Filmes de Viúva Negra e Cruella serão lançados na Disney+
A Disney adiou, adiou – continua adiando – , mas teve que tomar a decisão de lançar um filme da Marvel em streaming. O estúdio anunciou nesta terça (23/3) que “Viúva Negra” será lançado simultaneamente nos cinemas e no streaming da plataforma Disney+. Além do filme da heroína, o estúdio também estabeleceu o mesmo formato para o filme da vilã Cruella, que será a segunda adaptação live-action do catálogo de personagens animados da Disney a ganhar lançamento simultâneo em streaming. A primeira foi “Mulan”, no ano passado. “Cruella” será lançado como programado em 28 de maio, enquanto “Viúva Negra” sofreu novo adiamento e irá estrear em 9 de julho em vez de 7 de maio. Ambos os títulos seguirão o modelo de “Raya e o Último Dragão”. Serão oferecidos na Disney+ como Premier Access, denominação do PVOD (locação digital premium) da empresa, que é cobrada à parte da assinatura mensal. Ou seja, além da assinatura, os interessados tem que pagar uma taxa de locação salgada para ver os filmes, de R$ 69,90 no Brasil. Com a mudança de data de “Viúva Negra”, outro filme da Marvel, “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”, que estava previamente marcado para julho, foi adiado para 3 de setembro. A Disney não informou se a produção terá um lançamento tradicional exclusivo nos cinemas. Em compensação, a nova aventura animada da Pixar, “Luca”, será lançada exclusivamente na Disney+, sem custos extras (seguindo o modelo de “Soul”), em 18 de junho. Outros títulos menores, a maioria herdada da 20th Century Fox, tiveram estreias adiadas, mas serão exibidos na tela grande, incluindo “Free Guy: Assumindo o Controle” (13 de agosto), “King’s Man: A Origem” (22 de dezembro), “Deep Water” (14 de janeiro de 2022) e “Morte no Nilo” (11 de fevereiro de 2022). As datas se referem aos lançamentos nos EUA. Kareem Daniel, presidente da Disney Media and Entertainment Distribution, diz que as decisões “refletem nosso foco em fornecer opções ao consumidor e atender às preferências em evolução do público”. “Ao alavancar uma estratégia de distribuição flexível em um mercado dinâmico, que está começando a se recuperar da pandemia global, continuamos a empregar as melhores opções para entregar as histórias inigualáveis da The Walt Disney Company para fãs e famílias em todo o mundo”, disse ele. A Marvel já começou a divulgar a novidade, com direito a um novo pôster de “Viúva Negra”, divulgado nas redes sociais com a mudança de data. Junto com o cartaz, o Twitter do estúdio também está informando o novo formato de exibição. Black Widow in theaters July 9 and on @DisneyPlus with Premier Access. Additional fees required. pic.twitter.com/MSLHxk6Eez — Marvel Studios (@MarvelStudios) March 23, 2021
Na Mira do Perigo, com Liam Neeson, lidera bilheterias dos EUA pela segunda semana
Liam Neeson é o campeão da ação da pandemia. Ele já tinha liderado as bilheterias por duas semanas em outubro com “Legado Explosivo” e agora domina janeiro com “Na Mira do Perigo”, que chega à sua segunda semana no topo da arrecadação da América do Norte. O faturamento, porém, é baixo. A produção da Open Road rendeu US$ 2,03 milhões no fim de semana, o que totaliza US$ 6,09 milhões em dez dias. Este desempenho fraquíssimo reflete as bilheterias minguadas dos últimos dias, quando nem filmes de grandes orçamentos como “Mulher-Maravilha 2020” (lançada simultaneamente em streaming) e “Monster Hunter” (lançado exclusivamente nos cinemas) tiveram boas arrecadações. Com cerca de um mês em cartaz, “Mulher-Maravilha 2020” fez US$ 35 milhões e “Monster Hunter” US$ 10 milhões nos EUA e Canadá. Apenas a Universal está festejando a temporada. Não apenas por “Croods 2: Uma Nova Era” continuar em 2º lugar nas bilheterias e já somar US$ 41 milhões no mercado doméstico, mas porque este filme e outros relativos sucessos da temporada foram disponibilizados em PVOD (locação digital premium), onde lideram o ranking como os mais alugados, rendendo mais dinheiro para o estúdio que nos cinemas. A conta é simples e todos os grandes estúdios já a fizeram, o que explica os recentes adiamentos anunciados por Sony, Disney, Paramount e MGM. Até a Universal, que venceu a disputa histórica com os exibidores para diminuir a janela de exclusividade para lançamentos nos cinemas (faturando com o PVOD), também teve títulos adiados. Apesar do começo da vacinação, ainda vai demorar para a situação se normalizar e o impacto contínuo da pandemia de coronavírus tende a piorar cada vez mais as finanças dos donos de cinema. A expectativa de quebra-quebra só aumentou com o novo recuo dos estúdios, que desistiram de fazer lançamentos de impacto no primeiro semestre de 2021. O pior é que um novo ciclo de adiamentos não está descartado.
Disney adia King’s Man: A Origem e outros títulos da antiga Fox
A expectativa se confirmou e a Disney seguiu a Sony e a MGM com seu anúncio de adiamentos nos cinemas. A princípio, o estúdio revelou mudanças apenas relacionadas às produções da 20th Century e Searchlight Studios (antigas propriedades da Fox). A novidade principal é o atraso de “King’s Man: A Origem”, prólogo da franquia “Kingsman”, que era um dos poucos lançamentos de grande orçamento previsto para o primeiro trimestre do ano. A data de 12 de março virou 20 de agosto. Outros filmes da 20th Century afetados foram o longa animado da série “Bob’s Burgers”, que saiu do calendário, abrindo caminho para uma distribuição em streaming, e a sci-fi infantil “Ron’s Gone Wrong”, que trocou abril por 22 de outubro nos EUA. A Disney também empurrou o terror “Espíritos Obscuros” (Antlers) para outubro e anunciou algumas estreias da Searchlight que até então estavam indefinidas, entre elas o lançamento de “Nightmare Alley”, novo filme de Guillermo del Toro (“A Forma da Água”), que chegará aos cinemas norte-americanos em 3 de dezembro. O estúdio ainda precisa tomar decisões sobre seus títulos da Marvel, como a já muito adiada “Viúva Negra”, superprodução prevista para maio, e desenhos animados, como “Raya e o Último Dragão”, com estreia ainda marcada para março. Estas datas dificilmente serão mantidas e há dúvidas até se os lançamentos chegarão aos cinemas. Também é forte a expectativa de que outros estúdios reforçarão ainda mais a debandada. Lionsgate e a Paramount ainda não se manifestaram após o êxodo dos rivais. Mas as alterações já feitas mostram um quadro desolador para o mercado exibidor e confirmam que Hollywood considera o primeiro semestre praticamente perdido. Com isso, os cinemas contarão nos próximos meses apenas com lançamentos de filmes indies e dos dois únicos estúdios com estratégias digitais consolidadas: Warner e Universal – ambos muito criticados por se antecipar a esse cenário negativo com planos de contingência em streaming. Graças a sua estratégia de lançamentos simultâneos na HBO Max, a Warner poderá se dar ao luxo de manter seu cronograma atual, assim como a Universal, que lança seus títulos em PVOD (aluguel digital premium) após três fins de semana de exibição nos cinemas. Apesar disso, há pressão de produtores e cineastas para que também adiem alguns títulos.


