Salma Hayek revela assédio, chantagem e ameaça de morte de Harvey Weinstein
A atriz Salma Hayek fez revelações chocantes em um texto escrito para o jornal The New York Times sobre os assédios e traumas que sofreu com o produtor Harvey Weinstein. Segundo a atriz mexicana, Weinstein a perseguiu por anos e tentou convencê-la a tomar um banho com ele e até fazer sexo oral. Após as recusas, ele passou a tratá-la com raiva e a ameaçou de morte. E só teria escapado de ser estuprada por sua amizade com Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, responsáveis pelos maiores sucessos do produtor. “Sabendo o que sei agora, eu me pergunto se não foi a minha amizade com eles e George Clooney que me salvou de ser estuprada”, ela reflete no texto. Salma conta que seu inferno começou no ano de 2002, quando estrelou “Frida”. Na época, o estúdio Miramax, de Weinstein, era considerado sinônimo de qualidade e garantia de premiações. Logo, ela lutou para tentar levar seu filme para a produtora. O acordo inicial previa que Weinstein pagasse os direitos do trabalho já desenvolvido por ela. Como produtora, ela receberia um crédito, mas não teria pagamento, “o que não era raro para uma produtora mulher nos anos 1990”. Ele também havia pedido a assinatura de um contrato em que ela se comprometeria a fazer diversos outros filmes com a Miramax, “o que eu pensei que concretizaria meu status como atriz principal”. “Eu não ligava para o dinheiro, estava tão animada em trabalhar com ele e a empresa. Na minha ingenuidade, pensei que fosse meu sonho se tornando realidade. Ele havia validado os últimos 14 anos da minha vida e dado uma chance para mim — uma ninguém. Ele disse sim. Mal sabia eu que logo seria minha vez de dizer não”, contou. “Não para abrir-lhe as portas a qualquer hora da noite, hotel atrás de hotel, locação atrás de locação, onde ele aparecia inesperadamente, incluindo em um local em que eu estava fazendo um filme que ele não estava envolvido. Não para tomar um banho com ele. Não para deixá-lo me ver tomando banho. Não para deixá-lo me dar uma massagem. Não para deixar um amigo nu dele me dar a massagem. Não para deixá-lo fazer sexo oral em mim. Não para me deixar nua com outra mulher. Não, não, não, não, não”, desabafou. Em seguida, ela conta que começou a despertar a fúria de Weinstein, que prometia se vingar e atrapalhar sua vida: “Em um ataque de fúria, ele disse: ‘Eu vou te matar, não pense que não posso’”. “Em seus olhos, eu não era uma artista. Eu não era sequer uma pessoa. Eu era uma coisa: não uma ninguém, mas um corpo”, prosseguiu. Weinstein chegou a ameaçar não lançar “Frida”, pelo qual ela tanto tinha se empenhado. E ela finalmente disse sim para uma condição. Salma aceitou fazer uma cena de sexo com outra mulher para o filme, para que Weistein não impedisse sua distribuição. Descrevendo o dia da filmagem da cena, a atriz disse ter ficado perturbada. “Não por ficar nua com outra mulher, mas porque precisava estar nua com outra mulher por Harvey Weinstein”. “Frida” acabou sendo uma das produções mais premiadas da Miramax, vencendo dois Oscars e rendendo uma indicação a Salma Hayek por seu papel em 2003. E Weinstein quase não lançou o filme por capricho. Ao concluir seu relato, a atriz ressaltou a importância das denúncias feitas por outras pessoas que sofreram com assédios do produtor: “Quando tantas mulheres se apresentaram para descrever o que Harvey tinha feito a elas, eu tive que confrontar minha covardia e aceitar que minha história, por mais importante que fosse para mim, não era nada senão uma gota em um oceano de tristeza e confusão.”
Filme inédito de Louis C.K. vaza na internet após ter estreia cancelada durante escândalo sexual
O filme inédito “I Love You, Daddy”, que teve sua estreia cancelada devido ao envolvimento de Louis C.K. num dos escândalos sexuais que abalam Hollywood, vazou na internet. Na segunda-feira (11/12), uma versão de 1,5gb do filme apareceu no site Pirate Bay, de acordo com a revista Variety. A cópia foi feita pelo famoso grupo de pirataria Hive-CM8, que há pelo menos três anos comemora o Natal divulgando cópias piratas de filmes inéditos e/ou indicados a premiações importantes. A versão que apareceu na internet pertence a um dos críticos que votam na temporada de prêmios. Cópias em DVD do filme foram enviadas para avaliação no mesmo dia em que o jornal The New York Times publicou as denúncias de abusos sexuais do diretor, roteirista e protagonista do longa-metragem, data que também foi véspera da sua première nos cinemas. A repercussão negativa da reportagem fez com que a produtora Orchard cancelasse a estreia e desistisse do lançamento, amargando o prejuízo dos US$ 5 milhões gastos na aquisição do longa no Festival de Tribeca. Por azar, há alguns dias o comediante contatou a distribuidora para comprar de volta seu filme. Mas, antes que o negócio pudesse ser feito, os piratas jogaram o trabalho no mar virtual. Em texto distribuído junto com a versão pirata, o Hive-CM8 disse que estava compartilhando o filme porque o seu lançamento era incerto. “Pensamos que seria um desperdício deixar um ótimo filme de Louis C.K. sem ser visto”, dizem os piratas. Ironicamente, a trama de “I Love You, Daddy” lida com assédio em Hollywood. Rodado em preto e branco, o filme acompanha a relação de um roteirista (papel de CK) e sua filha adolescente (Chloe Moretz) em meio ao ambiente hedonista de Hollywood, destacando em particular um cineasta de passado controvertido, que gosta de atrizes bem jovens – para preocupação do pai-protagonista.
Novo site denuncia se filmes e séries têm integrantes acusados de assédio sexual
A lista negra dos acusados de assédio sexual em Hollywood ganhou mais uma ferramenta de denúncia. Um novo site, chamado Rotten Apples (numa referência ao agregador de resenhas Rotten Tomatoes), foi criado para ajudar a localizar as “maçãs podres” dos filmes e programas de TV, baseado nas denúncias divulgadas nos últimos meses. O funcionamento é simples. Basta incluir o título da produção no campo de pesquisa, e um banco de dados informa se nela há “rotten apples” (pessoas denunciadas por abuso). O site cita nominalmente os envolvidos, com um link para notícias sobre as acusações de assédio de cada indivíduo. Os filmes do produtor Harvey Weinstein, dos diretores James Toback e Brett Ratner e do ator Kevin Spacey estão entre as maçãs mais podres, mas há falhas na lista, que ainda não inclui alguns alvos de denúncias. Por exemplo: a animação “Hercules” não entrega o ator James Woods. Mas o site permite que o internauta entre em contato e sugira mudanças e correções, o que já causou a inclusão dos produtores Andrew Kreisberg na pesquisa por “Supergirl” e Chris Savino na série animada “Loud House”, originalmente ausentes da listagem.
Polícia de Los Angeles investiga nova acusação de abuso sexual de Polanski nos anos 1970
A polícia de Los Angeles abriu uma nova investigação contra o cineasta Roman Polanski, acusado de abusar sexualmente de uma garota em 1975, quando ela tinha apenas 10 anos, segundo a agência Associated Press. Oficiais ouvidos pela agência afirmam que, apesar de o crime já ter prescrito, a polícia pode usar evidências para ajudar em outros casos. A vítima em questão, a artista Marianne Barnard, procurou a polícia em outubro, afirmando que o diretor a molestou durante uma sessão de fotos mais de quatro décadas atrás, ao lhe pedir que posasse usando apenas um casaco de pele em uma praia de Los Angeles. O advogado de Polanski, Harland Braun, afirmou ter contratado um investigador para conversar com os pais de Marianne. “Acredito que uma investigação competente da polícia de Los Angeles vai provar que a história toda é falsa”, disse. Polanski é considerado foragido da justiça americana desde 1978, quando ele fugiu para a França em meio a um julgamento por abuso sexual de uma garota de 13 anos. A vítima, Samantha Geimer, pediu ao juiz que encerrasse o caso em junho deste ano, afirmando que não queria que sua família sofresse mais por causa da situação, mas teve o pedido negado. Recentemente, mais três mulheres acusaram o diretor de estupro nos anos 1970, quando eram menores.
Ator acusado de assédio comemora indicação ao Globo de Ouro
Acusado de “comportamento inadequado” e afastado da Academia Australiana de Cinema e TV, o ator Geoffrey Rush (“O Discurso do Rei”) recebeu uma indicação ao Globo de Ouro 2018 por sua atuação na série limitada “Genius”, em que interpretou Albert Einstein. Em uma comemoração discreta, ele afirmou acreditar na “complexidade da humanidade”. A íntegra de seu comunicado diz: “Esta é uma boa notícia para Albert Einstein. Eu acredito na ciência. Eu também acredito na complexidade da humanidade. Tenho a honra de estar na companhia de candidatos nomeados que, com sua arte, se esforçaram para definir a multiplicidade de dimensões na experiência masculina”. Rush pediu licença do cargo de presidente da Academia Australiana após ser envolvido em alegações de assédio durante uma montagem teatral da peça “Rei Lear”, de Shakespeare. O ator de 66 anos negou as acusações, que vieram à público no final de novembro, quando a Companhia de Teatro de Sydney informou ter recebido queixas contra seu comportamento. Vencedor do Oscar em 1997 por seu papel em “Shine — Brilhante” e indicado outras três vezes – a última por “O Discurso do Rei” (2010) – , o ator está processando o jornal australiano The Daily Telegraph por publicar a notícia. Em comunicado anterior, Rush afirmou desconhecer os detalhes das acusações contra ele. “Desde o momento em que soube dos rumores de denúncia, falei imediatamente com a direção da Companhia de Teatro de Sydney pedindo um esclarecimento dos detalhes do comunicado. Eles se negaram a me dar detalhes”. A academia australiana também emitiu uma nota confirmando a decisão de Geoffrey Rush de “se afastar de forma voluntária”, na qual diz apoiar “um procedimento que respeite tanto o direito à presunção de inocência e a um processo justo, como também à boa gestão da direção nestas circunstâncias”. Rush vai disputar o Globo de Ouro com Robert De Niro (por “O Mago das Mentiras”), Jude Law (“The Young Pope”), Kyle MacLachlan (“Twin Peaks”) e Ewan McGregor (“Fargo”). Já Jeffrey Tambor e Kevin Spacey, que também foram objeto de denúncias recentes, não foram indicados por suas atuações em “Transparent” e “House of Cards”, respectivamente, apesar de ambos terem vencido Globos de Ouro por suas interpretações nas duas séries há dois anos.
Indicação de Christopher Plummer, substituindo Kevin Spacey, é maior surpresa do Globo de Ouro
A maior surpresa da lista de indicados do Globo de Ouro 2018 não foi o terror “Corra!” ser indicado como Melhor Comédia/Musical, mas a inclusão de Christopher Plummer na disputa do troféu de Melhor Ator Coadjuvante. Isto porque o astro veterano filmou sua participação em “Todo o Dinheiro do Mundo” em poucos dias e apenas após a produção voltar para refilmagens. Ele entrou no filme de última hora para substituir o ator Kevin Spacey, envolvido num escândalo sexual. A solução dispendiosa envolveu não apenas mais um salário, mas também refilmagens extensas. E o diretor Ridley Scott só conseguiu o aval da Sony ao prometer que entregaria a nova versão do filme, sem Spacey, no prazo da estreia oficial: 22 de dezembro nos Estados Unidos. A grande ironia é que Plummer tinha sido a escolha original do diretor para o papel, mas a Sony pressionou por Spacey, um ator mais “atual”. A Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood foi a primeira entidade organizadora de prêmios de cinema a assistir a versão final do filme com o novo ator. Ao falar sobre o papel, Plummer defendeu seu trabalho: “Não é uma substituição”. “De um jeito curioso, tudo recomeçou do zero e, por causa disso, é naturalmente diferente”, disse o astro de 87 anos. Plummer ainda comentou as denúncias de assédio sexual contra Spacey. “Toda a situação é muito triste, porque ele é um cara muito talentoso. As circunstâncias são tristes”. “Todo o Dinheiro do Mundo” ainda concorre ao Globo de Ouro em mais duas categorias: Melhor Atriz, com Michelle Williams, e Melhor Direção, com Ridley Scott. O fato de Scott aparecer na lista é outro dado de arrepiar, já que o diretor filmou “Todo o Dinheiro do Mundo” a toque de caixa. Não apenas para aprontá-lo a tempo de pegar a temporada de premiações, mas porque queria chegar aos cinemas antes da estreia de um projeto televisivo sobre a mesma história, feito por outro grande cineasta: a minissérie “Trust”, desenvolvida pelo roteirista Simon Beaufoy e o diretor Danny Boyle (a dupla de “Quem Quer Ser um Milionário?”), que estreia em janeiro no canal pago FX. Filme e minissérie giram em torno do famoso sequestro do então adolescente John Paul Getty III na Itália, em 1973, e as tentativas desesperadas da sua mãe, a ex-atriz Gail Harris (papel de Michelle Williams no filme), para conseguir que o avô bilionário do rapaz pagasse o resgate. Mas John Paul Getty Sr (papel de Plummer), considerado na época o homem mais rico do mundo, recusou-se a pagar os raptores. Por isso, para provar que falavam a sério, os criminosos chegaram a mandar para a família a orelha direita do jovem de 16 anos. O elenco também destaca as participações de Mark Wahlberg (“O Dia do Atentado”) como Fletcher Chase, um ex-agente da CIA encarregado de tratar com os raptores, e Charlie Plummer (“O Jantar”) como o herdeiro sequestrado. A estreia no Brasil está marcada para 25 de janeiro.
Mais uma mulher acusa Dustin Hoffman de abuso sexual
Outra mulher acusou o ator Dustin Hoffman de assédio sexual. A denúncia foi feita na sexta (8/12), num artigo publicado pelo site da revista The Hollywood Reporter. O astro veterano, estrela de “A Primeira Noite de um Homem” (1968), “Tootsie” (1982), “Rain Man” (1988) e muitos outros filmes, já havia sido acusado de tocar mulheres de forma imprópria. Agora, foi a vez da atriz Kathryn Rossetter (“Sem Medo de Viver”) declarar ter sido apalpada várias vezes por Hoffman entre 1983 e 1985, quando os dois atuaram juntos numa montagem teatral “A Morte do Caixeiro Viajante”. No texto, ela afirma que o ator “abusa de seu poder e é um porco com as mulheres”. O longo relato revela que Hoffman a ajudou a obter seu primeiro papel na Broadway, mas se aproveitou disso para transformar a conquista em uma “experiência horrível e desmoralizadora”. Durante uma apresentação em Chicago, na qual ela vestia lingerie e cinta-liga — como exige seu papel —, Hoffman resolveu “improvisar”, introduzindo sua mão nas partes íntimas da atriz. Os toques se repetiram de forma “cada vez mais agressiva”, em “quase todas as apresentações” e umas “seis a oito vezes por semana”. “Noite após noite, voltava para casa chorando”, ela contou. “Por que o homem que havia se esforçado para que eu conquistasse o papel, que o havia valorizado e, definitivamente, lançou minha carreira, que me beneficiou com seus conhecimentos de ator, também podia abusar sexualmente de seu poder? Era minha culpa?”, questionou. Hoffman também lhe teria pedido, reiteradamente, que massageasse seus pés no camarim, insistindo para que ela fosse “cada vez mais alto” em suas pernas – o que ela teria se negado a fazer. Kathryn explicou que não podia protestar, porque seu camarim ficava muito perto do palco, e o ajudante do ator montava guarda na frente da porta. A atriz afirma que se propôs a denunciar a conduta de Hoffman a um sindicato de atores de teatro, mas que “profissionais respeitados” a convenceram a recuar, “já que punha seu trabalho em risco”. Em meio às revelações do caso Weinstein, no final de outubro, a assistente de produção Anna Graham Hunter acusou o ator de ter apalpado suas nádegas e de ter-lhe feito propostas sexuais em 1985, quando tinha apenas 17 anos. Por coincidência, isto aconteceu nos bastidores da adaptação cinematográfica da mesma peça, “A Morte de um Caixeiro-Viajante”. Na ocasião, Hoffman divulgou uma breve nota, defendendo-se das acusações. “Tenho um grande respeito pelas mulheres e me sinto terrível que qualquer coisa que tenha feito as tenha colocado em uma situação desconfortável. Sinto muito. Não é um reflexo de quem eu sou”, completou. Depois disso, ele envolveu num bate-boca com o apresentador de TV John Oliver, que trouxe o assunto à tona durante um debate com o ator. Hoffman ainda não comentou as novas acusações. O trabalho mais recente do ator é o filme “Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe”, da Netflix, que foi exibido no Festival de Cannes 2017.
Thogun Teixeira é afastado de minissérie da Globo após denúncia de estupro
Thogun Teixeira foi afastado das gravações da minissérie “Ilha de Ferro”, prevista para estrear em 2018 na Globo, após ser acusado de estupro durante a produção de um filme, em novembro. “O ator Thogun Teixeira não participará mais da minissérie ‘Ilha de Ferro’”, informou a assessoria da emissora, em comunicado ao UOL. Procurado, o advogado de Thogun, Humberto Adami, informou que seu cliente ainda não foi comunicado oficialmente pela emissora sobre o afastamento. “Ele deve ter um contato em breve e estamos aguardando. Ele tirou um período [de pausa das gravações], até porque é inconcebível ele permanecer com a rotina normal quando se tem uma acusação desse tipo. É um verdadeiro desastre”, afirmou. Ele foi acusado de estupro e tentativa de estupro por uma camareira e uma assistente de figurino ao final nas filmagens do longa “A Volta”, dirigido por Ronaldo Uzeda. Os nomes das vítimas estão sendo mantidos em sigilo. A denúncia foi feita em 28 de novembro e está sendo investigada pela Delegacia da Mulher de Sorocaba, no interior de São Paulo, onde a agressão teria acontecido. Ronaldo Uzeda informou que a participação do ator no filme, que estreia em 2018, foi cortada. Thogun teria papel importante em “Ilha de Ferro”, que se passa em uma plataforma de petróleo. O ator, que chegou a gravar algumas cenas, viveria Fiapo, o melhor amigo de Dante, papel do protagonista Cauã Reymond (“Não Devore Meu Coração”). O personagem agora deverá ser interpretado por Jonathan Azevedo, que viveu o Sabiá em “A Força do Querer”. Azevedo já estava no elenco, mas em um papel menor.
Bryan Singer é acusado por estupro de menor
Três dias após ser demitido das filmagens de “Bohemian Rhapsody”, filme sobre a banda Queen, o diretor Bryan Singer foi acusado de estuprar um jovem de 17 anos em um iate em 2003. Segundo Cesar Sanchez-Guzman, que denunciou e está processando Singer, o diretor o teria forçado a fazer sexo e comprado seu silêncio em troca de um papel em um filme. A ação judicial, protocolada junto à corte de Seattle, ainda declara que o iate em que estavam Singer e Guzman era de Lester Waters, um investidor descrito como “anfitrião de festas para jovens gays na cidade”. Em um comunicado, um representante do diretor disse que ele “nega categoricamente as acusações e irá se defender até que esse processo chegue ao fim”. Coincidentemente, o advogado de Cesar Sanchez-Guzman é Jeffrey Herman, o mesmo que representou Michael Egan em 2014, em um processo contra Singer, o produtor de TV Garth Ancier e o executivo da Disney David Neuman. Na ocasião, Egan também acusou Singer de estuprá-lo quando ele era menor, o que teria acontecido no Havaí. Mas a acusação tinha muitas inconsistências e ruiu quando o diretor conseguiu provar que, na data alegada, estava no Canadá filmando “X-Men”. Além disso, Jeff Herman, advogado de Egan e agora de Sanchez-Guzman, já teve sua carteira da Ordem dos Advogados suspensa pela Suprema Corte do Estado da Flórida por agir de forma desonesta no exercício da profissão e tomar atitudes prejudiciais a um cliente. Por conta do primeiro escândalo, Singer chegou a ser afastado da divulgação de “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”. Mas quando as acusações ruíram, ele voltou à franquia para dirigir “X-Men: Apocalipse”. A boa vontade da Fox, porém, acabou após seu sumiço em plenas filmagens de “Bohemian Rhapsody”. O diretor alega que precisou se afastar para lidar com problemas de saúde de seus pais, e que o estúdio não teve sensibilidade para lhe dar alguns dias de folga. A convergência do sumiço, da demissão e da nova acusação deve alimentar teorias diferentes sobre a razão do afastamento de Singer.
Academia do Oscar cria código de conduta após escândalos sexuais
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos anunciou a adoção de seu primeiro código de conduta. O documento é uma resposta aos escândalos sexuais que abalaram Hollywood e que já levaram a Academia a expulsar o produtor Harvey Weinstein, acusado de assédio sexual e estupro por mais de 50 mulheres. O código valerá para todos seus 8.427 membros, que receberam as novas regras na quarta-feira (6/12) por email. Uma das premissas do novo código é que a Academia não é lugar para “pessoas que abusam de seu status, poder ou influência de forma que extrapole os limites da decência”, nem para “aqueles que comprometam a integridade da instituição”. Todas as regras do documento foram criadas por um conselho especial formado pelos membros da organização. Mas ainda não foram estabelecidas as penalidades para quem não seguir as diretrizes. A mensagem de Dawn Hudson, CEO da Academia, avisa que a equipe que formulou o documento em breve “finalizará os procedimentos para lidar com as alegações de má conduta, assegurando que possamos abordá-los de forma justa e rápida”. Até lá, Kevin Spacey, James Toback e outros denunciados permanecem na instituição. O primeiro tem dois Oscars e o segundo foi indicado ao troféu, além de mais denúncias de assédio que Weinstein.
Vítimas que denunciaram assédio são eleitas personalidades do ano pela revista Time
A revista americana Time elegeu como personalidades do ano as vítimas de assédio sexual, que em 2017 denunciaram os perpetradores e motivaram a campanha #MeToo (“eu também”), disseminada nas redes sociais na esteira da revelação dos casos envolvendo o produtor de Hollywood Harvey Weinstein. A imagem de capa destaca cinco mulheres que tiveram papel de destaque no movimento: a atriz Ashley Judd, primeira a denunciar Weinstein, a cantora Taylor Swift, a lavradora Isabel Pascual (pseudônimo), a lobista Adama Iwu e a ex-engenheira do Uber Susan Fowler. Elas foram chamadas de “silence breakers” (“rompedoras do silêncio”) pela publicação, “as vozes que lançaram um movimento”. “As ações encorajadoras das mulheres em nossa capa, assim como de centenas de outras e também de homens, desencadearam uma das mudanças mais rápidas em nossa cultura desde a década de 1960. A rede social agiu como um acelerador poderoso: a hashtag #MeToo já foi usada milhões de vezes em pelo menos 85 países”, resumiu a revista no editorial assinado pelo editor-chefe Edward Felsenthal. “Por darem voz a segredos, por vencerem a rede de fofocas e chegarem às redes sociais, por forçarem todos nós a parar de aceitar o inaceitável, aquelas que romperam o silêncio são as personalidades do ano”, acrescenta o editorial. “As raízes deste prêmio – identificar a pessoa ou pessoas que mais influenciaram os eventos do ano – são baseadas na teoria histórica do ‘grande homem’, uma expressão que nunca pareceu tão anacrônica”, continua o texto, referindo-se à própria tradição da revista, que em 1927 começou a eleger o “grande homem” de cada ano. “Virou uma hashtag, um movimento, um acerto de contas. Mas começou, como quase todas as grandes mudanças sociais, com atos individuais de coragem”, continua a publicação, explicando a escolha das cinco mulheres que foram parar na capa, cada uma representando uma parcela diferente da sociedade e da cultura americanas. “A atriz [Judd] que veio a público com a história da ‘coerção por barganha’ do magnata do cinema Harvey Weinstein em uma suíte de um hotel em Beverly Hills duas décadas antes. A lavradora [Pascual] que ouviu essa história e decidiu contar a sua… A jovem engenheira [Fowler] cujo post sobre a cultura ‘frat-boy’ [machista] na empresa mais ascendente do Vale do Silício [Uber] causou a demissão de seu fundador e outros 20 funcionários. A lobista da Califórnia [Iwu] cuja campanha encorajou mais de 140 mulheres na política a exigir que os governos ‘não tolerassem mais os executores e facilitadores’ da má conduta sexual. Um depoimento cru e desafiador de uma superestrela da música [Swift] sobre o DJ que a assediou”, definiu a revista. Na reportagem, além das cinco mulheres, aparecem outras celebridades que se destacaram no movimento, também fotografadas para a edição especial, entre elas as atrizes Alyssa Milano (que popularizou a campanha #MeToo com um post no Twitter), Rose McGowan e Selma Blair (duas das mais ativas), a ativista Tarana Burke (que cunhou a expressão “eu também”), e até o ator Terry Crews, entre personalidades da mídia e anônimas. Foi Alyssa Milano que popularizou a campanha “Eu também”, com o seguinte post: “Sugerido por uma amiga: ‘Se todas as mulheres que foram assediadas ou abusadas sexualmente escrevessem ‘eu também’, talvez as pessoas percebessem a magnitude do problema’.” A atriz acrescentou: “Se você também foi assediada ou abusada sexualmente, escreva ‘eu também’ como uma resposta a esse tweet”. Além da reportagem, a Time publicou um vídeo em seu site oficial sobre o tema. Para completar, o resto da lista das pessoas mais importantes do ano – que ainda inclui o presidente Donald Trump, o líder chinês Xi Jinping e outros – também destacou a cineasta Patty Jenkins, que com o filme “Mulher-Maravilha” mostrou que mulheres também podem dirigir blockbusters, batendo recordes de arrecadação e elogios da crítica com o filme da super-heroína.
Produtores processam a Weinstein Company por cancelamento de série após escândalo sexual
Dois produtores de uma série encomendada pela Amazon e posteriormente cancelada em pleno desenvolvimento, devido ao escândalo sexual de Harvey Weinstein, abriram um processo contra The Weinstein Company, exigindo uma compensação de no mínimo US$ 2 milhões. O casal Scott Lambert e Alexandra Milchan estava trabalhando numa série sem título do diretor David O. Russell (“Trapaça”, “Joy”), que seria estrelada por Robert De Niro (“A Família”) e Julianne Moore (“Para Sempre Alice”), mas uma semana após o jornal The New York Times publicar a reportagem que denunciou o comportamento abusivo de Harvey Weinstein, a Amazon decidiu romper seu relacionamento com a TWC, cancelando a produção. A série tinha um orçamento megalômano: US$ 160 milhões. De acordo com o site The Hollywood Reporter, a plataforma já havia investido US$ 40 milhões no projeto, que estava na fase de finalização de roteiros, quando o cancelamento foi confirmado. Segundo o THR, Milchan e Lambert deram entrada na judicial na segunda-feira (4/12) no tribunal superior da LA, alegando que têm direito a receber pelo trabalho desenvolvido e taxas como produtores do projeto. O processo afirma que a TWC era uma “bomba relógio”, e que a empresa não conseguiu proteger a si mesma e a seus parceiros de negócios do dano maciço causado pelo comportamento de Harvey Weinstein. “Os réus tinham inúmeros sinais de alerta de que tal escândalo estava se preparando”, afirma o processo. “Nos anos anteriores, a TWC recebeu numerosas denúncias de abuso sexual e assédio envolvendo Weinstein. Essas queixas, se investigadas com razoável diligência, teriam revelado que Weinstein não poderia manter sua posição na TWC”. O processo exige compensação por perdas e danos, negligência, violação de contrato e fraude. A Weinstein Company não fez comentários.
Mais mulheres acusam o ator Robert Knepper de assédio e tentativa de estupro
Surgiram novas acusações de abuso sexual contra o ator Robert Knepper, astro das séries “Prison Break” e “iZombie”. Após o site The Hollywood Reporter publicar a denúncia da figurinista Susan Bertram (“Annabelle 2: A Criação do Mal”), que relatou uma tentativa de estupro durante as filmagens do drama indie “Sonhos Femininos” (Gas, Food Lodging), de 1992, quatro mulheres trouxeram à tona casos similares. Em resposta a essa alegação inicial, Knepper publicou uma declaração no Instagram. “Estou chocado e devastado por ser falsamente acusado de violência contra uma mulher. Isso não é só quem eu sou”, ele afirmou. A negação revoltou mulheres que se apresentaram como vítimas de ataques do ator. As novas acusações abrangem várias décadas e incluem incidentes que vão desde avanços sexuais indesejados até ataques violentos. A mais antiga data de 1983. A mais recente, de 2013. Todas as mulheres contataram o Hollywood Reporter por iniciativa própria, após lerem sobre a experiência de Susan Bertram. Robin Saex Garbos foi atacada nos anos 1980, quando era assistente de uma produção teatral. Na época, o ainda jovem Knepper aproveitou, ao ficar a sós com ela no escritório da produção, para empurrá-la contra a parede e começar a beijá-la. Ao empurrá-lo com todas as forças, ele foi embora e não ficou com o papel que queria na peça. “Tudo foi errado, mas na época não se conhecia o termo ‘assédio sexual’, ela contou ela. “Ele não existia até Anita Hill”, disse, citando a procuradora que acusou um juíz de assédio em 1991, gerando conscientização sobre o tema. Outra acusadora pediu para manter seu nome anônimo, já que está casada com um ator famoso da TV e gostaria de proteger sua família. Ela também era assistente de produção de uma peça em 1989, e uma de suas funções era ajudar integrantes do elenco a se instalarem no alojamento universitário de um campus vizinho, que tinha um acordo com a casa de teatro para acomodar atores que vinham de outras cidades. Quando ela foi ajudar a mudança de Knepper, ele a pegou por trás e a empurrou contra a parede, beijando-a e agarrando com força sua virilha. “Eu estava realmente esmagada contra a parede”, ela relatou. “Foi chocante. Sua língua estava na minha garganta. Você não sabe o que fazer. Eu tinha conhecido aquela pessoa mal fazia cinco minutos”. Ela contou ter encontrado forças para se livrar e fugir rapidamente. Mas não contou nada a ninguém sobre o que aconteceu, buscando apenas ficar o mais longe possível de Knepper durante a montagem da peça. Só encontrou coragem de denunciá-lo agora, com raiva após o ator ter negado a história de Bertram, tão parecida com a dela. “Quando vi sua negação, isso me deixou realmente louca”, disse ela. Emma Julia Jacobs trabalhava como estilista no departamento de maquiagem e efeitos especiais de “King Kong” em 2010, e estava acomodada no mesmo hotel que o elenco e integrantes da equipe. Numa noite, ao voltar de compras, encontrou Knepper no elevador. Ele iniciou uma conversa desconfortável e a seguiu até a porta do quarto dela. Ela parou diante de seu quarto, esperando que ele terminasse o assunto e fosse embora. Em vez disso, ele teria dito: “Você não vai abrir a porta?”. A história dela é a mais longa. Envolve um copo d’água, um conversa sobre comida, uma saída para jantar e uma nova volta para o hotel. Ela achava que ele estava hospedado no mesmo andar, porque voltou a segui-la. Até ela chegar a sua porta. Quando abriu o quarto, sentiu um empurrão, caiu no chão e viu a porta ser fechada às suas costas. Knepper teria ficado em cima dela, rasgado o zíper de suas calças e falado que ia comê-la. Jacobs relatou ter gritado “Não!” várias vezes, esperando que alguém pudesse ajudá-la. Knepper a sufocou para que parasse. Ela então se curvou inteira para impedir que ele abrisse suas pernas. Como ele não conseguiu estuprá-la, baixou as calças e começou a se masturbar. Jacobs não informou o incidente à polícia. Nem contou a ninguém da produção, mas relatou a violência que sofreu a um amigo, que confirmou o fato ao Hollywood Reporter. A diretora e roteirista de filmes B Christy Oldham (“Barracuda”) encontrou Knepper durante a première de um filme que ele tinha estrelado em 2013. Após engatarem uma conversa, o ator a convidou para jantar e eles conversaram sobre realizar um filmes juntos. Então, durante a conversa, ela diz que Knepper pegou sua mão e a colocou em sua ereção. Oldham diz que ficou perturbada e incomodada, mas decidiu desarmá-lo com humor, dizendo “O meu é maior”. Knepper teria retrucado que, embora tivesse recém-casado, “gostaria de me comer”. Ela continuou brincando. “Junte-se ao clube”, retrucou. Eles riram. Na saída, Knepper a empurrou contra uma parede de tijolos e ameaçou. “Eu te comeria aqui mesmo se não estivesse casado”, teria dito, segurando-a firmemente. Foi quando a diretora perdeu a graça e ficou realmente assustada. Ela contou a história para a amiga com quem tinha ido à première. A produtora Clinton Wallace confirmou o relato para o Hollywood Reporter. O site tentou falar com Knepper, que se negou a atender a reportagem. Em vez disso, ele emitiu um comunicado. “Nós chegamos a um momento em que carreiras construídas com trabalho duro estão sendo perdidas com base em acusações. Preciso reiterar que essas acusações contra mim são falsas. Perdemos a presunção de inocência, perdemos o “processo devido” e perdemos a capacidade de requisitar evidências, permitindo que a mídia se torne “juiz e júri”. Até que eu possa me sentar e dialogar com os meus acusadores, não por meio da imprensa, mas por um mediador imparcial, não tenho mais nada a dizer sobre este assunto. Minha esposa, família e amigos íntimos me conhecem e a minha verdadeira natureza e seu grato por seu amor e apoio”.












