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Streaming atinge 43% dos lares e impulsiona queda da TV paga no Brasil
Pesquisa do IBGE revela que plataformas de streaming avançam enquanto TV por assinatura e rádio seguem em queda nos domicílios brasileiros
Streaming se consolida como principal tendência entre lares brasileiros
O consumo de filmes, novelas e jornais continua migrando para a internet no Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – módulo Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) 2024, realizada pelo IBGE. Dados apontam que, neste ano, 43,4% das residências já contam com serviço pago de streaming de vídeo, totalizando 32,7 milhões de lares — aumento de 1,5 milhão em relação a 2023.
TV por assinatura perde espaço; preço é o maior obstáculo?
O crescimento das plataformas digitais ocorre em meio ao encolhimento da TV por assinatura tradicional, presente em apenas 24,3% dos lares com televisor em 2024 (18,3 milhões de domicílios). Houve recuo de 0,9 ponto percentual em relação ao ano anterior. Segundo o levantamento, 31% dos entrevistados apontam o alto preço como principal motivo para cancelar a TV paga. “A pesquisa mostra que 58,4% das pessoas que não tinham TV por assinatura afirmavam não ter interesse pelo serviço. Possivelmente, um dos motivos pode ser o streaming e o acesso a vídeos e a filmes por outros meios, como o YouTube”, afirmam os analistas Gustavo Geaquinto Fontes e Leonardo Areas Quesada.
Diferenças regionais e impacto da renda
O streaming já alcança metade dos domicílios do Sul (50,3%), seguido pelas regiões Centro-Oeste (49,2%) e Sudeste (48,6%), mas segue crescendo em ritmo mais lento no Norte (38,8%) e no Nordeste (30,1%). A pesquisa revela ainda que a renda influencia diretamente o acesso: quem assina streaming tem rendimento médio per capita de R$ 2.950, enquanto o grupo sem streaming recebe R$ 1.390. Entre os que contratam vídeo sob demanda e canais fechados, a média chega a R$ 3.903.
TV aberta continua majoritária, mas perde espaço
A TV aberta permanece como principal meio de comunicação nos lares brasileiros, presente em 86,5% das residências com televisor em 2024, mas registra queda de 1,5 ponto percentual em relação ao ano passado. Entre as casas com streaming, 86,9% ainda recebem sinal aberto. Por outro lado, o número de lares sem TV aberta nem por assinatura cresceu de 5,2% para 6,7% em um ano.
Rádio tem menor presença em domicílios do país
Pela primeira vez, o contingente de lares sem rádio supera o de domicílios com aparelho. Em 2024, apenas 48,5% dos domicílios mantêm rádio (38,8 milhões), com índice maior no meio rural (51,8%) do que nas cidades (48,1%).
A pesquisa, realizada no quarto trimestre de 2024, analisou acesso à internet, televisão e celular nos domicílios, além de padrões de consumo de mídia.