palance) para que seu roteiro saísse do papel e virasse filme dirigido por Fritz Lang (interpretado pelo próprio). Entre suas performances em clássicos da nouvelle vague ainda se destacam “A Guerra Acabou” (1966), de Alain Resnais, e “As Criaturas” (1966), de Agnès Varda. Mas Piccoli se projetou mais com sucessos de público, como “O Perigoso Jogo do Amor” (1966), de Roger Vadim, na qual contracenou com a americana Jane Fonda, o filme de guerra de René Clement “Paris Está em Chamas?” (1966), e principalmente o clássico musical “Duas Garotas Românticas” (1967), de Jacques Demy. A carreira do astro francês se internacionalizou após o filme de Demy, que chegou a ser indicado ao Oscar. Em 1968, ele estrelou a cultuada adaptação de quadrinhos italianos “Perigo: Diabolik” (1968), de Mario Bava, como o policial que tenta prender o criminoso do título. E no ano seguinte começou sua parceria de sete filmes com outro mestre italiano, Marco Ferreri – iniciada por “Dillinger Morreu” – , sem esquecer sua estreia em produções de língua inglesa, no suspense “Topázio”, de ninguém menos que Alfred Hitchcock. A consagração continuou nos anos 1970, marcada pelo principal e mais escandaloso filme de Ferreri, “A Comilança” (1973), e por uma das melhores obras de Chabrol, o noir “Amantes Inseparáveis” (1973). Com a fama adquirida, ele aproveitou para começar a produzir – a partir de “Não Toque na Mulher Branca” (1974), outra parceria com Ferreri. Piccoli também integrou a produção norte-americana de Louis Malle, “Atlantic City” (1980), estrelado por Burt Lancaster e Susan Sarandon, fez “Paixão” (1982), de Godard, e trabalhou com Marco Belocchio (em “Salto no Escuro” e “Olhos na Boca”) e Jerzy Skolimowski (“O Sucesso É a Melhor Vingança”), antes de viver o vilão que ajudou a lançar um dos principais nomes da geração de cineastas dos anos 1980. Premiado no Festival de Berlim, “Sangue Ruim” (1986) deslanchou a carreira de Leos Carax (então em seu segundo longa) e popularizou mundialmente a atriz Juliette Binoche. A lista de papéis clássicos não diminuiu com o tempo, rendendo “Loucuras de uma Primavera” (1990), de Malle, e “A Bela Intrigante” (1991), de Jacques Rivette, em que pintou – e consagrou – a nudez de Emmanuelle Béart. Sua trajetória teve muitas outras realizações, novas parcerias com Rivette, filmes com Édouard Molinaro, Jean-Claude Brisseau, Raoul Ruiz, Bertrand Blier, mais Manoel de Oliveira, dezenas mais. Tanta experiência o levou a escrever e dirigir. Ele assinou três longas, um segmento de antologia e um curta, mas apenas um repercutiu entre a crítica – “Alors Voilà” (1997). Como intérprete, porém, não lhe faltou consagração, incluindo o David di Donatello (o Oscar italiano) de Melhor Ator por um de seus últimos papéis, como papa em “Temos Papa” (2011), de Nani Moretti. Outros desempenhos importantes no final de sua carreira incluem o último longa do grego Theodoros Angelopoulos, “Trilogia II: A Poeira do Tempo” (2008). E após ser homenageado pela Academia Europeia de Cinema com um troféu pela carreira, ainda emplacou três lançamentos premiados em 2012: “Vocês Ainda Não Viram Nada!”, de Resnais, “Holy Motors”, de Carax, e “Linhas de Wellington” (2012), de Valeria Sarmiento. A despedida das telas se deu logo em seguida, com “Le Goût des Myrtilles” (2014), de Thomas De Thier. Ele deixa sua terceira esposa, a roteirista Ludivine Clerc, com quem se casou em 1978, e sua única filha, Anne-Cordélia, fruto de seu primeiro casamento com Eléonore Hirt.

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    Krzysztof Penderecki (1933 – 2020)

    29 de março de 2020 /

    Morreu Krzysztof Penderecki, um dos maiores compositores e maestros da Polônia, que ficou mundialmente conhecido pela trilha de dois dos maiores clássicos do terrores de Hollywood, “O Exorcista” e “O Iluminado”. Ele tinha 86 anos e faleceu neste domingo (29/3) em sua casa em Cracóvia, no sul da Polônia, após uma longa doença, segundo sua família. Seu cuidador foi diagnosticado com covid-19. Krzysztof Penderecki estudou violino e composição no Conservatório de Cracóvia, inspirado pelo pai, que adorava tocar o instrumento. Quando se formou, em 1958, foi nomeado professor e depois reitor do conservatório. De 1972 a 1978, ele também lecionou na Escola de Música da Universidade de Yale, nos EUA. Sua carreira como compositor iniciou-se logo após a formatura, em 1959. Aos 25 anos, ganhou os três principais prêmios em uma competição depois de enviar uma partitura escrita com a mão direita, outra com a esquerda e uma terceira copiada por um amigo para ocultar sua caligrafia. Foram os primeiros de muitos troféus, incluindo três Grammys de música erudita. Ele começou a colaborar com cineastas em 1961, ao compor a trilha de um curta escrito por outro compatriota famoso, o escritor Stanislaw Lem (autor de “Solaris”). Após dois longas do diretor Wojciech Has, fez sua estreia no cinema francês, compondo a trilha do clássico da nouvelle vague “Eu te Amo, Eu te Amo” (1968), de Alain Resnais. Mas sua estreia em Hollywood se deu de forma casual, quando o diretor William Friedkin decidiu incluir cinco músicas de seu repertório em “O Exorcista” (1973), incluindo uma partitura de seu mais controverso trabalho, “The Devils of Loudon”, de 1969. Baseada em um romance de Aldous Huxley sobre a Inquisição, “The Devils of Loudon” chegou a ser condenado pelo Vaticano, que pediu ao compositor que parasse as apresentações. Apesar da polêmica, ele se recusou a tirar a música de seus concertos. O compositor se tornou ainda mais popular depois que Stanley Kubrick fez uso extensivo de seu trabalho, incluindo 13 faixas de seus discos na trilha de “O Iluminado” (1980). David Lynch foi outro fã assumido, que espalhou músicas de Penderecki em “Coração Selvagem” (1990), “Império dos Sonhos” (2006) e na série “Twin Peaks”. Sua música, geralmente inspirada por temas religiosos ou apocalípticos, como a bomba de Hiroshima, também apareceram na animação clássica “Heavy Metal – Universo em Fantasia” (1981), no terror “As Criaturas Atrás das Paredes” (1991), de Wes Craven, na sci-fi “Filhos da Esperança” (2006), de Alfonso Cuaron, e no suspense “Ilha do Medo” (2020), de Martin Scorsese. Penderecki também criou música especialmente para o cinema. Além dos trabalhos iniciais citados, ele compôs trilhas de filmes de alguns dos maiores cineastas do Leste Europeu, como “Hands Up!” (1981), de Jerzy Skolimowski, “A Voz Solitária do Homem” (1987), de Aleksandr Sokurov, “Tishina” (1991), de “Dimitar Petkov”, “Katyn” (2007), de Andrzej Wajda, e o recente “Demon” (2015), de Marcin Wrona. Em 2012, Penderecki ainda colaborou com Jonny Greenwood, guitarrista da banda Radiohead e compositor dos filmes de Paul Thomas Anderson, num disco elogiadíssimo, que curiosamente não tem título – as faixas “Threnody for the Victims of Hiroshima”, “Polymorphia”, “Popcorn Superhet Receiver” e “48 Responses to Polymorphia” batizam o álbum. Entre os muitos reconhecimentos a seu talento contavam-se ainda o prêmio de Melhor Compositor Vivo no evento de música Cannes Midem Classic, em 2000, e a maior distinção da Polônia, a Ordem da Águia Branca, concedida em 2005. O ministro da Cultura da Polônia, Piotr Glinski, disse que, com a morte de Penderecki, a cultura do país “sofreu uma perda enorme e irreparável”. Veja abaixo Penderecki reger sua composição mais aterradora, “Polymorphia”, usada tanto na trilha de “O Exorcista” quanto em “O Iluminado”.

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    Emmanuelle Riva (1927 – 2017)

    28 de janeiro de 2017 /

    Morreu a atriz francesa Emmanuelle Riva, ícone da nouvelle vague, que ganhou fama mundial como a protagonista de “Hiroshima Meu Amor” (1959), de Alain Resnais, e voltou a ter grande destaque recentemente com “Amor” (2012), do austríaco Michael Haneke, que lhe rendeu a sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Ela lutava havia anos contra um câncer e faleceu na sexta-feira (27/1), aos 89 anos. Nascida em 1927 em uma família de operários do leste da França, Paulette (seu nome real) declamava desde a adolescência as falas de personagens clássicos do teatro em seu quarto. Aos 19 anos, pouco depois do fim da 2ª Guerra Mundial, viajou a Paris para estudar artes dramáticas, mas só foi aparecer no cinema no final da década seguinte. Após figurar em “Volúpia de Prazer” (1958), topou o desafio de aparecer nua num filme de caráter poético-experimental, sobre o romance entre uma francesa e um arquiteto japonês de Hiroshima, a cidade devastada pelo primeiro ataque com bomba atômica da história. Sua nudez serviu de chamariz para o filme, que era extremamente intelectual. Mas se virou musa instantânea, também precisou lutar para não ficar marcada como sexy. Para tanto, tomou uma série de decisões ousadas, ilustrando o lado pouco sensual da prostituição em “Ádua e Suas Companheiras” (1960), de Antonio Pietrangeli, e aparecendo totalmente desglamourizada em “Kapò: Uma História do Holocausto” (1960), de Gillo Pontecorvo, como uma prisioneira de campo de concentração nazista. Em 1962, ela venceu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza por seu papel em “Thérèse Desqueyroux”, como a fria personagem-título, suspeita de ter matado o próprio marido. Mas não voltar a receber maiores reconhecimentos por décadas, mesmo trabalhando com grandes cineastas, como André Cayatte em “Atentado ao Pudor” (1967), Fernando Arrabal em “Irei Como um Cavalo Louco” (1973), Marco Bellochio em “Olhos na Boca” (1982), Philippe Garrel em “Liberté, la Nuit” (1984) e Krzysztof Kieslowski em “A Liberdade É Azul” (1993). Passaram-se 50 anos até Riva voltar às cerimônias de premiação. Em “Amor” (2012), ela interpretou uma mulher doente, à beira da morte e em meio a grandes sofrimentos, compartilhados por seu marido, interpretado por Jean-Louis Trintignant, e a filha, vivida por Isabelle Huppert. Filmado nos cômodos de uma casa, de onde a personagem não conseguia sair, “Amor” se tornou o filme-sensação de 2012, iniciando uma carreira vitoriosa a partir de sua première com a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Ao ser indicada ao Oscar, Riva se tornou a atriz mais velha já reconhecida pela premiação. Não conquistou o troféu americano, mas venceu o César (o “Oscar francês”) e o BAFTA (o “Oscar inglês”). Ela também apareceu no simpático “O Verão do Skylab” (2011), de Julie Delpy, e viu aumentar os convites para filmar obras de cineastas dos mais diferentes países, enquanto buscava retomar a carreira no teatro, num surto de atividade com mais de 80 anos de idade. Em 2014, recebeu seu último prêmio, o Beaumarchais, entregue por um júri de críticos do jornal francês Le Figaro, por sua atuação na peça “Savannah Bay”, de Marguerite Duras. A atriz deixou um filme inédito, “Alma”, do islandês Kristín Jóhannesdóttir, e iria estrelar “Les Vacances”, do iraniano Mohsen Makhmalbaf. “Até o final permaneceu ativa”, declarou sua agente, Anne Alvares Correa. “Emmanuelle Riva era uma mulher comovente, uma artista de rara exigência”, afirmou Frédérique Bredin, presidente do Centro Nacional do Cinema (CNC) da França. “Foi-se uma voz inesquecível, habitada pelo amor das palavras e da poesia.”

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