O cantor Gusttavo Lima saiu do Brasil nas primeiras horas desta segunda-feira (23/9), segundo confirmação da Polícia Federal à Polícia Civil. A partida ocorreu pouco antes de a Justiça de Pernambuco emitir um mandado de prisão preventiva contra ele, em decorrência da investigação da Operação Integration, que envolve acusações de lavagem de dinheiro e prática ilegal de jogos de azar.
De acordo com o jornalista Leo Dias, Gusttavo Lima viajou para Miami, nos Estados Unidos, ainda no domingo (22/9), após realizar um show no interior paulista e participar do Rock in Rio. Sua esposa, Andressa Suita, e os filhos já estavam em Miami antes de sua chegada. Em abril, o sertanejo comprou uma mansão milionária na região de Hollywood Beach, na cidade da Flórida.
Em uma conversa por telefone, Gusttavo afirmou estar confiante de que provará sua inocência. “Leo, fique calmo, eu não fiz nada de errado e nem tem nada contra mim, essa prisão vai ser revogada, eu tenho fé em Deus”, disse o cantor, segundo o jornalista.
Investigação e fuga de foragidos
O mandado de prisão foi decretado pela juíza Andréa Calado da Cruz, com base em novos elementos que apontam o envolvimento de Gusttavo Lima em atividades suspeitas investigadas pela Operação Integration. A investigação já havia levado à prisão de Deolane Bezerra e apura crimes como lavagem de dinheiro e auxílio a foragidos da Justiça.
Conforme a decisão judicial, o cantor teria ajudado os investigados José André da Rocha Neto e Aislla Rocha, casal proprietário da empresa de apostas Vai de Bet, a fugir do Brasil. Eles teriam usado um avião particular de Gusttavo Lima para viajar à Grécia e às Ilhas Canárias, na Espanha. Entretanto, não retornaram ao país em 8 de setembro, após o início da operação, o que reforça a suspeita de fuga com auxílio do cantor.
“A conivência de Nivaldo Batista Lima (Gusttavo Lima) com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”, aponta a decisão judicial.
Movimentações financeiras suspeitas
A investigação também revela movimentações financeiras milionárias entre uma empresa do cantor e outras envolvidas no esquema.
A defesa de Gusttavo Lima, em nota enviada à imprensa, contestou o mandado de prisão, classificando-o como “injusto” e “sem fundamentos legais”. “Ressaltamos que é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais”, afirmam os advogados do cantor.