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Sabrina Carpenter lança clipe de “Tears” com referências a filmes de terror
Vídeo com citações cinematográficas chega junto ao álbum “Man’s Best Friend” e confirmação de show no Lollapalooza Brasil
Lançamento de “Tears” marca fase de experimentação
Sabrina Carpenter apresentou nesta sexta-feira (29/8) o clipe de “Tears”, que chega junto a seu sétimo álbum de estúdio, “Man’s Best Friend”. Com doze músicas, o disco marca um período de experimentação criativa da cantora, que foi confirmada um dia antes como headliner do Lollapalooza Brasil 2026.
Dirigido por Bardia Zenali, o vídeo que acompanha o lançamento do álbum adota uma estética cinematográfica. A narrativa combina elementos do cinema cult, do terror e da cultura queer, transformando o clipe em um ritual de passagem carregado de simbologia.
Qual é a narrativa do clipe?
A história se inicia com Sabrina caída no chão numa cena de acidente de carro, onde um corpo imóvel sugere a morte de um acompanhante. A partir daí, ela chega a uma casa isolada, onde encontra Colman Domingo (“Euphoria”) e personagens excêntricos que remodelam sua imagem. O ambiente mistura absurdo e sensualidade, se aproximando mais de um filme do que de um videoclipe tradicional.
Referências a “Rocky Horror” e ao terror
Entre as referências visuais mais evidentes está “The Rocky Horror Picture Show” (1975). Sabrina adota características de Janet Weiss, enquanto Colman Domingo aparece em drag em uma atuação que remete ao icônico Dr. Frank N-Furter.
O clipe também dialoga com o terror, trazendo imagens que remetem a “Massacre da Serra Elétrica” (1974), especialmente nas cenas rurais e no cenário da casa decrépita. Se isso não for suficiente para evidenciar a referência, ainda há uma cena em que uma figurante usa literalmente uma serra elétrica para massacrar um móvel.
Há ainda cenas num milharal ao estilo de “Colheita Maldita” (1984) e de delírio em tom vermelho vivo, como em “Suspiria” (1977), que também é evocado numa sequência de espelhos, embora as mãos que saiam das paredes sejam reminiscentes de “Repulsa ao Sexo” (1965).
Narrativa recorrente
O desfecho mantém uma marca visual já recorrente na carreira de Carpenter: a eliminação do homem descartável. Em “Tears”, a protagonista repete o gesto de confrontar e eliminar um personagem masculino, recurso que já havia aparecido em trabalhos anteriores como “Please Please Please” e “Taste”. Por sinal, a morte por salto alto, assim como a decoração interna da casa, remetem ao cult obscuro “10 Violent Women” (1982).
Som e visão dos anos 1970
A escolha de citações dos anos 1970 e 1980 não parece ser aleatória, já que a música assinala uma mudança musical na carreira da cantora. Em vez do pop chiclete dos anos 1990/2000 que marcou seus trabalhos anteriores, “Tears” se alinha ao nu-disco, estilo cada vez mais popular graças à Dua Lipa, que bebe diretamente das trilhas das discotecas da época dos “Embalos de Sábado à Noite”.