“O Último Azul”, de Gabriel Mascaro, vence Urso de Prata no Festival de Berlim

“O Último Azul”, de Gabriel Mascaro, vence Urso de Prata no Festival de Berlim

Filme estrelado por Denise Weinberg e Rodrigo Santoro também recebe prêmios do júri ecumênico e do público

Divulgação/Berlinale

Reconhecimento na Berlinale

“O Último Azul”, dirigido por Gabriel Mascaro, conquistou neste sábado (22/2) o Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim. A honraria é a segunda mais importante do evento, concedida pela comissão de jurados da competição oficial.

Ao receber o troféu, Mascaro destacou a mensagem do longa. “O ‘Último Azul’ fala sobre o direito de sonhar e a crença de que nunca é tarde para achar significado na vida. Muito obrigado”, declarou.

O longa também venceu o Prêmio do Júri Ecumênico e o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost, consolidando sua recepção positiva no festival.

História ambientada em um Brasil distópico

Protagonizado por Denise Weinberg e Rodrigo Santoro, o filme se passa na Amazônia, em um futuro onde o governo transfere idosos para colônias habitacionais destinadas aos últimos anos de suas vidas. Antes de ser enviada para o exílio compulsório, Tereza (Denise), uma mulher de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo.

A exibição na Berlinale, no dia 16 de fevereiro, foi recebida com aplausos entusiasmados. O júri do prêmio de leitores do Berliner Morgenpost destacou a sensibilidade do filme. “‘O Último Azul’ aborda a idade, a liberdade, a autodeterminação e a amizade em um mundo distópico e hostil de um jeito alegre e colorido. Uma joia de esperança”, afirmaram os votantes.

Mascaro celebra os prêmios

O Prêmio do Júri Ecumênico reconhece filmes que exploram temáticas espirituais, humanas ou sociais alinhadas com os valores dos Evangelhos. Mascaro comentou a importância da conquista. “Eu venho de um país onde temos enfrentado esses desafios sobre a aceitação de diferentes perspectivas e religiões. Estou muito emocionado em ver todos unidos pelo cinema, pela arte e diversidade. Estou muito feliz por ter conquistado esse prêmio!”, disse.

O cineasta também celebrou o reconhecimento do público. “É muito especial receber o prêmio do público e das pessoas que realmente se envolvem, leem o jornal e participam das atividades de imprensa. Para mim, é muito importante receber esse tipo de feedback de vocês, que são apaixonados por cinema e filmes. Isso dá vida ao nosso filme.”

Produção internacional e estreia no Brasil

“O Último Azul” foi produzido pela Desvia (Brasil) e Cinevinay (México), em coprodução com a Globo Filmes (Brasil), Quijote Films (Chile) e Viking Film (Países Baixos). A produção é assinada por Rachel Daisy Ellis, de “Boi Neon” e “Rojo”, e Sandino Saravia Vinay, produtor associado de “Roma”, de Alfonso Cuarón.

Com estreia prevista para 2025 nos cinemas brasileiros, o filme marcou o retorno do Brasil à competição do Festival de Brasil, o que não ocorria desde 2020. O país já conquistou o prêmio principal com “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles, e “Tropa de Elite” (2008), de José Padilha.