Mostra de São Paulo terá “Maestro”, novo filme de Bradley Cooper
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo revelou o pôster e os primeiros destaques de sua 47ª edição. Novos filmes O título mais esperado é “Maestro”, segundo longa dirigido por Bradley Cooper após estrear com “Nasce uma Estrela”. A obra é uma cinebiografia do compositor americano Leonard Bernstein, responsável pela trilha do musical “Amor, Sublime Amor”, e traz o próprio Cooper no papel-título, além de Carey Mulligan (“Bela Vingança”). Produção da Netflix, o filme teve première mundial no recente Festival de Veneza. Outro destaque é “Evil Does Not Exist”, do cineasta japonês Ryûsuke Hamaguchi, que venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional com “Drive My Car”, no ano passado. Seu novo filme também já é premiado. Venceu o Grande Prêmio do Júri do Festival de Veneza. A trama se passa num vilarejo na periferia de Tóquio, que tem seus costumes ameaçados por planos de construção de luxo. A relação ainda inclui “About Dry Grasses”, do turco Nuri Bilge Ceylan, que rendeu a Merve Dizdar o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, e “Afire”, do alemão Christian Petzold, vencedor do Grande Prêmio do Júri em Berlim, além de “La Chimera”, parceira da italiana Alice Rohrwacher com a brasileira Carol Duarte, e “Cerrar los Ojos”, do espanhol Víctor Erice. Filmes clássicos Já o pôster psicodélico da edição tem assinatura do cineasta italiano Michelangelo Antonioni (1912-2007), que será homenageado em uma retrospectiva com 23 títulos e leitura de um roteiro inédito na programação da Mostra deste ano. A ilustração do pôster foi feita pelo diretor de “Blow Up” nos anos 1960. Outros clássicos foram confirmados na programação, com a exibição de versões restauradas. Uma delas é “Le Retour à la Raison” (1923), primeiro trabalho do americano Man Ray, que será apresentado numa coletânea com outros três curtas-metragens do cineasta, com uma nova trilha sonora criada pela banda Sqürl, de Jim Jarmusch. “Amor Louco” (1969), do francês Jacques Rivette, “O Sangue” (1989) e “Vale Abraão” (1993), dirigidos, respectivamente, pelos portugueses Pedro Costa e Manoel de Oliveira, o brasileiro “Corisco & Dadá (1996)”, do diretor cearense Rosemberg Cariry, e “Underground: Mentiras de Guerra” (1995), do sérvio Emir Kusturica, completam a lista. Para completar as novidades, a Petrobras está de volta como patrocinadora, juntando-se ao Itaú após o governo Bolsonaro proibir a estatal de apoiar eventos culturais. A Mostra desta ano vai acontecer entre os dias 19 de outubro de 1º de novembro. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por @mostrasp Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por @mostrasp Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por @mostrasp
Longa francês vence Palma de Ouro em 3ª vitória feminina da História do Festival de Cannes
O longa francês “Anatomy of a Fall” (“Anatomie d’une Chute”, no original) foi o vencedor do Palma de Ouro deste ano, o principal prêmio do Festival de Cannes. O filme é um drama jurídico que busca investigar a culpa ou inocência de uma romancista popular (Sandra Hüller), que é acusada de assassinar o marido. No entanto, o foco acaba sendo o próprio casamento do casal, trazendo detalhes íntimos de suas vidas pessoais para serem dissecados pelo tribunal, imprensa e público como se estivessem sendo examinados microscopicamente. Com a vitória, a diretora do longa, Justine Triet (“Sibyl”), tornou-se a terceira mulher a receber a Palma de Ouro, seguindo os passos de Jane Campion por “O Piano” (1993) e Julia Ducournau, diretora de “Titane” (2021), que fez parte do júri deste ano. O prêmio foi entregue pela atriz veterana Jane Fonda (“Grace and Frankie”), que exaltou o progresso do festival em termos de representação feminina. Este ano, o evento francês bateu seu recorde de mulheres concorrendo ao Palma de Ouro, com seis diretoras – ainda muito abaixo da quantidade dos 15 homens. Em seu discurso de agradecimento, Triet fez questão de reconhecer os protestos contra a reforma da previdência francesa, que teve manifestações barradas no festival. “Anatomy of a Fall” ainda não tem previsão de estreia no Brasil, mas será lançado na França em agosto. No ano passado, o grande prêmio foi concedido a “Triângulo da Tristeza”, do diretor Ruben Östlund (“O Quadrado”), que presidiu o júri deste ano. Além do cineasta, os atores Paul Dano (“O Batman”) e Brie Larson (“Velozes e Furiosos 10”) estavam entre os jurados que elegeram o filme de Triet como o melhor do festival e distribuíram os demais troféus da mostra competitiva. O Grande Prêmio do Juri, considerado a Palma de Prata, foi concedido ao longa “The Zone of Interest” (“A Zona do Interesse”, em tradução livre). O longa foi dirigido pelo inglês Jonathan Glazer (“Sob a Pele”) e é uma adaptação da obra de Martin Amis, escritor que faleceu logo após o filme estrear no festival. A trama é situada durante a 2ª Guerra Mundial e retrata a vida privada de um comandante alemão (Christian Friedel), responsável pela execução de inúmeros judeus em Auschwitz, além de seu relacionamento com a esposa (Sandra Hüller). O prêmio de Melhor Direção foi concedido a Tran Anh Hung (“Amor Eterno”) por “The Pot au Feu”. O filme se passa na França do século 19 e apresenta uma paixão compartilhada entre um renomado gourmet (Benoît Magimel) e sua cozinheira (Juliette Binoche), que se estende da cozinha para suas vidas pessoais. Ao aceitar o prêmio, o diretor agradeceu à sua esposa “e cozinheira”. O prêmio de Melhor Ator foi concedido a Kōji Yakusho (“Sob o Céu Aberto”), que interpreta um homem da classe trabalhadora de Tóquio em “Perfect Days”, de Wim Wenders (“O Sal da Terra”). O filme do cineasta alemão também venceu a Palma Queer, de Melhor Filme de temática LGBTQIAP+ Enquanto isso, o prêmio de Melhor Atriz ficou com a atriz turca Merve Dizdar (“Masumlar Apartmanı”), por seu papel como uma professora de uma escola rural que desafia o protagonista masculino egocêntrico em “About Dry Grasses”, dirigido por Nuri Bilge Ceylan (“A Árvore dos Frutos Selvagens”). O roteirista Sakamoto Yūji (“We Made a Beautiful Bouquet”) ainda foi premiado por seu roteiro no filme “Monster”, enquanto o diretor finlandês Aki Kaurismaki (“O Outro Lado da Esperança”) levou o Prêmio do Júri (3º lugar) por “Fallen Leaves”. Para completar, a categoria do Palma de Ouro de Melhor Curta-metragem consagrou “27”, da diretora Flóra Anna Buda (“Court-circuit”), e o Prêmio Camera D’Or da Quinzena dos Cineastas foi entregue a “Bên Trong Vo Ken Vang”, de Thien An Pham (“Stay Awake, Be Ready”). O prêmio de Melhor Documentário do festival não foi anunciado e será revelado mais tarde. Confira abaixo a lista completa dos filmes premiados. Palma de Ouro “Anatomy of a Fall”, Justine Triet Grande Prêmio do Júri “The Zone of Interest”, Jonathan Glazer Prêmio do Júri “Fallen Leaves”, Aki Kaurismaki Melhor Direção Tran Anh Hung, “The Pot au Feu” Melhor Ator Kōji Yakusho, “Perfect Days” Melhor Atriz Merve Dizdar, “About Dry Grasses” Melhor Roteiro Sakamoto Yûji, “Monster” Câmera de Ouro (melhor filme de estreia) “Inside the Yellow Cocoon Shell,” Thien An Pham Palma Queer (melhor filme LGBTQIA+) “Monster” Palma de Ouro de Curta “27”, Flóra Anna Buda Menção Especial de Curta “Fár”, Gunnur Martinsdóttir Schlüter

