
Divulgação/Warner Bros.
Estreias de cinema: “Invocação do Mal 4” é principal destaque da semana
Terror que promete encerrar a franquia tem lançamento mais amplo no circuito, que também recebe comédia de Leandro Hassum e filme que venceu o Festival de Toronto passado
“Invocação do Mal 4: O Último Ritual”, que promete encerrar a bem-sucedida franquia de terror, é o lançamento de cinema mais amplo desta quinta-feira (4/9). A programação também recebe “O Rei da Feira”, nova comédia nacional com Leandro Hassum, e “A Vida de Chuck”, filme que venceu o Festival de Toronto passado, entre outros títulos. A lista completa das novidades que estreiam no circuito pode ser conferida a seguir.
🎞️ INVOCAÇÃO DO MAL 4: O ÚLTIMO RITUAL
A consagrada franquia de terror retorna com aquele que promete ser o capítulo final da saga dos investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren. Dirigido por Michael Chaves (de volta após “Invocação do Mal 3”), o novo capítulo da franquia encontra o casal Warren nos anos 1980 para enfrentar “o caso que acabou com tudo” – uma última investigação aterrorizante baseada em eventos reais. O roteiro, coescrito e produzido por James Wan (criador da série) e Peter Safran, busca inspiração no notório caso da família Smurl, um episódio de suposta assombração demoníaca ocorrido nos EUA em 1986, e pretende amarrar a história iniciada em 2013, com referências a casos anteriores, dando um desfecho à trajetória dos Warren no cinema.
Na trama, Ed e Lorraine (Patrick Wilson e Vera Farmiga, reprisando seus papéis) atendem ao chamado de uma família suburbana apavorada por fenômenos malignos em sua casa. Estranhos ruídos, odores fétidos e aparições sombrias indicam que uma entidade demoníaca passou a atormentar pais e filhos – uma situação semelhante a diversos casos já investigados pelos Warren, mas desta vez ainda mais pessoal e perigosa. À medida que o casal de demonologistas tenta ajudar os Smurl a retomar o controle do lar, eles se deparam com manifestações cada vez mais violentas e inteligentes, colocando em risco não apenas as vítimas, mas os próprios pesquisadores. Lorraine, com sua clarividência, enxerga vislumbres de um mal antigo ligado a um ritual profano (o “último ritual” do título) e teme que este seja o caso mais difícil de suas carreiras. O filme promete elevar o suspense e o terror a níveis máximos, com sequências de possessão, exorcismo e perseguição sobrenatural de deixar o público sobressaltado.
🎞️ O REI DA FEIRA
Mistério de assassinato, humor popular e toque sobrenatural se misturam na comédia nacional dirigida por Felipe Joffily (“Muita Calma Nessa Hora”). A trama se passa em uma feira livre da periferia, onde a morte inesperada de um feirante desencadeia uma hilária investigação ao estilo “whodunit” (quem matou?) no melhor estilo Agatha Christie. Leandro Hassum interpreta Monarca, segurança da feira e médium nas horas vagas, que assume a missão de descobrir o assassino do amigo, mesmo contra a própria vontade.
A trama inicia quando Bode (Pedro Wagner), feirante fanfarrão, ganha uma bolada no jogo do bicho e logo em seguida aparece assassinado misteriosamente. Monarca, dotado de dons mediúnicos, passa a ser “assombrado” pelo espírito do amigo morto – mas o fantasma de Bode sofre de amnésia alcoólica e não se lembra de nada útil sobre o crime. Assim, caberá a Monarca interrogar os barraqueiros da feira e desvendar os segredos escondidos entre as bancas de frutas e verduras. Todos os feirantes se tornam suspeitos, expondo inimizades antigas, fofocas de mercado e trapaças comerciais. Enquanto isso, Bode-espectro tenta ajudar como pode, protagonizando cenas cômicas ao atrapalhar tanto o investigador improvável quanto os possíveis culpados. Com muita malandragem e intuição sobrenatural, Monarca vai juntando as pistas até chegar a uma solução tão absurda quanto divertida.
“O Rei da Feira” faz sátira dos clichês de filmes policiais trazendo-os para o universo pitoresco das feiras urbanas com um ritmo ágil e popular, valorizando o carisma de Hassum no papel do “detetive” relutante.
🎞️ DESENHOS
A aventura fantasiosa, que combina live-action e animação, acompanha Amber, uma garota criativa que vive desenhando criaturas e mundos fantásticos em seu caderno. A produção destaca-se por sua mensagem agridoce sobre criatividade e luto. Em meio a sequências fantásticas e muitas piadas, o filme aborda a dor da morte recente da mãe e como cada membro da família lida com ela – Amber canalizando arte e fúria, o irmão Jack através de jogos e escapismo, e o pai Taylor tentando desesperadamente manter tudo funcionando. A trama dedica tanta atenção aos nuances emocionais dos personagens quanto aos elementos mágicos da história.
O aspecto fantástico surge quando Amber e o irmão descobrem um lago escondido na floresta que possui um poder mágico: tudo o que é mergulhado em suas águas retorna consertado. Um acidente faz com que o caderno de desenhos de Amber caia nesse lago misterioso, e então as criaturas monstruosas que ela havia criado ganham vida e começam a se espalhar pela cidade, causando um caos cada vez maior. Para impedir que a cidade seja destruída, os irmãos entram em uma corrida contra o tempo para capturar cada criatura, enquanto o pai atravessa a cidade caótica em busca dos filhos desaparecidos, precisando enfrentar seus próprios medos enquanto ajuda vizinhos no meio do tumulto. Ao longo dessa jornada, entre perigos e descobertas, eles aprendem o verdadeiro valor da coragem e da união familiar diante do extraordinário.
O longa marca a estreia em longa-metragem do diretor e roteirista americano Seth Worley, conhecido por curtas criativos. A protagonista e seu irmão são vividos por Bianca Belle (“A Mulher no Lago”) e Kue Lawrence (“A Batalha do Biscoito Pop-Tart”), e o elenco ainda destaca Tony Hale (“Veep”) como o pai viúvo.
🎞️ A VIDA DE CHUCK
Esta adaptação de Stephen King não é um filme de terror, apesar de escrita e dirigida por Mike Flanagan, conhecido por obras como “A Maldição da Residência Hill” e “Doutor Sono”. Flanagan desta vez se afasta do horror para contar uma história comovente: o filme acompanha momentos da vida de Charles “Chuck” Krantz, mostrados de trás para frente, do leito de morte até a infância, revelando conexões entre o cotidiano e o transcendental.
Tom Hiddleston (“Loki”) vive Chuck, um homem comum cuja vida contém eventos extraordinários. A narrativa é estruturada em três episódios inversos no tempo: começa com Chuck, aos 39 anos, em seus momentos finais enquanto o mundo enfrenta fenômenos apocalípticos, e retrocede até sua infância em uma casa possivelmente assombrada. Aos poucos, essas histórias se conectam para revelar, de maneira comovente, como uma única vida humana contém “multidões” – amores, perdas, memórias e legados que ressoam mesmo diante da mortalidade. Flanagan conduz essa biografia imaginária com toques de realismo mágico, mesclando drama familiar, fantasia e reflexão existencial sobre a fugacidade da vida.
Lançado no Festival de Toronto de 2024, onde venceu o prêmio People’s Choice de Melhor Filme, o longa também inclui em seu elenco Vera Farmiga (“Invocação do Mal”), Chiwetel Ejiofor (“Doutor Estranho”), Mark Hamill (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”), Karen Gillan (“Guardiões da Galáxia”), Matthew Lillard (“Scooby Doo”), Heather Langenkamp (“A Hora do Pesadelo”), Mia Sara (“A Lenda”) e Kate Siegel (“Sons of Anarchy”), além de narração de Nick Offerman (“Parks and Recreation”) e participação de Jacob Tremblay (“O Quarto de Jack”) como o jovem Chuck.
🎞️ O RETORNO
“O Retorno” reimagina de forma realista a parte final da “Odisseia” de Homero. No filme do italiano Uberto Pasolini (“Algum Lugar Especial”), Ralph Fiennes (“Conclave”) encarna Odisseu e Juliette Binoche (“Godzilla”) vive Penélope, reencontrando-se quase 30 anos após atuarem juntos em “O Paciente Inglês”. Anos após a Guerra de Troia, Odisseu retorna disfarçado a Ítaca, agora abatido e irreconhecível, bem diferente do herói que partiu. Ele encontra sua esposa Penélope como prisioneira em sua própria casa, cercada por pretendentes que disputam seu trono, enquanto seu filho Telêmaco, interpretado por Charlie Plummer (“Todo o Dinheiro do Mundo”), também corre perigo de vida nas mãos desses invasores.
A trama explora temas de trauma e redenção: marcado por 20 anos de batalhas, Odisseu precisa enfrentar a culpa e a vergonha por ter demorado a voltar. Em meio à violência elementar de uma ilha sem lei, pai e filho unem forças contra Antínoo (Marwan Kenzari), líder dos pretendentes, culminando em confrontos que testam a astúcia e a força do herói veterano. O filme enfatiza o lado humano dos mitos – aqui não há deuses ou magia, mas sim as cicatrizes psicológicas da guerra e os conflitos familiares em um reencontro tenso e emocional. Com fotografia evocativa da paisagem mediterrânea e lutas coreografadas de forma crua, o longa oferece uma releitura “pé no chão” do épico clássico, que em 2026 ganhará nova versão de Christopher Nolan.
🎞️ O PIOR HOMEM DE LONDRES
Apesar de falado em inglês e ambientado na Londres vitoriana, o thriller histórico é uma produção portuguesa. O filme se inspira na vida real de Charles Augustus Howell, figura ao mesmo tempo brilhante e inescrupulosa, que construiu sua fama como um refinado agente e negociador de arte entre aristocratas e artistas britânicos. Mas por trás da fachada respeitável, atuava como chantagista habilidoso e informante nos bastidores da política. A cinebiografia dirigida por Rodrigo Areias explora a dualidade desse personagem nascido no Porto, filho de mãe portuguesa e pai inglês, a quem Arthur Conan Doyle apelidou de “o pior homem de Londres” ao usá-lo como inspiração para um vilão das histórias de Sherlock Holmes.
No filme, Albano Jerónimo (“O Presidente”) interpreta Howell, transitando entre dois mundos. De dia, ele convive com figuras ilustres como o pintor Dante Gabriel Rossetti (Edward Ashley, “Mestres do Ar”) e a modelo Lizzie Siddal (Victória Guerra, “Linhas de Wellington”), fomentando movimentos artísticos. Já à noite, nos becos e salões privados, ele manipula segredos da elite em benefício próprio. Tramas de espionagem, conspiração e chantagem se desenrolam em meio a cenários de época minuciosos. Direção de arte e figurinos fiéis à Inglaterra do século 19 alimentam uma atmosfera de mistério e suspense, precipitada pela morte misteriosa de uma personalidade que coloca em risco o jogo de intrigas de Howell, enquanto extorque lords e até membros da família real.
“O Pior Homem de Londres” foi aclamado em premiações lusitanas e ibero-americanas. Albano Jerónimo conquistou o prêmio de Melhor Ator tanto no Globo de Ouro de Portugal quanto no Prêmio Sophia (a academia portuguesa de cinema) por sua performance multifacetada como Howell. O longa também recebeu várias láureas técnicas, incluindo Melhor Direção de Arte, Figurino e Maquiagem nos Sophia 2025 – um reconhecimento à reconstituição primorosa da era vitoriana na tela. Diretor de obras autorais de época e crime como “Estrada de Palha” (2012) e “Ornamento e Crime” (2015), Areias consolida-se com este ambicioso noir histórico sobre um anti-herói fascinante da vida real.
🎞️ SUPER WINGS EM VELOCIDADE MÁXIMA
O longa marca a estreia cinematográfica da série animada “Super Wings”, fenômeno mundial entre o público pré-escolar e também uma famosa linha de brinquedos educativos. A produção sino-coreana, dirigida por Xiaoqing Cai e Cai Dongqing, traz os simpáticos aviõezinhos falantes numa aventura inédita repleta de ação leve e mensagens positivas. Mantendo o estilo lúdico e colorido da série de TV, o filme foi dublado em português por um elenco experiente, garantindo acessibilidade total às crianças.
Na história, Jett – o aviãozinho vermelho conhecido como “o mais rápido do mundo” – enfrenta talvez sua missão mais desafiadora até agora. Quando um empresário dono de uma fábrica de brinquedos vê seu negócio entrar em declínio por causa das redes sociais, ele elabora um plano mirabolante: capturar influenciadores digitais do mundo inteiro para promover seus produtos. Essa trama maligna põe em alerta a equipe Super Wings. Ao lado de seus amigos aviões transformáveis, Jett decola em uma corrida contra o tempo para resgatar os influenciadores e impedir que o vilão destrua a alegria das crianças. Pelo caminho, os Super Wings percorrem diferentes países, explorando culturas diversas como na série original, e utilizam suas habilidades especiais em sequências cheias de velocidade, música e humor inocente.
“Super Wings em Velocidade Máxima” mantém o foco nos valores de amizade, trabalho em equipe e respeito que consagraram a franquia. O enredo simples, porém atual (ao envolver internet e influência digital), adiciona um toque contemporâneo à fórmula educativa.
🎞️ NOSSO LOUCO AMOR
A animação brasileira é uma comédia romântica para adultos que explora as complexidades do amor e das relações humanas através de uma narrativa divertida e pouco convencional. Produzido pelos estúdios nacionais Tortuga e Amálgama, o longa chega ao circuito com prestígio: integrou a mostra competitiva do Festival de Annecy (o mais importante festival de animação do mundo) e foi selecionado também no Monstra, em Lisboa – reconhecimento que reforça o nível da animação brasileira no cenário internacional. Nelson Botter Jr. assina roteiro e direção em sua estreia em longa-metragem, após curtas premiados.
Na trama, Nicholas é um psicanalista idoso, diagnosticado com demência precoce, que comete um engano cômico e desastroso: ao confundir as pessoas, ele acaba apresentando sua própria filha, Mônica, a um de seus pacientes, Daniel – sem se dar conta de que ambos são casados com outras pessoas. O mal-entendido dá início a uma cadeia de eventos caóticos e inusitados: atraídos um pelo outro por influência do equívoco de Nicholas, Daniel e Mônica se envolvem e precisam lidar com as consequências desse affair proibido. Situações absurdas e bem-humoradas se desenrolam conforme as duas famílias – incluindo os respectivos cônjuges – são afetadas por esse romance acidental. O filme alterna entre humor irreverente e momentos de sensibilidade ao tratar de desejos, frustrações e segredos, mostrando que mesmo temas maduros podem ser retratados em animação.
🎞️ A PRAIA DO FIM DO MUNDO
Filmado em preto e branco e vencedor de 23 prêmios internacionais, o drama fantástico cearense acompanha a luta de mãe e filha contra a erosão costeira no litoral do Ceará. Dirigido por Petrus Cariry (“Mãe e Filha”), o filme é ambientado na fictícia vila de Ciarema, onde o mar avançou e destruiu casas, deixando poucas famílias resistentes. Na trama, a jovem ambientalista Alice (Fátima Muniz, “Pssica”) deseja ir embora, enquanto sua mãe doente, Helena (Marcélia Cartaxo, “Pacarrete”), insiste em permanecer próxima ao mar. Esse conflito íntimo se desenrola em meio a paisagens contemplativas, compondo um “ensaio existencialista” sobre tempo e memória.
No enredo, enquanto o mar avança diariamente, destruindo aos poucos a casa em frente à praia, Alice e Helena precisam decidir juntas seu destino. A fotografia em preto-e-branco acentua o clima atemporal e melancólico da narrativa, em que o tempo parece suspenso naquele lugar isolado. O roteiro coescrito por Cariry e Firmino Holanda explora a resiliência diante das forças naturais: Helena se agarra às lembranças e raízes, representando a resistência de quem não abandona a terra natal, enquanto Alice encarna a vontade de mudança e sobrevivência diante do inevitável. Com atuação contida de Marcélia Cartaxo (prêmio Oscarito honorário em Gramado 2025), o filme constrói uma atmosfera contemplativa – quase mítica – sobre impermanência e pertencimento.
🎞️ AMAZÔNIA, A NOVA MINAMATA?
O documentário investiga o grave impacto do mercúrio na floresta Amazônica, traçando um paralelo com o célebre desastre ambiental de Minamata, no Japão. Dirigido pelo veterano Jorge Bodanzky (“Iracema, Uma Transa Amazônica”), o filme acompanha a saga do povo indígena Munduruku para conter a contaminação por mercúrio decorrente do garimpo ilegal de ouro em seu território ancestral. Em paralelo, Bodanzky viaja até Minamata para ouvir sobreviventes e especialistas, revelando como a doença causada pelo metal pesado nos anos 1950 – batizada como “mal de Minamata” – hoje ameaça a saúde de comunidades inteiras na Amazônia.
Filmado ao longo de quatro anos, o longa registra médicos coletando amostras de cabelo e sangue de ribeirinhos e indígenas, constatando níveis altíssimos de mercúrio – inclusive em crianças recém-nascidas. Bodanzky registra cenas fortes, como cadeiras de rodas infantis multiplicando-se nas aldeias Munduruku, e contrasta com imagens de arquivo de Minamata, onde milhares sofreram paralisia e deformidades causadas pelo mesmo metal tóxico. Narrado de forma didática, “Amazônia, a Nova Minamata?” intercala entrevistas, visitas a garimpos clandestinos e reuniões comunitárias, evidenciando a dimensão socioambiental e sanitária do problema. O roteiro contextualiza os fatos históricos e dá voz aos afetados, como a líder indígena Alessandra Munduruku, que clama: “Vocês estão matando nossos filhos”.
🎞️ 3 OBÁS DE XANGÔ
O documentário brasileiro celebra a amizade lendária entre três gigantes da cultura baiana: o escritor Jorge Amado, o cantor-compositor Dorival Caymmi e o artista plástico Carybé. Dirigido por Sérgio Machado (“Cidade Baixa”), o filme retrata como esse trio moldou o imaginário de baianidade, documentando em suas obras a força do povo do candomblé, o poder das mulheres e a onipresença do mar. Com narração de Lázaro Ramos (“Ó Pai, Ó”) e materiais de arquivo, o longa mostra como os livros de Amado, as canções de Caymmi e as pinturas de Carybé consolidaram “um modo de estar no mundo” tipicamente baiano, influenciando gerações seguintes.
O título alude ao fato de que os três amigos foram nomeados “Obás de Xangô” – uma honraria no candomblé – em reconhecimento à dedicação deles à cultura da Bahia. A narrativa costura depoimentos, imagens de época e encenações para reconstruir a boemia do século 20 em Salvador, destacando episódios pitorescos dessa amizade incondicional. Vemos, por exemplo, como Amado, Caymmi e Carybé defendiam que a força de suas obras estava em “documentar o que viam nas ruas”: festas de terreiro, pescadores e a mística do Recôncavo. O documentário também destaca personalidades como Camafeu de Oxóssi (ícone do candomblé) e do músico Dori Caymmi (filho de Dorival) entre os entrevistados. O resultado é um filme emocionante e informativo, que imortaliza a parceria desses três “obás” e o legado cultural que eles deixaram para o Brasil.
🎞️ PRINCE – SIGN O’ THE TIMES
O documentário do icônico show “Sign O’ The Times”, de Prince, volta aos cinemas em uma versão digitalmente remasterizada e otimizada para salas IMAX. O filme-concerto original, lançado em 1987 e dirigido pelo próprio Prince, captura o artista no auge de sua criatividade – combinando imagens eletrizantes de performances ao vivo com inserções de narrativa cinematográfica e um design de som e visual que transcendem gêneros.
No filme, Prince apresenta um repertório que inclui alguns de seus maiores sucessos dos anos 1980. Canções marcantes como “If I Was Your Girlfriend”, “U Got The Look” (dueto com Sheena Easton) e a faixa-título “Sign o’ the Times” ganham interpretações viscerais no palco, acompanhadas por uma banda vibrante – com destaque para a percussionista Sheila E. e um potente naipe de metais. A produção valoriza o carisma explosivo de Prince como performer: suas coreografias cheias de energia, figurinos exuberantes e presença de palco hipnótica. O material foi restaurado em alta definição, com áudio remixado em tecnologia surround espacial e imagem cristalina, como parte de uma série de relançamentos de concertos clássicos em formato IMAX.