A Justiça do Amazonas condenou o ator Leandro Hassum por ofender duas médicas, que teriam furado a fila prioritária da vacina contra a Covid-19, durante uma edição do “Encontro”, em 2021. O artista terá que pagar R$ 20 mil para as profissionais de saúde como indenização.
Na época, Hassum comentava sobre pessoas que estariam se vacinando antes do cronograma do governo, e as médicas recém-formadas Gabrielle e Isabelle Kirk Maddy Lins estavam entre os suspeitos. Ele chegou a chamá-las de “burras” no programa ao vivo, que era apresentado por Fátima Bernardes, por terem publicado fotos da primeira dose do imunizante.
“A primeira coisa que me vem é que são burras, né, amor? Na boa, quer fazer besteira, para que é que posta? Acho um absurdo, Fátima. É um caô. Não tem consciência de que está tirando uma pessoa que realmente precisa”, disparou Hassim, após descobrir as filhas de donos de rede hospitalar foram nomeadas especialistas da linha de frente um dia antes de serem vacinadas.
Deu ruim?
Segundo os documentos, a juíza Ida Maria Costa de Andrade entendeu que Hassum teria ofendido as irmãs gêmeas em rede nacional sem nenhum motivo aparente. “A liberdade de manifestação do pensamento pode incorrer em excessos e abusos capazes de conduzir à violação a outros direitos”, afirmou ela.
“As autoras foram ofendidas publicamente pelo réu em rede nacional, o que certamente afetou a vida íntima daquelas que passaram a ser conhecidas como ‘médicas burras’, que tinham furado a fila da vacina, o que supera o mero aborrecimento”.
A magistrada determinou que o artista deverá indenizá-las em R$ 10 mil cada médica, e também julgou extinta a ação, mas a defesa de Hassum recorreu da decisão. Após a validação do recurso, os autos serão encaminhados para a segunda instância, onde o recurso será julgado.
