Festival de Berlim 2021 anuncia júri com vencedores do Urso de Ouro
A organização do Festival de Berlim anunciou os membros do júri de sua edição deste ano, que acontecerá em março totalmente online. A lista é composta por seis cineastas premiados com o Urso de Ouro em edições anteriores e, excepcionalmente, não destaca um presidente do júri. Os membros incluem o iraniano Mohammad Rasoulof (premiado em 2020 por “There Is No Evil”), o israelense Nadav Lapid (de “Sinônimos”, 2019), a romena Adina Pintilie (“Não Me Toque”, 2018), a húngara Ildikó Enyedi (“Corpo e Alma”, 2017), o italiano Gianfranco Rosi (“Fogo no Mar”, 2016) e a bósnia Jasmila Zbanic (“Em Segredo”, 2006). Esses seis diretores “não só expressam diferentes formas de fazer filmes intransigentes e de criar histórias corajosas, mas também representam uma parte da história do Festival de Berlim”, afirmou em nota o diretor artístico do festival, Carlo Chatrian. Os filmes selecionados para a competição principal serão anunciados em 11 de fevereiro. Já o festival acontecerá de 1 a 5 de março, com uma competição online que premiará o melhor com o Urso de Ouro. A Berlinale, responsável pelo evento, ainda planeja realizar exibições dos filmes de 9 a 20 de junho em telas grandes, tanto em salas quanto ao ar livre, ocasião em que, inclusive, serão entregues os prêmios aos vencedores.
Festival de Berlim assume compromisso de ter mais cineastas femininas em sua seleção
O Festival de Berlim 2019 vai se juntar à iniciativa de outras grandes eventos do cinema europeu, ao se comprometer a aumentar a quantidade de filmes de cineastas femininas em sua seleção. Os festivais de Cannes, Veneza, Locarno e Sarajevo já assinaram o mesmo pacto Dieter Kosslick, o diretor do festival, vai firmar o compromisso no dia 9 de fevereiro, durante cerimônia da edição 2019 do evento. Ele será acompanhado de ativistas do grupo 5050×2020, que idealizou o pacto, introduzido em Cannes. Os festivais de Cannes, Veneza, Locarno e Sarajevo já assinaram o mesmo pacto, que assume o compromisso de tornar o processo de seleção de seus filmes mais transparente. Além disso, o texto determina que metade das posições de gerência do festival sejam preenchidas por mulheres. No comunicado sobre a decisão, Kosslick destacou que o Festival de Berlim 2019 está bem mais perto do equilíbrio de gêneros que os demais festivais europeus. “Neste ano, temos 17 filmes concorrendo ao Urso de Ouro, e sete são dirigidos por mulheres”, relembrou. Vale lembrar que o Festival de Veneza foi muito criticado por sua edição de 2018, por selecionar apenas um filme dirigido por mulheres para a competição principal: “The Nightingale”, da australiana Jennifer Kent (“O Babadook”). No ano passado, o vencedor do Festival de Berlim foi “Não me Toque”, dirigido por uma mulher: a romena Adina Pintilie. Neste ano, o evento cinematográfico alemão acontece de 7 a 17 de fevereiro.
Veja três cenas do filme vencedor do Festival de Berlim 2018
A Manekino Film divulgou o pôster e três cenas de “Touch Me Not”, filme vencedor do Festival de Berlim 2018. As prévias demonstram porque a obra foi considerada divisiva. Além de embaralhar fronteiras entre ficção e documentário, as imagens enfatizam corpos humanos, não necessariamente em harmonia com os padrões mais tradicionais de beleza e sexualidade. “Touch Me Not” é o primeiro longa de ficção da romena Adina Pintilie, que também assinou o roteiro e apareceu na trama como ela mesma. O filme é resultado de um projeto de pesquisa pessoal da cineasta, que quis reaprender sobre intimidade sexual. A trama acompanha personagens que buscam respostas para suas obsessões ou fobias ligadas ao contato íntimo, como Laura (Laura Benson), uma cineasta que não gosta que lhe toquem, e Tómas (Tómas Lemarquis), que participa de terapia corporal com pessoas com deficiências congênitas. Com direito a muitas cenas de nudez e masturbação, a obra dividiu opiniões desde sua primeira projeção, tanto entre o público quanto entre a crítica, a ponto de levar pessoas a abandonar a sessão antes de seu final. “O que o filme propõe é: abra-se para o diálogo que o mundo a sua volta está oferecendo”, disse a diretora de 38 anos, ao receber o Urso de Ouro no festival alemão. “Foi um longo processo, durante o qual a equipe inteira assumiu vários riscos, e agradeço a coragem deles. É uma oportunidade de mostrar uma forma diferente de fazer filmes”. Confira abaixo do que se trata – sem medo, pois não há nudez explícita, que por sinal existe no filme – , enquanto aguarda-se pelo cronograma de seu lançamento internacional.
Filme mais polêmico vence Festival de Berlim 2018, que consagra obras femininas
O filme mais polêmico e divisivo do Festival de Berlim 2018 acabou consagrando-se vencedor do Urso de Ouro. “Touch Me Not”, da romena Adina Pintilie, que discute sexualidade, foi considerado o Melhor Filme pelo júri presidido pelo cineasta alemão Tom Tykwer, em cerimônia realizada na noite deste sábado (24/2) na capital da Alemanha. Resultado de uma pesquisa pessoal da realizadora, o filme usa personagens reais (entre eles, a própria diretora) dentro de uma narrativa ficcional, que buscam respostas para suas obsessões e fobias relacionadas ao contato íntimo. Com direito a muitas cenas de nudez e masturbação, a obra dividiu opiniões desde sua primeira projeção, tanto entre o público quanto entre a crítica, a ponto de levar pessoas a abandonar a sessão antes de seu final. Como se não bastasse, também é lento, contemplativo e semidocumental, o que o deixou de fora da maioria das listas compiladas pela imprensa dos 10 (isto mesmo, dez) melhores filmes do festival. “O que o filme propõe é: abra-se para o diálogo que o mundo a sua volta está oferecendo”, disse a diretora de 38 anos, estreante na ficção, ao receber seu prêmio. “Foi um longo processo, durante o qual a equipe inteira assumiu vários riscos, e agradeço a coragem deles. É uma oportunidade de mostrar uma forma diferente de fazer filmes”, concluiu. Além do Urso de Ouro, “Touch Me Not” também levou o prêmio de Melhor Filme de Diretor Estreante. A vitória de um filme dirigido por uma mulher alinha-se com a pauta dos movimentos reivindicatórios femininos, que ecoaram em paralelo durante todo o festival. E não foi o único destaque “de gênero” na premiação. O Grande Prêmio do Júri, segundo troféu mais importante do festival, foi para um longa de outra cineasta: “Mug”, da polonesa Malgorzata Szumowska, sobre um racista falastrão que literalmente arrebenta a cara. “Estou muito feliz de ser cineasta mulher”, ela exaltou, em seu agradecimento. A conquista dos principais troféus da premiação por “Touch Me Not” e “Mug” teve gosto especial para suas cineastas por se tratar justamente dos dois únicos filmes dirigidos por mulheres de toda a mostra competitiva. “Las Herederas”, do paraguaio Marcelo Martinessi, mas só com mulheres no elenco central, foi outro destaque da premiação com dois troféus: Melhor Atriz para Ana Brun e Novas Perspectivas. Uma curiosidade é que “Las Herederas” também tem uma diretora em seus bastidores, ao contar com coprodução da cineasta brasileira Júlia Murat (“Pendular”). O prêmio de Melhor Direção, porém, foi para um homem. E um velho conhecido. O cineasta americano Wes Anderson levou o Urso de Prata pela animação “Ilha de Cachorros”, que abriu o festival deste ano. Já o troféu de Melhor Roteiro ficou com a dupla mexicana Alonso Ruizpalacios e Manuel Alcalá por “Museo”, filme estrelado por Gael García Bernal, sobre o assalto a um museu em 1985. Para completar, o troféu de Melhor Ator ficou com o francês Anthony Bajon, protagonista de “La Prière”, em que interpreta um dependente de heroína que se se interna em uma comunidade religiosa para tratar do vício. “Las Herederas” era o único representante “brasileiro” na mostra competitiva do festival, mas outros quatro filmes nacionais se destacaram em premiações paralelas. Confira aqui. Vencedores do Festival de Berlim 2018 Melhor Filme: “Touch Me Not”, de Adina Pintilie Prêmio Especial do Júri: “Mug”, de Malgorzata Szumovska Prêmio Alfred Bauer para “filme que abre novas perspectivas”: “Las Herederas”, de Marcelo Martinessi Melhor Direção: Wes Anderson, por “Ilha de Cachorros” Melhor Atriz: Ana Brun, por “Las Herederas” Melhor Ator: Anthony Bajon, por “La Prière” Melhor Roteiro: Manuel Alcalá e Alonso Ruizpalacios, por “Museo” Prêmio Especial por “desempenho artístico excepcional”: Elena Okopnaya, pelo cenário de “Dovlatov” Melhor Filme de Diretor Estreante: “Touch Me Not”, de Adina Pintilie Melhor Documentário: “Waldheims Walzer”, de Ruth Beckermann Melhor Curta-metragem: “The Men Behind the Wall”, de Ines Moldavsky


