Aplausos históricos marcam a sessão
O filme brasileiro “O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho e protagonizado por Wagner Moura, se tornou o mais aplaudido do início do Festival de Cannes 2025, com 13 minutos de ovação. Segundo a assessoria de imprensa, cinco minutos de aplausos ocorreram durante os créditos, seguidos de mais oito minutos após o encerramento. O próprio diretor encerrou a celebração, evitando que os aplausos se estendessem por mais tempo.
A jornalista Jada Yuan, do Washington Post, descreveu a reação como “a mais longa e entusiasmada” vista no festival até agora, com o público gritando “bravo!”. As primeiras críticas internacionais foram unânimes nos elogios à atmosfera de tensão e à abordagem política do filme.
Reação da crítica internacional
Críticos internacionais elogiaram a direção de Kleber Mendonça Filho e o desempenho de Wagner Moura. A revista The Hollywood Reporter descreveu o longa como “um exemplo inspirado de absurdismo” e afirmou que se trata do “trabalho mais forte” de Kleber Mendonça Filho, dizendo ainda que “merece elevá-lo ao patamar dos maiores cineastas contemporâneos do mundo”. O desempenho de Wagner Moura também foi destacado: “Ele sempre foi um bom ator, mas Mendonça Filho faz dele uma estrela de cinema”.
A Variety definiu a produção como uma “imersão sensorial-memorial robusta” e um “suspense dos anos 1970 de alto nível”.
O site The Playlist seguiu o tom, chamando o longa de “uma obra-prima imponente”, que “representa o esforço mais monumental e ambicioso do diretor em uma carreira sem deslizes até agora”. “Única produção latino-americana na competição principal de Cannes neste ano, é um filme cujo valor artístico cresce à medida que o espectador se familiariza com o conjunto da obra do cineasta. Todos os elementos estéticos, predileções de gênero e preocupações ideológicas de Mendonça Filho se unem neste grande painel de época”, acrescenta a crítica, que conclui chamando “O Agente Secreto” de “um triunfo expansivo”.
Qual é a trama de “O Agente Secreto”?
Ambientado no Recife em 1977, o longa acompanha um homem que retorna à cidade natal após perder a esposa por pneumonia, tentando se reaproximar do filho. Ele encontra a cidade marcada por crimes e disputas em pleno Carnaval, sob o contexto da ditadura militar. O enredo apresenta personagens sombrios, mortes misteriosas, um antigo rival de universidade que recorre a matadores profissionais e uma lenda sobre uma perna encontrada no estômago de um tubarão.
