
Divulgação/Max
Sindicato dos Atores acusa “Beleza Fatal” de descumprir legislação trabalhista
SATED-RJ critica uso de atores sem registro e contratos não visados pelo sindicato na produção da novela da Max
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Denúncia sobre irregularidades
O SATED-RJ (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Rio de Janeiro) publicou nesta segunda-feira (10/2) uma nota em que acusa a produtora Coração da Selva de descumprir a legislação trabalhista durante a produção de “Beleza Fatal”, novela exibida pela Max. Segundo o sindicato, a obra conta com atores sem registro profissional e contratos que não foram visados pelo órgão de classe, contrariando a Lei 6533/78.
A legislação citada regulamenta a profissão de artistas e técnicos de espetáculos no Brasil e exige que os contratos firmados sejam submetidos à apreciação do sindicato antes do início das gravações. De acordo com a entidade, contratos sem essa regularização são considerados ilegais e costumam ser contestados apenas quando ocorrem disputas trabalhistas mais graves.
Falta de mediação e questionamentos do Ministério do Trabalho
O sindicato também questiona a postura da produtora e da Max por exibir a novela sem regularizar a situação dos profissionais envolvidos. A nota menciona que o Ministério do Trabalho teria questionado a produção sobre as irregularidades apontadas, mas a empresa teria se recusado a participar de uma mediação para resolver o impasse.
A entidade cita o processo SM007288/2023 como referência à tentativa de diálogo que, segundo o sindicato, não avançou.
Pressão sobre atores e precarização do setor
Outro ponto levantado na publicação é a suposta pressão exercida sobre os atores que tentaram questionar a exibição da novela. De acordo com o SATED-RJ, profissionais foram incentivados a abrir mão de direitos considerados irrenunciáveis pela legislação brasileira.
O sindicato classificou a postura da produção como inadequada e criticou a ausência de penalidades. “Que feio! Como uma produção que depende do talento dos artistas pode tratá-los dessa forma? Como uma produtora permite que essas irregularidades aconteçam sem qualquer consequência?”, questionou.
A entidade afirmou que a situação reflete um processo crescente de precarização da teledramaturgia, comprometendo os direitos dos profissionais do setor.
Vale apontar que, embora seja ambientada no Rio de Janeiro, a novela foi gravada majoritariamente em São Paulo, fora da jurisdição do sindicato carioca. Cenas que retratam o subúrbio do Rio, por exemplo, foram filmadas em Pirituba, na Zona Norte da capital paulista. Apenas algumas sequências pontuais foram rodadas na capital carioca para manter a fidelidade estética da ambientação.
Exibição e ausência de posicionamento
Em meio à polêmica, Beleza Fatal segue como maior destaque nacional da plataforma da Max e também foi vendida para exibição na Band, emissora de televisão aberta.
Até o momento, a plataforma e a produtora não se pronunciaram sobre as denúncias feitas pelo SATED-RJ. O espaço segue aberto para posicionamentos, declarações e atualizações sobre o caso.