Loretta Swit, estrela de M*A*S*H, morre aos 87 anos em Nova York

Atriz eternizou a Major Margaret “Lábios Quentes” Houlihan em M*A*S*H e venceu dois prêmios Emmy pelo papel

Divulgação/20th Century Fox Television

Morte natural aos 87 anos

A atriz Loretta Swit, que ficou conhecida por interpretar a Major Margaret “Lábios Quentes” Houlihan em M*A*S*H, morreu nesta sexta-feira (30/5) em sua casa em Nova York, aos 87 anos. O falecimento foi confirmado por seu representante, Harlan Boll, que informou o horário da morte às 12h01, por causas naturais.

Começo da carreira

Loretta Swit nasceu Loretta Jane Szwed em Passaic, Nova Jersey, filha de imigrantes poloneses que nunca incentivaram uma carreira artística, mas ela insistiu e subiu aos palcos pela primeira vez aos 7 anos.

A estreia na televisão foi em 1969, em “Hawaii Five-O”, com participações subsequentes em “Missão: Impossível”, “Mannix”, “Gunsmoke”, “Bonanza” e “Têmpera de Aço”. No cinema, o primeiro papel foi na comédia “Quando a Mulher Quer…” (1972), ao lado de Jacqueline Bisset.

O sucesso em M*A*S*H

Em seguida, ela recebeu o convite para viver a personagem “Lábios Quentes”, interpretada por Sally Kellerman no filme homônimo de 1970 de Robert Altman, no projeto da adaptação televisiva. A série não só superaria o sucesso do filme como viria a se tornar a mais popular da TV americana durante toda a sua exibição.

Inicialmente uma antagonista de Hawkeye (Alan Alda), a personagem de Swit era um poço contraditório de luxúria e conservadorismo no hospital de campanha que batizava “M*A*S*H”, situado no front da Guerra da Coreia. Mas na 6ª temporada os rivais ficaram juntos, encerrando as brigas e iniciando uma nova fase para “Lábios Quentes”.

Como uma médica militar exigente e rigorosa, “Lábios Quentes” era uma rara mulher forte na televisão dos anos 1970, que enfrentava insultos (a começar pelo apelido maldoso) e bullying para provar sua capacidade. “Ela era [única] na época e em seu tempo”, disse Swit em uma discussão de 2004 para o site da TV Academy Foundation. “E ela se tornou ainda mais única, eu acho, porque permitimos que ela continuasse a crescer — nós a observamos evoluir. Acho que isso nunca foi feito dessa forma.”

A atuação de Loretta Swit acompanhou todas as 11 temporadas de M*A*S*H e rendeu à atriz duas vitórias e dez indicações ao Emmy de Melhor Atriz Coadjuvante em Comédia, num reconhecimento de sua importância para a série exibida entre 1972 e 1983. O final de “M*A*S*H”, que foi ao ar em 28 de fevereiro de 1983, atraiu um público recorde de 106 milhões de espectadores, e um beijo de 35 segundos entre Swit e Alda durante esse episódio foi considerado o mais caro da história da televisão, com base em sua duração e na receita publicitária que o capítulo arrecadou nos intervalos de sua exibição.

A trajetória além de M*A*S*H

Impulsionada pela fama de M*A*S*H, Swit atuou em vários filmes da época, incluindo “Duas Ovelhas Negras” (1974), “Corrida com o Diabo” (1975) e “S.O.B. Nos Bastidores de Hollywood” (1981). Mas, após o fim da série, voltou-se para produções televisivas, atuando em telefilmes e participações em séries populares, como “O Barco do Amor”, “Asassinato por Escrito”. Ela nunca mais teve um papel tão marcante na telinha.

Paralelamente, Swit fez sua estreia na Broadway em 1975 em “Tudo Bem no Ano que Vem” e seguiu a carreira teatral até os anos 2000, quando integrou o elenco de “Os Monólogos da Vagina”.

A atriz foi casada com o ator Dennis Holahan de 1983 a 1995 e também se dedicou ativamente à defesa dos direitos dos animais, criando a SwitHeart Animal Alliance, além de receber prêmios como o Betty White Award pelo trabalho filantrópico.