“Chainsaw Man” supera expectativas e lidera bilheteria dos EUA

“Chainsaw Man” surpreende na bilheteria americana

O longa animado japonês “Chainsaw Man: O Filme – Arco da Reze” teve uma estreia impressionante nos Estados Unidos, arrecadando US$ 17,3 milhões em 3.003 cinemas neste fim de semana — resultado acima das previsões e mais um marco para a popularidade do gênero anime. Baseado na série de sucesso da MAPPA, o lançamento conquistou 96% de críticas favoráveis e 99% do público no Rotten Tomatoes, além de nota A no CinemaScore e cinco estrelas no PostTrak. Trata-se de um fenômeno de aprovação.

Como o foi o desempenho mundial

O filme, que estreou no Brasil na quinta-feira (23), faturou mais US$ 18,8 milhões em 54 mercados, elevando o total estrangeiro para US$ 90,7 milhões e o global para US$ 108 milhões — façanha rara entre animes. A distribuição é feita pela Sony e pela Crunchyroll em diversos países, exceto no Japão, onde o filme estreou no mês passado. Juntas, as empresas respondem por US$ 60,4 milhões do montante total.

Dirigida por Tatsuya Yoshihara, a adaptação leva às telas o arco “Reze” do mangá criado por Tatsuki Fujimoto. A trama acompanha Denji (voz de Kikunosuke Toya), um jovem caçador de demônios que é traído e morto pela máfia japonesa. Ele renasce com o poder de transformar partes do corpo em motosserras após um pacto com seu cão-demônio Pochita (voz de Shiori Izawa). A trama mistura ação e romance adolescente quando Denji conhece Reze, uma garota misteriosa cuja verdadeira identidade leva a confrontos explosivos que ameaçam destruir Tóquio.

Anime supera produções de grandes estúdios

Além de dominar a bilheteria americana, “Chainsaw Man” superou concorrentes de peso, incluindo o musical biográfico do 20th Century Studios/Disney, “Springsteen: Salve-Me do Desconhecido”, a adaptação romântica da Paramount “Se Não Fosse Você” (baseada no livro de Colleen Hoover) e o terror da Blumhouse “O Telefone Preto 2”.

Antes da estreia, as projeções indicavam que “Chainsaw Man” disputaria o topo com “O Telefone Preto 2”, que liderou o ranking em sua estreia na semana passada, com uma estimativa de abertura entre US$ 11 milhões e US$ 12 milhões. No entanto, a animação rapidamente ultrapassou os rivais, impulsionada por um público majoritariamente masculino (75%) e jovem — mais de 50% dos espectadores norte-americanos tinham menos de 25 anos. O longa também atraiu um público etnicamente diverso, com 20% de origem asiática, segundo dados do PostTrak.

“O Telefone Preto 2” mantém força

“O Telefone Preto 2” caiu apenas 52% em relação à semana anterior, faturando US$ 13 milhões nos EUA e alcançando um total doméstico de US$ 49,1 milhões. No exterior, arrecadou mais US$ 10,5 milhões em 74 mercados, elevando seu total global para US$ 80,4 milhões — um desempenho sólido para o gênero terror.

A sequência manteve vantagem mínima sobre o estreante “Se Não Fosse Você”, que abriu com US$ 12,9 milhões nos Estados Unidos e US$ 22,9 milhões mundialmente. Mesmo assim, a disputa entre os dois títulos permaneceu apertada e só será confirmada oficialmente na segunda-feira.

“Se Não Fosse Você” reforça sucesso de Colleen Hoover

Apesar de críticas extremamente negativas, que lhe renderam apenas 29% de aprovação no Rotten Tomatoes, o drama romântico obteve boas notas do público, incluindo um B no CinemaScore. O melodrama atraiu uma plateia feminina (80% do público) e jovem — 75% tinham menos de 35 anos.

Produzido pela Constantin Films e distribuído pela Paramount, “Se Não Fosse Você” aborda o tema de viver intensamente e sem arrependimentos. O longa estreou em 40 mercados, incluindo Reino Unido, Austrália, Brasil e México, com arrecadação internacional inicial de US$ 10 milhões. A produção é o segundo filme baseado em uma obra de Hoover, após o sucesso de “É Assim que Acaba”, lançado em 2024.

Biografia de Bruce Springsteen decepciona

Já a cinebiografia “Springsteen: Salve-Me do Desconhecido”, estrelada por Jeremy Allen White (“The Bear”), estreou em 4º lugar com US$ 9,1 milhões nos EUA e US$ 7 milhões no exterior (28 mercados), totalizando US$ 16,1 milhões globais. O resultado ficou abaixo das expectativas iniciais, que previam entre US$ 10 milhões e US$ 12 milhões domésticos.

Dirigido por Scott Cooper e inspirada no livro homônimo, o longa da Disney mostra o período de introspecção do cantor após uma turnê de sucesso e o processo de criação do álbum “Nebraska”. O público nos cinemas norte-americanos foi majoritariamente mais velho: 60% tinham mais de 45 anos e 40% acima de 55. O filme recebeu nota B+ no CinemaScore e A- entre espectadores com mais de 35 anos. No Rotten Tomatoes, a aprovação da crítica ficou em 61%, contra 85% do público.

O lançamento no Brasil vai acontecer nesta quinta (30).

Outros destaques da bilheteria

“Tron: Ares”, ficção científica da Disney orçada em US$ 180 milhões, completou o Top 5 com US$ 4,7 milhões em 2.940 salas. Em três semanas, a superprodução somou US$ 63 milhões domésticos e US$ 123 milhões globais, desempenho modesto diante de seu elevado orçamento.

Já o terror independente “Terror em Shelby Oaks”, distribuído pela Neon, estreou em 7º lugar com US$ 2,3 milhões em 1.823 salas. O longa marca a estreia do crítico de cinema do YouTube Chris Stuckmann na direção e se tornou o filme de terror mais financiado da história do Kickstarter, arrecadando US$ 1,4 milhão na campanha antes de receber apoio adicional da distribuidora.

Realizado no estilo de “found footage”, a produção barata segue o desparecimento de um caçador de fantasmas do YouTube na cidade abandonada de Shelby Oaks, e também estreia no Brasil nesta quinta (30).