Ministério Público vê necessidade de apuração criminal
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitou à Polícia Civil a abertura de inquérito para apurar a denúncia de estupro feita pela ex-assistente de palco Juliana Oliveira contra o apresentador Otávio Mesquita. O episódio relatado teria ocorrido em 25 de abril de 2016, durante uma gravação do programa The Noite, exibido pelo SBT.
Juliana afirma que, enquanto trabalhava como assistente de palco, foi agarrada pelo apresentador, que teria posicionado sua genitália próxima ao rosto dela e apalpado seus seios e nádegas, sem consentimento. Segundo a promotora Priscila Longarini Alves, da Promotoria de Justiça Criminal de Osasco, “existem elementos que necessitam de maior investigação quanto à prática de eventual infração contra a dignidade sexual”.
Defesa da comediante espera robustecimento de provas
Hédio Silva, advogado de Juliana Oliveira, disse que a decisão do MP reforça a confiança na apuração do caso. “Recebe a decisão do MP com muita confiança de que o inquérito irá robustecer ainda mais as provas de estupro”, afirmou. “Agora, que o MP mandou a Polícia investigar o jornalista Otávio Mesquita ele passa para a condição de investigado.”
Segundo a denúncia encaminhada ao MP, os atos ocorreram diante de dezenas de pessoas presentes no estúdio do programa e ganharam repercussão nas redes sociais. O caso foi formalizado na semana passada.
Vídeo anterior gera debate online
Um vídeo de 2015 exibido no programa “Okay Pessoal!”, também do SBT, voltou a circular nas redes após a denúncia de Juliana. Nas imagens, ela aparece simulando uma cena de sexo com Mesquita durante uma visita ao Clube das Mulheres.
Na gravação, feita antes da participação de Mesquita no “The Noite”, o apresentador pergunta ao público se alguém gostaria de “pegá-lo”, momento em que Juliana sobe ao palco, se joga sobre ele e simula movimentos sexuais. “Que isso? Calma, calma. Me salva!”, reage o apresentador. Ao final da encenação, diz: “Cê tá louca.”
O conteúdo provocou reações diversas nas redes sociais, com internautas questionando a coerência entre o vídeo e a denúncia. “Esse vídeo é a absolvição do Mesquita, o advogado não precisa nem preparar a defesa, só rodar esse vídeo”, comentou um usuário do X (antigo Twitter).
O espaço segue aberto para posicionamentos, declarações e atualizações das partes citadas, que queiram responder, refutar ou acrescentar detalhes em relação ao que foi noticiado.