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    Quinzena dos Realizadores leva mais um filme brasileiro ao Festival de Cannes

    24 de abril de 2019 /

    A Quinzena dos Realizadores, seção paralela do Festival de Cannes, divulgou a lista de filmes que serão exibidos na edição deste ano. E, entre os 24 títulos, está o brasileiro “Sem Seu Sangue”, primeiro longa-metragem da diretora Alice Furtado. Com o título internacional de “Sick, Sick, Sick”, o filme é uma coprodução de Brasil, França e Holanda e acompanha a relação de uma adolescente introspectiva com um jovem hemofílico, que chega em sua classe após ter sido expulso de várias escolas. “Sem Seu Sangue” se junta aos outros dois longas brasileiros selecionados para o festival: “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho, que vai disputar a Palma de Ouro, principal prêmio do evento, e “Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, integrante da mostra paralela Um Certo Olhar. A 72ª edição do festival europeu vai acontecer entre os dias 14 e 25 de maio na Riviera Francesa.

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    Coprodução franco-israelense “imperdível” vence o Festival de Berlim 2019

    16 de fevereiro de 2019 /

    A organização do Festival de Berlim 2019 anunciou os vencedores de sua competição oficial. E o júri liderado pela atriz francesa Juliette Binoche (“Acima das Nuvens”) escolheu a coprodução franco-israelense “Synonymes”, do diretor Nadav Lapid, como o Melhor Filme, vencedor do troféu Urso de Ouro. Classificado como “imperdível” (aspas do IndieWire) pela crítica presente no festival, “Synonymes” gira em torno de um imigrante israelense que vive em Paris, tentando se integrar o máximo possível à França, a ponto de andar com um dicionário para recitar palavras francesas em voz alta pelas ruas. Ele está decidido a abandonar sua língua e sua cultura, até que descobre aspectos pouco agradáveis de seu novo país. A performance do ator Tom Mercier no papel principal chegou a ser comparada a de um jovem Tom Hardy (“Venom”) pela revista The Hollywood Reporter. A trama é inspirada na trajetória do próprio diretor Navad Lapid, que se mudou para a capital francesa no começo dos anos 2000, e, segundo ele, “fala de ser israelense em um momento em que não é possível sê-lo”. “Acho que Israel é um país que exige de você um amor absoluto, total, sem concessões. E quando alguém rejeita esse amor, vai parar no outro extremo, no ódio total”, o cineasta disse à imprensa, na entrevista coletiva após se consagrar vencedor do festival. O cineasta francês François Ozon ficou com o Prêmio do Júri, considerado o 2º lugar, por seu filme “Grâce à Dieu”, que enfrenta dificuldades para ser exibido comercialmente. Dramatização de um escândalo de pedofilia da Igreja Católica na França, o filme sofreu um processo do arcebispo de Lyon, cardeal Philippe Barbarin, que tenta impedir o lançamento nos cinemas. A objeção se dá por o filme retratar Barbarin como pedófilo, antes das acusações que pesam contra ele serem julgadas na justiça. O troféu de Melhor Direção ficou com uma mulher, reforçando a importância da participação cada vez maior de cineastas femininas no evento. A vencedora foi a alemã Angela Schanelec, por “I Was at Home, But”, 10º longa de uma carreira prolífica – ela também é atriz. Já os prêmios de interpretação ficaram com Yong Mei e Wang Jingchun, protagonistas do drama chinês “So Long, My Son”, do diretor Wang Xiaoshuai. Confira abaixo a lista completa dos vencedores da mostra competitiva principal. Urso de Ouro – Melhor Filme “Synonymes”, de Nadav Lapid Urso de Prata – Prêmio do Júri “Grâce à Dieu”, de François Ozon Urso de Prata – Prêmio Alfred Bauer (Revelação) “System Crasher”, de Nora Fingscheid Urso de Prata – Melhor Direção Angela Schanelec, por “I Was at Home, But” Urso de Prata – Melhor Atriz Yong Mei, em “So Long, My Son” Urso de Prata – Melhor Ator Wang Jingchun, em “So Long, My Son” Urso de Prata – Melhor Roteiro Maurizio Braucci, Claudio Giovannesi e Roberto Saviano, por “Piranhas” Urso de Prata – Contribuição Artística Rasmus Videbæk, pela fotografia de “Out Stealing Horses” Urso de Ouro – Melhor Curta “Umbra”, de Florian Fischer e Johannes Krell Urso de Prata – Prêmio do Júri de Curtas “Blue Boy”, de Manuel Abramovich Melhor Documentário “Talking About Trees”, de Suhaib Gasmelbari Melhor Filme de Estreia “Oray”, de Mehmet Akif Büyükatalay

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    Juliette Binoche defende “grande produtor” Harvey Weinstein no Festival de Berlim

    7 de fevereiro de 2019 /

    A atriz francesa Juliette Binoche, que preside o júri do Festival de Berlim 2019, deu uma declaração polêmica na entrevista coletiva que abriu o evento. Ela disse achar que Harvey Weinstein “já sofreu o suficiente”. Reforçando que nunca teve problemas com o produtor acusado de assédio, abuso sexual e estupro por mais de 100 mulheres, ela afirmou: “As pessoas já se manifestaram, eu mesma me manifestei. Agora é a hora da Justiça fazer seu trabalho”. Ela justificou sua fala, dizendo que estava “se colocando no lugar” do ex-produtor, que perdeu seu status e foi afastado de suas funções desde que as denúncias ganharam força. “Eu nunca tive problemas com ele”, garantiu. “E não podemos esquecer que ele foi quase sempre um grande produtor”, acrescentou a atriz, que atuou em “O Paciente Inglês”, de 1996, e em “Chocolate”, de 2001, produzidos por Weinstein. Os filmes de Weinstein estão entre os mais premiados pela Academia. Mas ele também era conhecido, antes das denúncias atuais, por gritar com diretores, aterrorizar funcionários, interferir na edição de filmes, chantagear estrelas a usarem roupas da grife de sua mulher e lançar versões retalhadas de sucessos internacionais nos Estados Unidos. Weinstein será julgado em 6 de maio sob acusação de abuso sexual e estupro de duas mulheres, cujos casos não prescreveram. Mas uma centena de mulheres revelou ter sofrido assédio do ex-magnata de Hollywood desde os anos 1970. As denúncias contra ele deram origem ao movimento #MeToo, que foi o estopim para tirar do escuro diversos casos de assédio, abuso e outras formas de violência sexual na indústria cinematográfica, levando à queda de vários produtores e empresários. Entretanto, as atrizes francesas se manifestaram de forma contrária ao movimento, que taxaram de autoritário. Um abaixo-assinado de estrelas idosas do cinema francês, como Catherine Deneuve, Ingrid Caven e Catherine Robbe-Grillet – todas com mais de 70 anos – defendeu o direito dos homens de “importunarem” mulheres no ambiente de trabalho.

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    Única mulher a disputar o Leão de Ouro no Festival de Veneza é chamada de prostituta por crítico italiano

    7 de setembro de 2018 /

    Única diretora que concorre ao Leão de Ouro no Festival de Veneza 2018, a australiana Jennifer Kent foi chamada de prostituta por um crítico italiano durante a exibição para imprensa de seu filme, o violento drama “The Nightingale”. O filme, que se passa em 1825, nas selvas da Tasmânia, acompanha a vingança sanguinária de uma jovem irlandesa contra o oficial britânico que destruiu sua família. Ao final da projeção, quando o nome da diretora surgiu nos créditos, ouviu-se de forma retumbante um palavrão. Mais tarde, ele foi identificado e teve sua credencial suspensa, segundo a organização do festival. Ao ser informada sobre o ocorrido na tarde desta quinta-feira (6/9), durante a entrevista coletiva com a equipe do filme, a realizadora reagiu com tranquilidade ao episódio. “Acho absolutamente importante reagir com compaixão e amor diante da ignorância. Não há outra forma de se comportar diante disso – disse a cineasta. “O filme fala claramente sobre isso. Tenho orgulho dele e da equipe que o fez, por ousar contar uma história que precisa ser contada. Amor, compaixão e bondade são a nossa salvação como seres humanos e, se não os utilizamos, tudo vai para o ralo”. Ela também aproveitou para lamentar o fato de ser a única mulher a ter um filme concorrendo pelo Leão de Ouro neste ano. “É uma posição difícil para mim, porque gostaria de ter outras irmãs diretoras aqui. É importante avançarmos na questão da paridade de gêneros. O cinema reflete o mundo e se ele só representa 50% dele, não está cumprindo sua função direito”.

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    Suspiria divide aplausos com vaias no Festival de Veneza

    1 de setembro de 2018 /

    A primeira exibição do remake de “Suspiria” não causou a reação que o diretor Luca Guadagnino esperava. O filme dividiu aplausos com vaias e assovios, durante sua sessão para a imprensa no Festival de Veneza 2018. A polarização lembra a forma como “Mãe!”, de Darren Aronosky, foi recebido na edição passada do festival, antes de fracassar nas bilheterias. Mas o filme estrelado por Jennifer Lawrence encontrou aceitação entre a crítica americana. “Suspiria” dividiu mais, com resenhas muito positivas e muito negativas, levando sua aprovação a ficar no meio termo: 58%, uma nota medíocre, no Rotten Tomatoes. Já a première propriamente dita, que aconteceu mais tarde, diante do público, rendeu apenas aplausos. E foram oito minutos de ovação. Isso também é consequência de o diretor ser italiano. Ele foi recebido como um popstar no tapete vermelho, arrancando “suspirios” e gritos de “Luca! Luca!”. A nova versão do cultuado clássico de terror de Dario Argento, que volta à vida pelas mãos do cineasta de “Me Chame pelo Seu Nome” (2017), está sendo considerada plasticamente bela, mas também arrastada demais devido à sua pretensão, segundo a média das observações da imprensa internacional. A trama, passada numa prestigiosa academia de dança de Berlim em 1977, ano do lançamento do original de Argento, faz referências às atividades do grupo terrorista alemão Baader-Meinhof, aos movimentos feministas e ao psicanalista Jacques Lacan, que marcaram a época. Mas a maioria dos críticos acredita que isso apenas distrai o público do terror que deveria mobilizar a atenção. “Guadagnino fez uma homenagem ambiciosa, mas que realmente não se beneficia de seu olhar mais intelectualizado, em vez disso drena as emoções do que deveria ser um grande horror de revirar o estômago”, publicou a revista The Hollywood Reporter. “Tedioso e bobo”, resumiu a revista Time. “Os sustos não assustam, o subtexto político nunca se conecta com o resto do filme e nem o senso visual geralmente infalível de Guadagnino consegue convencer”, lamentou o site The Wrap. “Conforme ele chega ao fim, você inevitavelmente pensa: ‘Ok, agora sabemos como seria ‘Suspiria’ como um filme de arte. Podemos, por favor, voltar ao ponto em que era apenas um trash extravagante de caça assombrada?'”, ponderou a Variety. Além disso, muitos consideraram que a produção está levando longe demais a mentira de que existe um ator chamado Lutz Ebersdorf, que vive um personagem importante na trama. Ausente do festival por ser invenção, ele teve uma carta lida por sua intérprete, a atriz Tilda Swinton, durante a entrevista coletiva. Questionada pela imprensa, ela continuou jurando que não era Ebersdorf. Assim como Joaquin Phoenix jurava que não ia mais atuar para seguir carreira de rapper, subterfúgio para a realização de um falso documentário. Vale lembrar que o ator incorporou tanto o personagem que quase acabou com sua carreira de verdade.

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    Nasce uma Estrela eletriza Festival de Veneza com aplausos e elogios para Bradley Cooper e Lady Gaga

    1 de setembro de 2018 /

    Lady Gaga e Bradley Cooper eletrizaram o Festival de Veneza 2018 com a estréia mundial de “Nasce uma Estrela”. Literalmente. Caiu até raio, que chegou a interromper a projeção. Mas nem isso abalou o entusiasmo do público, que aplaudiu o filme intensamente, por oito minutos – um minuto a mais que “Roma”, que já tinha caído nas graças da plateia italiana. Quando as luzes se acenderam, diversas pessoas ainda choravam, tamanho o envolvimento obtido pela estreia de Bradley Cooper como diretor. Ele também atua no filme, que ainda marca o primeiro grande papel da carreira de Lady Gaga. A dupla foi elogiadíssima pela crítica internacional, que dispensou ao longa com os mesmos 94% de aprovação obtidos por “Roma”, na média apurada pelo Rotten Tomatoes. Se o filme estivesse na competição veneziana – foi exibido em sessão especial – certamente seria candidato a prêmios. O sisudo jornal The Guardian deu cinco estrelas, rasgando superlativos e chamando Lady Gaga de “sensacionalmente boa”. A revista Time também exaltou Lady Gaga, cuja performance foi rotulada de “um nocaute”. A química do casal formado pela cantora e Cooper foi considerada “um par perfeito” pelo The Telegraph e “dinamite” pelo The Wrap. Mas os maiores elogios foram reservados ao diretor de primeira viagem. “A estrela que realmente nasceu aqui foi Bradley Cooper como diretor”, descreveu o site The Playlist. “Nasce uma Estrela” tem estreia comercial prevista para 5 de outubro nos Estados Unidos e apenas um mês depois, em 11 de novembro, no Brasil.

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    Roma: Primeiro filme da Netflix no Festival de Veneza é aplaudido de pé

    1 de setembro de 2018 /

    A exibição de “Roma”, novo filme de Alfonso Cuarón, foi aplaudida de pé no Festival de Veneza 2018, marcando a estreia da Netflix na competição. Foram sete minutos de aplausos efusivos ao fim da sessão, com vivas para o elenco feminino da produção. Assim como aconteceu em Cannes, os donos de cinema da Itália também se juntaram para pressionar os responsáveis pelo Festival de Veneza, com o objetivo de barrar a Netflix da competição. Mas desta vez não conseguiram. E “Roma” pode agora ganhar reconhecimento do júri. Já há quem acredite que o longa deva ganhar algum prêmio, aumentando a polêmica sobre a participação de filmes da Netflix em festivais de prestígio. A obra atingiu 94% de aprovação da crítica, na média aferida pelo site Rotten Tomatoes. “’Roma’ não é um filme de gênero, não tem elenco internacional, foi filmado em preto e branco e é falado em espanhol. É um tipo de projeto que teria enormes dificuldades para encontrar espaço no mercado”, disse o diretor mexicano sobre a importância da Netflix para tirar seu projeto do papel. Excluída de Cannes por não lançar seus filmes em salas de cinema, a Netflix tem outros cinco títulos espalhados por diversas seções do evento italiano, entre eles dois outros candidatos ao Leão de Ouro: “The Ballad of Buster Scruggs”, dos irmãos Coen, e “22 july”, de Paul Greengrass.

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    Curta brasileiro vence prêmio LGBT do Festival de Cannes 2018

    18 de maio de 2018 /

    O curta brasileiro “O Órfão”, de Carolina Markowicz, ganhou a Palma Queer 2018, premiação paralela do Festival de Cannes que elege o melhor filme de temática LGBT+ exibido nas mostras do evento. Exibido na mostra Quinzena dos Realizadores, “O Órfão” é inspirado em uma história real e narra a história de Jonathas, adotado e depois devolvido por causa do seu “jeito diferente”. O adolescente, interpretado por Kauan Alvarenga, gosta de passar batom e usar vestidos femininos. Quando a família descobre seus hábitos, obriga-o a voltar ao orfanato. “O Órfão” é o quinto curta-metragem de Carolina Markowicz, que em 2008 ganhou o prêmio de Melhor Curta no Festival do Rio com “69-Praça da luz”. Este foi o segundo curta com diretora brasileira premiado na Quinzena dos Realizadores de 2018. Além dele, o curta “Skip Day”, documentário codirigido pelo americano Patrick Bresnan e a brasileira Ivete Lucas, venceu o prêmio de Melhor Curta da mostra. Já o vencedor da Palma Queer de longa-metragem foi “Girl”, do belga Lukas Dhont, exibido na seção Um Certo Olhar, sobre adolescente que nasceu menino e sonha se tornar uma bailarina. Criado em 2010, a Palma Queer deste ano foi selecionada por um júri presidido pela produtora francesa Sylvie Pialat, que produziu “Timbuktu”, indicado ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira em 2015, e “Um Estranho no Lago”, vencedor da Palma Queer de 2013.

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    Kristen Stewart vai estrear como diretora de longas em adaptação literária

    18 de maio de 2018 /

    A atriz Kristen Stewart (“Branca de Neve e o Caçador”) revelou, durante sua participação no Festival de Cannes 2018, que vai consumar sua passagem para trás das câmeras com uma adaptação literária. Ela está escrevendo o roteiro e pretende dirigir a versão cinematográfica do livro “The Chronology of Water”, de Lidia Yuknavitch. “Eu amo os romances dela”, disse a atriz no festival, onde integra o juri da mostra competitiva. “Ela está no meu sangue e, assim que a encontrei, embarcamos nessa corrida sem senso de competição”. “Pretendo filmar no verão”, acrescentou. “Mas no momento meu objetivo é terminar logo o roteiro e contratar uma atriz realmente espetacular. Eu vou escrever o papel feminino mais f*dido. Vou escrever um papel que eu adoraria loucamente interpretar, mas não vou interpretá-lo”. Stewart já dirigiu curtas e clipes em preparação para sua estreia na função em longas. O primeiro curta, “Come Swim”, foi exibido no próprio Festival de Cannes em 2017, e pode ser conferido na íntegra neste link. “Come Swim”, por sinal, já ensaia temas de “The Chronology of Water”, que conta a história de uma ex-nadadora transformada em artista e explora questões de natureza sexual e vício em drogas. A história é baseada nas memórias de Yuknavitch, que foi nadadora profissional, com aspirações olímpicas, antes de virar escritora.

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    Exibição de filme maldito de Terry Gilliam frustra expectativas alimentadas por obsessão de duas décadas

    18 de maio de 2018 /

    A exibição de “The Man Who Killed Don Quixote” (o homem que matou Dom Quixote) no encerramento do Festival de Cannes 2018 era aguardada como um momento mágico, já que representaria o rompimento de uma maldição de mais de duas décadas da vida do diretor Terry Gilliam. A própria projeção foi precedida por um anúncio que lembrava os traumas de sua realização, além de destacar que o cineasta brigou por 25 anos para tirar o projeto do papel. Mas se não bastassem seus infortúnios causados por catástrofes naturais e financeiras, agora o filme terá que lidar com mais um obstáculo inesperado para sua afirmação: as críticas negativas. A maioria achou o filme muito fraco, para não dizer ruim. E quase todos se perguntam o que teria alimentado tamanha obsessão para filmar o que seria, basicamente, uma obra medíocre sem o brilho artístico que se supunha existir. A trama de “The Man Who Killed Don Quixote” parte das frustrações de Toby (Adam Driver, de “Star Wars: Os Últimos Jedi”), um diretor de publicidade arrogante, que durante a filmagem de um comercial no interior da Espanha, lembra do filme em preto e branco que fez sobre Don Quixote naquela mesma região, e com moradores locais, na época da faculdade. Ao ir atrás dos atores de seu filme de estudante, descobre que a jovem e inocente intérprete de Dulcineia (Joana Ribeiro, da versão portuguesa de “Dancin’ Days”) virou mulher de um mafioso, e o sapateiro que viveu Don Quixote (Jonathan Pryce, que trabalhou com Gilliam em “Brazil”) continuava incorporando o personagem de Miguel Cervantes. Vestido de armadura e lança em punho, ele parece reconhecer Toby, mas como seu escudeiro Sancho Pança. O reencontro logo se transforma em uma aventura insana, em que delírios e realidade se alternam e se confundem, com referências tanto à obra original de Cervantes quanto ao mundo contemporâneo, de imigrantes ilegais, mafiosos russos, Estado Islâmico e um presidente chamado Trump. Revistas de prestígio como Variety e The Hollywood Reporter descreveram o longa como uma bagunça sem sentido ou finalidade, um equívoco completo metido a engraçado e sem um pingo de graça. Entretanto, houve críticos (boa parte deles brasileiros) que acharam uma obra-prima. Isto equilibrou a nota no Rotten Tomatoes na altura da mediocridade e não da podridão, com 57% de aprovação. Os maiores elogios foram para a atuação de Adam Driver, num papel que originalmente seria interpretado por Johnny Depp. Por sinal, as várias versões inacabadas da obra foram lembradas numa dedicação do filme ao ator francês Jean Rochefort (“A Viagem de Meu Pai”) e ao britânico John Hurt (“O Espião que Sabia Demais”), que participaram de filmagens incompletas e não viveram para ver o filme projetado. Vale lembrar que o filme só foi exibido graças à vitória liminar do Festival de Cannes na Justiça francesa. Gilliam e os atuais produtores de “Dom Quixote” travam uma disputa legal contra o produtor português Paulo Branco, que tentou impedir que o longa fosse visto, alegando não ter permitido sua filmagem como detentor legal dos direitos da obra. Para entender os percalços dessa história, é preciso lembrar a história amaldiçoada de “The Man Who Killed Dom Quixote”, iniciada há 25 anos, quando as primeiras páginas do roteiro foram escritas. A pré-produção começou em 1998 e as primeiras filmagens aconteceram em 2000, com Johnny Depp no papel principal. Já neste momento, foram tantos problemas, incluindo inundações, interferências das forças armadas espanholas e uma hérnia sofrida pelo astro Jean Roquefort, que a produção precisou ser interrompida e o filme abandonado. Todas as dificuldades enfrentadas pelo projeto foram registradas num documentário premiado, “Lost in La Mancha” (2002). Uma década depois, em 2010, Gilliam voltou a ficar perto de realizar o longa, chegando a filmar Ewan McGregor (“Trainspotting”) como protagonista e Robert Duvall (“O Juiz”) no papel de Dom Quixote, mas a produção precisou ser novamente interrompida, desta vez por problemas financeiros. Em 2015, ele chegou a anunciar uma nova tentativa, agora estrelada por Jack O’Connell (“Invencível”) e John Hurt, mas a briga com o produtor português Paulo Branco adiou o projeto. Os dois se desentenderam durante a pré-produção, o que levou o diretor a entrar na justiça francesa para anular a cessão de direitos, enquanto realizava o longa com apoio de outra produtora. Neste meio tempo, John Hurt acabou morrendo e precisou ser substituído na quarta filmagem anunciada, desta vez definitiva. Assim, quem acabou nos papéis principais foram, finalmente, Adam Driver e Jonathan Pryce. Mas enquanto Gilliam comemorava a conclusão das filmagens amaldiçoadas no ano passado, um tribunal de Paris se pronunciou em primeira instância em favor do produtor português, embora tenha rejeitado seu pedido de interromper a produção. O cineasta recorreu e uma nova audiência da justiça francesa foi marcada para 15 de junho, data em que se saberá qual será o destino do filme. Por enquanto, apenas o público do Festival de Cannes pôde ver a obra. Alguns dizem que a obra é prima, outros que é perda de tempo. Pelo sim, pelo não, a maldição continua. A revista The Hollywood Reporter publicou que a Amazon, parceira americana da produção, teria desistido de financiar a distribuição do filme nos Estados Unidos após a sessão no festival francês.

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    Filme sobre índios brasileiros é premiado no Festival de Cannes 2018

    18 de maio de 2018 /

    A mostra Um Certo Olhar 2018, principal seção paralela do Festival de Cannes, consagrou o longa luso-brasileiro “Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos”, codirigido pelo português João Salaviza e a brasileira Renée Nader Messora, com seu Prêmio Especial do Júri. Filmado no Brasil, o longa embaralha os limites entre ficção e registro documental. Com elenco extraído de uma aldeia de índios Krahô, no estado de Tocantins, a obra recria na tela histórias e dramas da comunidade, encenados pelos indígenas em seu próprio idioma. Exibido na noite de quarta-feira (16/5), o filme teve uma première marcada por protestos no tapete vermelho do festival. Os dois cineastas e os protagonistas do filme, Ihjac Kraho e Koto Kraho, desfilaram de preto com cartazes vermelhos, com os dizeres “Parem o genocídio dos povos indígenas” e “Pela demarcação das terras dos povos indígenas”. O protesto ecoa a mobilização de líderes indígenas no Brasil, diante de favorecimentos a empresários agrários – alguns, inclusive, famosos delatores de propinas – , além dos desastres ecológicos causadas por obras faraônicas do antigo PAC (Programa de Aceleração de Crescimento da administração de Dilma Rousseff), como a usina de Belo Monte. A situação apenas se agravou com a ascensão do vice da coligação PT-PMDB-PP, Michel Temer. Ao final da projeção, o filme e sua equipe foram aclamados com palmas demoradas pela plateia do cinema Debussy, na Riviera Francesa. “Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos” foi o terceiro filme com integrantes brasileiros premiado nas mostras paralelas do Festival de Cannes 2018. Os anteriores foram “Skip Day”, documentário codirigido pelo americano Patrick Bresnan e a brasileira Ivete Lucas, vencedor do prêmio de Melhor Curta da mostra Quinzena dos Realizadores, e “Diamantino”, coprodução de Brasil, Portugal e França, dirigida pelos portugueses Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, que conquistou o Grande Prêmio da Semana da Crítica de Cannes. “Border”, de Ali Basi, coprodução entre Suécia e Dinamarca que flerta com a ficção científica, ficou com o troféu de Melhor Filme da mostra Um Certo Olhar.

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    Novo filme de Gaspar Noé é premiado no Festival de Cannes 2018

    18 de maio de 2018 /

    O filme “Climax”, do polêmico diretor Gaspar Noé, foi o grande vencedor da Quinzena dos Realizadores 2018, mostra paralela ao Festival de Cannes. A produção é outra obra de sexo explícito do cineasta argentino radicado na França, que chegou a ser descrita pelo jornal britânico The Guardian como “delírio satânico de sexo e desespero de uma trupe de dança”. No filme, uma companhia de dança faz uma festa pós-ensaio que ganha rumos inesperados quando os jovens dançarinos percebem que alguém batizou o ponche com LSD. O ápice da loucura é uma cena de orgia coletiva. Mas há momentos de terror puro. Veja o trailer aqui. Especialista em filmes sexualmente agressivos, Noé ficou conhecido por “Irreversível” (2002), que apresentou uma cena de 9 minutos de estupro da personagem de Monica Bellucci. Seu filme mais recente, “Love” (2015), tinha cenas reais e explícitas de sexo filmadas em 3D. O mais curioso é que o próprio Noé ficou surpreso com a reação positiva ao filme. Em entrevistas, ele disse que o seu agente o alertara para reações piores do que aos longas “Love” ou “Viagem Alucinante” (2009), exibidos em edições anteriores do festival francês. Mas aconteceu o oposto. Já o prêmio de melhor curta-metragem foi para “Skip Day”, documentário codirigido pelo americano Patrick Bresnan e a brasileira Ivete Lucas, que vive atualmente nos Estados Unidos. A dupla já tinha sido premiada no festival SXSW em 2016 pelo curta documental “Send Off” e prepara um documentário em longa-metragem sobre a cidadezinha retratada nos dois, “Pahokee”, uma comunidade majoritariamente negra e jovem da Flórida.

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