10 filmes novos para ver nas plataformas digitais
Numa semana atípica, sem blockbusters, atores conhecidos do cinema hollywoodiano são os principais atrativos da programação de cinema digital. Liam Neeson e Samuel L. Jackson estão em dois filmes de ação genérica, enquanto os ingleses Benedict Cumberbatch e Claire Foy formam um casal num drama de época elogiado, mas que acabou passando ao largo do reconhecimento da temporada de premiações. Os melhores títulos, porém, não trazem atores conhecidos do grande público. E destacam produções faladas em espanhol. Entre eles, está o candidato mexicano ao Oscar 2022, filmaço que conquistou mais de uma dezena de premiações internacionais. Confira abaixo mais detalhes e trailers de 10 sugestões para programar o cinema no sofá. A VIDA ELETRIZANTE DE LOUIS WAIN | NOW, VOD* Benedict Cumberbatch (“Doutor Estranho”) estrela a cinebiografia de Lois Wain, artista conhecido por suas pinturas de gatos. O filme o encontra na virada dos anos 1900, obcecado por desvendar os mistérios “elétricos” do mundo e inventando a arte psicodélica nesse processo. Escrito e dirigido por Will Sharpe (criador da série “Flowers”), o longa também destaca em seu bom elenco Claire Foy (“Millennium: A Garota na Teia de Aranha”), Stacy Martin (“Ninfomaníaca”), Toby Jones (“Jurassic World: Reino Ameaçado”) e Andrea Riseborough (“A Morte de Stalin”). REZE PELAS MULHERES ROUBADAS/NOCHE DE FUEGO | NETFLIX Representante do México na disputa por uma vaga no Oscar 2022, na categoria de Melhor Filme Internacional, a primeira obra de ficção da documentarista Tatiana Huezo (“Tempestade”) acompanha o cotidiano de meninas no interior mexicano, onde os perigos vêm em várias formas. O domínio do tráfico na região faz com que elas precisem manter os cabelos curtos para parecer meninos, visando escapar do abuso dos gângsteres. Indicado ao Spirit Awards (o Oscar do cinema independente) e ao DGA Award (troféu do Sindicato dos Diretores dos EUA), a obra também acumula premiações em vários festivais internacionais, de Cannes a San Sebastián. AZOR | NOW, VOD* Com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, o suspense dramático acompanha um banqueiro recém-chegado da Europa para ocupar o lugar do sócio na Argentina, após este desaparecer misteriosamente sem deixar vestígios. O detalhe é que a trama se passa na época da ditadura militar, quando desaparecimentos misteriosos não eram incomuns no país, ainda que nunca fossem comentados. A recriação do clima sombrio do período, em que qualquer questionamento poderia gerar perigo de vida, rendeu o prêmio de talento emergente para o diretor suíço Andreas Fontana no Festival de Zurique. O CONFRONTO | FILMICCA Terceiro filme dos irmãos Daniel e Diego Vega, o drama gira em torno de um jovem de 18 anos que deixa o Peru para reencontrar o pai, um imigrante que fugiu de seu país anos atrás e que agora vive com uma nova família canadense. Com orgulho masculino, o pai se esforça para mostrar ao filho sua versão do sonho norte-americano, marcado por seus próprios preconceitos. Mas o reencontro acaba deixando entrever ressentimentos do qual eles não conseguem escapar. Premiado nos festivais de Guadalajara e San Sebastián, o longa foi rodado no Canadá, mas é assombrado pela História do Peru, especialmente a “década perdida”, como ficaram conhecidos os anos 1980 no país – época de hiperinflação, desemprego em massa, fome, terrorismo e catástrofes naturais – e que é justamente o período da trama. A VIRGEM DE AGOSTO | FILMICCA Premiado no Festival de Karlovy Vary, indicado ao César (o Oscar francês) e incluído na lista dos 10 Melhores Filmes de 2019 da revista Cahiers du Cinema (a bíblia dos cinéfilos), o longa do jovem diretor espanhol Jonás Trueba é um romance de verão na cidade. Mais que uma história de amor, é sobre o amor próprio de sua protagonista, que decide ficar em Madri quando a maioria dos moradores vão para a praia. Durante noitadas, passeios e encontros, ela busca algo que a motive e justifique sua decisão. Além de estrelar a obra, a atriz Itsaso Arana também assinou o roteiro em parceria com o diretor, filho do famoso cineasta Fernando Trueba (vencedor do Goya por “O Sonho Do Macaco Louco” e “Sedução”) e seu namorado na vida real. O casal se conectou quando Trueba dirigiu Arana em “La Reconquista” (2016) e estão juntos desde então. O LADO ENGRAÇADO DA VIDA | NOW, VIVO PLAY, VOD* Conhecida pela série “Lucifer”, Rachel Harris vive uma mulher frustrada, presa em uma pequena cidade coberta de neve, que sempre sonhou com uma vida diferente como comediante. O destino a coloca diante de um comediante frustrado, que sonha em fazer qualquer outra coisa. Segundo longo da diretora Amber McGinnis, venceu quatro prêmios no circuito dos festivais de cinema independente dos EUA. ENTRE ÁGUAS | NOW, VIVO PLAY, VOD* O drama maltês consagrou Jesmark Scicluna no Festival de Sundance no ano passado. Premiado como Melhor Ator, ele é na verdade um pescador. Foi escolhido pelo diretor Alex Camilleri para dar maior realismo à trama, sobre os dilemas de um pescador com filha pequena doente, que se vê dividido entre seguir a tradição pesqueira da família, um trabalho duro com poucos rendimentos, ou fazer acordo com traficantes para transportar mercadorias em seu barco inocente. Com o sucesso do filme, que atingiu 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, Scicluna virou ator de verdade, passando a ser escalado em novos projetos. A BATALHA DE SHINDISI | NOW, VIVO PLAY, VOD* Baseado em eventos reais, o drama de guerra revela fatos que ocorreram durante a intervenção militar russa na Geórgia em 2008. Shindisi é o nome do lugar onde as forças de ocupação cercaram militares georgianos depois de lhes prometer um corredor de paz para transportar refugiados. Diante do massacre, moradores comuns correram riscos para salvar os soldados feridos. O cineasta Dito Tsintsadze (“Medo de Matar”) venceu o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Varsóvia pela produção, que foi candidata da Georgia ao Oscar de 2020. Embora não tenha conseguido indicação, arrancou elogios da crítica internacional por sua capacidade de evocar a experiência da guerra a partir de múltiplos pontos de vista. A PROFISSIONAL | NOW, VIVO PLAY, VOD* O thriller de ação traz quase todos os clichês típicos do gênero, mas é (bem) feito por um especialista: Martin Campbell, diretor de “007: Cassino Royale” (2008). O roteiro de Richard Wenk (“O Protetor”) gira em torno de uma assassina profissional (Maggie Q, a “Nikita”), que aprendeu todos os truques desde criança com um lendário matador (Samuel L. Jackson). Quando seu mentor é brutalmente assassinado, ela jura vingança e acaba cruzando o caminho de outro profissional (Michael Keaton). MISSÃO RESGATE | NOW, VIVO PLAY, VOD* Em mais um thriller estrelado por Liam Neeson, um comboio de caminhões percorre uma perigosa estrada de gelo sobre um lago congelado para salvar mineiros após o desabamento de uma mina. Só que, além dos desafios da natureza, há outras forças – humanas – trabalhando para impedi-los. Avaliado com apenas 44% de aprovação, o filme tem roteiro e direção de Jonathan Hensleigh, que escreveu o blockbuster dos anos 1990 “Armageddon”.
Estreias de cinema digital incluem “Free Guy” e “Matrix”
A programação de estreias digitais tem blockbusters, produções para crianças e terrores bem adultos. Confira abaixo 10 filmes que se destacam dentre os lançamentos das plataformas de streaming e serviços de VOD (locação digital) e garantem o melhor cinema em casa do fim de semana. FREE GUY | STAR+ Comédia de ação com 80% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes, “Free Guy” é “O Show de Truman” da geração gamer, que explora ao máximo o carisma e o humor falastrão característicos de Ryan Reynolds (o “Deadpool”) no papel de um personagem de videogame. Na trama, ele vive um bancário comum chamado Guy (Cara, em inglês), que é um NPC (personagem não jogável) numa cena de assalto de game. Todo dia é igual em sua vida, até que uma jogadora (Jodie Comer, de “Killing Eve”) atropela sua existência e o torna autoconsciente. Ao perceber que sua existência é artificial e criada por um programador de games (Taika Waititi, de “Jojo Rabbit”), Guy resolve ajudar outros figurantes a enfrentar as ameaças do jogo, o que se torna um problema para a diversão dos jogadores. Cheio de easter eggs e participações especiais que só vendo para crer, o filme foi escrito por Matt Lieberman (dos novos longas animados de “A Família Addams” e “Scooby-Doo”) e marca o retorno do diretor Shawn Levy à direção, sete anos após o fracasso de seu último longa, “Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba”. Desde então, ele vinha se concentrando na atividade de produtor, inclusive da série “Stranger Things”. MATRIX RESURRECTION | HBO MAX, NOW, VIVO PLAY, VOD* Continuação que é mais nostálgica que inovadora, o revival de Lana Wachowski dividiu opiniões ao incorporar uma sátira metalinguística à trama e se apresentar como uma história de amor. Não são características que o público associa à franquia. Cheia de flashbacks e personagens antigos – alguns com rostos novos – , a sci-fi vai fundo mesmo na metalinguagem, reintroduzindo o personagem de Keanu Reeves como o programador de um game chamado ‘Matrix’. A ironia faz parte da nova vida de Thomas Anderson, projetada pelas máquinas, até ser libertado por rebeldes clandestinos que ouviram falar na antiga lenda de Neo. Descobrindo que décadas se passaram, a única coisa que lhe importa é salvar Trinity (Carrie-Anne Moss), ainda aprisionada na Matrix. MINAMATA | GLOBOPLAY Em seu último filme americano, Johnny Depp incorpora o premiado fotojornalista W. Eugene Smith (1918–1978) durante seu derradeiro e mais importante trabalho: a denúncia de uma doença terrível criada pelo envenenamento de mercúrio no meio-ambiente. O registro, feita em 1971 na pequena vila costeira de Minamata, no Japão, chamou atenção do mundo para os efeitos horríveis dos crimes ambientais. A doença de Minamata se originou pela negligência grosseira de uma fábrica química japonesa local. Durante décadas, a empresa despejou metais pesados na água, tornando o abastecimento tóxico. Como resultado, milhares de japoneses da região morreram ou tiveram sequelas ao consumir água e peixes contaminados. Deformidades e defeitos congênitos graves se tornaram uma ocorrência comum. A denúncia ajudou a trazer justiça e indenizações para a comunidade, mas W. Eugene Smith pagou um preço elevado, vindo a morrer pouco depois da consagração mundial de suas fotos por sequelas de uma surra que sofreu dos capangas da indústria criminosa. Toda esta história está contada no filme, que continua atual e relevante diante do crescimento do envenenamento por mercúrio no Brasil. O mesmo crime ambiental pode ser encontrado na expansão ilegal da mineração pelos rios da Amazônia, estimulada por inações do desgoverno, já tendo como consequência a alteração da cor das águas do rio Tapajós. TITANE | MUBI Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2021, o terror extremo de Julia Ducournau radicaliza o estilo repulsivo de “Raw”, longa de estreia da diretora, que deu muito o que falar ao ser lançado em 2016. A trama combina terror biológico (à moda dos primeiros filmes de David Cronenberg), filme de serial killer feminina, fetiche sexual por carros e é estrelado pelo veterano Vincent Lindon (“O Valor de um Homem”) e a estreante Agathe Rousselle. Repugnante e delirante, não é um filme fácil, muito menos feito para agradar todos os gostos. TODOS OS DEUSES DO CÉU | NOW Outro terror francês bizarro e premiado, o filme intenso acompanha um operário que cuida da irmã, gravemente incapacitada após os dois brincarem de roleta russa na infância. Com surtos psicóticos, ele passa os dias esperando discos voadores aparecerem para levá-lo embora com sua irmã para um mundo melhor. Repleto de imagens perturbadoras, o longa do cineasta Quarxx (“Marginal Tango”) impressiona visualmente como os primeiros filmes de Marc Caro e Jean-Pierre Jeunet (pense num “Delicatessen” mais radical), enquanto conta uma história terrível sobre trauma e as cicatrizes duradouras de culpa, recriminação e loucura. IN THE EARTH | NOW, VOD* Rodado durante o auge da pandemia pelo diretor Ben Wheatley (do remake de “Rebecca, a Mulher Inesquecível”), o terror britânico acompanha um cientista (Joel Fry, de “Cruella”) que, com o auxílio de uma guia, adentra uma floresta em busca de colegas que desapareceram na região. Mas o que parecia uma jornada de rotina se revela um pesadelo alucinógeno, praticamente uma “Bruxa de Blair” psicodélica. Exibido em janeiro de 2021 na programação do Festival de Sundance, o filme atingiu 79% de aprovação no Rotten Tomatoes. Mas não alcançou unanimidade entre o público, devido ao ritmo lento e a opacidade narrativa. A VIDA DEPOIS | HBO MAX O primeiro filme dirigido pela atriz Megan Park (“Será Quê?”) venceu o Festival SXSW com uma história intensa envolvendo trauma. O título faz referência a como a um atentado armado numa escola dos EUA afeta a vida de duas jovens sobreviventes, vividas por Jenna Ortega (“Pânico”) e Maddie Ziegler (“Amor, Sublime Amor”). A tragédia faz com que elas passem a dar mais valor a suas vidas e às pequenas coisas ao seu redor. CLIFFORD – O GIGANTE CÃO VERMELHO | NOW, VOD* Sucesso infantil, o longa conta a origem do cachorro criado pelo desenhista Norman Bridwell (1928–2014) e os problemas causados por seu tamanho descomunal. O humor ajuda a gerar empatia pela versão cinematográfica do bicho, que em seu primeiro teaser chegou a ser rejeitado pelos fãs das ilustrações originais. A adaptação foi escrita por David Ronn e Jay Scherick, que já tinham levado os Smurfs ao mundo live-action em dois longas-metragens (em 2011 e 2013), e a direção é de Walt Becker, que também teve experiência anterior com bichos de CGI, no filme “Alvin e os Esquilos: Na Estrada” (2015). A ERA DO GELO: AS AVENTURAS DE BUCK | DISNEY+ O sexto longa animado – ou primeiro spin-off – da franquia “A Era do Gelo” é o primeiro com lançamento exclusivo em streaming. A trama acompanha os irmãos gambás pré-históricos Crash e Eddie numa volta ao mundo selvagem dos dinossauros, quando eles decidem viver uma nova aventura com a doninha caolha Buck. Os demais personagens também aparecem, em pequenas participações. Mas a principal diferença da nova produção é o visual com menos detalhes – e acabamento inferior – em relação às anteriores. Vale lembrar que a Disney se desfez do estúdio Blue Sky, que faturou mais de US$ 5 bilhões com o lançamento de 13 filmes de sucesso – incluindo as franquias “A Era do Gelo”, “Rio” e “O Touro Ferdinando”, que recebeu indicação ao Oscar, todos com direção do brasileiro Carlos Saldanha – , após comprar o conglomerado 21th Century Fox. Com direção de John C. Donkin, que trabalhou como produtor nos filmes anteriores, o desenho destaca a participação de Simon Pegg (das franquias “Missão: Impossível” e “Star Trek”) como a voz original de Buck. OS BEATLES E A ÍNDIA | HBO MAX A redescoberta de preciosidades dos Beatles continua. Após a série da Apple sobre as gravações de “Let It Be” entre 1969 e 1970, a HBO Max explora a imersão de três anos da banda britânica na cultura indiana. Dirigido pelo escritor e jornalista indiano Ajoy Bose, o documentário resgata a passagem dos Beatles pela cidade de Rishikesh, na Índia, o relacionamento com o guru Maharishi Mahesh Yogi e a influência da música indiana em seus discos, especialmente pela incorporação da cítara no arsenal de instrumentos de George Harrison. A produção retrata a descoberta da cítara por Harrison, enquanto os Beatles filmavam a comédia “Help!”, e o uso do instrumento na canção “Norwegian Wood”, de John Lennon, em 1965, além da decisão radical do quarteto de abandonar suas vidas de celebridades no Ocidente para se refugiar num remoto local do Himalaia e explorar sua espiritualidade, o que rendeu uma explosão criativa – cerca de 50 músicas foram compostas durante o retiro. Para completar, a produção ainda aborda o impacto do grupo sobre a juventude indiana, com influência na moda e na música do país durante os anos 1960. * Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente nas plataformas Apple TV, Google Play, Looke, Microsoft Store e YouTube, entre outras, sem necessidade de assinatura mensal.
Filmes de “Bob Cuspe” e “Pixinguinha” chegam aos cinemas
Filmes brasileiros são a salvação da programação de cinema desta quinta (11/11). Mas terão pouco espaço para receber a atenção que merecem. Não bastasse o monopólio de blockbusters, o circuito deve priorizar o musical “Querido Evan Hansen”, destruído pela crítica nos EUA (30% no Rotten Tomatoes), e o filme de ação “A Profissional” (61%), produção genérica ao estilo da Netflix. Principal título, “Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente” é uma adaptação dos quadrinhos de Angeli que foi premiada nos festivais internacionais de animação de Ottawa, no Canadá, e de Annecy, na França (o “Cannes da animação”). Primeiro longa-metragem de Cesar Cabral, foi filmado com bonecos ao longo de cinco anos, utilizando a técnica de stop motion (na qual objetos são fotografados quadro a quadro para passar a ilusão de movimento). O próprio Angeli aparece na trama, mas em versão animada, disposto a dar a Bob Cuspe o mesmo fim da Rê Bordosa. Mas o punk não aceita a extinção (afinal, “punk’s not dead!”) e parte para um acerto de contas. Milhem Cortaz (“O Lobo Atrás da Porta”) dá voz ao famoso punk da periferia dos quadrinhos. “Pixinguinha – Um Homem Carinhoso” chega aos cinemas uma semana depois de “Marighella”, embora tenha sido filmado um ano antes. Este paradoxo deixa duas cinebiografias estreladas por Seu Jorge em cartaz simultaneamente. Desta vez, além de atuar, ele toca os instrumentos de verdade, o que aumenta a credibilidade da representação do maestro. Mas a ambição de condensar 75 anos de vida em 100 minutos ofusca a tentativa de explorar o importante aspecto musical da história. Chama atenção a cinebiografia de um dos artistas mais importantes da música brasileira não ter entrado em nenhum festival importante. Mas a opção pela abordagem episódica, que simplifica personalidade, época e trajetória do compositor de “Carinhoso”, “Lamentos” e “Benguelê”, torna “Pixinguinha” quase uma versão compacta de minissérie. Ela é assinada pela roteirista Manuela Dias e dirigida pela dupla Denise Saraceni e Allan Fiterman, conhecidos pela realização de novelas e séries da Globo. A seleção nacional também inclui o drama “Curral”, que foi premiado no festival espanhol de Huelva. O primeiro longa de ficção de Marcelo Brennand compartilha a temática de seu documentário “Porta a Porta” (2010), abordando as campanhas políticas do Nordeste. Na trama, um político que se apresenta como renovação repete os mesmos métodos que denuncia como ultrapassados. O elenco traz Thomas Aquino (“Bacurau”), José Dumont (“Onde Nascem os Fortes”) e Rodrigo García (“Onde Está Meu Coração”). Sem maiores destaques, as outras opções da semana podem ser conferidas abaixo, na lista das estreias, com seus respectivos trailers. Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente | Brasil | Animação Pixinguinha – Um Homem Carinhoso | Brasil | Drama Curral | Brasil | Drama Querido Evan Hansen | EUA | Musical A Profissional | EUA | Ação O Ninho | Itália | Terror Charuto de Mel | França | Drama Deus Não Está Morto – O Próximo Capítulo | EUA | Religião Lutar, Lutar, Lutar | Brasil | Documentário


